Amor à Primeira VistaGustavo & Maristela (1994)Estava tendo um dia típico com minha melhor amiga, Giulia. Caminhávamos pela praça principal, rindo e conversando sobre os últimos acontecimentos em nossas vidas. O sol brilhava, e a brisa suave tornava a manhã ainda mais agradável. A vida parecia perfeita.Estávamos atravessando a rua quando ouvi um grito agudo.— Maris! — A voz da minha amiga ecoou, me enchendo de pavor.O menino da bicicleta tentou frear, mas acabei sendo atropelada por ele.— Amiga, você está bem? — Giulia me levantou, a preocupação evidente em seu rosto.— Estou, sim. — Respondi, alisando o joelho que começava a doer.Giulia se aproximou do menino, visivelmente irritada.— Você está louco? Quase matou minha amiga! — Gritou ela, os olhos faiscando de raiva.O rapaz se aproximou parecendo igualmente chocado e preocupado. Ele tinha cabelos escuros e olhos penetrantes, que agora estavam arregalados de pavor.— Meu Deus, me desculpe! — Ele levantou as mãos em um gesto d
O Nascimento de MaFêAnthonella Fagundes Estava uma noite tranquila, e eu estava em casa com Joyce, minha melhor amiga e parceira de todas as horas. Estávamos assistindo a um filme e conversando sobre a chegada iminente de Maria Fernanda, carinhosamente chamada de MaFê. Estava ansiosa e nervosa ao mesmo tempo, mas também animada para conhecer minha filha.De repente, senti uma dor aguda na parte inferior do abdômen. Tentei ignorar, pensando que poderia ser apenas um desconforto passageiro, mas a dor não passava. Pelo contrário, só aumentava. Tentei respirar fundo e me acalmar, mas a dor estava ficando insuportável.— Joyce, acho que... acho que está na hora. — Disse, com a voz trêmula e o rosto contorcido de dor.Joyce, que estava ao meu lado, imediatamente percebeu a gravidade da situação. Ela se levantou rapidamente, pegou minha mão e me ajudou a levantar do sofá.— Vamos, Anthonella. Precisamos ir para o hospital agora. Joyce me ajudou a caminhar até a porta, mas a dor era tão in
O Nascimento de MaFê — Parte 2 Com o passar dos dias, comecei a me sentir mais confiante como mãe. Cada sorriso de MaFê, cada gugu-dadá, fazia meu coração se encher de alegria. Sabia que havia desafios pela frente, mas também sabia que estava pronta para enfrentá-los, com Joyce ao meu lado e com o amor incondicional que sentia por minha filha.Olhei para MaFê, que dormia tranquilamente em meus braços, e sorri. A jornada havia sido difícil, mas cada momento havia valido a pena. Eu estava pronta para começar essa nova fase da minha vida, como mãe, com minha filha nos braços e minha amiga ao meu lado.Os primeiros meses com MaFê foram desafiadores. Havia noites sem dormir, fraldas intermináveis e a constante preocupação com cada pequeno detalhe. Mas, ao mesmo tempo, havia risadas, descobertas e momentos que eu sabia que jamais esqueceria.Uma das maiores dificuldades foi amamentar. Nos primeiros dias, MaFê tinha dificuldade em pegar o peito, e isso me deixava extremamente frustrada e pr
Joyce Silva A busca pela minha mãe biológica sempre foi uma dor latente no fundo da minha alma. Eu cresci no orfanato, pedi a tia Maria que me ajudasse a encontrar minha mãe, pois eu precisava saber da verdade. Depois de meses de busca, finalmente encontrei uma pista sólida. Seu nome era Silvia e vivia em uma cidade a poucas horas de distância. Meu coração batia forte enquanto me aproximava da casa dela. Eu estava prestes a enfrentar uma parte de mim que sempre esteve oculta, um mistério que sempre desejei desvendar.Quando bati na porta, uma mulher de meia-idade abriu, seus olhos se arregalaram ao me ver. Havia um reconhecimento imediato, uma faísca de algo que não podia ser negado, mesmo que ela só tenha me visto quando era recém nascida. Mas, em vez de alegria, vi um brilho de desconforto em seus olhos.— Olá, Silvia. — comecei, tentando manter a voz firme.— Oi. — Você sabe quem eu sou? — Perguntei e ela deu de ombros. — Talvez. — Meu nome é Joyce. Sou sua filha.O silêncio
