Priscila AlmeidaEstava em casa, deitada no sofá, quando o celular vibrou no bolso da calça. O número não estava salvo, mas eu sabia exatamente quem era. O “amigo” do outro lado da linha não costumava ligar a não ser que fosse necessário. Atendi com um sorriso, já antecipando o que estava por vir.— Fala. — Atendi de forma casual, enquanto me acomodava melhor no sofá.Do outro lado, a voz dele era rouca e urgente.— Tá tudo desmoronando, Priscila. A polícia tá no meu pé, falta pouco pra eles chegarem em mim.Sorri ao ouvir a tensão na voz dele. Era engraçado como alguém que se achava tão esperto estava agora com medo de ser pego.— Relaxa, você sempre foi bom em escapar. Vai dar um jeito. — Minha voz saiu despreocupada, mas eu já começava a planejar o próximo movimento.Ele riu, um riso amargo, sem qualquer traço de humor.— Não tô brincando, Priscila. Isso aqui tá sério. Eu queria acabar com essa história toda antes de ser pego, mas você tá complicando as coisas. Se você vai fazer al
Maria Fernanda Fagundes Lancaster O Dia dos Namorados finalmente chegou. Tinha planejado esse dia com tanto cuidado, e sabia que Pedro ia adorar. Mas, claro, ele não fazia ideia do que estava por vir. Fazia questão de manter tudo em segredo, só para ver a reação dele. Eu estava terminando de me arrumar quando ouvi o barulho da campainha. "Ele já está aqui!" Pensei, sorrindo enquanto terminava de passar o batom. Olhei para o espelho uma última vez, ajeitando o cabelo, e desci as escadas em direção à sala. Assim que cheguei sai do quarto, vi Pedro entrando. Ele estava lindo, como sempre. Vestia uma camisa azul que acentuava seus olhos claros e seu sorriso travesso costumeiro. — Uau, você está... incrível — ele disse, me olhando de cima a baixo, admirando o vestido que eu havia escolhido especialmente para o nosso encontro. Sorri, sentindo minhas bochechas esquentarem com o elogio. Sabia que ele adorava me ver assim, vestida para impressionar, mas hoje o dia era especial, e queria
Quando o carro de seu Valdo finalmente estacionou em frente aos chalés, senti uma onda de excitação tomar conta de mim. Tudo estava perfeitamente planejado, e eu não via a hora de ver a reação de Pedro. Ele olhou ao redor, admirando o lugar, e seu sorriso largo era um reflexo de como aquele lugar já o impressionava. — Que lugar maravilhoso é esse? — Ele perguntou, com os olhos brilhando de curiosidade. Sorri de volta, segurando o mistério por mais um instante. — Você ainda não viu nada, Pedro. Seu Valdo saiu do carro e foi direto para o porta-malas, pegando as nossas malas. Ele as colocou no chão e se aproximou de nós, com aquele sorriso acolhedor de sempre. — Só me ligar se precisarem de algo, ou quando quiserem ir embora — ele disse gentilmente, me lançando um olhar de preocupação, como um segundo pai. — Pode deixar, seu Valdo, muito obrigada — respondi, sentindo gratidão pelo cuidado dele. Ele sempre cuidava de mim como se fosse parte da família. Após se despedir, ele
A taça de champanhe ainda estava ao lado da cama, mas o calor que eu sentia nada tinha a ver com a bebida. Era o toque de Pedro que me fazia perder o fôlego, a forma como seus lábios se moviam sobre os meus, numa mistura de desejo e ternura que eu jamais tinha experimentado antes. Minhas mãos estavam em seus cabelos, e ele me puxava para mais perto, como se tentássemos nos fundir em um só. O quarto desaparecia, junto com qualquer barulho externo. Tudo o que eu ouvia era o som do nosso respirar entrecortado e o bater acelerado do meu coração. Nos separamos por alguns segundos para recuperar o fôlego. Pedro encostou sua testa na minha, e ficamos ali, com os olhos fechados, sentindo o momento. — Você tem certeza, minha linda? — Ele repetiu com um tom suave, mas intenso, como se quisesse ter certeza absoluta de que eu estava confortável. Abri os olhos e encontrei os dele, que me encaravam com um brilho cheio de amor e apreensão. A preocupação em seu rosto me derreteu ainda mais. Pe
