Maria Fernanda Fagundes LancasterA noite estava apenas começando quando nós três chegamos à balada em Nova Iorque. O lugar estava lotado, a música pulsava no ar, e as luzes coloridas dançavam sobre a multidão. O ritmo contagiante fez com que esquecêssemos de tudo, e logo estávamos no meio da pista, dançando sem preocupações.Laiane, sempre a mais animada de nós, já tinha arrastado Valentina para o centro da pista, enquanto eu tentava acompanhar o ritmo delas já que a minha perna não está ajudando muito. A sensação de liberdade era incrível, como se não houvesse nada além daquele momento. Estávamos rindo, dançando e simplesmente aproveitando a noite.De repente alguns caras se aproximaram de nós, todos com sorrisos nos rostos. Não demorou muito para que eles começassem a dançar perto de nós, tentando se enturmar. Inicialmente, não nos importamos muito, mas quando um deles tentou se aproximar mais de Laiane, ela rapidamente levantou a mão.— Tenho namorado, desculpa — disse ela, com um
Estávamos todas animadas pela manhã. Valentina,Laiane e eu nos arrumamos rapidamente, ansiosas para visitar a empresa da minha tia Chloe, a Forcefem. Desde pequena ouvia ela dizer que conseguiria fundar uma empresa completamente feminina, uma ideia ousada em um mercado dominado por homens e ela conseguiu. Enquanto tomávamos café, Valentina não parava de me bombardear com perguntas.— MaFê, Como será a empresa da sua tia? Ela é tipo... uma ativista? — Não sei se ela se consideraria uma ativista, mas sempre teve uma visão clara sobre o que queria. Minha tia é daquelas mulheres que não aceita um "não" como resposta, sabe? Ela trabalhou muito duro para chegar onde está. — Respondi, sentindo orgulho. — Uau, isso é incrível! E eu achando que só CEOs homens mandavam nesse mundo. — