HenryAssim que as portas do elevador se abriram suspirei cansado indo em direção à sala na esperança de encontrar Mary, mas estava vazia. Olhei para o relógio é franzi a testa indo em direção ao quarto, coloquei o celular no carregador - já que tinha passado a maior parte da tarde descarregado - e tirei o paletó sentando-me na cama.- Senhor Salt, que bom que apareceu, já estávamos ficando loucos. - Ruth afirmou entrando no quarto e a encarrei confuso.- Eu estava preso em uma reunião no centro, por quê? - Perguntei levantando-me.- É a Mary. - Disse e olhei para ela.- A Mary? Como assim, o que aconteceu?- O José ligou há umas duas horas, alguém levou o carro e a Mary e Ana estavam nele. - Disse gesticulando e senti meu sangue gelar.- Ruth, há duas horas alguém levou a Mary? - Perguntei segurando-a pelos braços. - José acabou de chegar da delegacia, ele já fez a denuncia. - Avisou e sai do quarto encontrando José e Hector próximos ao elevador.- O que aconteceu exatamente?- Se
HenryOs policiais transitavam pela casa cochichando entre si como se soubessem que essa ligação que ainda não veio significava um sofrimento maior para a minha mulher.- Aqui Henry, beba um pouco de chá, vai te ajudar.- Não precisa Ruth, pode ir um pouco para casa descansar. - Disse levantando a cabeça.- Não querido, eu não consigo descansar assim. - A senhora suspirou colocando o chá na mesinha. - Estou com o coração apertado.- Eu também. - Sussurrei sentindo meu celular vibrar e o peguei atendendo rapidamente."Vá para um lugar sozinho antes que eu desliguei." - Uma voz desconhecida mandou e me levantei escapando para o quarto e fechando a porta."Cadê a minha mulher?" - Perguntei tentando conter meu desespero."Ah, ela está aqui, você tem uma mulher e tanto." - Ouvi sua risada e bati a mão no criado-mudo. - "As duas loirinhas estão um pouco assustadas, mas eu não farei muita coisa com elas... Basta você pagar o resgate.""Quanto? Quanto você quer?" - Perguntei apressado."Eu q
Mary.Minha cabeça parecia pesada quando acordei, sentia o meu corpo dolorido e cansado enquanto me sentava na cama. Olhei para o lado sentindo o alivio quando vi Henry adormecido na poltrona ao meu lado, quanto tempo será que eu havia dormido?- Henry. – Chamei sabendo que ele não dormiria tão profundamente nessa situação.- Você acordou. – Sorriu levantando-se. – Como se sente?- O que aconteceu? – Perguntei segurando em sua mão.- Um acidente de carro, a polícia recebeu o perfil das vitimas e achamos que haveria uma chance por conta da localização. Ana está bem, teve apenas escoriações leves como você Hector está cuidando dela. – Disse acariciando meu rosto.- E o Travis?- Ele passou por uma cirurgia e está na sala de recuperação, se ele sobreviver será preso.- É muito bom te ver. – Afirmei aliviada e Henry me abraçou deslizando as mãos para cima e para baixo em minhas costas.- Você está bem agora.Henry ficou no hospital os três dias que fiquei internada, e quando finalmente ti
MaryOs dias se passaram árduos e as noites se tornaram difíceis, a hipótese de ter Ian próximo a mim em qualquer situação deixava-me temerosa e apreensiva. Henry havia marcado uma consulta com a psicóloga da sua família para mim, mas eu sabia exatamente qual era o meu problema.- Mary. - Henry chamou abrindo a porta do quarto e me enrolei um pouco mais na coberta. - Amor, olha pra mim. - Pediu.- Eu estou cansada. - Resmunguei manhosa e senti a mão de Henry acariciar minhas costas por cima da coberta.- Tudo bem, apenas tira um pouco a coberta, por favor. - Pediu novamente e suspirei sentando-me na cama. - Mary, você tem que me dizer se estiver acontecendo alguma coisa.- Está tudo bem. - Afirmei.- Não, não está. - Murmurou afastando o cabelo do meu rosto e me aproximei um pouco mais me aconchegando em seus braços.- As coisas ainda estão recentes para mim Henry, é apenas isso. - Garanti fechando meus olhos. Henry estava sendo todo o meu apoio nos últimos dias enquanto eu tentava en
