O Diário de um lobo solitário.
POESIA UIVANTE
Vol. II
16/11/2016
Eis uma continuação de Poesia uivante, em partes cronológicas em partes bagunçadas, refletindo minha visão perdida do que costumava ser romântico, agora um pouco mais visceral mostrando como superou alguns demônios interiores os afogando em boemia e no final mais uma vez buscando a felicidade, o momento perfeito...
A estrada de seu cosmo visão espiritual.
MARCOS MANCINI
2016
Editora Underground clube dos autores.
O início
O cursor piscava à minha frente. A primeira página estava totalmente em branco. Era o início. Aliás, não era nem início, nem fim. Era apenas uma folha em branco coberta de infinitudes, de coisas ainda não ditas. Tão lívida e vazia quanto a minha mente, tão silenciosa quanto as madrugadas sombrias do inverno. Era cômico pensar que o tema desta crônica era justamente sobre o início, sendo ele um desafio lançado à toda sorte e tendo como pressuposto apenas um substantivo trivial. Ora pipocas! Afinal de que raio de início eu iria falar? Da minha carreira profissional? Da minha vida adulta? Dos meus amores? Do início que precede o fim da vida? Sorvi meu último gole de café e apaguei o último cigarro enquanto pensava. O início, o início...
As idéias não vinham. A noite e a chuva avançava. A insônia, a dor de cabeça, mais café, mais cigarros e um simples começo que não findava, nem sequer uma fagulha, um estopim. “Idéias! Onde vocês se esconderam?”. O céu resolveu calar-se por mais um tempo. Baixei a cabeça e mergulhei no lado mais profundo do universo: o meu eu. O início, um dilema da tristeza que enleva o embrutecimento da minha sensibilidade enquanto não me encontro em meus inícios. Da carta apenas o cabeçalho e a desordem destes cândidos dizeres. E a espera vai se tornando uma zona cinzenta e infausta.
Conectei-me à internet. Único refúgio para um universo paralelo. No saboroso banho com tal espuma quântica jaz a desesperança do insucesso. Decidi então, irredutível e por mera curiosidade, jogar a palavra “início” num site de busca. Eis aí a resposta que tive como subterfúgio para não cortar a videira: ponto de partida da existência ou da ação de uma coisa; origem, princípio, elemento inicial, germe. Ative-me ao “ponto de partida da existência”. Estado de inércia para o estado de movimento, do movimento uniforme ao movimento uniformemente variado e por aí vai. E o motor primeiro que impulsionou a existência? Teoria do big-bang? A fé em um Deus criador? O mito de seres multidimensionais indiferentes à nossa existência? Todas podem estar certas, ou nenhuma delas pode estar. E o cursor à minha frente continuava seu frenesi, lento, invariável, irresoluto, desafiador. Mais um cigarro, outro gole inteiro de café e sigo meu status quo.
Finalmente! Ou inicialmente? Não importa. Descobri sobre de qual início desejava falar. Do início dessa conversa sem sentido. Assim como minhas angústias e vícios foram o pontapé inicial para minha crônica, louca, desvairada, estranha e deliberadamente pincelada com palavras e idéias livres, também a solidão será combustível para outros começos, recomeços, marcos, decisões e inspirações minhas e de outrem. Que o início tenha um meio e um fim, que não fique pela metade como ficam muitas das coisas mais importantes de nossa vida.
A solidão. Este é o início de tudo, ela é a resposta para o início de todas as coisas. Então, o que existiu primeiro antes de tudo? O verbo. O divino. E antes do verbo? A solidão que desde a criação nos acompanha. Deus estava sozinho no início, dialogando com a solidão, com a Sua própria quietude. Não há nada mais além da fleuma e do vazio. A solidão está antes, entre e depois e ela é quem sustenta o princípio dos princípios. A solidão é uma panaceia que inflama.
Docemente paradoxal. Dizia Clarice Lispector que "aqueles que se lembram de que devemos ter um fim neste mundo, as suas querelas cessam prontamente." Quando me dei conta já limpava as cinzas do cinzeiro enquanto repousava a xícara de café na pia. Era início da manhã ao fim de uma noite vitoriosa. Início? Não mais.
Canção.
