O lugar era belíssimo, havia um belo jardim de entrada que, por conta da primavera, estava coberto por flores coloridas. Além disso, haviam estátuas por todo o jardins, algumas eram bebedouros de pássaros, outras somente adereços entre asd belas flores. A esquerda, um grande lago onde, certamente, os homens poderiam pescar e as donzelas poderiam caminhar e observar a paisagem. Mais ao longe, a entrada para a mata que também fazia parte do terreno real, onde os homens caçavam, uma grande campina que antecedia essa floresta e um estábulo já que havia muito espaço para a cavalgada. Para além disso, haviam muitos outros ambientes e acima de todos a grande construção do palácio que era imensa e Brista concluiu que facilmente se perderia ali se não prestasse atenção a para onde ia. — Estão prontas, meninas? — perguntou Marcel, passando a destra nos cabelos castanhos e suspirando levemente, estava ainda um pouco ofegante por conta da cavalgada. — Mais que pronta! — Chelsea respondeu,
Jonathan sentia o peito em fogo enquanto a observava, Brista enchia seus olhos de alegria sempre que o agraciava com sua presença e, mesmo que ele soubesse que precisava matar aquele sentimento, se permitiu observa-la de longe depois de recepciona-la. Deixou Brista e Marcel se instalarem e encontrarem antigos amigos enquanto ele mesmo ia cumprir seu papel como anfitrião, visto que seu pai não estava em condições de estar em público e sua mãe se ocupava em cuidar dele durante quase todo o dia, deixando para se fazer presente entre os convidados no jantar. Caminhou por entre os grupos e cumprimentou diversas pessoas, em sua maioria moradores de alta estirpe do reino, alguns comerciantes bem abonados e suas filhas, alguns nobres distantes, até um primo distante, Conde de FoxSpeare estava lá. Ele era um bom homem, mas também não havia encontrado uma esposa e esperava que isso ocorresse naquela temporada. O falatório era geral, moças animadas com a possibilidade de bons enlaces, homens
Seu inglês tinha um sotaque arrastado que poderia ser considerado charmoso, até levemente invejável, já que chamou atenção dos cavaleiros presentes e conseguiu a antipatia das damas do recinto. Brista observava o primeiro encontro de longe, sentindo o coração um pouco incomodado e a mente tomada por um sentimento que não conseguia entender. A princesa era bonita, seus olhos, seu porte, seu rosto, via-se que era da realeza. "Eu tenho chances contra ela? Não… Acredito que não", ela pensou, suspirando levemente, mas deixando o assunto de lado quando algo lhe chamou atenção. De longe, um animal corria com muita velocidade e, antes que qualquer um dos guardas o pudessem parar, o cachorro entrou entre o príncipe e a princesa aos pulos de alegria. Suas patas sujaram as anáguas ricas e a expressão de simpatia da princesa se contorceu em irritação. — Animal idiota! — ela gritou, fazendo o cachorro recuar e se esconder atrás do príncipe. — Quem é o dono desta fera?— Sinto muito, senhorita.
