Quando o dia amanheceu, Jonathan abriu os olhos lentamente, sentindo-se cansado. Suas noites de sono não pareciam suficientes para restaurar suas energias gastas durante o dia e, naquele momento, ele entendia a frase que o rei sempre disse para ele, “um trono deve ser repartido em dois para que o reino seja próspero”. Agora entendia o que aquilo significava, afinal, estava sentindo na pele como era difícil administrar todo um reino sozinho e tinha plena consciência de que aquilo não poderia ser feito por somente uma pessoa, era difícil demais. Haviam muitas atividades a serem feitas, muitas áreas a serem coordenadas e, por mais que, politicamente falando, pouco a rainha de fato participava, ter alguém ao seu lado para ajudá-lo a pensar seria mais que bem vindo. Tinha consciencia de que precisava de uma rainha forte, inteligente e muito bem preparada para gerir o reino e, memso que sua mãe discordasse, pretendia que sua futura esposa participasse ativamente de todas as áreas de organi
— Mãe, pai — ele falou, sorrindo levemente e se sentando ao pé da cama. — Como estão hoje?— Estamos bem, querido! — sua mãe respondeu, deixando o prato de sopa no móvel ao lado da cama e limpando os lábios do rei com um lencinho. — Esperamos você mais cedo! — Acabei me atrasando um pouco — ele respondeu, se aproximando mais e pegando a mão que seu pai havia lhe estendido. — Precisava conversar com o senhor, pai. — Acredito que sei de qual assunto se trata, mas prefiro deixar que fale com suas próprias palavras, meu filho — o rei respondeu. Salvo os olhos leitosos, sua expressão estava corada e saudável, não fosse pela estranha doença que o acometia, se assentaria sobre o trono por alguns anos mais. — Decidi que o senhor estava certo — Jonathan falou, apertando a mão de seu pai levemente —, preciso me casar! A fala fez a rainha sorrir e bater palmas, esperava aquela declaração vinda de seu filho há semanas e já tinha em vista possíveis pretendentes.— Oh, querido! Estou tão feliz
Quando o dia amanheceu, a cidade despertou com um burburinho sem igual. Naquela manhã, os mensageiros reais deixaram o palacio bem cedo e se espalharam pela região. A contra-gosto, a rainha instruiu os criados sobre as preparações para o baile que haveria e também para receber as possiveis pretendentes do principe, passou seu dia coordenando a organização do palacio e, além disso, escreveu algumas cartas para nobres aliados, visando pretendentes reais e que a agradassem. — Senhora… — sua ama, Lorellay, uma mulher já de idade e com feições extremamente simpáticas. — A temporada mal começou, quem sabe o príncipe desista dessa ideia. A rainha suspirou, observando os empregados correrem com flores e ornamentos para manter o palacio em sua melhor versão para os convidados que chegariam dali há alguns dias. Esperava com toda vontade que o coração de uma mãe pode ter, que seu flho encontrasse a princesa perfeita em alguma das nobres que ela lhe apresentasse e que desstisse daquela ideia to
— Vamos passar a temporada no palácio! — Chelsea gritou, mais uma vez, fazendo Marcel rir. — Irmã, precisamos de vestidos, fitas e luvas novas! Então, sem sequer se importar em ser ou não ouvida, Chelsea passou a enumerar todas as suas nescessidades e tudo o que precisaria adquirir ate o começo da temporada, bem como a gritar aos quatro ventos como estava animada. Enquanto sua irmã se derretia em alegrias, Brista sentia-se em choque. Há tempos não via o principe e, talvez, passar a temporada em seu palacio não fosse a melhor das escolhas para ela. O que faria com tudo o que andara pensando durante aqueles meses? Como controlaria seu coração se fosse obrigada a conviver com ele todos os dias e pior, como se sentiria quando ele apresentasse a todos sua pomposa noiva, futura rainha, cheia de joias, titulos e nobreza? Claro, não era uma plebeia comum, apesar de não ter ascendencia nobre, sua familia era respeitada e muito bemvista na região, mas sabia bem que somente o respeito e a for