‘’O peso do mundo é o amor. Sob o fardo da solidão, sob o fardo da insatisfação... O peso que carregamos, É o amor. Quem poderia negá-lo? Em sonhos nos toca o corpo, em pensamentos constrói um milagre, na imaginação aflige-se até tornar-se humano - sai do coração ardendo de pureza - pois o fardo da vida é o amor, mas nós carregamos o peso cansados e assim temos que descansar nos braços do amor finalmente
temos que descansar nos braços
do amor. Nenhum descanso sem amor, Nenhum sono sem sonhos de amor – Quer esteja eu louco ou frio obcecado por anjos ou por máquinas, o último desejo é o amor - não pode ser amargo não pode ser negado não pode ser contigo quando negado: O peso é demasiado deve dar-se sem nada de volta assim como o pensamento é dado na solidão em toda a excelência do seu excesso... Os corpos quentes brilham juntos na escuridão, a mão se move para o centro da carne, a pele treme na felicidade e a alma sobe feliz até o olho – sim, sim, é isso que eu queria, eu sempre quis, eu sempre quis voltar ao corpo em que nasci. ’’
Allen Ginsberg.
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O pássaro azul
‘’Há um pássaro azul em meu peito
que quer sair, mas sou duro demais com ele, eu digo, fique aí, não deixarei que ninguém o veja. Há um pássaro azul em meu peito que quer sair, mas eu despejo uísque sobre ele e inalo fumaça de cigarro e as putas e os atendentes dos bares e das mercearias nunca saberão que ele está lá dentro. Há um pássaro azul em meu peito que quer sair, mas sou duro demais com ele, eu digo, fique aí, quer acabar comigo? (…) há um pássaro azul em meu peito que quer sair, mas sou bastante esperto, deixo que ele saia somente em algumas noites quando todos estão dormindo. Eu digo: sei que você está aí, então não fique triste. Depois, o coloco de volta em seu lugar, mas ele ainda canta um pouquinho
lá dentro, não deixo que morra completamente e nós dormimos juntos assim como nosso pacto secreto e isto é bom o suficiente para fazer um homem chorar, mas eu não choro,
e você?’’
Charles Bukowski
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Uma chuva forte irá cair.
chorava no beco. Eu vi um recém-nascido rodeado por lobos Eu vi uma estrada de diamantes com ninguém nela... Eu vi um
galho negro que pingava sangue... Eu vi uma sala cheia de homens com seus martelos sangrando... Eu vi uma escada branca toda
coberta por água... Eu vi dez mil oradores cujas línguas estavam todas quebradas... Eu vi armas e espadas afiadas Nas mãos de
crianças... E é forte, é forte, é forte e é forte e forte a chuva que irá cair... ''
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Algumas músicas marcantes da época:
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Sumário
Canção. 4
O pássaro azul 5
Prefácio. 12
Madrugada fria. 15
DESENCANTO. 16
CAPÍTULO I - O retorno do lobo. 19 Poesia uivante, terceiro ato. 19 Descontrole 19
Mergulhado na madrugada profunda da luz.
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Macacos 23
Coração infinito. 25
Luz morta do anoitecer frio. 26 Retrospectiva poesia 27
A viagem de retorno á 31 de janeiro. 32
Só por dizer... 39
CAPÍTULO II 40
O diário de um lobo boêmio. 40 Leon o poeta solitário. 41
Coração quebrado e uísque derramado 43
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‘’Mulher e cerveja... Um sangue contínuo, Um amor contínuo. ’’ 44
O amor é um cão de ressaca. 46 O caminhar perdido. 48
Os últimos românticos que bebiam uísque e Heineken. 50
Dirty Jack. 51
Mulheres. 51
Na toca do coelho branco. 59
Ressaca poética. 61
Todos seus tons de azul artístico. 62
Um drinque com Morrissey. 63
O último raio de sol da boemia II. - O fim do vigésimo sétimo ciclo em big sur. 65
O homem literário. 67
Loucuras e boemias. 70
Gostaria de celebrar isso contigo próximo com uma cerveja em mãos 78
Tudo para lhe fazer sentir melhor. 80
Mais uma madrugada quente com o anjo da Califórnia. 83
13.10.13 83
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É tudo que temos. 91
Infinita poética. 93
Uma cerveja apenas, ok? Ok, Só uma! Nunca é só uma... 96
O gato dormindo na máquina de escrever 99 Uivos 102
O uivo do lobo e a dança do cordeirinho. 104
O sol da meia noite. 107
O Escritor Âncora 111
Ovos mexidos. 114
Milagre vermelho. 117
Rock n roll cops and caps. 124 Lar doce lar. 128
Minha luz. 130
Sociedade. 132
Gélida aurora sangrenta. 133 (Não tente! ) I. 136
Um anjo no inferno brilhante. 140
Congelante chama negra. 147
Flamejante cristalização. 150
'' Seja a mudança que deseja ver no
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mundo... '' 152
Prisão mental, espiritual, emocional, existencial. 158
Flor de estopim 159
Sorria, Encare, Chore se necessário, Olhe nos olhos da loucura, Enlouqueça, Faça sua dança, mas não se permita odiar. 160
O exílio da esperança. 163
Acima de tudo dei-me a verdade... 165
Corações chapados. 176
O olho de fogo e a criança cósmica. 177
A furiosa besta incontrolável. 180
Transfigura-te. 183
Fucking li(f)e. 186
Pergunte ao pó. 191
Temporais atemporais. 193
Uísque e analgésicos. 195
Posfácio. 198
Engrenagem natural. 198
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Prefácio.
