26- Ninho de cobras

Rosa

— Ah, Rosa, não acredito que vai receber uma amiga deste jeito — fala a mulher exuberante entrando e fechando a porta do quarto em seguida.

— Eu não tenho amigas, você não é minha amiga.

— Não devia falar deste jeito, fofa.

Me irrito com seu modo de falar.

— Fofa é o seu...

— Olha como trata as visitas! — Estende um dedo cheio de anéis como repreensão. — Não vai me perguntar por que vim aqui?

— Já perguntei.

— Não — fala e se aproxima mais, a mulher parece uma cobra se rastejando e esperando a hora certa de dar o bote — Você me perguntou “o que eu faço aqui?”, é diferente. Eu faço uma visita, simples assim. — Deu de ombros. — Mas por que eu vim aqui você não perguntou.

Suspiro fundo, me rendendo ao seu jeito estranho.

— Tudo bem, por que veio aqui, Amanda? — pergunto jocoso, e ela sorri com seu sorriso de cobra, só falta a língua bifurcada.

— Vim por vários motivos, um deles é mostrar como você é uma incompetente.

— Veio me visitar ou me insultar?

— Vim dizer a verdade. Tem algum
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