Elaris Stins Eu deveria estar empolgada, afinal, cada detalhe que Davian contava sobre seu trabalho como sombra do alfa era incrível.Mas, após alguém o chamar e ele ir até a porta, fiquei preocupada. Ele voltou tempo depois, parecia estar se arrumando para algo. Ele iria sair?Foi então que me aproximei dele, já curiosa. — Para onde você vai? — perguntei, preocupada e curiosa. Davian se virou para me olhar, um leve sorriso surgiu em seus lábios, parecia que não queria me passar a preocupação, mas eu já estava. — Trabalho — ele foi direto. — Me chamaram para uma missão. — respondeu, ajustando a adaga na cintura e prendendo mais uma faca na lateral. Eu lhe olhei com as sobrancelhas levemente franzidas, como se tentasse adivinhar o que estava escondendo. Que trabalho seria? Mas resolvi não insistir, não perguntar mais. — Ah... — murmurei, abraçando meus braços. — Parece importante. Soltei um suspiro pesado, enquanto olhava para ele, que terminava de se arrumar. Davian deu de
Elaris Stins Eu tentei dormir, juro que tentei, mas o sono não vinha.Então me decidi, me levantei e fui tentar fazer algo para comer. Eu precisava me alimentar e parar de pensar em Davian, por que a ideia de ficar sozinha, me incomodava, eu estava acostumada a ficar com ele. Mesmo que não devesse, sentia sua falta. Quanto cheguei até a cozinha, fiquei olhando sem foco para o lugar e então, suspirei. Fui até os armários e procurei algo para fazer. Peguei batatas, cenouras, cebolas, temperos tradicionais como ervas e afins. Descasquei a batata e a cenoura e as fiquei, em seguida peguei uma panela que estava na pia e coloquei tudo dentro, junto dos temperos e ervas. Levei ao fogo e então me sentei, esperando o cozimento... eu não estava com fome, mas sabia que tinha que ficar bem, caso Davian voltasse, que podia ser a qualquer hora. Enquanto esperava, olhei para a lua pela janela da cozinha, coloquei o cotovelo sobre a mesa e as mãos sobre o rosto, pensativa.Seria uma missão fác
Davian Deane A floresta parecia estar em expectativa, como se cada sombra, cada folha e galho soubesse que havia algo errado. Caminhei devagar, meus passos firmes, mas silenciosos, atentos ao que se escondia nas sombras. A cada passo, a sensação de que eu não estava sozinho crescia. O frio que subia pela minha espinha não era o frio comum da noite. Era um aviso.Ajeitei minha postura e me escondi entre as árvores, sempre atento ao meu redor. Foi então que o som veio. Primeiro, leve, quase imperceptível. Um roçar de passos cuidadosos, mas desajeitados demais para serem apenas folhas ao vento. Aquilo era gente. E não estavam ali por acaso. É claro. Comecei a avançar na direção do som, cauteloso, mas determinado. Assim que me aproximei, os passos cessaram abruptamente. Não era só uma pessoa; eram várias. Meus olhos se cessaram quando os observei, atentamente. Consegui distinguir dois ou três vultos à frente, mas não arrisquei chegar tão perto. Eles já pareciam nervosos, hesitantes,
Davian Deane Ao caminhar por um tempo, avistei o castelo do alfa. Segui em frente e cumprimentei os soldados, que apenas assentiu para mim, entrei e fui até a sala do Zane. Subi as escadarias e senti como estava silencioso, com certeza Elena e o filho deles estavam dormindo a essa hora. Ao caminhar pelo longo corredor, fui direto à sala de Zane, já que, como de costume, eu precisava reportar tudo a ele, e, dadas as circunstâncias, a urgência fazia sentido. Os homens na floresta tinham me dado muito o que pensar. Não era só o fato de estarem disfarçados, circulando pelo nosso território; era o que disseram sobre Elaris. Aquilo? Bem, não saia da minha cabeça. Bati na porta duas vezes, dizendo ser eu. Ele então respondeu. — Entre minha sombra. — sua voz era direta, como sempre. Então, eu entrei. Zane estava sentado atrás de sua mesa, a expressão normalmente calma agora estava tensa, mas, assim que me aproximei, ele relaxou um pouco. Fiz um sinal de cabeça em cumprimento e me
