Estávamos no carro de volta para a casa da minha mulher. Eu estava em êxtase pelo acontecimento de mais cedo. Quando eu descobri que seria pai eu achei que jamais me emocionaria igual. Mas eu estava muito enganado. Ouvir o coração do nosso menino me fez sentir algo que até então era desconhecido. No momento em que Aline me chamou para participar da consulta com ela, eu achei que não teria coisa melhor nesse mundo. Só que ao ver Ian se mexendo naquela telinha e o coraçãozinho dele batia igual um cavalo trotando “...tum... tum... tum”. Esse se tornou meu som favorito. No começo da consulta, eu quase tive um ataque por achar que o médico estava xavecando minha mulher, mas ao descobrir que ele era casado e gay, me deixou bem tranquilo. Um a menos para competir o coração da minha Ternura. Ela sempre será só minha. Eu sei que ainda tenho um caminho grande pela frente a trilhar para ter Aline de volta em minha vida. Ela estava mais calma, e me deixando conviver com ela, todavia ela ainda di
Eu ainda estava sem acreditar em tudo que aconteceu, nunca mais na minha vida eu quero sentir aquele sentimento de perda, e com certeza não quero mais ver minha mulher desmaiada em meus braços. No caminho do hospital, eu liguei para Bernadete e avisei ela do que aconteceu com Aline e disse para onde estávamos levando-a. E é claro que ela veio logo com pedras para cima de mim.— Isso tudo é tua culpa! Tudo estava sob controle e foi só você chegar que a vida da Soninho virou de cabeça para baixo.Ela continuou falando e eu ouvindo, porque no final, ela estava certa. Após ela desligar, eu voltei minha atenção para minha mulher desmaiada. Eu passava a mão pelo seu rosto e por dentro meu coração estava despedaçado. Eu chamava seu nome e ela não respondia.— Será que você pode dirigir a droga desse carro mais rápido? — Eu gritei com o idiota que estava ao volante. — E Rael, que merda você tem na cabeça? Você não viu o tamanho da barriga dala não? Será que tu não podias dizer isso com calma?
Despertei em um quarto estranho com um cheiro forte de desinfetante. A porta do quarto se abriu, e quando vi a preocupação estampada no rosto de Murilo, tudo voltou a minha mente como um flash. Murilo estacionou o carro a frente a minha casa e vi dois homens na frente da minha casa. Quando mirei os olhos para ver quem era, meu sangue ferveu. Lá estava meu amigo Lucca e meu “irmão”. Eu não conseguia acreditar que aquele mostro tinha conseguido me achar. Até tentei culpar Murilo, mas ele disse que não tinha nada a ver com a presença de Rael ali. Saí do carro e caminhei em direção a Rael e Lucca. Murilo chegou perto de mim, grudou nossas mãos e caminhamos juntos. Quando Lucca me viu, tentou se aproximar de mim com um papo de que “era bom me ver de novo”. Eu tratei logo de o interromper e o questionei do porque ele ter aparecido com a única pessoa que eu não queria contato. Eu estava ansiosa pela visita de Lucca, mas nunca esperei que ele iria trazer o Rael. Fiquei me questionando o porq
Cheguei em frente ao meu cunhado, e a vontade que eu tinha naquele momento era tortura-lo ali mesmo. Eu ainda não conseguia acreditar que ele teve coragem de chegar em uma mulher grávida e dar a notícia que sua mãe estava em coma. O que será que aquele idiota tinha no cérebro? Aline é uma mulher sensível e grávida ela se torna dez vezes mais. Portanto, essa notícia tem que ser dada com calma e com cuidado, não da forma que ele fez.— Lá fora, agora! — Rael começou a andar e Lucca ficou parado. — Estou falando com os dois!Aumentei o tom da voz e o idiota do Lucca que mesmo contra a vontade começou a andar. Tomei a frente dos dois e no momento que chegamos do lado de fora com uma distância boa do hospital eu me virei e com a minha mão predominante eu soquei a cara de Rael, que caiu com tudo no chão. O soco foi tão forte que o fez cuspir sangue. Lucca o ajudou a se levantar e Rael veio na minha direção.— Ficou louco, cara? — Ele disse com o rosto próximo ao meu. — O que eu fiz para mer
