Pedro Henrique SoaresEu estava indo para a aula no meu prédio, com a cabeça cheia de planos para o intervalo, quando vi Bianca ao longe. Tentei desviar, mas antes que pudesse, ela me viu e veio direto na minha direção. Seu olhar decidido me dizia que aquilo não seria uma conversa agradável.— Pedro — ela começou, com aquele tom de voz que eu conhecia bem, uma mistura de determinação e desafio. — Você e a Maria Fernanda... isso não vai durar.Suspirei, parando de andar e tentando manter a paciência. — Bianca, você precisa seguir em frente. Desejo que você seja feliz, de verdade. Mas eu estou com a MaFê agora e estou muito bem.Ela estreitou os olhos, claramente irritada com a minha resposta. — Você acha que vai suportar ficar com ela por muito tempo? Maria Fernanda não vai fazer as coisas como você gosta, Pedro. Ela não é como eu.Bianca deu um passo à frente, tentando se aproximar, mas eu recuei, mantendo a distância.— Bianca, escuta. Você não é a certa para mim. Nunca foi. Eu e M
Maria Fernanda Fagundes Lancaster O sábado finalmente chegou, e com ele, um nervosismo que eu não esperava. Estava no meu quarto, tentando me concentrar em cada detalhe enquanto me arrumava. Escolhi um vestido azul simples, mas elegante, que eu sabia que Pedro gostava. Cabelo solto, maquiagem leve... tudo estava pronto. Olhei no espelho, respirando fundo. "Você consegue, MaFê", pensei.Desci as escadas, ouvindo a conversa abafada de meus pais na sala. Assim que entrei, vi meu pai, Jhonathan, com uma expressão que poderia fazer qualquer um correr para as colinas. Ele estava com os braços cruzados, a testa franzida e a boca fechada em uma linha fina. Parecia que estava planejando uma guerra.— Jhonathan, desfaz essa cara — minha mãe disse com firmeza, lançando um olhar de advertência para ele.— Pai, por favor, não seja rude — pedi, me aproximando. Já sabia que convencer meu pai a ser amável seria uma tarefa difícil, mas valia a tentativa.Ele olhou para mim, com uma expressão que mist
Pedro Henrique SoaresA tensão no ar era quase palpável enquanto eu seguia Jhonathan pelo corredor até o seu escritório. Cada passo que eu dava parecia ecoar na minha mente, como se o chão estivesse anunciando minha chegada para algo importante. Mesmo com todas as conversas agradáveis e os sorrisos que trocamos na sala de jantar, eu sabia que esse era o momento que realmente importava. O momento em que o pai de Maria Fernanda, o homem que eu admirava por ser um empresário de sucesso e, ao mesmo tempo, temia por ser seu pai protetor, iria me colocar à prova.Assim que entramos no escritório, Jhonathan fechou a porta atrás de nós com um clique suave, mas que para mim soou como um estrondo. Olhei ao redor e percebi que o espaço refletia muito de sua personalidade. As paredes eram adornadas com prateleiras cheias de livros de negócios e troféus de diversas conquistas, e a mesa, grande e imponente, ocupava o centro da sala. Ele gesticulou para uma das cadeiras de frente para sua mesa.— Se
— Eu concordo completamente, senhor — disse com sinceridade. — E vou trabalhar todos os dias para ser essa pessoa.Ele se levantou lentamente, indicando que a conversa estava chegando ao fim. Eu me levantei também, um pouco mais confiante, mas ainda consciente do peso das suas palavras.— Pode ir agora — disse ele, com um leve aceno de cabeça. — Acho que temos um jantar para terminar.Assenti, agradecendo silenciosamente por ele ter sido honesto e, de certa forma, até mesmo justo comigo. Caminhei em direção à porta, mas antes de sair, virei-me para ele mais uma vez.— Obrigado, senhor Jhonathan. Prometo que vou cuidar bem da Maria Fernanda.Ele não respondeu imediatamente, mas quando o fez, foi com um tom mais suave.— Espero que sim, Pedro. Por enquanto, você tem minha atenção. Não me faça mudar de ideia.Com isso, saí do escritório, sentindo que, embora a batalha estivesse longe de ser vencida, pelo menos havia dado um passo importante. Sabia que o verdadeiro desafio seria continuar
Depois que terminamos de retirar a mesa e lavar a louça, Anthonella e eu nos encostamos no balcão da cozinha, rindo de uma história engraçada que eu tinha acabado de contar. Ela tinha uma risada fácil e contagiante, algo que certamente passava para a Maria Fernanda. Eu estava começando a entender de onde a leveza e o bom humor da MaFê vinham.— Pedro, me conta um pouco mais sobre sua família — Anthonella disse, depois que nossas risadas diminuíram. — Eu sei que você tem uma irmã, mas e seus pais?Eu respirei fundo, pensando por onde começar. Não era um assunto que eu costumava abordar com frequência, mas Anthonella tinha uma maneira de fazer com que as pessoas se abrissem.— Meus pais são pessoas boas e ocupadas. — comecei, sorrindo ao lembrar deles. — Meu pai tem uma empresa voltada para a engenharia e minha mãe tem uma galeria de arte. — MaFê mencionou que você tinha um irmão gêmeo? — ela perguntou, com um tom mais suave, quase hesitante.Senti um aperto no peito ao ouvir a pergun
Maria Fernanda Fagundes Lancaster Acordei animada no dia seguinte. Hoje era o grande dia do jogo, e uma sensação de confiança me preenchia. Eu sabia que sempre me disseram que excesso de confiança podia ser arriscado, mas hoje, algo me dizia que sairíamos campeãs. Desci as escadas com um sorriso no rosto, mas quando vi meus pais conversando na cozinha, percebi que algo estava errado. Assim que eles me notaram, ficaram tensos, e isso só aumentou minha desconfiança.— Bom dia, filha! Dormiu bem? — Minha mãe perguntou, tentando sorrir, mas dava para ver que algo a estava preocupando.— Dormi sim, obrigada. — Respondi, observando-os atentamente.— Parece que você está animada para o jogo de hoje. — Meu pai comentou, mas o sorriso que me deu não era o de sempre.— Está acontecendo alguma coisa que eu não estou sabendo? — Perguntei, olhando de um para o outro, tentando entender o que estava acontecendo.— Não, filha, só coisas de trabalho. — Meu pai respondeu, mas seu tom de voz não era to
Quando nos despedimos dos meus pais. Pedro, estava mais sério do que o normal, o que era estranho. — Ainda estou no teste do seu pai? — ele perguntou, assim que entramos no carro.Suspirei, tentando não rir. Pedro sempre ficava um pouco tenso quando se tratava do meu pai, e com razão. Meu pai não fazia questão de esconder que estava observando cada movimento dele.— Sim, ainda está — respondi, tentando ser o mais honesta possível. — Mas relaxa, você está indo bem até agora.Pedro sorriu, embora eu visse que ele ainda estava um pouco nervoso. Gustavo estava no banco de trás, brincando com o celular, alheio à nossa conversa. Laiane e Geovani decidiram ir no carro dele, então ficamos só nós três.Chegamos à pizzaria e passamos um bom tempo escolhendo os sabores, com Gustavo insistindo em pedir a pizza de calabresa, como sempre. Depois, compramos sorvetes e nos sentamos em uma mesa perto da janela, onde conversamos e rimos sobre o jogo e as palhaçadas de Geovani. Pedro e Gustavo também n
Enquanto Laiane e eu conversávamos, vimos Pedro e Geovani se aproximando, ambos com sorrisos maliciosos nos rostos. Algo me dizia que eles estavam tramando alguma coisa.— E aí, meninas, prontas para o fim de semana? — Geovani perguntou, colocando as mãos nos bolsos e balançando as sobrancelhas de forma divertida.— Ainda estamos na segunda, Geovani. Não estou pensando no fim de semana agora — respondi a ele que olhou para Pedro. — Mas é que sexta-feira vai ter uma festa, e vocês não vão querer perder — Pedro disse, lançando um olhar para Laiane.— Festa de quem? — Laiane perguntou, desconfiada.— Do Pietro, meu amigo. Vai ser na casa dele — Pedro respondeu com um sorriso.Laiane imediatamente revirou os olhos ao ouvir o nome de Pietro. Pelo o que entendi ela e Pietro tinham uma história complicada, cheia de discussões e provocações, eu não conheci esse cara ainda então não sei. — Ah, vai ser legal, Lai! Vamos todos juntos, prometo que vai ser divertido.Laiane hesitou por um moment