Luíza estava atordoada, sem notícias do futuro noivo, tinha percorrido a cavalo junto com Gabriel por quase toda a região e nada.– Acho que devíamos ter ido até a cabana dele. – Gabriel sugere para Luíza.– Acha que ele não apareceu porque desistiu mesmo de se casar comigo?– Não minha irmã, mas de repente ele se feriu e conseguiu voltar para casa. Temos que contar com a sorte, essa região é muito extensa.Os dois resolveram ir até lá, assim que chegaram, encontraram apenas o cavalo dele. Com a sela, estava desamarrado e tinha algumas gotas de sangue em seu corpo.– Fizeram algo de mal com ele, Sebastião deve estar morto e a culpa é toda minha. – Luíza diz, chorando e esperando pelas piores notícias.– Patrão Gabriel, Paulo e os outros peões encontraram Sebastião! – Jacinto diz a eles, angustiado.– Vivo? – Luíza pergunta com medo da resposta e Jacinto logo responde.– Muito ferido, estava na margem do rio e com o corpo todo molhado.Andreas e Guadalupe se juntaram a eles, Sebastião
No dia seguinte.Sebastião estava consciente e Luíza estava ao seu lado, Amélia voltou para casa para descansar e finalmente o médico da cidade foi mandado para cuidar dele.– As lesões internas parecem ter sido graves, mas com cuidados e os medicamentos certos ele irá se recuperar. – O médico diz após realizar os exames.Luíza esperou que a mãe chegasse, não queria deixar ele sozinho.– Onde você vai filha? – Margareth perguntou e Luíza respondeu antes de sair.– Prometo não demorar.Ela montou no cavalo e foi até a delegacia.– Sebastião foi agredido por Leandro, e você viu isso acontecer? – O delegado perguntou a ela.– Não delegado, mas só ele faria algo assim e o senhor sabe o motivo.– Mas não há provas, mocinha!– Eu disse a todos que aqui a mão da justiça, só alcança os humildes. - Ela desabafou.– Quando tiver alguma prova venha e eu terei prazer em investigar.Luíza saiu pior do que chegou, não tinha a quem recorrer para fazer a justiça acontecer.Na casa de Dom Andreas a no
Sebastião e Luíza se casaram em uma cerimônia reservada com a presença apenas da família e de alguns ilustres convidados. Como já era de se esperar, a justiça nada fez para punir Raul pela agressão contra Sebastião.– Sebastião, aceita Luíza como sua legítima esposa, para amar e respeitar na saúde e na doença e por todos os dias de sua vida?– Sim, padre!– E você, Luíza, aceita Sebastião como seu marido para amar e respeitar na saúde e na doença e por todos os dias de sua vida?– Sim.– Eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.Luíza abaixou a cabeça e Sebastião beijou sua testa. Os pais da noiva deram um jantar íntimo para comemorar a celebração. Há muitos dias Gabriel não via Jamile, pois com o sucesso da escola tiveram que promover reformas para aumentar o número de salas e já há uns dias elas não davam aula por lá.– Como você está? – Gabriel pergunta para Jamile.– Muito bem.– Eu soube que a escola vai bem e eu queria saber se não pretendem ensinar adultos?– Seria m
O Dom havia saído bem cedo com os peões para buscar o gado. Jamile estava na escola com Luíza. Amélia cuidava dos afazeres com Matilde.Guadalupe acordou bem cedo e estava dobrando as roupinhas do bebê, quando sentiu uma forte dor abdominal.A jovem sentia que chegara a hora, logo no momento em que Andreas e nenhum dos outros homens estavam lá.– Amélia, Amélia! – Gritou enquanto sorria, logo ela chegou no quarto já aos gritos.– O que foi menina?– Chegou a hora, meu filho vai nascer!– Fique calma, Guadalupe, vou chamar Matilde.Ela se sentou na cama, entregando esse momento a Deus e sabia que ele não a irá desamparar. Matilde logo apareceu...– Sua barriga abaixou demais em pouco tempo! – Matilde falou com uma expressão preocupada.– E isso não é normal? Ai, Deus a dor está ficando insuportável. – Ela perguntou, enquanto chorava e se revirava na cama.– Infelizmente, não filha, aqui eu não posso fazer o seu parto.– Como não pode aqui? - Guadalupe perguntou.– Vou te levar para a m