A pequena cena feita pela princesa gerou burburinhos e a monarca se viu envergonhada em seu primeiro dia no castelo do príncipe de Kent. Como ela iria saber que aquele era o cachorro dele? E como ele deixara uma fera mal educada a solta? Esses eram os pensamentos que permeavam sua mente enquanto Aggie esfregava furiosamente um pano úmido em sua saia. Era estranho estar num local tão diferente de sua casa, mas era pelo bem de seu lar e por um vantajoso casamento, então, certamente, valeria a pena, teria de se acostumar. Ficar em seu país significaria casar-se com um nobre local e jamais estar na posição em que queria. Seu irmão iria assumir o trono e, para ela, restaria um casamento com um duque ou algo assim, mas Aggie sempre almejou mais, sua mãe a criou para ser uma rainha e era isso o que ela queria, ser uma rainha.Se não fosse de seu reino, seria de outro, o local pouco importava.Sua criada se aproximou dela com delicadeza, tocando seus ombros com certo carinho. Se conheciam d
“— A mais nova pouco me importa! Levem-na para onde desejarem! — gritou o Griffin, com um sorriso perverso, para seus capangas. Charlotte era arrastada por ele com tamanha brutalidade que, a essa altura, seus joelhos já sangravam por estarem em contato direto com o chão e sua saia estava completamente enlameada. Brista estava tonta, havia recebido uma pancada na cabeça no mesmo instante em que uma das criadas foi morta bem diante de seus olhos, depois disso, não conseguiu raciocinar muita coisa, seus sentidos estavam embaralhados e seu corpo letárgico. Mas algo lhe trouxe de volta à terra enquanto era arrastada por um dos capangas de Griffin o grito de Chelsea, desesperado e sofrido, enquanto três homens lhe amarravam as mãos e lhe puxavam a delicada saia de seu vestido, bem como a fita bonita que prendia seus cabelos. Isso a fez voltar a si. Por um instante, sem saber de onde tirara tamanha força, moveu suas mãos e deu um impulso com seus pés. Primeiro, acertou o rosto do homem qu
Relembrar os horrores vividos nas mãos de Willian Griffin fizeram o peito de Brista se apertar, sua respiração tornou-se um pouco irregular e seus lábios ficaram pálidos. Apenas pensar na cabana na floresta, nas palavras daquele homem sem escrúpulos e no medo que sentiu bastava para que Brista se sentisse mal. Mas, diferente dos dias anteriores, quando enfrentava seus demônios sozinha por medo de mostrar fraqueza para as pessoas ao seu redor, ela sentiu as mãos quentes de Maya envolverem as suas, apertando levemente seus dedos de modo a mostrar-lhe apoio. — Sequer posso mensurar seu sofrimento, minha amiga — sussurrou a jovem, encarando a loira com carinho —, mas posso afirmar que estarei aqui para apoiá-la no que precisar e se for melhorar seus ares, irei convidá-la para passar alguns meses comigo em meu país, será bom mudar o cenário. A loira sorriu, sentindo seu coração aquecido pelas palavras da amiga e assentindo, de fato, quando a temporada acabasse, não faria mal fazer uma v
Os olhos afiados de Elenor a analisaram com atenção enquanto, discretamente, um vinco se formava em sua testa. “Nas cartas ela parecia ser mais bonita”, pensou a rainha, um pouco insatisfeita, mas não permitiu que tal insatisfação lhe transparecesse no rosto, Aggie era uma princesa e isso bastava, sua beleza era apenas um detalhe que certamente suas maneiras tratariam de superar.As damas de companhia que acompanhavam Elanor se afastaram, dando espaço para que a rainha e sua futura nora conversassem sem ouvidos atentos a suas palavras. Assim que a princesa se curvou, a rainha lhe tomou as mãos, apertando seus dedos enluvados aos da moça com um carinho ensaiado. — Oh, querida! Estou tão feliz com sua chegada — falou a monarca, com um sorriso gentil. — Espero que esteja satisfeita com nossas acomodações, afinal, em breve, essa será sua nova casa. A fala de Elanor iluminou o rosto da ruiva, que sorriu abertamente sentindo-se mais segura com aquelas palavras. — Majestade, estou mais q
Quando as moças encheram o salão, os criados começaram a servir o chá e os doces que foram preparados, havia uma bela mesa com bolos, frutas e diversos docinhos, todos favoritos da rainha. O falatório feminino era geral e os músicos enchiam o ambiente com uma melodia tranquila para tentar acalmar a empolgação das moças, mas isso em nada adiantou. Havia risos altos e conversas afoitas, todas tentavam ter para si um pouco da atenção da rainha e de sua convidada, mas, diferente de Elanor, que tinha um ótimo manejo social e era gentil com todas as moças, Aggie não conseguia tal coisa se mostrando uma jovem cada vez mais antipática. Respondia aos cumprimentos com acenos de cabeça, mantinha o nariz erguido e uma postura ereta de superioridade que em nada agradou as demais convidadas. Sentia-se desconfortável entre tantas mulheres, para a princesa, algumas delas não tinham o mínimo de educação, falavam muito alto, sorriam demais ou eram feias o suficiente para que não as olhasse diretament