Estava deitada no colo de Murilo enquanto ele passava a mão em minha barriga, mimando o meu filho. Fiquei quieta para ele não saber que eu tinha despertado e tentar descobrir o que ele faria a seguir. É incrível como o sangue fala mais alto, pois no momento que Murilo colocava as mãos em minha barriga, o meu menino mexia. Até parece que ele estava ansiando por esse toque. Eu constatei, então, que o melhor que eu poderia fazer por meu filho era manter o pai dele ao seu lado.Coloquei minha mão em cima da dele, tentando dar um sinal de que não estava gostando da intimidade que ele estava tendo em tocar minha barriga, mas isso não o deteve. A sala começou a ser preenchida com o som da sua voz falando com meu filho. Ele falava que a origem da ligação que os dois tinham vinha do amor que eles sentiam por mim. Murilo também falou sobre uns erros que ele já cometeu na vida dele, e que o maior foi o que ele fez comigo. Estava estarrecida em ouvi-lo dizer que sempre me amou, mas que foi burro
Os dias passam rápidos quando se estar ao lado da pessoa amada, quando temos ela ao nosso lado todo dia. Mas para eu conseguir ficar ao lado da minha ternura, eu tinha que pisar em ovos. Com tudo ela discutia. Eu querendo ficar ao seu lado e ela querendo se afastar ainda mais de mim. Todo dia eu repetia as mesmas palavras “não vou embora sem vocês.” e continuaria repetindo até entrar na cabeça dela, ou até ela aceitar me ter por perto.O que me deixou mais orgulhoso da minha mulher foi vê-la trabalhando, mesmo grávida. Sei que deve dar uma canseira enorme, sem contar no sono que deve dar durante o dia. Na hora do almoço dela, eu sempre aproveitava para almoçar com ela e sua amiga. Ela tentou bater à porta na minha cara nos primeiros dias, mas eu era mais rápido e pulava para dentro antes da porta se fechar. Outro dia ela conseguiu me acerta, só que em vez do rosto ela acertou minha mão. O grito foi alto. Bem alto mesmo. Só que não foi de mim que o grito saiu, mas da minha mulher. Naqu
Estava sonhando um sonho tão real em que eu estava com um bebê no meu colo. Ele choramingava e eu tentava acalentá-lo. Então, de repente, Murilo chegava e me abraçava por trás colocando suas mãos por baixo das minhas e cantava uma música de ninar para acalmar o bebê que, estava em meu colo. Ele cantava bem baixinho e com a voz bem mansa, o que fez o menino se acalmar. Ele ficava com os olhinhos bem abertos e admirando o homem que estava me abraçando e cantando para ele... Como eu queria que aquele sonho fosse real e que eu não precisasse acordar. Mas não podemos realizar todos os nossos desejos. Fiquei ouvindo a voz de Murilo cantando baixinho, logo em seguida, ele mudou a música e começou a chamar meu nome e ficou o repetindo. Foi aí que percebi que eu estava dormindo, e fui despertando pouco a pouco ao som da voz de Murilo chamando meu nome.Acordei e dentro de mim se formou um vazio por saber que aquilo não era realidade, então percebi que ainda tinha esperança de ter um futuro ao
O doutor chegou perto de mim e começo as perguntas de rotinas feitas em todas as consultas.— Como está a mamãe hoje?— Estou bem, Doutor. Ele passou o olhar de mim para essa parede de músculo ao meu lado. Acho que ele não gostou muito da forma que o médico me chamou, pois a cara dele estava de quem queria matar alguém. Será que ele ficou com ciúmes do meu médico?— Você é algum irmão dessa linda mamãe? Ou algum amigo?— Não, sou o marido da mamãe mais linda de todas. E sou o pai do filho que tem a mamãe mais linda do planeta. — Eu me controlei para não rir da cara que Murilo fez enquanto expressou cada palavra. Ele achava que o doutor estava dando em cima de mim.— Ok! Agora vamos ver o filho de vocês. E parabéns, papai! Como eu sempre falo para meu marido: “o homem que conquistou o coração dessa mulher é um alguém de muita sorte. Mulher igual ela não se encontra mais” — Ele falou, fazendo Murilo pigarreia.— Marido? — Ele perguntou como se não acreditasse que esse homão é casado e
