Mary- Minhas pernas doem. - Reclamei enquanto apertava minhas panturrilhas e Hector trocou de marcha avançando pelas ruas vazias. Eram quase uma da manhã e Ana estava desmaiada no banco de trás do carro. - Como você chegou até lá?- O senhor Salt me pediu para ir até você caso precisasse de ajuda para voltar.- E como o senhor Salt descobriu onde eu estava? - Perguntei imitando o seu tom.- Eu não tenho essa informação senhora.- Hector. - Bufei frustrada e o mesmo parou o carro em frente ao condomínio.- Se importa de subir sozinha? Preciso levar à senhorita Ana em casa.- Tudo bem. - Resmunguei tirando o cinto e peguei minha sandália a bolsa e o casaco saindo do carro. Caminhei calmamente pelo hall de entrada até os elevadores e chamei apertando o botão, quando o elevador chegou sorri ao vê-lo vazio e entrei no mesmo digitando o código do apartamento.Olhava para os números em vermelho no painel digital enquanto tamborilava com os dedos na barra de ferro ao fundo do elevador. Assim
MaryO dia amanheceu nublado, mas ainda sim estava muito aconchegante. Virei-me na cama suspirando tentando afastar a preguiça e senti a mão de Henry em minha cintura apertando levemente a mesma.- Bom dia. - Murmurou cheirando meu cabelo.- Bom dia. - Sorri virando para ele e segurei em seu rosto analisando-o.- Eu não estou bravo. - Afirmou. - Eu disse que não ficaria.- Vivian deu trabalho ontem? - Perguntei e Henry balançou a cabeça.- Sim, ela passou um pouco da conta. - Hum...- Mas não aconteceu nada demais, eu apenas a deixei em casa com José e voltei para esperar você. - Disse me abraçando e assenti.- Eu marquei de ir tomar café com a Ana hoje. - Afastei um pouco para encará-lo.- Por quê? Não precisa. - Resmungou tentando me agarrar novamente.- Eu vou encontrar com a Ana, nós conversamos depois. - Sorri saindo da cama e Henry grunhiu esticando os braços. HenryMary saiu logo depois do banho e pegou um táxi que havia chamado. Voltei para o quarto buscando meu ca
MaryHenry tamborilava os dedos na mesa impaciente enquanto Ruth terminava de preparar o jantar. Suspirei ajeitando o short do meu macacão e cruzei as pernas olhando para ele.- O que foi isso? Foi para me seduzir? - Sorriu debochado.- Se você fizer desse jantar um circo, dormirá no sofá por um bom tempo. - Ameacei.- Eu não tenho nada contra ele, apenas não quero e não vou trabalhar com ele. Não é uma coisa benéfica para mim agora, entrar em um projeto sem uma longa preparação antes é pedir para perder dinheiro. Laura está agindo pela emoção e querendo desperdiçar o dinheiro da nossa família. - Afirmou.- Vamos apenas evitar o assunto de trabalho e negócios durante o jantar hoje. - Pedi ouvindo o elevador e nos levantamos para receber Laura e Ian na sala.- Boa noite. - Ian sorriu entregando o vinho ao Henry.- Fiquem á vontade, o jantar vai ser servido em breve. - Disse sorrindo e peguei o vinho da mão de Henry levando comigo para a cozinha.Coloquei o vinho em cima da bancada da c
HenryDeixei a papelada sobre a mesa do escritório e me sentei na cadeira afrouxando um pouco a gravata. Havia sido uma reunião estressante como tem sido desde que Laura passou a me fazer engolir aquele cara.- Henry?- Pode entrar. - Murmurei e Viv apareceu fechando a porta depois de entrar.- Tudo bem? Eu percebi que saiu estressado da reunião.- Laura falou alguma coisa com você? - Perguntei e Viv balançou a cabeça.- Disse que Ian iria entrar como o seu representante.- Ela me disse essa manhã que havia dado a ele as ações para que ele tomasse a frente da sua parte, eles nem se casaram ainda. - Suspirei.- Um mês passa rápido, logo eles estarão casados. - Disse encostando-se a mesa ao meu lado.- Por que ele não vai cuidar da empresa da família dele?- Laura está iludida pelo mesmo mal que você sofre o amor. - Sorriu. - Não adianta espernear Henry, ele ganhou essa.- Você é uma péssima amiga. - Afirmei e Viv sorriu dando a volta na cadeira.- Não se preocupe tanto com ele. Você é
