Capítulo 3. Aline.

No vídeo que estava rolando, deu para ver meu irmão agarrando em meu pescoço e apertando até eu desmaiar, mas antes que a escuridão me alcançasse, foi possível escutar ele exclamando “Isso que você sempre mereceu!”

— Isso aí é falso, eu nunca fiz isso. — Meu irmão tentou negar, porém, as imagens são bem claras.

— Cala boca Rael, ou eu não responderei por mim. — O Don avisou e então olhou para mim. — Eu ficarei com esse pen drive, e eu concordarei com o cancelamento, mas peço que você pense mais uma vez sobre sair da família.

— Eu não preciso pensar mais, já decidi que quero distância de tudo e todos que envolvam nossa família.

— Você já sabe para onde vai? Quer ajuda em algo? Minha família deve a você.

— Não se preocupe Don, Lucca irá comigo e me ajudará em tudo que eu precisar. — Ele acenou.

— Quem é Lucca? — Escutei a voz do meu digníssimo novamente, mas dei de ombros.

— É um rapaz que sempre foi apaixonado por Aline. — Sônia retrucou.

— Augusto, você não está pensando em concordar com esse absurdo, né? Vai deixar minha esposa ir embora com outro Homem.

— Murilo, acho que você não entendeu nada do que foi dito aqui. Depois de amanhã você não terá mais esposa. Aline, você pode ir, agora quero conversar com meu irmão e com o seu, logo mais farei uma reunião com os nossos pais e amanhã você será uma mulher livre para fazer o que quiser com sua vida. Sônia, meu amor, leve Aline até a porta, que agora quero ter uma conversa com Murilo, Rael e sua esposa. — Ela acenou para ele e segurou minha mão, me levando até a porta.

— Aline, qualquer coisa que você precisar, pode vir nos procurar que sempre estaremos aqui, pois nunca fomos a favor do que Murilo fez com você. Que pena que ele se arrependeu tarde demais.

— Obrigada, Sônia! — Me despedi dela sem nem questionar o que ela queria dizer com ele se arrepender tarde demais, pois nada mais que envolvia Murilo era da minha conta.

Ao sair da casa do Don eu peguei meu celular e imediatamente liguei para meus amigos para marcar uma noite de bebedeira com eles. Lucca não poderia vir, afinal ele está em outra cidade, mas como presente pelo feito anterior, Lucca envia um dinheiro para mim e diz que a noite é digna de uma grande comemoração. No caminho da minha casa comecei a rir, pois, me sentia livre, como se um peso grande tivesse sido arrancando dos meus ombros. Cheguei em casa, e quando deitei na minha cama as lágrimas que eu deixei presas começaram a rolar. Então, percebi que agora mais do que nunca que precisava ir embora. Se ele estivesse aqui para ficar, eu não conseguiria guardar meu coração por muito tempo. Ainda amo Murilo, desde que eu descobri o que era amor, e sempre foi ele que mexeu comigo de uma forma que nunca outro conseguiu.

Chegou a noite, vesti um vestido branco bem justo no corpo, porque hoje tudo em mim está branco. Queria sair desses casamentos da forma que eu entrei e me despedir da forma mais alegre que eu consegui. Fui com carro até a boate que marcamos, deixei o carro no estacionado da esquina onde não ficava nem perto demais e nem longe, coloquei meu salto e vou em direção a boate. Ao entrar, dou de cara com minhas amigas. Ao me ver, Evelyn vem me abraçar, me parabenizando pelo divórcio. Eu agradeci e abracei cada uma delas, logo depois vamos para o bar pedir nossas bebidas. A pista foi o destino seguinte, e lá dançamos até às pernas ficarem bambas, não demorou muito e logo vi minhas amigas dando uns pegar nos rapazes que vieram com elas. Resolvi sair da pista e caminhei em direção ao bar. Pedi mais umas e já estava a ponto de não distinguir quem era quem, acho que nem lembrava do meu nome.

— Sozinha?

Eu escutei uma voz que me transmitia arrepios, virei meu rosto e parecia ser alguém conhecido, só que no momento não consegui descobrir quem era (eu estou muito bêbada.)

— No momento, sim. — Eu confirmei, procurando minhas amigas, mas não as encontrei.

— Posso me sentar ao seu lado? — Ele perguntou e eu dei de ombros.

— Está comemorando algo?

— Sim, estou comemorando a liberdade.

— E o que prendia você? — Ele perguntou e eu bati em meu peito.

— Isso aqui, meu coração idiota que me prendia. Ele amou por anos alguém que nunca me olhou da mesma forma. Mas hoje eu estou livre dele e posso dar para outro o que aquele idiota não quis. A propósito, qual é seu nome?

— hum! — Começando a falar, me olhou e então disse. — Não vamos nos prender a nomes hoje. Então... me diga o que você tanto guardou para esse amor não correspondido?

Eu cheguei perto dele tentando me lembrar de onde eu o conhecia, mas não consegui lembrar, meu cérebro estava cheio de álcool e como seria o último dia que eu iria vê-lo, não me importei em desabafar.

— Tudo bem, senhor sem nome. Eu guardei tudo, meus beijos. — Falei tocando meus lábios. — Meu corpo e tudo que envolve a primeira vez de alguém.

— Você nunca beijou ninguém? — Ele perguntou como se não acreditasse.

— Não. Porquê? Você quer ser o primeiro? — Eu falei chegando mais perto. Ele olhou para minha boca e depois me encarou pedindo permissão e quando ia me afastar dele, ele me puxou para o meu primeiro beijo, e que beijo! Por um momento, passou pela minha cabeça se Murilo beijaria assim!

Ele me puxou para perto dele, segurou minha cintura e com a outra mão ele apertou minha nuca, me beijando ainda mais. Sinto sua língua pedindo abertura para invadir minha boca e eu apenas abri um pouquinho e ele aproveitou para devorar minha boca. Queria ser beijada assim diariamente! Ele pára um pouco e pergunta se eu queria ir para um lugar mais sossegado. Só podia ser a bebida, pois eu concordei e ele me levou para um quarto. A única coisa que passava nos meus pensamentos era: Já que estou aqui vou deixar tudo rolar, e deixar para me arrepender depois.

Eu acordei com uma baita dor de cabeça, me sentei, olhei para os lados e percebi que não estava no meu quarto. Meu corpo inteiro doía como se eu tivesse corrido uma maratona. Virei meu rosto para lado, e ao perceber quem está lá, tomei um susto enorme.

— Não. Isso jamais poderia ter acontecido.

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