Henry- O que você está fazendo? - Laura gritou entrando na minha casa como um furacão.- Como assim? Do que você está falando? - Perguntei levantando do sofá e Mary se sentou.- Acabaram de levar o Ian sob custódia, disseram que ele está sendo acusado de sequestrar a Mary, que merda é essa Henry? Você não pode fazer isso com o meu marido apenas porque não o aprova, ele não sequestrou a Mary!- Laura, ele não tem um álibi convincente, não sabe dizer onde estava na hora do sequestro, comprou um galpão uma semana antes e confessou o seu crime. Ele é culpado. - Expliquei calmamente na esperança de que ela entendesse.- Por que você está inventando tudo isso Henry? Eu achei que já tínhamos superado todas as nossas desavenças, Ian é o herdeiro de uma empresa, um dos acionistas da nossa empresa, ele não fez nada disso. Você está acreditando nisso por quê? Por que a Mary falou?Mary se levantou parando ao meu lado e suspirei pedindo para que Ruth providenciasse um copo d'água.- Laura, eu e
MaryO dia do julgamento chegou duas semanas depois dos depoimentos, Laura estava na primeira fila ao lado dos pais de Ian, sentei no banco da acusação junto com o meu advogado e Henry se sentou na primeira fileira da esquerda atrás de mim.- O réu está aqui sob acusação de sequestro, formação de quadrilha e tortura, contra a senhora Salt e a senhorita Ana, o réu reconhece as acusações?- O meu cliente não reconhece e provará sua inocência. - O advogado afirmou.- Há alguns dias atrás durante atarde um homem invadiu o carro da minha cliente levando ela e a amiga, elas permaneceram em cativeiro por mais de vinte e quatro horas, sob ameaças e extrema violência, os sequestradores eram Travis e Ian. Durante a remoção das vitimas para outro esconderijo ocorreu o acidente levando um dos sequestradores a óbito e possibilitando o resgate das vitimas. - O meu advogado começou. - Temos indícios mais do que consistentes de que o senhor Ian era sim um dos sequestradores, segundo a documentação el
Mary. Três semanas depois.Já se passaram três semanas desde o julgamento e a prisão do filho e herdeiro de uma das maiores empresas de tecnologia do país, depois disso as ações da W.E despencou e Henry comprou a empresa tornando-a parte da S.C interprese e expandindo para a área que ele jurou que não expandiria, mas fazer o quê? Esse era o meu marido, cabeça dura e confuso.Laura não havia entrando em contato como irmão desde o fim do julgamento e soubemos pela mãe que ela também não ia mais visitar Ian na prisão, mesmo com todas as tentativas do advogado garantimos a prisão definitiva de Ian.Tudo corria bem e normalmente trazendo nossas vidas para os trilhos novamente, hoje era a mudança para a nossa nova casa e o apartamento ainda estava cheio de caixas por todos os lados.- Eu estou cansado. – Henry reclamou sentando-se ao meu lado no sofá e sorri estendendo-lhe uma garrafa d'água.- Você não está fazendo quase nada. – Afirmei descruzando as pernas e José passou carrega
Mary.Dois anos depois.O despertador tocava alto pelo quarto silencioso, Henry resmungou ao meu lado e abri os olhos observando-o se sentar na cama e desligar o aparelho. Virei para o lado um pouco preguiçosa e senti seus lábios em meus ombros depositando ali um beijo casto.- Você vai se atrasar de novo querida. – sorriu saindo da cama e bufei sentando na mesma. Puxei o meu cabelo para cima prendendo-o e ouvi o chuveiro ser ligado saindo da cama.Desci as escadas da nossa nova casa em direção à cozinha e logo avistei os cabelos parcialmente grisalhos de Ruth, sorri escondendo-me por detrás da bancada e a mesma sorriu.- Está descalça novamente, não é? – repreendeu e sorri balançando a cabeça.- Você sabe que eu sempre perco os meus chinelos.- O café já está quase pronto, posso colocar a mesa?- Tudo bem, eu volto depois do banho. – avisei subindo novamente. Entrei no nosso closet olhando para a minha parte e tirei de lá um vestido tubinho branco e um par de saltos pretos segui para