Mundo de ficçãoIniciar sessão
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41. Um casamento para lembrar
Eles namoraram por seis meses, foi um relacionamento tranquilo, sem qualquer sobressalto. O casal se dava super bem. Apesar de André ser um tanto caladão, Niara entendia o seu lado. Deveria ser muito triste ser sozinho. Durante os dias de internação não veio nem parente para visitá-lo, portanto Niara presumiu que ele também não tinha família. O fato dele não falar sobre o assunto também contribuiu para essa falsa conclusão.Dois meses depois que estava namorando Niara contou a André a história que unia ela e Jaciara."Você quer ouvir minha história de vida?”“Claro, meu amor.”“Eu e Jaciara nascemos em uma pequena aldeia indigena nas serras das Araras, nossa tribo era de fato muito pequena, tínhamos menos de quarenta habitantes, entre jovens, velhos e crianças. Minha mãe era a esposa do pajé e a de Jacira era irmã mais nova do cacique. Durante uma noite uma grande confusão se formou. A Jaci simplesmente sumiu, depois descobriram que ela foi sequestrada e estava sendo mantida sob cárce
42. Ela está grávida
Ela está grávidaEm um determinado momento ela até insinuou que Niara tinha um caso com o sobro. Só porque a moça e o seu sogro tinham muitas coisas para conversar sobre a cidade natal em comum dos dois.Além do mais, Jorge também foi o único sobrevivente de uma chacina por terras, feita pelo mesmo mandante da tribo de Niara. Os dois compartilham memórias dolorosas, sobre perda e morte.Quando Jorge tinha quatorze anos, seus pais viviam em um pequeno sítio, onde havia uma nascente, essas terras são chamadas de brejos. São como ilhas verdes no meio da vegetação característica da Caatinga Nordestina. E as nascentes nesses terrenos, se bem protegidas, são fontes perenes de água, na secura do Sertão. Foi em um lugar como esse que ele nasceu, em uma família amorosa de muito filho. Assim como na aldeia de Niara em uma noite, sob a luz do lampião, homens armados mataram todos que se mexiam à sua frente. Com essa experiência de vida ele veio do Agreste Pernambucano para a capital, na intençã
43. Não é meu filho
No outro dia, quando Niara e Roberto acordaram, estavam deitados em uma cama de hospital. Rosa pessoalmente cuidava da amiga. Se sentindo bastante culpada porque durante a noite ela quase sofreu um aborto.Quando percebeu que eles estavam drogados, Rosa caiu em si, que eles foram vítimas de alguém que queria fazer parecer que tinham um caso. "Você está bem?”“Por que estou aqui?”"Você se lembra do que aconteceu ontem.”Ainda muito fraca, com os efeitos da medicação, Niara tocou a mão na cabeça, fechou os olhos, pensando que precisaria fazer um esforço para lembrar. Mas tudo estava muito claro. E ela começou a relatar a Rosa:“Eu estava fazendo ronda no turno da noite de ontem. Quando um dos pacientes afirmou que havia alguém desmaiado no banheiro feminino.”De fato havia. Então eu pedi a ele que fosse chamar uma enfermeira.Quando me abaixei para checar seus sinais vitais, senti uma picada no meu pescoço. Não consegui nem olhar quem era. Meu corpo estava ficando mole e pesado. Cai
44. Um plano
André saiu atormentado da enfermaria em que Niara estava. O que ele não saberia por anos é que tudo isso não passou de uma farsa, montada por sua mãe e Alice com a ajuda de uma pessoa do hospital. E que o plano havia logrado seu objetivo, que era separá-lo de Niara.Alguns dias antes do sequestro de Niara e Beto.Em um bar, três mulheres se sentaram em uma mesa discreta de canto para planejar uma ação que pudesse finalizar definitivamente a união entre Niara e André. Essas quatro mulheres eram: Margarida a mãe, Alice a pretendente, Maria a empregada de confiança da casa e Deusilane, uma enfermeira do hospital em que Niara trabalhava.Enquanto as duas primeiras tinham interesse em acabar o casamento, as outras duas, estavam nessa apenas pelo dinheiro que lhes foi oferecido. Cada uma teria um papel primordial nesse plano.Margarida havia plantado desconfianças na cabeça do filho, todos os dias. A partir dos primeiros dias em que o casal foi morar na sua casa. Tentaram primeiro minar a c
