MaryHenry tamborilava os dedos na mesa impaciente enquanto Ruth terminava de preparar o jantar. Suspirei ajeitando o short do meu macacão e cruzei as pernas olhando para ele.- O que foi isso? Foi para me seduzir? - Sorriu debochado.- Se você fizer desse jantar um circo, dormirá no sofá por um bom tempo. - Ameacei.- Eu não tenho nada contra ele, apenas não quero e não vou trabalhar com ele. Não é uma coisa benéfica para mim agora, entrar em um projeto sem uma longa preparação antes é pedir para perder dinheiro. Laura está agindo pela emoção e querendo desperdiçar o dinheiro da nossa família. - Afirmou.- Vamos apenas evitar o assunto de trabalho e negócios durante o jantar hoje. - Pedi ouvindo o elevador e nos levantamos para receber Laura e Ian na sala.- Boa noite. - Ian sorriu entregando o vinho ao Henry.- Fiquem á vontade, o jantar vai ser servido em breve. - Disse sorrindo e peguei o vinho da mão de Henry levando comigo para a cozinha.Coloquei o vinho em cima da bancada da c
HenryDeixei a papelada sobre a mesa do escritório e me sentei na cadeira afrouxando um pouco a gravata. Havia sido uma reunião estressante como tem sido desde que Laura passou a me fazer engolir aquele cara.- Henry?- Pode entrar. - Murmurei e Viv apareceu fechando a porta depois de entrar.- Tudo bem? Eu percebi que saiu estressado da reunião.- Laura falou alguma coisa com você? - Perguntei e Viv balançou a cabeça.- Disse que Ian iria entrar como o seu representante.- Ela me disse essa manhã que havia dado a ele as ações para que ele tomasse a frente da sua parte, eles nem se casaram ainda. - Suspirei.- Um mês passa rápido, logo eles estarão casados. - Disse encostando-se a mesa ao meu lado.- Por que ele não vai cuidar da empresa da família dele?- Laura está iludida pelo mesmo mal que você sofre o amor. - Sorriu. - Não adianta espernear Henry, ele ganhou essa.- Você é uma péssima amiga. - Afirmei e Viv sorriu dando a volta na cadeira.- Não se preocupe tanto com ele. Você é
HenryAssim que as portas do elevador se abriram suspirei cansado indo em direção à sala na esperança de encontrar Mary, mas estava vazia. Olhei para o relógio é franzi a testa indo em direção ao quarto, coloquei o celular no carregador - já que tinha passado a maior parte da tarde descarregado - e tirei o paletó sentando-me na cama.- Senhor Salt, que bom que apareceu, já estávamos ficando loucos. - Ruth afirmou entrando no quarto e a encarrei confuso.- Eu estava preso em uma reunião no centro, por quê? - Perguntei levantando-me.- É a Mary. - Disse e olhei para ela.- A Mary? Como assim, o que aconteceu?- O José ligou há umas duas horas, alguém levou o carro e a Mary e Ana estavam nele. - Disse gesticulando e senti meu sangue gelar.- Ruth, há duas horas alguém levou a Mary? - Perguntei segurando-a pelos braços. - José acabou de chegar da delegacia, ele já fez a denuncia. - Avisou e sai do quarto encontrando José e Hector próximos ao elevador.- O que aconteceu exatamente?- Se
HenryOs policiais transitavam pela casa cochichando entre si como se soubessem que essa ligação que ainda não veio significava um sofrimento maior para a minha mulher.- Aqui Henry, beba um pouco de chá, vai te ajudar.- Não precisa Ruth, pode ir um pouco para casa descansar. - Disse levantando a cabeça.- Não querido, eu não consigo descansar assim. - A senhora suspirou colocando o chá na mesinha. - Estou com o coração apertado.- Eu também. - Sussurrei sentindo meu celular vibrar e o peguei atendendo rapidamente."Vá para um lugar sozinho antes que eu desliguei." - Uma voz desconhecida mandou e me levantei escapando para o quarto e fechando a porta."Cadê a minha mulher?" - Perguntei tentando conter meu desespero."Ah, ela está aqui, você tem uma mulher e tanto." - Ouvi sua risada e bati a mão no criado-mudo. - "As duas loirinhas estão um pouco assustadas, mas eu não farei muita coisa com elas... Basta você pagar o resgate.""Quanto? Quanto você quer?" - Perguntei apressado."Eu q
Mary.Minha cabeça parecia pesada quando acordei, sentia o meu corpo dolorido e cansado enquanto me sentava na cama. Olhei para o lado sentindo o alivio quando vi Henry adormecido na poltrona ao meu lado, quanto tempo será que eu havia dormido?- Henry. – Chamei sabendo que ele não dormiria tão profundamente nessa situação.- Você acordou. – Sorriu levantando-se. – Como se sente?- O que aconteceu? – Perguntei segurando em sua mão.- Um acidente de carro, a polícia recebeu o perfil das vitimas e achamos que haveria uma chance por conta da localização. Ana está bem, teve apenas escoriações leves como você Hector está cuidando dela. – Disse acariciando meu rosto.- E o Travis?- Ele passou por uma cirurgia e está na sala de recuperação, se ele sobreviver será preso.- É muito bom te ver. – Afirmei aliviada e Henry me abraçou deslizando as mãos para cima e para baixo em minhas costas.- Você está bem agora.Henry ficou no hospital os três dias que fiquei internada, e quando finalmente ti
MaryOs dias se passaram árduos e as noites se tornaram difíceis, a hipótese de ter Ian próximo a mim em qualquer situação deixava-me temerosa e apreensiva. Henry havia marcado uma consulta com a psicóloga da sua família para mim, mas eu sabia exatamente qual era o meu problema.- Mary. - Henry chamou abrindo a porta do quarto e me enrolei um pouco mais na coberta. - Amor, olha pra mim. - Pediu.- Eu estou cansada. - Resmunguei manhosa e senti a mão de Henry acariciar minhas costas por cima da coberta.- Tudo bem, apenas tira um pouco a coberta, por favor. - Pediu novamente e suspirei sentando-me na cama. - Mary, você tem que me dizer se estiver acontecendo alguma coisa.- Está tudo bem. - Afirmei.- Não, não está. - Murmurou afastando o cabelo do meu rosto e me aproximei um pouco mais me aconchegando em seus braços.- As coisas ainda estão recentes para mim Henry, é apenas isso. - Garanti fechando meus olhos. Henry estava sendo todo o meu apoio nos últimos dias enquanto eu tentava en
Henry- O que você está fazendo? - Laura gritou entrando na minha casa como um furacão.- Como assim? Do que você está falando? - Perguntei levantando do sofá e Mary se sentou.- Acabaram de levar o Ian sob custódia, disseram que ele está sendo acusado de sequestrar a Mary, que merda é essa Henry? Você não pode fazer isso com o meu marido apenas porque não o aprova, ele não sequestrou a Mary!- Laura, ele não tem um álibi convincente, não sabe dizer onde estava na hora do sequestro, comprou um galpão uma semana antes e confessou o seu crime. Ele é culpado. - Expliquei calmamente na esperança de que ela entendesse.- Por que você está inventando tudo isso Henry? Eu achei que já tínhamos superado todas as nossas desavenças, Ian é o herdeiro de uma empresa, um dos acionistas da nossa empresa, ele não fez nada disso. Você está acreditando nisso por quê? Por que a Mary falou?Mary se levantou parando ao meu lado e suspirei pedindo para que Ruth providenciasse um copo d'água.- Laura, eu e
MaryO dia do julgamento chegou duas semanas depois dos depoimentos, Laura estava na primeira fila ao lado dos pais de Ian, sentei no banco da acusação junto com o meu advogado e Henry se sentou na primeira fileira da esquerda atrás de mim.- O réu está aqui sob acusação de sequestro, formação de quadrilha e tortura, contra a senhora Salt e a senhorita Ana, o réu reconhece as acusações?- O meu cliente não reconhece e provará sua inocência. - O advogado afirmou.- Há alguns dias atrás durante atarde um homem invadiu o carro da minha cliente levando ela e a amiga, elas permaneceram em cativeiro por mais de vinte e quatro horas, sob ameaças e extrema violência, os sequestradores eram Travis e Ian. Durante a remoção das vitimas para outro esconderijo ocorreu o acidente levando um dos sequestradores a óbito e possibilitando o resgate das vitimas. - O meu advogado começou. - Temos indícios mais do que consistentes de que o senhor Ian era sim um dos sequestradores, segundo a documentação el