No dia seguinte.Sebastião estava consciente e Luíza estava ao seu lado, Amélia voltou para casa para descansar e finalmente o médico da cidade foi mandado para cuidar dele.– As lesões internas parecem ter sido graves, mas com cuidados e os medicamentos certos ele irá se recuperar. – O médico diz após realizar os exames.Luíza esperou que a mãe chegasse, não queria deixar ele sozinho.– Onde você vai filha? – Margareth perguntou e Luíza respondeu antes de sair.– Prometo não demorar.Ela montou no cavalo e foi até a delegacia.– Sebastião foi agredido por Leandro, e você viu isso acontecer? – O delegado perguntou a ela.– Não delegado, mas só ele faria algo assim e o senhor sabe o motivo.– Mas não há provas, mocinha!– Eu disse a todos que aqui a mão da justiça, só alcança os humildes. - Ela desabafou.– Quando tiver alguma prova venha e eu terei prazer em investigar.Luíza saiu pior do que chegou, não tinha a quem recorrer para fazer a justiça acontecer.Na casa de Dom Andreas a no
Sebastião e Luíza se casaram em uma cerimônia reservada com a presença apenas da família e de alguns ilustres convidados. Como já era de se esperar, a justiça nada fez para punir Raul pela agressão contra Sebastião.– Sebastião, aceita Luíza como sua legítima esposa, para amar e respeitar na saúde e na doença e por todos os dias de sua vida?– Sim, padre!– E você, Luíza, aceita Sebastião como seu marido para amar e respeitar na saúde e na doença e por todos os dias de sua vida?– Sim.– Eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.Luíza abaixou a cabeça e Sebastião beijou sua testa. Os pais da noiva deram um jantar íntimo para comemorar a celebração. Há muitos dias Gabriel não via Jamile, pois com o sucesso da escola tiveram que promover reformas para aumentar o número de salas e já há uns dias elas não davam aula por lá.– Como você está? – Gabriel pergunta para Jamile.– Muito bem.– Eu soube que a escola vai bem e eu queria saber se não pretendem ensinar adultos?– Seria m
O Dom havia saído bem cedo com os peões para buscar o gado. Jamile estava na escola com Luíza. Amélia cuidava dos afazeres com Matilde.Guadalupe acordou bem cedo e estava dobrando as roupinhas do bebê, quando sentiu uma forte dor abdominal.A jovem sentia que chegara a hora, logo no momento em que Andreas e nenhum dos outros homens estavam lá.– Amélia, Amélia! – Gritou enquanto sorria, logo ela chegou no quarto já aos gritos.– O que foi menina?– Chegou a hora, meu filho vai nascer!– Fique calma, Guadalupe, vou chamar Matilde.Ela se sentou na cama, entregando esse momento a Deus e sabia que ele não a irá desamparar. Matilde logo apareceu...– Sua barriga abaixou demais em pouco tempo! – Matilde falou com uma expressão preocupada.– E isso não é normal? Ai, Deus a dor está ficando insuportável. – Ela perguntou, enquanto chorava e se revirava na cama.– Infelizmente, não filha, aqui eu não posso fazer o seu parto.– Como não pode aqui? - Guadalupe perguntou.– Vou te levar para a m
Igor chegou em sua bela mansão, Guadalupe estava totalmente voltada para cuidar daquela criança e nada mais nesse mundo importaria. Dom Andreas foi para a cabana de Matilde logo após sepultar o bebê, parou o carro e saiu com o padre.– Precisamos conversar, filho. Que bom que está aqui, padre! – Ester mal sabia como começar a falar.A aflição e medo eram evidentes no rosto dela, alguma grande angústia feria seu coração.– Aconteceu alguma coisa com a Lupe? – Andreas perguntou, pressentindo algo errado, e Ester foi obrigada a contar a verdade.– Ela se foi, Igor veio aqui com o filho dele nos braços!– Lucília morreu há alguns dias. – O padre revelou e Ester ficou surpresa.– Mas ele disse que havia morrido nesta mesma noite e que procurava por uma ama de leite...– Ela morreu há uma semana e eu mesmo lhe dei a extrema unção! – O padre diz, deixando-a mais preocupada ainda com a filha.– Guadalupe, se foi com aquele verme? – O Dom perguntou ao se levantar furioso, agora tinha a certeza
