Priscila AlmeidaO som das grades rangendo e o eco das vozes reverberando pelos corredores do presídio tornaram-se uma trilha sonora constante na minha vida. O cheiro de ferro e desinfetante impregnava o ar, uma lembrança persistente da minha realidade. Estava presa há mais de um ano por ter raptado a filha de Anthonella, e cada dia era uma batalha para manter minha sanidade.Sentada em minha cela estreita, observava as paredes cinzentas e desgastadas, cobertas de grafites e marcas de prisioneiras anteriores. Algumas deixavam mensagens de esperança, outras de desespero. Mas para mim, não havia arrependimento. Fiz o que fiz por uma razão, e mesmo agora, não sentia remorso.— Almeida! — gritou uma das guardas, interrompendo meus pensamentos. — Hora do banho de sol.Levantei-me lentamente, os músculos rígidos pelo tempo passado na cela. Quando saí para o pátio, senti o sol quente na pele, um raro consolo. Outras prisioneiras já estavam lá, divididas em grupos conforme as alianças e rival
A Caminho da Redenção. Camila OlivasA sensação de solidão nunca me foi tão familiar quanto agora. Sentada no quarto pequeno e austero que chamava de lar nos últimos meses, refletia sobre as voltas que minha vida tinha dado. Fui deserdada pelos meus pais, rejeitada por amigos e excluída de todos os círculos sociais que antes faziam parte do meu dia a dia. E tudo por causa de minha obsessão em separar Anthonella e Jhonathan.A decisão de participar do rapto da filha deles foi o ponto de ruptura. Na época, parecia uma forma de vingança justa, uma maneira de fazer Jhonathan ver que Anthonella não era boa o suficiente para ele. Mas agora, olhando para as consequências, era difícil entender como cheguei a esse ponto.Puxei os joelhos contra o peito, abraçando-os enquanto lágrimas silenciosas escorriam pelo meu rosto. O eco das palavras duras dos meus pais ainda ressoava na minha mente: "Você não é mais nossa filha". Eu não conseguia compreender como meu desejo de destruir aquele casal per
O Perdão Anthonella Fagundes LancasterEra uma manhã tranquila, e eu estava em casa, aproveitando um raro momento de calma. As crianças estavam na escola, e Jonathan tinha saído para resolver alguns assuntos do trabalho. Aproveitei a paz para tomar um café na varanda, apreciando a brisa suave e o canto dos pássaros.Foi então que ouvi uma batida suave na porta. Fui até lá, imaginando quem poderia ser. Ao abrir, fiquei surpresa ao ver Camila. Ela parecia diferente, mais abatida e vulnerável. Nossos olhos se encontraram, e vi algo que nunca havia visto antes: arrependimento genuíno.— Oi, Anthonella. — disse ela, a voz tremendo levemente. — Posso entrar?Assenti, um misto de curiosidade e apreensão tomando conta de mim. Não sabia ao certo o que esperar dessa visita inesperada, mas algo na expressão de Camila me dizia que era importante.— Claro, entre. — respondi, dando espaço para que ela entrasse.Conduzi-a até a sala, onde nos sentamos no sofá. Havia um silêncio tenso entre nós, car
Primeiro Dia dos Namorados. Anthonella Fagundes Lancaster O primeiro Dia dos Namorados com Jonathan era algo que eu aguardava com grande expectativa. Tínhamos enfrentado tantos desafios juntos, e agora era a hora de celebrar nosso amor de uma forma especial. Planejei cada detalhe, desejando que esse dia fosse inesquecível para nós dois.Acordei cedo, sentindo uma mistura de ansiedade e excitação. O sol já brilhava pela janela, iluminando nosso quarto com uma luz suave e dourada. Virei-me para o lado e observei Jonathan ainda dormindo. Havia algo de tranquilizador e encantador em vê-lo assim, tão sereno e despreocupado.Saí da cama cuidadosamente, tentando não acordá-lo, e fui até a cozinha para preparar um café da manhã especial. Arrumei uma bandeja com frutas frescas, croissants quentinhos, suco de laranja e café. Adicionei uma pequena flor vermelha ao lado, um toque de romantismo que eu sabia que ele apreciaria.Quando voltei ao quarto, Jonathan estava começando a despertar. Seus
A convocação Maria Fernanda Fagundes LancasterDesde pequena, o futebol era minha paixão. Lembro-me de quando assistia aos jogos na TV com meus pais, Anthonella e Jonathan, e sonhava em estar em campo, vestindo a camisa da seleção brasileira. Hoje, esse sonho está prestes a se tornar realidade.Era uma manhã como outra qualquer. Acordei cedo, me espreguicei e peguei meu celular para checar as mensagens. Em meio a tantos notificações, uma em particular chamou minha atenção. Era da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Meu coração começou a bater mais rápido enquanto abria o e-mail."Prezada Maria Fernanda Fagundes Lancaster, É com grande prazer que informamos que você foi convocada para integrar a Seleção Brasileira Feminina de Futebol..."Eu não consegui ler o restante da mensagem. As lágrimas de felicidade já nublavam minha visão. Pulei da cama, gritando de alegria, e corri para o quarto dos meus pais.— Mamãe! Papai! — gritei, sem me importar se estava fazendo barulho demais.