Pedro Henrique Soares Acordei antes de MaFê e fiquei observando-a dormir. Ela estava tão linda ali, tranquila, e o jeito como seus lábios se curvavam levemente no canto me fazia sorrir. A noite passada ainda estava viva em minha mente, e o amor que eu sentia por ela parecia transbordar no meu peito.Depois do banho, fomos tomar café da manhã no chalé. Eu tentava me manter calmo, mas a preocupação estava estampada no meu rosto. Queria ter certeza de que ela estava bem, de que não havia nenhum desconforto depois da noite anterior.— Está se sentindo bem, MaFê? — perguntei, tocando sua mão com delicadeza enquanto ela saboreava o suco de laranja.Ela riu baixinho, balançando a cabeça com ternura.— Pedro, já disse... estou ótima. Você pode relaxar.— Tem certeza? — insisti, um pouco ansioso. — Não está sentindo dor? Se quiser, podemos descansar mais.Ela segurou minha mão com firmeza e me olhou nos olhos.— Sério, amor. Não estou sentindo dor nenhuma. Você foi perfeito. — Ela sorriu daqu
Maria Fernanda Fagundes LancasterO último dia no chalé tinha um toque agridoce. Eu e Pedro acordamos tarde, aproveitando o calor dos lençóis e a presença um do outro. A noite anterior ainda estava fresca na minha mente, assim como todas as risadas, os momentos e as palavras trocadas. Enquanto olhava para ele, ainda adormecido ao meu lado, sentia uma onda de gratidão invadir meu peito. Aquele fim de semana não foi apenas um refúgio, mas um lembrete de como a vida pode ser generosa nos detalhes. O colar em meu pescoço parecia mais pesado de significado do que de material. Cada vez que o tocava, lembrava do quanto Pedro era cuidadoso e amoroso.Depois do café, que foi uma delícia, começamos a nos preparar para o check-out. Ainda assim, queríamos aproveitar até o último minuto, então saímos para dar um último passeio. O clima estava ameno, e a brisa fresca fazia com que cada passo fosse ainda mais agradável. O barulho das folhas secas sob nossos pés e o canto suave dos pássaros davam um
O sol brilhava forte quando saí do consultório de fisioterapia, sentindo uma mistura de exaustão e determinação. A sessão havia sido desafiadora e dolorida, mas eu estava determinada a seguir em frente e alcançar a recuperação total. Vi minha mãe me esperando na entrada do prédio, com uma expressão de expectativa e preocupação. — E aí, como foi? — ela perguntou, enquanto caminhávamos juntas em direção ao carro. — Foi difícil, dolorido, mas estou confiante. É um desafio, e vou conseguir — respondi, tentando manter um sorriso no rosto. Minha mãe sorriu, aliviada e orgulhosa. — Essa é a MaFê que eu conheço. Sempre enfrentando os desafios com coragem. Rimos juntas, sentindo um alívio instantâneo. A tarde estava linda, e o clima leve ajudou a aliviar a tensão. Decidimos almoçar em um restaurante que sempre gostamos. Enquanto saboreávamos nossos pratos, Anthonella aproveitou a oportunidade para puxar uma conversa que eu sabia que estava no fundo da mente dela há algum tempo. — Ent
Priscila Almeida O telefone vibrou sobre a mesa, e eu sabia que a hora estava chegando, a ansiedade dentro de mim crescia a cada segundo que se passava. Olhei para o visor e reconheci o número. O "Amigo". Nosso relacionamento se baseava em duas coisas: eficiência e dinheiro. O que eu precisava dele, ele entregava. Nada mais, nada menos.Peguei o telefone com mãos trêmulas e respirei fundo antes de atender.— Já está tudo pronto? — perguntei, tentando manter a voz firme, mas o nervosismo transparecia em cada palavra.— Quase, mas vai precisar esperar mais uns três dias — ele respondeu, com aquela voz tranquila e despreocupada que me irritava profundamente.— TRÊS DIAS? — gritei, perdendo completamente o controle. — Você está brincando comigo? Eu já esperei tempo demais!A frustração subiu pelo meu corpo como uma onda, e meu peito estava queimando de raiva. Tudo estava planejado há semanas, e eu não aguentava mais a espera. Precisava que isso acabasse logo. Quanto mais o tempo passava