HenryAssim que as portas do elevador se abriram suspirei cansado indo em direção à sala na esperança de encontrar Mary, mas estava vazia. Olhei para o relógio é franzi a testa indo em direção ao quarto, coloquei o celular no carregador - já que tinha passado a maior parte da tarde descarregado - e tirei o paletó sentando-me na cama.- Senhor Salt, que bom que apareceu, já estávamos ficando loucos. - Ruth afirmou entrando no quarto e a encarrei confuso.- Eu estava preso em uma reunião no centro, por quê? - Perguntei levantando-me.- É a Mary. - Disse e olhei para ela.- A Mary? Como assim, o que aconteceu?- O José ligou há umas duas horas, alguém levou o carro e a Mary e Ana estavam nele. - Disse gesticulando e senti meu sangue gelar.- Ruth, há duas horas alguém levou a Mary? - Perguntei segurando-a pelos braços. - José acabou de chegar da delegacia, ele já fez a denuncia. - Avisou e sai do quarto encontrando José e Hector próximos ao elevador.- O que aconteceu exatamente?- Se
HenryOs policiais transitavam pela casa cochichando entre si como se soubessem que essa ligação que ainda não veio significava um sofrimento maior para a minha mulher.- Aqui Henry, beba um pouco de chá, vai te ajudar.- Não precisa Ruth, pode ir um pouco para casa descansar. - Disse levantando a cabeça.- Não querido, eu não consigo descansar assim. - A senhora suspirou colocando o chá na mesinha. - Estou com o coração apertado.- Eu também. - Sussurrei sentindo meu celular vibrar e o peguei atendendo rapidamente."Vá para um lugar sozinho antes que eu desliguei." - Uma voz desconhecida mandou e me levantei escapando para o quarto e fechando a porta."Cadê a minha mulher?" - Perguntei tentando conter meu desespero."Ah, ela está aqui, você tem uma mulher e tanto." - Ouvi sua risada e bati a mão no criado-mudo. - "As duas loirinhas estão um pouco assustadas, mas eu não farei muita coisa com elas... Basta você pagar o resgate.""Quanto? Quanto você quer?" - Perguntei apressado."Eu q
Mary.Minha cabeça parecia pesada quando acordei, sentia o meu corpo dolorido e cansado enquanto me sentava na cama. Olhei para o lado sentindo o alivio quando vi Henry adormecido na poltrona ao meu lado, quanto tempo será que eu havia dormido?- Henry. – Chamei sabendo que ele não dormiria tão profundamente nessa situação.- Você acordou. – Sorriu levantando-se. – Como se sente?- O que aconteceu? – Perguntei segurando em sua mão.- Um acidente de carro, a polícia recebeu o perfil das vitimas e achamos que haveria uma chance por conta da localização. Ana está bem, teve apenas escoriações leves como você Hector está cuidando dela. – Disse acariciando meu rosto.- E o Travis?- Ele passou por uma cirurgia e está na sala de recuperação, se ele sobreviver será preso.- É muito bom te ver. – Afirmei aliviada e Henry me abraçou deslizando as mãos para cima e para baixo em minhas costas.- Você está bem agora.Henry ficou no hospital os três dias que fiquei internada, e quando finalmente ti
MaryOs dias se passaram árduos e as noites se tornaram difíceis, a hipótese de ter Ian próximo a mim em qualquer situação deixava-me temerosa e apreensiva. Henry havia marcado uma consulta com a psicóloga da sua família para mim, mas eu sabia exatamente qual era o meu problema.- Mary. - Henry chamou abrindo a porta do quarto e me enrolei um pouco mais na coberta. - Amor, olha pra mim. - Pediu.- Eu estou cansada. - Resmunguei manhosa e senti a mão de Henry acariciar minhas costas por cima da coberta.- Tudo bem, apenas tira um pouco a coberta, por favor. - Pediu novamente e suspirei sentando-me na cama. - Mary, você tem que me dizer se estiver acontecendo alguma coisa.- Está tudo bem. - Afirmei.- Não, não está. - Murmurou afastando o cabelo do meu rosto e me aproximei um pouco mais me aconchegando em seus braços.- As coisas ainda estão recentes para mim Henry, é apenas isso. - Garanti fechando meus olhos. Henry estava sendo todo o meu apoio nos últimos dias enquanto eu tentava en