45. Teste de paternidade recusado
Depois que André foi embora, Niara ficou atordoada com a visita e as coisas sem sentido que ele falou. Ela estava no seu terceiro dia de internação quando ele veio. Quando ela abriu os olhos e o viu ali do seu lado, pensou.‘Agora ele vai me escutar e resolveremos todos os nossos problemas.’Mas as primeiras palavras de André. A deixou muito confusa.“Soube que você tentou abortar o bastardo na sua barriga, mas não deu certo.”O espanto a fez arregalar os olhos e perguntou:“André, você está louco? Do que você está falando? Primeiro, é seu filho que está aqui na minha barriga e segundo, eu não tentei abortar. Eu estou…”“Não precisa mentir. Eu já sei de tudo!”“O que você pensa que sabe?”“Do seu caso com esse Roberto, e que esse filho não é meu.”“André, me escute."“Não tenho mais nada a falar com você. Só vim trazer sua mala.”Depois de mostrar as coisas de Niara e sair, Ele não voltou mais a procurá-la. Foi ela quem uma semana depois, quando se recuperou e saiu do hospital que foi
46. A perseguição (parte um)
Atordoada, Niara cerrou os punhos e respirou fundo. No seu coração, ela amaldiçoou André inúmeras vezes. Depois de uma noite inteira de congresso médico, de uma viagem estressante e cheia de conexões, Niara virou as costas para aquelas duas pessoas e caminhou até o ponto de ônibus. No fim, os dois não saíram em bons termos. Enquanto isso André estava pensando o quanto Niara estava bonita. Sua barriga de grávida lhe trouxe uma aparência mais excitante. O corpo dele até reagiu quando a viu andando pelo aeroporto. Do lado de Alice, essa não parava de falar, mas André não prestou atenção na tagarelice dela até que ouviu a palavra, Trio.“O que?”“O que, o que?"“O que você disse sobre um trio.”"Semana passada sua mãe me ligou e falou que viu a Niara morando com a Rosa. Ela não acreditou quando alguém disse que os três formavam um trio. Ela disse que achou nojento demais e foi até o local que disseram que ela estava morando e viu quando o Roberto chegou com as duas. Além do mais, ele e
47. A perseguição (parte dois)
Depois de voltar do congresso ela teve alguns dias muito cheios de trabalho. No final de semana que pensou ligar para André, ela teve um acidente misterioso e entrou em trabalho de parto precoce. Conta nesse momento trinta e sete semanas e meia de gestação. Era a noite da sexta feira, ela pediu a uma amiga para ficar no horário dela, aquela noite e se preparou para esperar André sair da sede do grupo Mandacaru, para que eles pudessem conversar de verdade.“Aqui estão os prontuários dos pacientes que estão internados. Estão organizados em ordem de prioridade. Se você observar, existe um marcador de cores diferentes para cada gravidade. Vermelho para aqueles mais graves, amarelo para os medianos e verde para os que só necessitam de observação para receber alta médica amanhã.”“Ok, já entendi. Pode ir para o seu compromisso.”Niara deixou o consultório e se dirigiu para a sala de descanso dos médicos. Quando ela abriu a porta e pôs o pé dentro da saba uma enorme poça de água, a fez esco
48. A perseguição (parte três)
Ele estava muito irritado quando chegou em casa. Lá Alice tinha se instalado como se fosse a dona. Ela e sua mãe conversavam como se nada de diferente tivesse acontecido. Era quase uma hora da manhã e ela mais uma vez pediu para ser levada para casa pelo rapaz.André resolveu levá-la e dá um basta as esperanças de Alice, ele achava que ela estava muito empolgada pela sua separação com Niara. Porém, ele sabia que nunca poderia ter qualquer coisa com ela, já que a amava como se fosse sua própria irmã.“Vamos, Alice?”“Claro. Vou só pegar a minha bolsa e me despedir da tia Margarida.”As duas entraram na sala de jantar e ao pegar a bolsa, Alice cruzou os dedos para Margarida, como se pedisse para ela rezar por sua vitória hoje.“Vamos, André.”A voz de Alice se tornou mais doce e suave quando falou com o rapaz. Na rua eles seguiram para a casa da garota. Em um trecho mais escuro da rua Alice deu um jeito de tropeçar e se agarrar a André. O rapaz instintivamente a pegou nos braços. Ela f