Jonathan LancasterAs primeiras luzes do amanhecer filtravam-se pelas cortinas, e eu acordei com a sensação de que aquele seria um dia especial. Anthonella ainda dormia ao meu lado, seu rosto sereno refletindo a paz que ela sempre trazia para minha vida. Com cuidado para não acordá-la, levantei-me da cama e fui até a cozinha, onde pedi para prepararem um café especial. Enquanto esperava minha mente vagava pelas memórias dos últimos anos. Anthonella e eu havíamos enfrentado muitos desafios juntos, desde a luta contra aqueles que tentaram nos separar até o rapto de nossa filha. Depois conciliar as nossas carreiras com a criação dos nossos filhos. O aroma do café encheu a cozinha, trazendo-me de volta ao presente. Peguei a bandeja e voltei para o quarto, onde Anthonella começava a acordar.— Bom dia, meu amor. — entreguei uma xícara de café.Ela sorriu, seus olhos ainda estavam meio fechados.— Bom dia, Jhon. — respondeu ela, pegando a xícara. — O que te fez acordar tão cedo hoje?—
Apresentando o namorado a família. Maria Fernanda Fagundes LancasterEstava nervosa, para dizer o mínimo. Hoje era o dia em que eu apresentaria meu namorado, Pedro, à minha família. Já estávamos juntos há quase um ano, e ele era tudo o que eu poderia pedir: atencioso, carinhoso e apaixonado pelo futebol, assim como eu. No entanto, sabia que levá-lo para conhecer meus pais, especialmente meu pai, Jonathan, seria um desafio.— Vai dar tudo certo, MaFê. — Pedro disse, segurando minha mão enquanto caminhávamos em direção à porta da frente da minha casa.— Espero que sim. — respondi, tentando esconder meu nervosismo. — Só... só seja você mesmo, ok?Ele sorriu e apertou minha mão com mais força.Quando abri a porta, minha mãe nos recebeu com um sorriso caloroso.— Olá, Pedro! — disse ela, puxando-o para um abraço. — Seja bem-vindo!— Obrigado, dona Anthonella. É um prazer conhecê-la. — respondeu Pedro, educado como sempre.Meus irmãos mais novos correram para a sala, curiosos para conhecer
Os Quinze anos. Maria Fernanda Fagundes Lancaster Acordei naquela manhã com uma mistura de excitação e ansiedade. Era o dia da minha festa de 15 anos, e eu mal podia acreditar que havia finalmente chegado. Sempre sonhei com uma festa grande, cheia de amigos, família e, claro, muito futebol. Minha paixão pelo esporte sempre foi uma parte enorme da minha vida, e eu queria que minha festa refletisse isso. Levantei-me da cama e fui direto para o banheiro, onde me olhei no espelho. Meu coração acelerava com a expectativa do que estava por vir. Hoje, seria um dia inesquecível. Saí do banheiro e encontrei meus pais na cozinha, preparando um café da manhã especial. — Feliz aniversário, minha campeã! — meu pai estava com um sorriso orgulhoso no rosto. — Feliz aniversário, querida! — completou minha mãe, me puxando para um abraço apertado. — Obrigada, mãe. Obrigada, pai. — respondi, sentindo-me extremamente grata por ter uma família tão maravilhosa. Depois do café da manhã, minha m