Bianca SalvadorEstava no canto da festa, com um copo de bebida na mão, observando Pedro e Maria Fernanda de longe. A música alta e as risadas ao meu redor não eram suficientes para abafar o desconforto que sentia ao vê-los juntos. Eles dançavam, riam e trocavam olhares cúmplices, como se o resto do mundo não existisse. Cada vez que Pedro tocava MaFê com aquele olhar apaixonado, meu estômago revirava. Eu sabia que meu rosto devia estar refletindo toda a amargura que sentia naquele momento.— Sério, Bianca, você precisa parar de encarar os dois desse jeito. Está ficando feio — a voz de Pietro me tirou dos meus pensamentos. Ele se aproximou, sorrindo de maneira provocativa, claramente se divertindo com a situação.Revirei os olhos e dei um gole na bebida antes de responder. — Não concordo com isso, Pietro. Não consigo aceitar que ele fique com aquela jogadora de quinta. Pedro merece algo melhor.Pietro soltou uma risada debochada, balançando a cabeça como se estivesse rindo da minha i
Maria Fernanda Fagundes Lancaster Depois do confronto no banheiro com Bianca, respirei fundo e ajeitei meu cabelo antes de voltar para a festa. Não queria que ninguém percebesse que algo havia acontecido. Assim que me aproximei dos meus amigos, Pedro me chamou de volta para a pista de dança. — Ei, MaFê! Vem cá! — ele gritou por cima da música, estendendo a mão para mim com um sorriso que fez meu coração disparar.Sorri de volta e aceitei a mão dele, deixando que me guiasse para o meio da pista. A música vibrava ao nosso redor, e por um momento, todo o estresse que senti anteriormente desapareceu. Dançamos juntos, rindo e nos divertindo, como se fôssemos os únicos ali. Pedro era incrível, sabia como me fazer esquecer de tudo e aproveitar o momento, ele realmente era o rei da festa. A noite seguiu animada, com todos dançando e se divertindo, mas eventualmente, notei que Laiane estava começando a demonstrar sinais de cansaço. Ela tentava disfarçar, mas seus bocejos estavam ficando fre
Pedro Henrique SoaresEnquanto dirigia de volta para casa, Laiane não conseguia conter sua animação. Ela estava no banco de trás, cantando uma música que eu conhecia muito bem.— “Apaixonadinho por você, meu bem...” — Laiane cantava, exagerando na melodia e na voz, me olhando de canto com um sorriso travesso.Revirei os olhos e balancei a cabeça, tentando não rir. — Laiane, para com isso. Que bobeira.Ela gargalhou, claramente se divertindo às minhas custas. — Ah, qual é, Pedro! Dá pra ver que você tá todo apaixonado. Não precisa disfarçar!Geovani, que estava ao seu lado, só observava a cena, tentando segurar o riso. Laiane continuava cantando a plenos pulmões, e sabia que ela não ia parar tão cedo. Então, tive uma ideia.Olhei para Geovani com um sorriso malicioso no rosto. — Sabe, Geovani, a Laiane adora zombar dos outros, mas ela não conta as histórias dela, né?Laiane parou de cantar imediatamente e me olhou desconfiada. — Pedro, nem pensa em...!— Ah, mas eu penso sim —
Maria Fernanda Fagundes LancasterAcordei e fiz as minhas higienes, escolhi uma roupa e fui até o quarto da minha irmã que havia me intimado a sair com ela hoje. — Ana Fernanda — chamei, batendo de leve na porta entreaberta.Ela se virou na cama, sonolenta, e piscou algumas vezes antes de entender o que estava acontecendo. — Vamos sair mesmo? — perguntou, a voz ainda grogue de sono e sorri. — Vamos sim! Levanta, preguiçosa.Ana Fernanda sorriu de volta, animada, e pulou da cama com uma energia que eu invejava às vezes. Ela correu para o guarda-roupa, já começando a escolher o look perfeito para a nossa saída. Sabia que não seria algo rápido, então me encostei na parede e esperei enquanto ela experimentava uma roupa após a outra, sempre buscando a combinação perfeita.Depois de um tempo, ambas estávamos prontas. Desci as escadas já arrumada e encontrei minha mãe, sentada no sofá com Anthony no colo. Ela me olhou com aquele sorriso caloroso que sempre fazia meu coração aquecer.— O
