Willian não entendia como, numa situação de tanto perigo e pressão, Brista continuava silenciosa e com os olhos afiados sobre ele. Já havia ouvido falar na insubordinação e no orgulho da Capman do meio,mas jamais imaginou que ela seria tão firme. — Todas as moças dessa família são frutas podres — ele resmungou, segurando o rosto de Charlotte e olhando-a com irritação. — E você é a pior de todas… Mas mesmo sendo uma fruta seca, ainda é minha. — A única fruta seca aqui é você — Charlotte respondeu, o olhando com um ar desafiador. — Os boatos já chegaram até mim.— Não Tente tornar sua incompetência culpa minha! — ele gritou, já completamente transtornado. — Você destruiu minha vida e minha reputação na coorte! É tudo culpa sua, Charlotte! Enquanto Willian se ocupava em irritar-se, Brista pensava com clareza e precisão. Sempre acreditou que o Griffin fosse um idiota, mas, naquela tarde, a estupidez dele lhe surpreendeu. Depois que conseguiu ajudar Chelsea a fugir usando algumas cois
Jamais imaginou que duas mulheres o levariam ao chão um dia, mas, lá estava ele, caído e estarrecido, sentindo sua nuca dolorida e vendo, mesmo que de forma levemente embaçada, as duas passarem pela pequena porta do quarto. Griffin levou alguns minutos para se recompor e,quando o fez, se ergueu rapidamente, correndo para fora. Não podia permitir que as duas mulheres fossem muito longe, isso não estava nos seus planos e, aquela altura, ele já estava sozinho. Havia mandado que os homens que havia contratado fossem embora depois de deixarem a irmã mais nova fugir, mas agora reconhecia seu erro, Brista Capman era um furacão. Quando chegou à sala, a porta estava escancarada e a floresta escura se erguia do lado de fora. Willian pegou sua espada, saindo dali e parando por alguns instantes, prestando atenção ao silêncio da floresta somente para ouvir o que desejava. Não muito longe dali, as duas moças corriam ofegantes e com passadas pesadas em direção a qualquer lugar que as mantivesse s
Lucian não via nada, nada além da terrível cena que se desenrolava diante de seus olhos. A espada transpassava o corpo delicado de sua doce Charlotte enquanto, atrás dela, Willian empunhava a lâmina com os olhos fixos no Duque. Inicialmente não houve nenhuma fala, nenhum movimento. Os primeiros dois segundos foram como uma eternidade até que os dois cavaleiros voltaram a si e, enquanto Marcel corria em direção à floresta atrás de Willian, que havia corrido do local enquanto todos estavam em choque, Lucian corria até Charlotte em completo desespero. Ele segurou seu corpo nas mãos, pressionando o ferimento que estava localizado abaixo do seio, no início do abdômen da ruiva. Suas vestes, já tão finas e de tom marfim, agora estavam banhadas de vermelho, cobertas pelo sangue que vertia de seu ferimento. Willian havia arrancado a espada antes de correr e isso havia piorado o estado da ruiva, o sangue jorrava e ali naquela floresta ninguém conseguia pensar num modo coerente de salvar a v
Lembrava-se dos sorrisos de Charlotte , do gosto de seus lábios e de sua voz doce e suave que era como música aos seus ouvidos. Não saberia viver sem ela em hipótese alguma e estava ciente de que, se Charlotte Capman morresse, ele morreria com ela. Mas eles não eram os únicos que corriam. Em meio a mata fechada, desviando das árvores e pulando por sobre as raízes, Marcel perseguia o homem que havia conquistado todo seu ódio. Sequer sabia do estado de sua irmã, fora guiado por seu ódio para caçar o rato que a havia ferido. Enquanto Willian vivesse sua irmã não teria paz, sendo assim, ele estava decidido a matá-lo e o faria sem remorso algum, sem culpa. Willian, por sua vez, fugia como o diabo foge da cruz. Corria desesperadamente em direção a lugar algum, sequer sabia para onde ir, só desejava tirar o homem enfurecido de seu encalço. Golpear Charlotte não tinha sido uma de suas melhores decisões, ele sabia, sabia que, no instante em que atravessou sua lâmina no corpo da Capman ma