Davian Deane Enquanto caminhava saindo do castelo de Zane, a conversa que tive com ele não saía da minha cabeça. O jeito como Zane falava sobre Elaris… era como se houvesse algo que ele sabia e se divertia em não contar. Mas... o que seria? Mas sinceramente, isso nem virou o foco da minha mente por muito tempo, porque minha mente foi logo para as palavras daqueles homens que estavam na floresta.Aqueles imbecis queriam Elaris... e eu estava fervendo de raiva, enquanto lembrava de cada palavra deles. E o mais importante, eles já sabiam quem sou eu, e que eu sou a sombra do alfa. Enquanto eu sentia que precisava de algo que justificasse aqueles homens na floresta, a perseguição insana, o ódio que parecia cercá-la. Eu precisava entender por que ela estava sendo caçada e, ainda mais, o que ela tinha feito para provocar a ira da rainha, do rei e da matilha dela.O que Elaris fez? Por que ela estava no meio disso tudo?Estava pensando em tanta coisa que a minha mente fervilhava. Resol
Elaris Stins O alívio foi imediato quando vi Davian entrando pela porta. Eu me esforcei para não demonstrar, para fingir que a noite sozinha não tinha sido tão terrível, mas era inútil. Eu estava genuinamente feliz em vê-lo de volta. Tentava disfarçar, me ocupando na cozinha, mas meu coração estava disparado, aliviado de saber que ele estava bem.Quando ele se aproximou, vi que seus cabelos ainda estavam úmidos, alguns fios caindo displicentemente sobre a testa, e a camisa ligeiramente aberta deixava uma parte da pele dele à mostra, e por um segundo, perdi o ar. Por que ele mexia assim comigo? Sentia meus pulmões cheios... minha boca salivava, apenas de olhar para ele, aqueles olhos escuros. Respirei fundo, tentando recompor meus pensamentos, enquanto ele se sentava à mesa de frente para mim.Ele parecia diferente, eu sentia isso. Davian estava bem? Havia acontecido alguma coisa?Eu estava preparada para fazer algum comentário qualquer, perguntar sobre a missão. Se ele estava bem
Davian Deane Depois daquela conversa, eu queria entender muito mais do que Elaris havia deixado escapar. Mas, pelo jeito que ela desviava o olhar, claramente desconfortável e relutante, decidi dar-lhe espaço. Não havia razão para pressioná-la. Pelo menos, não agora.Terminamos aquela conversa e ficamos em silêncio, trocando apenas alguns comentários breves e quase banais. Elaris me lançava olhares rápidos, como se esperasse mais perguntas da minha parte, mas eu sabia que, se a pressionasse, só iria piorar as coisas. Então, depois de uma refeição rápida, que eu acabei preparando depois de tudo aquilo, apenas me levantei e me despedi, a acompanhando até seu quarto.— Boa noite, Elaris. — murmurei ao vê-la fechar a porta devagar. Notei a expressão de alívio em seu rosto, mesmo que ela tentasse escondê-la. Fiquei parado ali por um instante, escutando o som abafado da porta se fechando, e então segui para meu próprio quarto.Me joguei na cama, o peso do dia ainda pendendo sobre os ombros
Davian Deane Na manhã seguinte, eu me levantei com uma determinação clara: entender o passado de Elaris, descobrir o que tinha acontecido em seu reino e principalmente, o que justificava aquela perseguição que parecia tão… gratuita de certo modo. Com todos os indícios de que ela estava em perigo, eu não tinha tempo a perder, e minha função como sombra de Zane me garantia contatos valiosos para iniciar essa investigação.A primeira pessoa que procurei foi um velho conhecido, um lobo errante que já havia circulado por várias alcateias antes de se estabelecer no nosso território. Ele era do tipo que ouvia tudo e guardava para si, até que alguém lhe pedisse para falar. Quando o encontrei, trocamos cumprimentos rápidos, e ele me olhou com uma curiosidade estranha.— Preciso de algumas informações — comecei, observando o olhar perspicaz dele. — Sobre o reino do norte. O palácio do norte. E sobre a princesa renegada que agora está sob nossa proteção.Ele me lançou um olhar demorado, mas as