— Vou te levar pra enfermaria — disse Dani com voz de preocupação.
— Deixa que eu levo — ofereceu-se o Abridor de Malas enquanto se levantava da arquibancada, vindo na nossa direção.
— Obrigada, jovem — agradeceu Danielle.
Diário, será que dá pra você me explicar o motivo do Abridor de Malas ter se oferecido para me levar até a enfermaria? Bom, acho que nem você sabe. O que ele quer conseguir com isso? Será que ele já me considera tanto sua amiga assim?
O Abridor de Malas me pegou no colo e começou a me carregar até a enfermaria. No caminho, ele começou a falar algumas coisas comigo, mas não consegui ouvir por estar sentindo muita dor. Achei a ação dele bem... Heróica
Foi anunciado o intervalo pelo interlocutor. Ficamos bastante agitadas e nervosas, mas tentamos, acima de tudo, manter a calma. Juntamos as mãos por um minuto e logo já estávamos andando em direção ao campo. Está na hora de começar. — Agora teremos uma pequena apresentação das líderes de torcida dos jogadores da casa — anunciou o interlocutor assim que começamos a aparecer no campo. Começamos a fazer a apresentação da maneira que fora ensaiado anteriormente. Mesmo com poucos ensaios, eu diria, com toda certeza, que fomos muito bem. No geral, meu tornozelo não chegou a atrapalhar tanto como eu imaginava. A hora da pirâmide estava chegando. Não sei se ficaria da maneira como ficou no treino — eu na base —, ou se faríamos difere
— Um pouco — a resposta veio quase de imediato. — Eu vou te matar! — gritei o mais alto possível. — Sorte sua por eu estar com a perna quebrada! — Pare de gritar. Vão pensar que estou fazendo alguma coisa com você — ele pareceu um pouco desesperado e assustado. — Mas como? Como? Como teve coragem de ler meu diário? — eu ainda soava como se estivesse em chamas. E realmente ainda estava zangada. — Tendo — respondeu sorrindo, como se a um segundo atrás não tivesse dito o que disse. Assim que ele respondeu, tentei procurar alguma coisa para jogar nele, mas não encontrei nada. Ele merecia ter algo na cara nesse momento. — Lá vem você com essas
— Obrigada, mãe! — Com um pouco de dificuldade, dei um abraço apertado nela. — Não exagere ou eu mudo de ideia. Imediatamente eu a soltei. Não poderia ser agora que a bondade dela poderia acabar. ★Dica 76 = Quando sua mãe demonstrar um pouco de bondade, não deixe que acabe.★ Antes de sair junto dela do quarto, peguei meu celular e meu diário e pedi, com todo um jeitinho especial, para que ela levasse as flores pra casa e cuidasse delas. Saímos junto do quarto, mas sem quase dizer nada. Eu acho que nem tchau ela vai me dar. Depois de pouco tempo, já estávamos na entrada do hospital. Um local que tinha uma parte gramada, onde tinha dois bancos de madeira pouco separados.<
— Como está seu namoro? — era a voz da Betânia que eu conseguia ouvir atrás da porta. — Está horrível — agora era a voz da Carol em lamento. — Mas por que, amiga? — Sabe aquela garota que dorme aqui? — Sei. — Então. Ela está estragando meu namoro... — Eu já avisei várias vezes pra ela. — Houve um suspiro. — Mas não adiantou de nada. — Vou ver o que posso fazer. — Obrigada. Ela vai pagar caro por isso! — falou Carol em tom raivoso. — É assim que se fala! E aquela idiota acha que sou doente.
Parecia aquelas brigas infantis com arranhões e tapas. A minha felicidade não estava no rosto, mas eu estava bem feliz porque era eu que estava ganhando — pelo menos achava. Eu podia ver que ela estava sofrendo com a minha raiva e ódio projetados nas unhas. — Meninas! Peguem ela! — gritou a garota assim que lhe dei um arranhão tão forte que vi uma linha de sangue na sua bochecha. Duas do grupo me pegaram pelos meus braços. Elas me deixaram “em pé” — elas me seguravam pelos braços, mas de uma forma em que o peso do meu corpo ainda ia para as pernas —, só que de uma forma que estava machucando minha perna quebrada. Ah, diário, não me diga que ela me deixou vulnerável por medo de perder... Além de ser implicante, não sabe quando é hora de parar, mesmo perdendo.
A enfermeira deu uma olhada no meu braço, o que demorou uns cinco minutos. O ar-condicionado da enfermaria estava ligado e isso me deixava um pouco mais relaxada mediante a situação. — Está tudo bem? — pergunto um pouco ansiosa. Parte dessa ansiedade era medo. — Não totalmente. — Ela olhou pra mim por míseros segundos e voltou seu olhar ao meu braço. — Vou retirar os pequenos pedaços de vidros ainda presos, darei uma limpada para que não tenha risco de infeccionar e por último vou fazer um curativo. Alguns cortes foram profundos, mas nada que precise de pontos. — Por quanto tempo terei que ficar com o curativo? — Eu recomendo um mês, porém, depois de três ou duas semanas, você pode retirar o curativo. Isso
O barulho era muito alto. Era impossível sair dali sem ser vista. Mesmo assim tentei. Peguei minhas muletas e fiquei atrás da porta. Meu coração estava pulando no ritmo do alarme. Diário, juro que eu estava mais desesperada do que parecia. ★Dica 96 = Mesmo sabendo que está encrencada, tente dar um jeito de disfarçar.★ Não põe a culpa em mim, diário. Eu estava desesperada e não tinha outra alternativa. Só me escondi atrás da porta, porque era uma frustrante tentativa de não levar castigo por isso. Se eu tiver sorte, ela pode não notar que estou aqui. Tudo que me resta agora é rezar para que ela não olhe para trás da porta. — O que está acontecendo aqui? — gritou a diretora, ent
Betânia afirmou com a cabeça, enquanto eu engolia em seco. Me virei pra diretora, não consegui identificar expressão alguma em seus olhos. Queria tanto qualquer pista sobre o que ela quer conversar comigo. Diário, queria tanto que algo ou alguém me salvasse... Bem que poderia cair um carrinho de sorvete voador em cima dela. — Você não vai morrer. Apenas me siga — falou a diretora por fim. A diretora me levou a diretoria. Ok, agora não me resta nem um pingo de dúvida de que estou encrencada. Meu Deus, o que será que eu fiz dessa vez? Deve ter sido algo gigantescamente idiota. Ela fez com que eu sentasse, sentou em sua cadeira e olhou-me fixamente. — Imagina por que está aqui? — perguntou ela. — N&ati