Me despedi dele mais uma vez, e então pedi ao Seu Valdo que me levasse ao bar. Ele, como sempre gentil e atencioso, prontamente concordando. — Claro, senhorita. Vamos ao bar — disse ele, enquanto entrávamos no carro. No caminho, aproveitei para pensar um pouco sobre tudo o que havia acontecido. Bianca, Pedro, minha família… Era muito para processar, mas o bar da minha mãe sempre foi um lugar onde eu conseguia relaxar e esquecer os problemas por um tempo. Além disso, estar com a minha tia era sempre reconfortante. Quando chegamos ao bar, fui recebida com uma alegria contagiante. Mamãe parecia animada ao me ver, seu sorriso iluminando o ambiente. — MaFê! Que bom que você veio! — disse ela, me puxando para um abraço apertado. Logo depois, minha tia também apareceu, e me envolveu em um abraço caloroso. — Querida! Estava com saudade de você! — disse ela, apertando-me com força. Eu ri, gostando daquela sensação familiar e acolhedora. — Também estava com saudades, tia. Embora tenh
Pedro Henrique SoaresChegamos ao bar, Laiane, Geovane e eu. Assim que entramos, meus olhos procuraram por MaFê. Ela estava no balcão, sorrindo para dois caras que pareciam estar gostando bastante da conversa. Meus olhos se estreitaram enquanto a cena se desenrolava diante de mim. Algo dentro de mim ferveu, e o ciúme subiu rápido, como uma onda que não consegui conter.Sabia que ela era apenas simpática, que provavelmente não tinha nada de mais, mas ver aqueles dois idiotas tentando alguma coisa me deixou fora de mim. Sem pensar muito, apressei o passo em direção ao balcão, determinado a interromper aquela interação o mais rápido possível.— Ei, segura aí, Pedro! — Laiane segurou meu braço, me impedindo de avançar. Me virei para ela, irritado, mas o olhar firme de minha irmã me fez parar.— O que foi, Laiane? Não está vendo o que está acontecendo? — rosnei, tentando me soltar, mas ela não cedeu.— Calma, Pedro. Não é nada. Olha pra MaFê — ela apontou sutilmente na direção do balcão.
Maria Fernanda Fagundes Lancaster Assim que me despedi de Laiane, Geovane e Pedro Henrique, voltei para dentro. Caminhei até o balcão e me servi de um copo bem gelado, deixando o líquido ácido e doce ao mesmo tempo acalmar meus nervos. Sentei-me em um dos bancos, observando o movimento do bar que agora estava mais vazio. Alguns poucos clientes ainda riam e conversavam, mas o burburinho havia diminuído consideravelmente.Enquanto dava um gole na bebida, minha tia Joyce apareceu ao meu lado, apoiando-se no balcão e olhando diretamente para mim, com aquele olhar típico de quem sabe que algo não está certo.— E aí, cadê Pedro e seus amigos? — ela perguntou.— Já foram — respondi, mexi distraidamente no canudo do meu copo. Tia Joyce arqueou uma sobrancelha e puxou um banco para sentar ao meu lado. Ela tinha uma habilidade impressionante de me ler como um livro aberto, e naquele momento, eu sabia que estava em desvantagem.— Certo… — ela disse, prolongando a palavra como quem estava test
Priscila AlmeidaEstava à espreita, observando à distância. A cada tentativa frustrada de acabar com Maria Fernanda, a raiva dentro de mim crescia. Era como se essa garota tivesse um anjo da guarda forte demais. Sempre que eu planejava algo, uma interferência acontecia, como se o universo estivesse protegendo-a a todo custo. Minha mente estava em turbilhão. Os anos de rancor não tinham desaparecido. Eles apenas cresceram, se tornaram mais amargos, mais urgentes. Eu precisava me livrar dela de uma vez por todas, assim como tentei fazer quando ela era pequena. Mas, de alguma forma, a sorte sempre estava do lado dela. Revirei os olhos ao pensar na última tentativa. Tinha sido perfeita, ou pelo menos deveria ter sido. Tudo estava meticulosamente calculado. Mas, como sempre, algo deu errado. Um erro mínimo que me custou mais uma chance de finalmente ver Maria Fernanda fora do meu caminho para sempre. Voltei para o meu novo esconderijo temporário, o pequeno apartamento alugado no cent