Igor chegou em sua bela mansão, Guadalupe estava totalmente voltada para cuidar daquela criança e nada mais nesse mundo importaria. Dom Andreas foi para a cabana de Matilde logo após sepultar o bebê, parou o carro e saiu com o padre.– Precisamos conversar, filho. Que bom que está aqui, padre! – Ester mal sabia como começar a falar.A aflição e medo eram evidentes no rosto dela, alguma grande angústia feria seu coração.– Aconteceu alguma coisa com a Lupe? – Andreas perguntou, pressentindo algo errado, e Ester foi obrigada a contar a verdade.– Ela se foi, Igor veio aqui com o filho dele nos braços!– Lucília morreu há alguns dias. – O padre revelou e Ester ficou surpresa.– Mas ele disse que havia morrido nesta mesma noite e que procurava por uma ama de leite...– Ela morreu há uma semana e eu mesmo lhe dei a extrema unção! – O padre diz, deixando-a mais preocupada ainda com a filha.– Guadalupe, se foi com aquele verme? – O Dom perguntou ao se levantar furioso, agora tinha a certeza
Para Guadalupe, não estava sendo nada fácil recomeçar tudo, aprender a andar por aquela nova casa e ter que lidar com Igor e com os outros empregados dali.Alguns não a aceitavam no lugar de Lucília tão pouco tempo depois de sua morte, mas esse era o preço que a jovem tinha que pagar para ser mãe.Ele sempre tem mantido o respeito por ele apenas como ama de Benjamin e nunca se aproximou dela até o momento, mostrando outras intenções, mas Guadalupe sabia que Igor cedo ou tarde iria se aproximar e querer algo mais íntimo.– Guadalupe, sua mãe está aqui e quer te ver. – Célia, uma das empregadas, avisou para a moça.– Traga ela aqui, por favor! – Guadalupe gostava muito de cantar para o bebê dormir, mas dentro dela ainda existiam algumas dúvidas e muitos questionamentos.Ela sentiu seu bebê no ventre, ativo e cheio de vontade de vir ao mundo até pouco tempo antes do parto, mas só Deus sabia o real motivo de tudo isso ter acontecido.– Filha? Como você está? – Ester perguntou.– Bem mamãe
Leandro soube por Celina que Luíza e Sebastião estavam esperando seu primeiro filho, aquela notícia sacramentou de vez o que ele não queria aceitar. Seguiu para casa e arrumou as malas. Sua mãe e seu pai haviam voltado de uma de suas corriqueiras viagens, ele desceu as escadas de malas nas mãos.– Aonde está indo, filho? – Sua mãe perguntou.– Eu decidi passar uma temporada longe!– Fugirá dos problemas como sempre fez, não posso acreditar que ainda sofra por causa daquela estúpida da Luíza. – Seu pai sempre era tão duro com as palavras.– Nem sequer suas ofensas me farão mudar de ideia, pai, quero sair um pouco desse lugar e respirar outros ares...– Eu preciso de você aqui Leandro, preciso que me ajude a seguir com o plano.– Esse nosso plano foi uma bobagem desde sempre, Celina, veja como meu primo está sofrendo sem Guadalupe? Nada disso vale a pena, amar é inútil!Celina estava ainda mais esperançosa com Andreas, sem Guadalupe ela poderia conseguir se casar com ele. Ela o acompanh
Leandro partiu no primeiro trem rumo à capital, por lá teria forças para superar todas as decisões equivocadas que tomou no passado e o fizeram perder a única mulher que amou nessa vida. Chegou na grande casa que a família tinha, as duas empregadas o receberam e ele logo se instalou. Dentro de seu quarto, começou a escrever um telegrama para a família contando que havia chegado bem.Gabriel e Jamile não se desgrudavam sequer um segundo, Paulo se sentiu usado por ela e não era para menos. Ele deixou de frequentar as aulas e ela foi conversar com ele na fazenda do pai.– Sei que está magoado comigo e com razão, mas não se prive de aprender a ler e a escrever. Vá ao menos para as aulas com Luíza! – Jamile disse para Paulo, mas ele não estava disposto a ceder.– A senhorita não deveria ter me dado esperanças e nem sequer aquele beijo, que eu nunca vou conseguir esquecer.– Me perdoe de verdade, me perdoe. – Jamile pediu.Ele não disse nada, mas é um rapaz jovem e bonito. Um dia encontrará