Os dias vieram e passaram com muita rapidez e em menos tempo do que Brista esperava, ela estava a caminho do palácio, a carruagem se movia rapidamente pela estrada e seus olhos estavam fixos na paisagem do lado de fora. A cortina da janela que estava aberta, deixava uma bela vista dos montes e montanhas, das florestas e campinas, que tomavam toda a estrada até o castelo real onde a temporada seria realizada. Apesar de não estarem a caminho do castelo oficial, aquela segunda casa real era uma das mais nobres, era lá onde a maioria dos reis haviam realizado seus bailes de noivado para, meses depois, realizarem os casamentos no castelo real oficial. Brista usava um belo vestido em tons de azul que contrastavam com sua pele clara, seus cabelos estavam bem presos, como mandava as normas sociais, e em seu pescoço um belo colar brilhava combinando perfeitamente com seus olhos. Ao seu lado, quase pulando no banco macio de tanta animação, Chelsea olhava sorridente para toda a paisagem, dife
O lugar era belíssimo, havia um belo jardim de entrada que, por conta da primavera, estava coberto por flores coloridas. Além disso, haviam estátuas por todo o jardins, algumas eram bebedouros de pássaros, outras somente adereços entre asd belas flores. A esquerda, um grande lago onde, certamente, os homens poderiam pescar e as donzelas poderiam caminhar e observar a paisagem. Mais ao longe, a entrada para a mata que também fazia parte do terreno real, onde os homens caçavam, uma grande campina que antecedia essa floresta e um estábulo já que havia muito espaço para a cavalgada. Para além disso, haviam muitos outros ambientes e acima de todos a grande construção do palácio que era imensa e Brista concluiu que facilmente se perderia ali se não prestasse atenção a para onde ia. — Estão prontas, meninas? — perguntou Marcel, passando a destra nos cabelos castanhos e suspirando levemente, estava ainda um pouco ofegante por conta da cavalgada. — Mais que pronta! — Chelsea respondeu,
Jonathan sentia o peito em fogo enquanto a observava, Brista enchia seus olhos de alegria sempre que o agraciava com sua presença e, mesmo que ele soubesse que precisava matar aquele sentimento, se permitiu observa-la de longe depois de recepciona-la. Deixou Brista e Marcel se instalarem e encontrarem antigos amigos enquanto ele mesmo ia cumprir seu papel como anfitrião, visto que seu pai não estava em condições de estar em público e sua mãe se ocupava em cuidar dele durante quase todo o dia, deixando para se fazer presente entre os convidados no jantar. Caminhou por entre os grupos e cumprimentou diversas pessoas, em sua maioria moradores de alta estirpe do reino, alguns comerciantes bem abonados e suas filhas, alguns nobres distantes, até um primo distante, Conde de FoxSpeare estava lá. Ele era um bom homem, mas também não havia encontrado uma esposa e esperava que isso ocorresse naquela temporada. O falatório era geral, moças animadas com a possibilidade de bons enlaces, homens
Seu inglês tinha um sotaque arrastado que poderia ser considerado charmoso, até levemente invejável, já que chamou atenção dos cavaleiros presentes e conseguiu a antipatia das damas do recinto. Brista observava o primeiro encontro de longe, sentindo o coração um pouco incomodado e a mente tomada por um sentimento que não conseguia entender. A princesa era bonita, seus olhos, seu porte, seu rosto, via-se que era da realeza. "Eu tenho chances contra ela? Não… Acredito que não", ela pensou, suspirando levemente, mas deixando o assunto de lado quando algo lhe chamou atenção. De longe, um animal corria com muita velocidade e, antes que qualquer um dos guardas o pudessem parar, o cachorro entrou entre o príncipe e a princesa aos pulos de alegria. Suas patas sujaram as anáguas ricas e a expressão de simpatia da princesa se contorceu em irritação. — Animal idiota! — ela gritou, fazendo o cachorro recuar e se esconder atrás do príncipe. — Quem é o dono desta fera?— Sinto muito, senhorita.