Capítulo 9. Aline.

Estava fazendo o almoço por que Bernadete vem almoçar aqui em casa, antes de morarmos juntas ela almoçava em um restaurante perto da clínica, mas agora almoçamos juntas em casa. Ela dizia que como estou com um barrigão e não era bom ficar muito tempo, sozinha.

O almoço vai ser o prato preferido de Bê, ela me ensinou quase tudo que sei hoje. Coloquei a lasanha no forno e fui até o banheiro para um banho bem demorado, pois eu estou suada de limpar a casa. Meu banho demorou o tempo suficiente para me deixar relaxada e vou para a sala me sentar no sofá. Peguei uma escova e penteei meus cabelos, que estava mais cumprido do que quando eu saí da minha cidade. Ainda de toalha eu me sentei no sofá puxando a mesa de centro para esticar minhas pernas e relaxar ainda mais. Meus pés ultimamente estão inchados, e foi por conta de eles estarem inchados que Victor, o primo da minha amiga e meu patrão, comprou uma poltrona e colocou na recepção da clínica para mim e ele dizia que não é para eu ficar muito tempo em pé que não há necessidade.

Meu cabelo estava enorme, eu vou corta-lo antes de Ian nascer. Todo dia, as vizinhas aqui comentavam sobre ele: “minha filha esse cabelo vai dar trabalho quando esse neném nascer.” Eu já decidir que vou dar um jeito nele, pois eu costumo gastar mais de trinta minutos com ele, e quando meu bebe nascer não terei tanto tempo livre e sempre gosto de lava-lo a cada dois dias. Escutei batidas na porta. Tenho certeza que Bernadete esqueceu sua chave de novo, afinal, ela sempre faz isso.

Vou até o fogão para verificar se a lasanha estava pronta. Apaguei o fogo e as batidas na porta continuavam. Eu podia deixar essa sem vergonha na porta mais um tempinho para ela aprender a carregar suas chaves.

Comecei a rir antes mesmo de abrir a porta e disse.

— Bê, você não vai perder essa mania de esquecer a chave, garota?

Levantei meu rosto para ver a pessoa que estava a minha frente e ao perceber que não era minha amiga eu gelei. Passou um arrepio pelo meu corpo, fiquei alguns minutos sem reação, quando voltei a realidade eu tentei fechar a porta, mas a pessoa a minha frente foi mais rápida, ele me olhou dos pés à cabeça, foi subindo o seu olhar como se estivesse em câmera lenta, seu olhar para na altura da minha barriga. Não sei se é engano meu, mas quando seus olhos encontram os meus eles estão úmidos como se ele tivesse emocionado, ele caminhou em minha direção até ficarmos próximos, me tomou em seus braços cheirando meus cabelos, me abraçou muito forte como se estivesse esperando por isso há muito tempo. Continuei sem reação até ele se afastar... Murilo tentou colocar a sua mão em minha barriga, mas me afastei antes dele alcança-la, coloquei minhas mãos na minha barriga como se pudesse proteger meu bebê.

— Como? Porquê? O que você está fazendo aqui? — Falo sem conseguir terminas minhas frases direito.

— Vim pegar de volta o que é meu. — Ele diz me fazendo dar mais um passo para trás ainda com as mãos em meu ventre.

— Você não vai tirar meu bebê de mim, ele é meu e de mais ninguém.

— Meu Deus, Aline! Você sempre pensou o pior de mim assim?

— E como eu deveria pensar em você?

— Me perdoe pelo que eu fiz, por favor, eu só quero você de volta a minha vida.

— De volta? E quando eu fiz parte de algo que envolva você?

— Sempre fez. — Ele me fala fazendo-me gargalhar, mas ele continua, sério.

— Nossa você é muito engraçado. Por um momento eu jurei que você estava falando sério.

— Mas eu estou. Você é minha esposa.

— Ah, Murilo! Me poupe e se poupe. Me diga logo o que você veio fazer aqui? — O interrompi antes dele termina de falar

— Eu vim te buscar para te levar de volta para nossa casa.

— Você bateu a cabeça no caminho até aqui? — Ele olhava como se não entendesse a minha pergunta. — Se bateu e esqueceu de algo eu vou te lembrar. Nunca teve essa história de “nossa casa”, eu nunca tive uma vida ao seu lado, e eu nunca fui sua. O que aconteceu naquela noite foi por conta da bebida, e não será agora que eu vou viver em uma ilusão de conto de fadas, agora me faz um favor e saia da minha casa e por favor não volte mais.

— Eu não vou deixar você nunca mais, eu só saio daqui com você e nosso bebê. — Ele disse me deixando com mais fúria, chegando mais perto dele e coloco um dedo em seu rosto.

— Meu... Ele é meu. Só meu. — O desgraçado aproveitou que a distância diminuiu entre nós e me puxa para mais perto me abraçando, tento me afastar, mas ele coloca a mão em minha nuca e toma meus lábios em um beijo.

Como eu senti falta dos beijos dele, e como eu queria continuar sendo beijada, mas tinha que vencer meus próprios anseios e não me deixar ser vencida por ele. Coloquei forças em meus braços para o afastar de mim, mas todas as minhas forças não foram suficientes para o manter longe. Quanto eu mais empurrava mais ele me agarrava e me beijava, meus sentidos já não estavam mais me obedecendo, eu estava cedendo a ele, mas para minha sorte antes que eu caísse ainda mais nesse abismo sem volta ele me soltou para respiramos.

Estávamos ofegantes o tempo parecia parado, ele ainda estava perto de mim então aproveitei a deixa de estamos ainda tentando nos recuperar e o empurrei para longe de mim.

— Você não tem esse direito de chegar aqui e me beijar dessa forma. — Digo tentando manter a voz firme.

Sei que se ele percebesse o total controle que ainda tem sobre mim ela iria usar para, e eu tinha a certeza que ele usaria para me magoar ainda mais, e me manteria refém desse sentimento bobo que não quer ter fim. Me afastei dele e tentei manter o máximo de distância possível entre nós dois.

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