Essa é a história de um sonhador louco, Perseguido pelos fantasmas de seus próprios atos de amor e os demônios do passado que enfrenta ao longo de sua vida sobre coisas que infelizmente não pode mudar, Nem mesmo a sua vida ou daqueles que mais ama, acarretando dor e explicação. De como transcender a isso tudo, encontrando a verdade em cada momento que enxerga o campo gritante verdejante. E as estrelas mais cintilantes dentro de seu peito esbravejam as vontades mundanas de se acorrentar, E a tradição rompida encontra mais uma vez a filosofia, desregrada de sua moral e bêbada poesia de questionamento, Arrastando-se por sonhos inalcançáveis de amor e ideias fantasias e utopias de no fundo... Uma criança inocente com cicatrizes no coração... Na busca do sangrento sonho americano perdido... A vasta vivência faz um homem diante das dificuldades de sua vida que o consome e o cobra diante das experiências mundanas que ocorrem e o cobram de sua sapiência de criação a expectativa que deve ser alcançada, Existe uma graça na forma de viver que poucos atingem a consciência da
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trágica alegria de existir... Às vezes acho que vim a esse mundo para amar... (E fazer arte disso o máximo possível e no fim acabo bêbado sem entender muito bem como isso aconteceu...). (A jaqueta de couro suja e maços de cigarros vazios e a peregrinação é interminável, sempre tirando um barato...). Mas a vida cobra e tem me ensinado a lutar desde o início, desde o histórico familiar, Das verdades não ditas e questões perdidas no tempo... Fui perseguido por loucos e maníacos e doentes da inquisição do perigo da mente, E fui consagrado o último rebelde dos românticos e apaixonados. Transcendi várias luas sangrentas e primaveras frias. Neste amanhecer bêbado pego me pensando no tipo de homem que eu era e o tipo de homem que me tornei... Caminhando solitário pelas ruas frias e fundas da fome e do desespero da arte e do sonho, da criação, da amizade e da poesia... Essa minha poesia vermelha que rasga meu couro e uiva, Como uma simbiose rubra se lamentando e protegendo-me da escuridão do mundo. O perigo tem olhos famintos e os meus perseguem o escuro da noite e o breu do medo. Enquanto fumo um cigarro na chuva, cabisbaixo ponderando sobre a ilimitada gratidão... Que tenho da vida e de todas as pessoas que encontrei, conheci e as que me cercam, Mesmo que distante, mesmo que em sonhos, as reparto meu coração... Eis o
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verdadeiro valor e caráter, conduta, índole, um anjo pornográfico romântico perdido,
Uma estrela universal de energia que sonha e pulsa e chora, e sorri e lamenta... E bebe o néctar dos cosmos e se embriaga sempre...
Renascido da chama inocente de um fraco bebê sem perspectivas salvo pelo arcanjo da esperança e os homens de honra... Que caminha por esse degradante mundo em busca da verdadeira paz de espirito, por momentos alcança essa plenitude, Por momentos vence seus demônios e temores na chuva, e descansa seu espirito. No porto, na praia do pássaro com sua garrafa de cerveja em mãos... Livre, está, medito para que os deuses pudessem tirar à angústia, o remorso, A revolta, a mágoa de seu peito em pranto agora, Que apenas tenta entender o porquê das mulheres que passaram por sua vida, ser tão difíceis, Elas serem tão inalcançáveis e intocáveis por seu amor despedaçado, Eterna superação. Que reside sua mente em sua casinha no alto da montanha banhada pela luz da lua, Lavado pela cachoeira da pureza, seu olhar caótico reflete na luz fria do asfalto, amando, Corroendo se como um cristal que se congela sem volta, Um lobo cheio de flechadas e cicatrizes, ele continua a iluminada e sombria caminhada...
