Quando o carro de seu Valdo finalmente estacionou em frente aos chalés, senti uma onda de excitação tomar conta de mim. Tudo estava perfeitamente planejado, e eu não via a hora de ver a reação de Pedro. Ele olhou ao redor, admirando o lugar, e seu sorriso largo era um reflexo de como aquele lugar já o impressionava. — Que lugar maravilhoso é esse? — Ele perguntou, com os olhos brilhando de curiosidade. Sorri de volta, segurando o mistério por mais um instante. — Você ainda não viu nada, Pedro. Seu Valdo saiu do carro e foi direto para o porta-malas, pegando as nossas malas. Ele as colocou no chão e se aproximou de nós, com aquele sorriso acolhedor de sempre. — Só me ligar se precisarem de algo, ou quando quiserem ir embora — ele disse gentilmente, me lançando um olhar de preocupação, como um segundo pai. — Pode deixar, seu Valdo, muito obrigada — respondi, sentindo gratidão pelo cuidado dele. Ele sempre cuidava de mim como se fosse parte da família. Após se despedir, ele
A taça de champanhe ainda estava ao lado da cama, mas o calor que eu sentia nada tinha a ver com a bebida. Era o toque de Pedro que me fazia perder o fôlego, a forma como seus lábios se moviam sobre os meus, numa mistura de desejo e ternura que eu jamais tinha experimentado antes. Minhas mãos estavam em seus cabelos, e ele me puxava para mais perto, como se tentássemos nos fundir em um só. O quarto desaparecia, junto com qualquer barulho externo. Tudo o que eu ouvia era o som do nosso respirar entrecortado e o bater acelerado do meu coração. Nos separamos por alguns segundos para recuperar o fôlego. Pedro encostou sua testa na minha, e ficamos ali, com os olhos fechados, sentindo o momento. — Você tem certeza, minha linda? — Ele repetiu com um tom suave, mas intenso, como se quisesse ter certeza absoluta de que eu estava confortável. Abri os olhos e encontrei os dele, que me encaravam com um brilho cheio de amor e apreensão. A preocupação em seu rosto me derreteu ainda mais. Pe
Pedro Henrique Soares Acordei antes de MaFê e fiquei observando-a dormir. Ela estava tão linda ali, tranquila, e o jeito como seus lábios se curvavam levemente no canto me fazia sorrir. A noite passada ainda estava viva em minha mente, e o amor que eu sentia por ela parecia transbordar no meu peito.Depois do banho, fomos tomar café da manhã no chalé. Eu tentava me manter calmo, mas a preocupação estava estampada no meu rosto. Queria ter certeza de que ela estava bem, de que não havia nenhum desconforto depois da noite anterior.— Está se sentindo bem, MaFê? — perguntei, tocando sua mão com delicadeza enquanto ela saboreava o suco de laranja.Ela riu baixinho, balançando a cabeça com ternura.— Pedro, já disse... estou ótima. Você pode relaxar.— Tem certeza? — insisti, um pouco ansioso. — Não está sentindo dor? Se quiser, podemos descansar mais.Ela segurou minha mão com firmeza e me olhou nos olhos.— Sério, amor. Não estou sentindo dor nenhuma. Você foi perfeito. — Ela sorriu daqu
Maria Fernanda Fagundes LancasterO último dia no chalé tinha um toque agridoce. Eu e Pedro acordamos tarde, aproveitando o calor dos lençóis e a presença um do outro. A noite anterior ainda estava fresca na minha mente, assim como todas as risadas, os momentos e as palavras trocadas. Enquanto olhava para ele, ainda adormecido ao meu lado, sentia uma onda de gratidão invadir meu peito. Aquele fim de semana não foi apenas um refúgio, mas um lembrete de como a vida pode ser generosa nos detalhes. O colar em meu pescoço parecia mais pesado de significado do que de material. Cada vez que o tocava, lembrava do quanto Pedro era cuidadoso e amoroso.Depois do café, que foi uma delícia, começamos a nos preparar para o check-out. Ainda assim, queríamos aproveitar até o último minuto, então saímos para dar um último passeio. O clima estava ameno, e a brisa fresca fazia com que cada passo fosse ainda mais agradável. O barulho das folhas secas sob nossos pés e o canto suave dos pássaros davam um