Murilo entrou no quarto em que eu estava, com cara de poucos amigos. Eu o encarei tentando decifrar o que se passava na mente dele, e foi quando eu olhei para Rael e Lucca que eu entendi. Os dois estavam com machucados no rosto. Rael estava pior. Por todo o seu rosto tinha escoriações. Já Lucca estava só um pouco vermelho na boca. Voltei meu olhar para o Murilo e ele piscou um olho na minha direção, não resisti e sorri. Parecia que ele estava se achando o machão por ter dado umas porradas naqueles dois.Eles se aproximaram da minha cama, Bernadete foi se levantado e se colocando a minha frente, como se ele fosse um segurança. Quanto mais perto eles chegavam, mais ela inchava o peito para tentar colocar medo neles. — Bê, pode se desarmar. Tenho certeza de que eles não irão me machucar. Pelo menos não agora né, Rael? — Bernadete senta ao meu lado de novo.— Acho bom mesmo eles não tentarem nada ou eu pego esse negócio de colocar soro e dou na cabeça deles. Dos três! Entendeu “ex-marido
Sempre fui amigo de Aline, mas após completar dezoito anos, eu comecei a vê-la com outros olhos. Aquela minha amiga, que até uns dias atrás era uma menina meiga e gentil se transformou em uma linda mulher, muito rapidamente. E foi no dia do seu aniversário que eu me apaixonei por ela. Também foi naquele dia que eu decidi que a tornaria minha mulher, entretanto, para minha total surpresa e fracasso, Aline se tornou esposa do futuro subchefe da nossa família.Eu não podia acreditar que toda a vida que planejei para viver ao lado de Aline foi desmoronando aos poucos com o seu casamento. Como eu não tinha o que fazer para impedir o casamento, e também não queria ficar ali e ver a mulher que eu desejava para mim, se tornar de outro. Eu falei para meus pais que precisava viajar, tirar um ano de celibato. E foi o que eu fiz.Viajei para muitos lugares, porém nenhum deles parecia ter graça para mim. Eu queria Aline ao meu lado, aproveitando cada vista. Queria criar memórias com ela. Quando eu
Quase não acreditei quando Aline me pediu para sair do seu quarto, e ainda por cima deixa aquele idiota com ela. Eu ciumento do jeito que sou, disse que daria apenas meia hora para ela resolver tudo com ele e nenhum minuto a mais. Ela ainda tentou discutir comigo, dizendo que eu não mandava nela e que ela não era minha mulher, mas é aí que ela se engana. Aline sempre será minha mulher e desde quando eu decidir ficar ao lado dela, ela se tornou a única na minha vida. Eu saí do quarto deixando-os sozinhos, com um sentimento de impotência tomando conta do meu ser. — Confia tanto assim nela? — Abriu a boca aquele que era meu melhor amigo. — Não tem medo do que ela poderia fazer com ele nesse tempo que você está aqui fora.Eu já estava me preparando para termina de quebra os dentes que sobraram da boca de Rael, quando a amiga da minha mulher tomou a vez e socou a cara dele. Foi um soco bem forte. E ele ordinário do jeito que é, tentou partir para cima de Bernadete, mas eu entrei na frente
Nunca imaginei que veria Murilo sem controle da forma que ele ficou, quando entrou no quarto que eu estava. O quarto se encheu de pessoas curiosas com o que estava acontecendo ali. Tentaram tirar ele de cima do Lucca, mas quanto mais tentavam mais ele batia. Eu gritava pedindo para ele parar, só que nem isso surgia efeito. Quando conseguiram tirar ele de cima de Lucca, o coitado já estava desacordado. Não digo coitado por estar com dó nem nada, mas por ele apanhar demais. Levantaram Murilo, e eu corri para o abraçar. Eu pedia em lágrimas para ele se acalmar.— Murilo, Por favor! Olha para mim! Murilo você está me deixando com medo. Nosso filho está inquieto. Por favor. — Eu o abracei forte.Ele me abraçou forte, como se quisesse fugir do abismo que o ódio o colocou. Eu me agarrei ainda mais nele, pois eu também estava precisando dele. Apesar de não gostar da forma que Murilo reagiu, ele apenas me defendeu, e isso significou muito para mim. Não conseguia acreditar que meu único amigo,