Quando o dia amanheceu, a cidade despertou com um burburinho sem igual. Naquela manhã, os mensageiros reais deixaram o palacio bem cedo e se espalharam pela região. A contra-gosto, a rainha instruiu os criados sobre as preparações para o baile que haveria e também para receber as possiveis pretendentes do principe, passou seu dia coordenando a organização do palacio e, além disso, escreveu algumas cartas para nobres aliados, visando pretendentes reais e que a agradassem. — Senhora… — sua ama, Lorellay, uma mulher já de idade e com feições extremamente simpáticas. — A temporada mal começou, quem sabe o príncipe desista dessa ideia. A rainha suspirou, observando os empregados correrem com flores e ornamentos para manter o palacio em sua melhor versão para os convidados que chegariam dali há alguns dias. Esperava com toda vontade que o coração de uma mãe pode ter, que seu flho encontrasse a princesa perfeita em alguma das nobres que ela lhe apresentasse e que desstisse daquela ideia to
— Vamos passar a temporada no palácio! — Chelsea gritou, mais uma vez, fazendo Marcel rir. — Irmã, precisamos de vestidos, fitas e luvas novas! Então, sem sequer se importar em ser ou não ouvida, Chelsea passou a enumerar todas as suas nescessidades e tudo o que precisaria adquirir ate o começo da temporada, bem como a gritar aos quatro ventos como estava animada. Enquanto sua irmã se derretia em alegrias, Brista sentia-se em choque. Há tempos não via o principe e, talvez, passar a temporada em seu palacio não fosse a melhor das escolhas para ela. O que faria com tudo o que andara pensando durante aqueles meses? Como controlaria seu coração se fosse obrigada a conviver com ele todos os dias e pior, como se sentiria quando ele apresentasse a todos sua pomposa noiva, futura rainha, cheia de joias, titulos e nobreza? Claro, não era uma plebeia comum, apesar de não ter ascendencia nobre, sua familia era respeitada e muito bemvista na região, mas sabia bem que somente o respeito e a for
Os dias vieram e passaram com muita rapidez e em menos tempo do que Brista esperava, ela estava a caminho do palácio, a carruagem se movia rapidamente pela estrada e seus olhos estavam fixos na paisagem do lado de fora. A cortina da janela que estava aberta, deixava uma bela vista dos montes e montanhas, das florestas e campinas, que tomavam toda a estrada até o castelo real onde a temporada seria realizada. Apesar de não estarem a caminho do castelo oficial, aquela segunda casa real era uma das mais nobres, era lá onde a maioria dos reis haviam realizado seus bailes de noivado para, meses depois, realizarem os casamentos no castelo real oficial. Brista usava um belo vestido em tons de azul que contrastavam com sua pele clara, seus cabelos estavam bem presos, como mandava as normas sociais, e em seu pescoço um belo colar brilhava combinando perfeitamente com seus olhos. Ao seu lado, quase pulando no banco macio de tanta animação, Chelsea olhava sorridente para toda a paisagem, dife
O lugar era belíssimo, havia um belo jardim de entrada que, por conta da primavera, estava coberto por flores coloridas. Além disso, haviam estátuas por todo o jardins, algumas eram bebedouros de pássaros, outras somente adereços entre asd belas flores. A esquerda, um grande lago onde, certamente, os homens poderiam pescar e as donzelas poderiam caminhar e observar a paisagem. Mais ao longe, a entrada para a mata que também fazia parte do terreno real, onde os homens caçavam, uma grande campina que antecedia essa floresta e um estábulo já que havia muito espaço para a cavalgada. Para além disso, haviam muitos outros ambientes e acima de todos a grande construção do palácio que era imensa e Brista concluiu que facilmente se perderia ali se não prestasse atenção a para onde ia. — Estão prontas, meninas? — perguntou Marcel, passando a destra nos cabelos castanhos e suspirando levemente, estava ainda um pouco ofegante por conta da cavalgada. — Mais que pronta! — Chelsea respondeu,