‘’ O homem que tiver a coragem de vender
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sua alma por amor, tem o poder de o mundo mudar, e isso talvez coloque Deus do seu lado nessa luta e isso o torna imprevisível perigoso e um grande aventureiro e lutador isso é o melhor que você pode ser agora... ’’
Carter Slade.
Madrugada fria.
Madrugada fria, neblina brusca.
Frio que ofusca. Para as noites sem sonho,
Sempre tristonho, Teus olhos buscam.
Dentro da noite, a vagar sozinho. E vai vivendo, amarga existência,
Com persistência sempre insistindo
Sempre sofrendo, sempre fingindo.
Sentir saudades, como penitencia.
Saudades atroz, de quem talvez venham.
Pra que viver nesta noite fria e chuvosa
Ninguém te guia, oh pobre ser sem poesia.
A noite voa e se esvai e desperta o dia.
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E que pouco importa ao pobre ser
Sem um prazer, sem quem o conforta.
Madrugada fria, Com a alma morta...
Mas a poesia viva!
Floripes Maria Bellintani Mancini.
06.08.1962
DESENCANTO.
Sabe, ás vezes a gente se confunde, Acredita em coisas, Faz um mundo em que a gente pensa, Poder viver... Vive ilusões de um vagabundo, Pra depois de tudo... Sofrer...
Sabe, tudo isso é tão bonito, Que a gente se perde no infinito, Imagina tudo ser real...
Estica um sorriso bendito estampando no rosto o martírio de um desespero imortal...
Olha, se a gente soubesse que toda a tristeza cresce quando se tem um amor... Que quando a gente adormece o dia nunca amanhece...
Seu nome real era dor... Ah, se o tempo parasse. E só o sorriso ficasse constante na
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nossa vida e se um dia eu encontrasse
Todo o amor em mim parasse... Faria dele uma guarida... Qual... O semblante é como um grito, Que explode no infinito se rasga no meu pranto de coragem, destemido.
Eu no pranto repartido... Nessa vida choro tanto... Amo a vida enquanto é vida,
Amo a verdade dos deuses que no meu destino ás vezes, É mentira desmedida.
Amo a mentira dos sonhos a calúnia desmentida arco nos prantos medonhos
Como errante sem guarida... Bebo das plebes o desespero... Sugo o sangue da pobreza
Escarro sobre a realeza contemplando seu falso esmero. Amo a verdade oculta
Túmulo frio que sepulta toda a êxtase de viver
E sobrepõe na superfície uma mentira
pontífice... Cedendo a ela o poder...
Vejo você num tilintar de melodia numa beleza passageira e fria no simplesmente passar de um vendaval, mas é presente a cada instante no meu mundo que te sinto e te revido num segundo o que torna esta saudade em mim fatal... Um punhado de maldades nuas a tristeza a vagar nas ruas uma lua que me
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macula o ninho embora eu te deseje ternamente mendigando teu olhar passivamente acompanho-te como sombra em teu caminho. Procuro em vão algo em ti que seja belo, mas me mostras que não passas de um flagelo me culpo por amar-te tanto... É a própria tempestade enclausurada
É a fera que jamais será domada.
Da minha vida és o próprio desencanto...
E por que há de existir tal sentimento
Que me corrói nesse eterno sofrimento
De querer-te a cada dia mais um pouco
Se meu pranto que se rasga do meu peito
Faz sentir-me um moribundo no meu leito
E estampa em meu semblante alguém já louco... Procuro-te na igreja, na sarjeta, na calçada, E por mais que eu te procure não és nada algo etéreo que no fundo me amedronta
És algo vivo, mas és tão inexistente. Que de relance eu te revejo vagamente Como a uma estrela que a noite aponta... E continuo te adorando em minha vida.
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Que já é falsa, mesquinha e descabida. Pois já mataste o que de bom havia em mim
E como hoje só me resta tua imagem, faço dela minha última paragem agonizo te amando no meu fim...
12 de dezembro de 1977.