Estávamos no carro de volta para a casa da minha mulher. Eu estava em êxtase pelo acontecimento de mais cedo. Quando eu descobri que seria pai eu achei que jamais me emocionaria igual. Mas eu estava muito enganado. Ouvir o coração do nosso menino me fez sentir algo que até então era desconhecido. No momento em que Aline me chamou para participar da consulta com ela, eu achei que não teria coisa melhor nesse mundo. Só que ao ver Ian se mexendo naquela telinha e o coraçãozinho dele batia igual um cavalo trotando “...tum... tum... tum”. Esse se tornou meu som favorito. No começo da consulta, eu quase tive um ataque por achar que o médico estava xavecando minha mulher, mas ao descobrir que ele era casado e gay, me deixou bem tranquilo. Um a menos para competir o coração da minha Ternura. Ela sempre será só minha. Eu sei que ainda tenho um caminho grande pela frente a trilhar para ter Aline de volta em minha vida. Ela estava mais calma, e me deixando conviver com ela, todavia ela ainda di
Eu ainda estava sem acreditar em tudo que aconteceu, nunca mais na minha vida eu quero sentir aquele sentimento de perda, e com certeza não quero mais ver minha mulher desmaiada em meus braços. No caminho do hospital, eu liguei para Bernadete e avisei ela do que aconteceu com Aline e disse para onde estávamos levando-a. E é claro que ela veio logo com pedras para cima de mim.— Isso tudo é tua culpa! Tudo estava sob controle e foi só você chegar que a vida da Soninho virou de cabeça para baixo.Ela continuou falando e eu ouvindo, porque no final, ela estava certa. Após ela desligar, eu voltei minha atenção para minha mulher desmaiada. Eu passava a mão pelo seu rosto e por dentro meu coração estava despedaçado. Eu chamava seu nome e ela não respondia.— Será que você pode dirigir a droga desse carro mais rápido? — Eu gritei com o idiota que estava ao volante. — E Rael, que merda você tem na cabeça? Você não viu o tamanho da barriga dala não? Será que tu não podias dizer isso com calma?
Despertei em um quarto estranho com um cheiro forte de desinfetante. A porta do quarto se abriu, e quando vi a preocupação estampada no rosto de Murilo, tudo voltou a minha mente como um flash. Murilo estacionou o carro a frente a minha casa e vi dois homens na frente da minha casa. Quando mirei os olhos para ver quem era, meu sangue ferveu. Lá estava meu amigo Lucca e meu “irmão”. Eu não conseguia acreditar que aquele mostro tinha conseguido me achar. Até tentei culpar Murilo, mas ele disse que não tinha nada a ver com a presença de Rael ali. Saí do carro e caminhei em direção a Rael e Lucca. Murilo chegou perto de mim, grudou nossas mãos e caminhamos juntos. Quando Lucca me viu, tentou se aproximar de mim com um papo de que “era bom me ver de novo”. Eu tratei logo de o interromper e o questionei do porque ele ter aparecido com a única pessoa que eu não queria contato. Eu estava ansiosa pela visita de Lucca, mas nunca esperei que ele iria trazer o Rael. Fiquei me questionando o porq
Cheguei em frente ao meu cunhado, e a vontade que eu tinha naquele momento era tortura-lo ali mesmo. Eu ainda não conseguia acreditar que ele teve coragem de chegar em uma mulher grávida e dar a notícia que sua mãe estava em coma. O que será que aquele idiota tinha no cérebro? Aline é uma mulher sensível e grávida ela se torna dez vezes mais. Portanto, essa notícia tem que ser dada com calma e com cuidado, não da forma que ele fez.— Lá fora, agora! — Rael começou a andar e Lucca ficou parado. — Estou falando com os dois!Aumentei o tom da voz e o idiota do Lucca que mesmo contra a vontade começou a andar. Tomei a frente dos dois e no momento que chegamos do lado de fora com uma distância boa do hospital eu me virei e com a minha mão predominante eu soquei a cara de Rael, que caiu com tudo no chão. O soco foi tão forte que o fez cuspir sangue. Lucca o ajudou a se levantar e Rael veio na minha direção.— Ficou louco, cara? — Ele disse com o rosto próximo ao meu. — O que eu fiz para mer