A Partida de FutebolMaria Fernanda Fagundes LancasterNão conseguia conter minha animação. Finalmente, o grande dia havia chegado. A partida de futebol que eu tanto esperava estava prestes a começar, e eu tinha sido escalada para jogar no time misto da escola. Treinei duro para esse momento e sabia que estava pronta para dar o meu melhor em campo.Enquanto me preparava, minha mãe, entrou no meu quarto com um sorriso encorajador.— Está pronta, MaFê? — perguntou ela, seus olhos brilhando de orgulho.— Estou, mãe! — respondi, tentando esconder o nervosismo.— Você vai arrasar, filha. Confio em você. — disse ela, me abraçando apertado.Mas havia uma preocupação no ar. Meu pai não estava tão seguro sobre eu jogar no time misto. Ele sempre foi superprotetor e, quando soube que eu jogaria com meninos mais velhos e fortes, ficou apreensivo.Quando descemos para a sala, encontrei meu pai de braços cruzados, com uma expressão séria no rosto.— MaFê, eu não sei se isso é uma boa ideia. — disse
Priscila AlmeidaO som das grades rangendo e o eco das vozes reverberando pelos corredores do presídio tornaram-se uma trilha sonora constante na minha vida. O cheiro de ferro e desinfetante impregnava o ar, uma lembrança persistente da minha realidade. Estava presa há mais de um ano por ter raptado a filha de Anthonella, e cada dia era uma batalha para manter minha sanidade.Sentada em minha cela estreita, observava as paredes cinzentas e desgastadas, cobertas de grafites e marcas de prisioneiras anteriores. Algumas deixavam mensagens de esperança, outras de desespero. Mas para mim, não havia arrependimento. Fiz o que fiz por uma razão, e mesmo agora, não sentia remorso.— Almeida! — gritou uma das guardas, interrompendo meus pensamentos. — Hora do banho de sol.Levantei-me lentamente, os músculos rígidos pelo tempo passado na cela. Quando saí para o pátio, senti o sol quente na pele, um raro consolo. Outras prisioneiras já estavam lá, divididas em grupos conforme as alianças e rival
A Caminho da Redenção. Camila OlivasA sensação de solidão nunca me foi tão familiar quanto agora. Sentada no quarto pequeno e austero que chamava de lar nos últimos meses, refletia sobre as voltas que minha vida tinha dado. Fui deserdada pelos meus pais, rejeitada por amigos e excluída de todos os círculos sociais que antes faziam parte do meu dia a dia. E tudo por causa de minha obsessão em separar Anthonella e Jhonathan.A decisão de participar do rapto da filha deles foi o ponto de ruptura. Na época, parecia uma forma de vingança justa, uma maneira de fazer Jhonathan ver que Anthonella não era boa o suficiente para ele. Mas agora, olhando para as consequências, era difícil entender como cheguei a esse ponto.Puxei os joelhos contra o peito, abraçando-os enquanto lágrimas silenciosas escorriam pelo meu rosto. O eco das palavras duras dos meus pais ainda ressoava na minha mente: "Você não é mais nossa filha". Eu não conseguia compreender como meu desejo de destruir aquele casal per
O Perdão Anthonella Fagundes LancasterEra uma manhã tranquila, e eu estava em casa, aproveitando um raro momento de calma. As crianças estavam na escola, e Jonathan tinha saído para resolver alguns assuntos do trabalho. Aproveitei a paz para tomar um café na varanda, apreciando a brisa suave e o canto dos pássaros.Foi então que ouvi uma batida suave na porta. Fui até lá, imaginando quem poderia ser. Ao abrir, fiquei surpresa ao ver Camila. Ela parecia diferente, mais abatida e vulnerável. Nossos olhos se encontraram, e vi algo que nunca havia visto antes: arrependimento genuíno.— Oi, Anthonella. — disse ela, a voz tremendo levemente. — Posso entrar?Assenti, um misto de curiosidade e apreensão tomando conta de mim. Não sabia ao certo o que esperar dessa visita inesperada, mas algo na expressão de Camila me dizia que era importante.— Claro, entre. — respondi, dando espaço para que ela entrasse.Conduzi-a até a sala, onde nos sentamos no sofá. Havia um silêncio tenso entre nós, car