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Capítulo 5: Murilo. Consumido pelo ódio.

Todas as minhas visitas à vila sempre que tinha oportunidade eu perguntava a Rael sobre sua irmã e a única coisa que recebia em troca era para eu esquecê-la, pois mulher igual Aline tinha que viver sozinha e que ela não valia nada. Fiquei horrorizado ao ouvi-lo dizer isso da própria irmã, mas imagino que ela deve ter aprontado algo, porque meu amigo não teria esse ódio gratuito sem que ela tenha feito nada.

Em alguns dias, meu "casamento" e de Aline irá completar cinco anos, e eu nunca dei ao menos um beijo em sua mão nesses anos todos. Nesse tempo que retornei para nossa vila, só a vi uma vez, mas acho que ela não me percebeu, pois, estava junto a um grupo de pessoas rindo muito[...] e parecia muito feliz. Observando essa cena, não quis estragar a felicidade dela, daí resolvi voltar para trás sendo essa a última vez que eu a vi de perto... até hoje.

Guto me avisou que Aline estava vindo para nossa casa e que ela pediu uma reunião. Eu o supliquei para estar presente nessa reunião e com muita luta ele permitiu. Guto pediu para eu descer para seu escritório em 10 minutos, pois, os soldados avisaram-lhe que ela já estava entrando. Nessa hora, me bateu um nervosismo, pois não entendia o porquê de depois de cinco anos ela marcou esta reunião. Será que aconteceu algo? Não consegui esperar os 10 minutos, desci imediatamente às pressas. Foi aí que vi o exato momento que ela entrou e moveu em direção ao escritório de Augusto.

Quando cheguei em frente a porta, respiro fundo e a abro. Ela ficou da mesma forma que estava, sem nem virar o rosto. Guto me mandou sentar ao lado de Rael, em seguida Sônia pede para Aline começar a falar. Quando ela abre a boca ela dá facada, seguida de paulada em meu coração, mas o pior foi ver com meus olhos as cicatrizes por todo seu corpo, quem fez isso com ela só pode ser psicopata. Mesmo com cicatrizes, minha mulher continua linda.

Rael diz que Aline está mentindo, que o pai deles a trata como uma princesa. Logo em seguida, ela dá uma gargalhada tão gostosa que eu daria tudo para poder ouvir ela todo dia, mesmo ela sendo cheio de sarcasmo. Meu irmão, decidido, pediu uma prova. Ela, como se já esperasse por isso, lhe entrega Pen drive. E por Deus, nesse momento eu desejei ser morto por traição antes de ter visto o que eu a fiz passar.

O pai de Aline teve a pior reação possível: lhe atacou com socos de mãos fechadas em todo seu corpo até ver que ela desmaiava. Eu não pude acreditar no que vi, achei que era impossível sentir tanto ódio de uma pessoa até ver o vídeo do meu amigo, que diz ser irmão da minha mulher.

O pior veio após ver Aline desmaiar do tanto que apanhou do seu pai, além de ver seu irmão querendo se aproveitar da merda que eu fiz culpando a minha mulher por eu abandoná-la, como se ela tivesse me expulsando quando, na verdade, a única culpa dela foi ter amado uma merda de homem como eu. Augusto liberou Aline do nosso casamento e deu permissão para que ela fosse embora. Isso quase me matou, foi comparado a um soco na minha cara, pois só de imaginar ela longe daqui, correndo todos os perigos possíveis, me deixou aterrorizado.

Eu ainda tentei questionar se ele estava doido de deixá-la sair assim. Ele disse que eu não tinha mais nada a ver com ela, que agora ela era uma mulher livre para tomar as decisões de sua vida e que culpado de tudo era eu. Estava ainda processando tudo que foi dito aqui dentro, quando ouvi a voz de Rael e toda a minha razão foi pelo espaço. Avancei nele com fúria e lhe dou um soco. Por cima dele, continuo batendo até que sou agarrado pelo meu pai e pelo meu amoroso sogro, quando me virei para ele, e ainda mais irritado, eu já estava me preparando para quebrar sua cara também, quando meu irmão deu ordem para eu não fazer o que estava planejando, pois já percebeu o que pretendia fazer.

— Muito bem, senhores, eu os chamei aqui para comunicá-los que Aline não faz mais parte da nossa família e depois de amanhã ela será uma mulher divorciada.

— Eu nunca vou permitir isso, o que aquela garota tem na cabeça que não aprende nada! Mesmo com o tempo ela continua sendo uma garota burra e mimada! — Esbraveja seu pai. Comecei a respirar fundo para não perder a razão novamente. — Não se preocupe Don, irei trazer ela amanhã aqui e ela já nem lembrará dessa besteira de divórcio.

— E como você a fará esquecer? — pergunta meu irmão empurrando o rato para a sua armadilha. — Você irá bater nela? Ou irá fazer exames que comprovam que ela não se deitou com ninguém nesses cinco anos?

— Não sei o que aquela garota falou aqui, mas eu nunca levantei um dedo para ela.

Ele tentou mentir, mas logo meu irmão colocou o vídeo novamente, soltando exatamente na parte que ele está espancando minha mulher. Meu pai ficou em choque com o que ver na tela do Notebook, e meu sogro, surpreso, ficou pálido como um papel em branco.

— Coitada. O que essa pobre garota fez para merecer isso? — Diz o antigo Don com lágrimas nos olhos.

— Você ainda pergunta Richard, ela mal casou e já foi abandonada no mesmo dia do casamento. No dia que você me procurou para fazer o acordo e casar nossos filhos, eu jamais imaginaria que aquela idiota iria fazer minha família virar chacota em nosso meio.

— E que culpa ela teve? A Aline não pediu para ser deixada no altar! Se tem alguém que teve culpa nisso tudo fui eu. Se eu pelo menos, imaginasse que faria isso com ela eu nunca teria ido atrás de você para esse casamento acontecer. — Diz meu pai me tirando de vez do eixo.

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