ALCIONE GUZZARDI
‘’Á você que me mata lentamente... ’’
CAPÍTULO I - O retorno do lobo.Poesia uivante, terceiro ato.DescontroleEstá ocorrendo dentro de mim uma mudança.Triste (?) paz, e Caótica, natural, depois do amor puro, Sobrou-se o cálice de sangue e a garrafa de uísque. A maré está selvagem.Uma mudança rebelde, poesia colérica e visceral. Será que perdi o dom
CAPÍTULO IIO diário de um lobo boêmio.Poesia e boemia, terceiro ato.&n
Na toca do coelho branco.Vivemos diante dos medos e temores de nossa mente? Uma fuga sagaz ao que nos transparece uma lúcida loucura desafiando esse mundo racional sem o vivo sentimentalismo libertário. Onde estamos? Para onde fomos parar? O que nos tornamos?Uma incógnita perdida, misteriosa, com alguns segredos sufocados, Ou palavras sufocadas, danificadas sem habilidade... Que não fazem questão de tocar e alcançar e enxergar o vislumbre entre as cortinas do mundo de nossa essência. E não podemos perder a coragem, os nossos sonhos como chuva de verão. Por toda a cidade, dia após dia, já cansados, sem saber mais o que é sentir o gosto da eternidade, nos l
70compreende, está tudo aprisionado e difícil, isolação, libertação, paixão... Que danço bêbado constantemente vendo a plateia se queimar e sorrir. Queria tanto uma verdade heroica, um ego destroçado, uma poesia de amor infinita e compreendida, ou nada, mas o marco sobrevive... Peregrinando... Pela vida...Sempre será assim... Rindo melancolicamente e se deixar queimar ou não, triste é o vagabundo que sabe tudo isso. Ou o iluminado que seria capaz de chorar sorrindo, ou sorrir chorando. Por amar por necessidade escrever quanto respirar... O escritor.Loucuras e boemias.
80tempo que passou ou as pessoas que vieram e se foram... Isso é a vida... Essa explosão de paixão que pulsa essa força desconhecida que nos impulsiona que no fundo nos olha e nos ergue e nos faz emociona... Pois é algo atemporal enquanto passamos por aqui...Desde o dia que nascemos... Dizem que as grandes estrelas nascem de explosões cósmicas dos buracos negros, e que nós somos partículas de estrelas pelo empoeirado infinito universo cósmico de energia e parte disso tudo desde o dia que nascemos também por isso me cativa e orgulha minha alma de compartilhar e espalhar tanto amor contigo, Tenha orgulho da estrela que é e de sua data, de sua pessoa, jamais aceite menos, pois é o que você transmite, do que você emana, celebre isso.
91salte fora dessa selva, que eu possa encontrar uma mística beleza jovem, doce, caseira, tomando conta de mim. Onde está ela? Posso dar o que deseja? Botar as coisas no papel com mais força e mais limpa e afiada do que nunca. E algo saiu de mim nesse momento e estou contemporizando e obstruindo a passagem do tempo e obstruindo a vida e o amanhã. Os lobos uivam, o céu vermelho e negro, se eu morrer que seja na california, na praia, em algum lugar onde podemos tocar os sonhos... Sem medo e sem frio, Onde haja você. ‘’É tudo que temos.Há quanto tempo mais passarei vivendo, vendo a vida passar e sabendo... Que você foi e
102Uivos.- O encontro do lobo ômega com suamatilha poética.1Estou deixando minha mente viajar de voltar àquele instante em que me tornei o lobo da poesia uivante e encontrei minha alcateia.A chuva cai maravilhosamente na janela. O barulho dela me fascina, marca o vidro suavemente e a luz dos relâmpagos. Refletemcomo uma obra de arte prateada e azu
114 infernal, Com seus punhos, gritos e palavras... Letras, cólera, compaixão, Aos desafios e desaforos, as brigas e as calmarias, pássaros alheios, Aos bêbados deuses, aos perigos sem fim, as estradas e suas filosofias, Há uma âncora em mim... No coração, na alma no pensamento sem fim, Oh velho lobo do mar, oh sangrento uivo vermelho... O amor é a âncora... Ou afunda ou estagna um porto seguro... Vivemos a mercê dos mares desconhecidos do amanhã da vida, da nossa alma, mente e coração. Somos capitães perdidos na tempestade da existência... ‘’Uma representação que separa a âncora em duas partes: O semicírculo virado para cima (o mundo espiritual) é coroado pela cruz da matéria, que representa a existência real e contínua no mundo material.