Jonathan sentia o peito em fogo enquanto a observava, Brista enchia seus olhos de alegria sempre que o agraciava com sua presença e, mesmo que ele soubesse que precisava matar aquele sentimento, se permitiu observa-la de longe depois de recepciona-la. Deixou Brista e Marcel se instalarem e encontrarem antigos amigos enquanto ele mesmo ia cumprir seu papel como anfitrião, visto que seu pai não estava em condições de estar em público e sua mãe se ocupava em cuidar dele durante quase todo o dia, deixando para se fazer presente entre os convidados no jantar. Caminhou por entre os grupos e cumprimentou diversas pessoas, em sua maioria moradores de alta estirpe do reino, alguns comerciantes bem abonados e suas filhas, alguns nobres distantes, até um primo distante, Conde de FoxSpeare estava lá. Ele era um bom homem, mas também não havia encontrado uma esposa e esperava que isso ocorresse naquela temporada. O falatório era geral, moças animadas com a possibilidade de bons enlaces, homens
Seu inglês tinha um sotaque arrastado que poderia ser considerado charmoso, até levemente invejável, já que chamou atenção dos cavaleiros presentes e conseguiu a antipatia das damas do recinto. Brista observava o primeiro encontro de longe, sentindo o coração um pouco incomodado e a mente tomada por um sentimento que não conseguia entender. A princesa era bonita, seus olhos, seu porte, seu rosto, via-se que era da realeza. "Eu tenho chances contra ela? Não… Acredito que não", ela pensou, suspirando levemente, mas deixando o assunto de lado quando algo lhe chamou atenção. De longe, um animal corria com muita velocidade e, antes que qualquer um dos guardas o pudessem parar, o cachorro entrou entre o príncipe e a princesa aos pulos de alegria. Suas patas sujaram as anáguas ricas e a expressão de simpatia da princesa se contorceu em irritação. — Animal idiota! — ela gritou, fazendo o cachorro recuar e se esconder atrás do príncipe. — Quem é o dono desta fera?— Sinto muito, senhorita.
A pequena cena feita pela princesa gerou burburinhos e a monarca se viu envergonhada em seu primeiro dia no castelo do príncipe de Kent. Como ela iria saber que aquele era o cachorro dele? E como ele deixara uma fera mal educada a solta? Esses eram os pensamentos que permeavam sua mente enquanto Aggie esfregava furiosamente um pano úmido em sua saia. Era estranho estar num local tão diferente de sua casa, mas era pelo bem de seu lar e por um vantajoso casamento, então, certamente, valeria a pena, teria de se acostumar. Ficar em seu país significaria casar-se com um nobre local e jamais estar na posição em que queria. Seu irmão iria assumir o trono e, para ela, restaria um casamento com um duque ou algo assim, mas Aggie sempre almejou mais, sua mãe a criou para ser uma rainha e era isso o que ela queria, ser uma rainha.Se não fosse de seu reino, seria de outro, o local pouco importava.Sua criada se aproximou dela com delicadeza, tocando seus ombros com certo carinho. Se conheciam d
“— A mais nova pouco me importa! Levem-na para onde desejarem! — gritou o Griffin, com um sorriso perverso, para seus capangas. Charlotte era arrastada por ele com tamanha brutalidade que, a essa altura, seus joelhos já sangravam por estarem em contato direto com o chão e sua saia estava completamente enlameada. Brista estava tonta, havia recebido uma pancada na cabeça no mesmo instante em que uma das criadas foi morta bem diante de seus olhos, depois disso, não conseguiu raciocinar muita coisa, seus sentidos estavam embaralhados e seu corpo letárgico. Mas algo lhe trouxe de volta à terra enquanto era arrastada por um dos capangas de Griffin o grito de Chelsea, desesperado e sofrido, enquanto três homens lhe amarravam as mãos e lhe puxavam a delicada saia de seu vestido, bem como a fita bonita que prendia seus cabelos. Isso a fez voltar a si. Por um instante, sem saber de onde tirara tamanha força, moveu suas mãos e deu um impulso com seus pés. Primeiro, acertou o rosto do homem qu