Por muito tempo não houve nada além do vazio, da escuridão. Então, a luz dos olhos castanhos do seu amor resplandeceu e quando a imensidão esverdeada encontrou o rosto preocupado daquele que chorou por ela por dias e noites sem descanso, finalmente Charlotte Capman descobriu que o amor pode ser muito mais valioso do que ela um dia imaginou. — Lucian? — ela o chamou, vendo-o erguer o rosto lentamente. Charlotte observou a expressão cansada, as olheiras fundas e os olhos avermelhados dele se direcionarem a ela como se encarasse uma miragem. Lucian tinha sua barba por fazer e seus cabelos castanhos caiam sobre sua face, claramente ele não havia saído dali um segundo sequer, não havia deixado-a em momento algum. Então, depois de alguns instantes de choque e medo de, mais uma vez, seu cérebro estar lhe pregando uma peça de mal gosto, como havia acontecido antes, Lucian se ergueu, inclinando o corpo sobre ela e lhe tocando o rosto como quem pega um frágil cristal. Charlotte inclinou
Início do livro 2: Um príncipe para chamar de meu O que faz de alguém uma rainha?Títulos? Riqueza? Joias? A resposta é incerta, afinal, depende muito de a quem está destinada essa pergunta. Para Brista Capman, uma rainha é feita de fibra, compaixão, inteligência e muito caráter.Depois de tudo o que aconteceu com sua irmã e com ela mesma, Brista se vê perdida, já não tinha sua mãe, que sempre a disse para onde ir, e também não sabia o que fazer em sua vida depois daquela noite que ainda lhe causava pesadelos. Como prosseguir depois de passar por uma experiência como aquela? Como conseguir viver e confiar novamente depois de estar nas mãos de Willian Griffin, de ter de lutar para que sua irmã mais nova conseguisse fugir das mãos de homens vis e de experienciar horas de terror enquanto era perseguida ao lado de Charlotte em meio a uma floresta densa e escura?Ela ainda não havia encontrado, de fato, seu caminho. Porém, a notícia de que o príncipe estava em busca de uma noiva e a po
Sua voz, mesmo que baixa, chegava aos ouvidos de Lucian como a música mais bela e seu sorriso era para ele a luz que iluminaria seus dias, outrora escuros, pela eternidade. Ali, o Duque sabia que encontrava a felicidade que procurou compulsivamente por toda sua vida. A voz do padre soou e, durante todo o sermão, a capela mergulhou num silêncio respeitoso e de apreciação, afinal, era um casamento por amor, um amor puro que refletia para todos que quisessem ver. Era algo raro na alta sociedade, um Duque casando-se por amor com uma jovem sem títulos de nobreza, quem poderia imaginar que tal coisa aconteceria?Mas as jovens Capman’s tinham um grande potencial de conquistar quem bem entendessem, não só por sua beleza, mas pela personalidade encantadora que tinham.Charlotte mentiria se dissesse que ouviu tudo o que foi dito pelo padre, ela sequer prestou atenção às palavras do senhor sem barba ou cabelos que falava de forma célebre e culta. Sua mente viajava entre as doces lembranças do h
A loira entendia os motivos que seu pai tinha para mandar Judith para longe e ainda mais os motivos que tinham para não querê-la ali naquele momento, mas não podia evitar pensar em como sua mãe estaria, depois de quase três meses de distância. Sabia que aquele momento não deveria ser para lembrar-se de sua mãe ou pensar em qualquer outra coisa que não a felicidade que os noivos esbanjavam ou em como sua irmã estava bela, mas precisava, de alguma forma, fugir do pensamento constante de que sua vez nunca chegaria, não daquele jeito. Invejava a felicidade de sua irmã, mas isso não a impedia de estar feliz por ela. Não desejava o mal para Charlotte jamais o faria, ela havia descoberto um carinho secreto que nutria por sua irmã e agora ambas se davam extremamente bem, não havia mais competições entre elas. Mas aquilo não impedia que parte do coração de Brista se sentisse machucado enquanto a hipótese de não ter a sorte da irmã se fazia presente em sua mente. “O amor é um luxo que, infeli