Para Guadalupe, não estava sendo nada fácil recomeçar tudo, aprender a andar por aquela nova casa e ter que lidar com Igor e com os outros empregados dali.Alguns não a aceitavam no lugar de Lucília tão pouco tempo depois de sua morte, mas esse era o preço que a jovem tinha que pagar para ser mãe.Ele sempre tem mantido o respeito por ele apenas como ama de Benjamin e nunca se aproximou dela até o momento, mostrando outras intenções, mas Guadalupe sabia que Igor cedo ou tarde iria se aproximar e querer algo mais íntimo.– Guadalupe, sua mãe está aqui e quer te ver. – Célia, uma das empregadas, avisou para a moça.– Traga ela aqui, por favor! – Guadalupe gostava muito de cantar para o bebê dormir, mas dentro dela ainda existiam algumas dúvidas e muitos questionamentos.Ela sentiu seu bebê no ventre, ativo e cheio de vontade de vir ao mundo até pouco tempo antes do parto, mas só Deus sabia o real motivo de tudo isso ter acontecido.– Filha? Como você está? – Ester perguntou.– Bem mamãe
Leandro soube por Celina que Luíza e Sebastião estavam esperando seu primeiro filho, aquela notícia sacramentou de vez o que ele não queria aceitar. Seguiu para casa e arrumou as malas. Sua mãe e seu pai haviam voltado de uma de suas corriqueiras viagens, ele desceu as escadas de malas nas mãos.– Aonde está indo, filho? – Sua mãe perguntou.– Eu decidi passar uma temporada longe!– Fugirá dos problemas como sempre fez, não posso acreditar que ainda sofra por causa daquela estúpida da Luíza. – Seu pai sempre era tão duro com as palavras.– Nem sequer suas ofensas me farão mudar de ideia, pai, quero sair um pouco desse lugar e respirar outros ares...– Eu preciso de você aqui Leandro, preciso que me ajude a seguir com o plano.– Esse nosso plano foi uma bobagem desde sempre, Celina, veja como meu primo está sofrendo sem Guadalupe? Nada disso vale a pena, amar é inútil!Celina estava ainda mais esperançosa com Andreas, sem Guadalupe ela poderia conseguir se casar com ele. Ela o acompanh
Leandro partiu no primeiro trem rumo à capital, por lá teria forças para superar todas as decisões equivocadas que tomou no passado e o fizeram perder a única mulher que amou nessa vida. Chegou na grande casa que a família tinha, as duas empregadas o receberam e ele logo se instalou. Dentro de seu quarto, começou a escrever um telegrama para a família contando que havia chegado bem.Gabriel e Jamile não se desgrudavam sequer um segundo, Paulo se sentiu usado por ela e não era para menos. Ele deixou de frequentar as aulas e ela foi conversar com ele na fazenda do pai.– Sei que está magoado comigo e com razão, mas não se prive de aprender a ler e a escrever. Vá ao menos para as aulas com Luíza! – Jamile disse para Paulo, mas ele não estava disposto a ceder.– A senhorita não deveria ter me dado esperanças e nem sequer aquele beijo, que eu nunca vou conseguir esquecer.– Me perdoe de verdade, me perdoe. – Jamile pediu.Ele não disse nada, mas é um rapaz jovem e bonito. Um dia encontrará
Guadalupe ouviu Benjamin acordar chorando muito, acreditou que pudesse ser por cólica. Pediu que buscassem sua mãe para ajudar, sua inexperiência maternal naquele momento estava forte e ela chorava com ele.– O que aconteceu? – Ester perguntou para Guadalupe.– Ele não para de chorar e estou desesperada!– Não fique filha, isso é natural. Me dê ele aqui e vá tomar um copo d’água e se tranquilizar!A jovem entregou o bebê a ela e foi até a cozinha.– Sabe o que Adalberto ouviu de um dos peões do senhor Raul? – Célia perguntou para Nádia.– Anda conta a fofoca de uma vez.– Que o Dom Andreas irá se casar com Celina, parece que ele superou bem rápido o abandono de Guadalupe!A jovem deu passos para trás antes que elas pudessem tê-la ouvindo, como doeu seu coração saber disso.Ela esperava que ele seguisse com sua vida bem rapidamente, por que precisava se sentir amado, mas logo com Celina?– Com ela não, Deus. Por que dói tanto? Porque não posso ter os dois! – Guadalupe voltou para o qua