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Capítulo 2. Aline. Revelando a verdade.

Eu podia ouvir meu coração acelerado a cada batida, parecia mais alto, estava com uma vontade louca de virar o rosto e ver quem era, mas eu já tinha certeza de quem era. Por isso, mesmo que obedeci a minha razão e fiquei da forma que estava, pois, somente pelo perfume que encheu a sala já dava para saber quem era a pessoa que adentrou o escritório.

— Pode continuar, Aline. — Neste momento foi a vez da esposa do Don falar. Olhei para ela que estava me olhando como se me passassem toda coragem que eu precisava.

— Bom, Don eu vim aqui pedir meu desligamento da família. – Falo bem firme.

Não quero demonstrar o quanto estava nervosa.

— Como assim, Aline? Você é casada com o futuro subchefe da família, não pode se desligar sendo casada com ele. — O Don falava em um tom que me fez tremer. O que pareceu que eu era a errada da história.

— Sim, eu sou casada com um homem que fugiu com uma amante no dia do nosso casamento e, se o senhor bem recorda, amanhã já faz cinco anos daquele fatídico dia, onde amanhã mesmo, assim se Deus permitir, eu não serei mais casada. — Disse-lhe entregando uns papeis que eu trazia. Ele abriu e olhou um por um, virou o rosto para o lado do sofá e balançou a cabeça como se confirmasse para alguém que isso era algo que ele imagina.

— Você é advogada, Aline. Portanto, poderá explicar melhor para todos aqui o que está escrito nesses papéis. — O Don falou isso, eu apenas acenei e comecei a falar:

— Como é do conhecimento de todos nessa sala, exatamente a cinco anos eu fui obrigada a casar com o filho do antigo Don, que por coincidência é seu irmão, e todos aqui sabem que eu fui deixada no altar. Como já são cinco anos e não teve consumação do casamento, nada mais pode me impedir de seguir minha vida e passar uma borracha em todo esse tempo que praticamente não existiu.

— Aline, você sabe que nosso pai não vai gostar nenhum pouco do que você está fazendo. — Disse meu irmão num tom de raiva. Me virei para olhar direto no seu rosto.

— Você, meu amado irmão, se esqueceu que em todo esse tempo eu não sei o que é ter pai ou irmão? O que mais vocês poderiam fazer contra mim? Vão me bater até eu desmaiar de novo? Ou melhor, irão me obrigar a fazer outro teste de virgindade para ver se nesses 12 meses que sai debaixo do teto de vocês eu a entreguei para qualquer um?

Todos ficaram em silêncio na sala. Senti o olhar de todos em mim como se não acreditassem no que eu falei. Eu já esperava por isso e muito mais. O que eles não esperam é que vim preparada para mostrar o meu lado da história.

— É difícil, né? Acreditar que um pai tão amoroso como o meu fez isso comigo. — Não esperei eles responderem, logo abri minha bolsa, tirando de dentro dela o exame que meu pai me obrigara a fazer anualmente. — Esses dois aqui foram os únicos que eu conseguir salvar do lixo, e isso aqui — eu levantei e pedi permissão para a mulher do Don para levantar minha blusa até a altura dos seios.

Levantei minha camisa e virei de costas, no exato momento em que nossos olhos se encontraram. Murilo me encarou e desceu o olhar para minha barriga. Mesmo com o coração acelerado, eu fingi não o ver e continuei a falar.

— Essas marcas em minhas costas e em minha barriga foram só mais um presente que meu casamento me proporcionou. — Ele me encarou novamente e eu tentei não vacilar nesse momento. Virei de costas para ele e fiquei de frente para o Don, dizendo. — Essas torturas acontecem desde que eu fui deixada no altar, pois na mente doentia do meu pai, o vosso irmão me deixou por eu ser uma mulher vulgar que dava para todos da família, por isso que o digníssimo do meu marido me deixou pela mulher mais pura que já existiu aqui.

— Isso é verdade, Rael? — Escutei a voz da única pessoa que não queria ver aqui dentro.

— É sério Murilo que você vai acreditar nela? Meu pai nunca levantou a mão para machucá-la, ele sempre cuidou dela como se fosse uma princesa.

Ele mal terminou de falar e eu comecei a gargalhar com a piada que estava ouvindo.

— Posso saber o motivo da gargalhada? — Pergunta o Don.

— Rael sempre foi sério, mas agora eu vejo que ele virou um piadista.

— Aline, sem provas eu não posso lhe ajudar a se consertar com sua família.

— Eu não tenho família. E se for para voltar ter a vida que eu tive nesses cinco anos, eu prefiro ser órfã. Mas não se preocupem, eu já sabia que vocês não iriam acreditar em minhas palavras, por isso eu trouxe isso aqui.

Entreguei um pen drive a ele e peço para abrir na pasta com o nome "casamento", ele me pergunta porque eu a batizei com esse nome. Apenas falei que era para me lembrar que o casamento não foi feito para mim, e que após a anulação eu não iria nunca mais me casar. Ele colocou o pen drive na entrada USB. Rael pediu para eu pensar bem no que estava fazendo. Eu disse para ele ficar tranquilo, pois tinha uma surpresa para ele também. O Don começou abrir vídeo por vídeo. Só deu para escutar meus gritos e o som dos socos que me pai me deu. Murilo, que até momento estava em silêncio, levantou e dirigiu-se para frente do computador. Logo ficou vermelho com a imagem que passara na tela, e neste momento começamos a ouvir a voz do meu irmão.

— Não se preocupe, irmãzinha. Essa é a vida que você vai ter para sempre, pois como você já sabe meu amigo nunca vai querer nada contigo.

A voz do meu irmão começou a ser ouvida por todos no escritório, ele tenta se levantar para negar, porém apenas com um olhar o Don o fez se sentar novamente.

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