O sol brilhava forte quando saí do consultório de fisioterapia, sentindo uma mistura de exaustão e determinação. A sessão havia sido desafiadora e dolorida, mas eu estava determinada a seguir em frente e alcançar a recuperação total. Vi minha mãe me esperando na entrada do prédio, com uma expressão de expectativa e preocupação. — E aí, como foi? — ela perguntou, enquanto caminhávamos juntas em direção ao carro. — Foi difícil, dolorido, mas estou confiante. É um desafio, e vou conseguir — respondi, tentando manter um sorriso no rosto. Minha mãe sorriu, aliviada e orgulhosa. — Essa é a MaFê que eu conheço. Sempre enfrentando os desafios com coragem. Rimos juntas, sentindo um alívio instantâneo. A tarde estava linda, e o clima leve ajudou a aliviar a tensão. Decidimos almoçar em um restaurante que sempre gostamos. Enquanto saboreávamos nossos pratos, Anthonella aproveitou a oportunidade para puxar uma conversa que eu sabia que estava no fundo da mente dela há algum tempo. — Ent
Priscila Almeida O telefone vibrou sobre a mesa, e eu sabia que a hora estava chegando, a ansiedade dentro de mim crescia a cada segundo que se passava. Olhei para o visor e reconheci o número. O "Amigo". Nosso relacionamento se baseava em duas coisas: eficiência e dinheiro. O que eu precisava dele, ele entregava. Nada mais, nada menos.Peguei o telefone com mãos trêmulas e respirei fundo antes de atender.— Já está tudo pronto? — perguntei, tentando manter a voz firme, mas o nervosismo transparecia em cada palavra.— Quase, mas vai precisar esperar mais uns três dias — ele respondeu, com aquela voz tranquila e despreocupada que me irritava profundamente.— TRÊS DIAS? — gritei, perdendo completamente o controle. — Você está brincando comigo? Eu já esperei tempo demais!A frustração subiu pelo meu corpo como uma onda, e meu peito estava queimando de raiva. Tudo estava planejado há semanas, e eu não aguentava mais a espera. Precisava que isso acabasse logo. Quanto mais o tempo passava
Bianca CardosoDepois de passar o dia inteiro andando pela cidade atrás de uma vaga de emprego, cheguei em casa exausta. Minhas pernas doíam, os pés estavam inchados dentro dos sapatos baratos que insistiam em apertar. Soltei um suspiro frustrado enquanto girava a chave na porta, já sabendo que encontraria minha mãe deitada no sofá, como sempre.Entrei, e lá estava ela, com o controle remoto na mão, zapeando pelos canais de televisão sem muito interesse. A sala tinha aquele cheiro característico de casa fechada, misturado com o perfume barato que ela usava. Joguei minha bolsa em cima da mesa e me sentei na poltrona, passando as mãos pelos cabelos suados.— E aí, conseguiu alguma coisa? — perguntou ela, sem nem olhar na minha direção.Suspirei de novo, dessa vez mais longo. O peso daquela pergunta sempre me atingia. Quantas vezes ela já havia feito a mesma pergunta? E quantas vezes a resposta tinha sido a mesma? Baixei os olhos, evitando o olhar de julgamento que eu sabia que estava po
Maria Fernanda Fagundes LancasterO bar da minha mãe e da minha tia sempre foi um dos meus lugares favoritos para relaxar. Depois da minha primeira sessão de fisioterapia, que por sinal foi melhor do que eu esperava, decidi vir para cá e espairecer um pouco. Fazia um bom tempo desde a última vez que eu me permiti aproveitar uma noite tranquila, sem me preocupar com as competições ou as responsabilidades que a vida constantemente me jogava.Entrei no bar e fui recebida por aquela mistura familiar de risadas, música ao fundo e cheiro de bebida. Minha mãe estava no balcão, sorrindo e cumprimentando os clientes habituais.Encontrei uma mesa perto da janela, me sentei e tirei o celular do bolso, pronta para passar o tempo navegando pelas redes sociais enquanto esperava o movimento do bar começar a agitar. Era uma quarta-feira, o que significava apenas uma coisa: noite de karaokê. As noites de quarta no bar da minha mãe sempre acabavam em uma bagunça animada, com clientes, já levemente alte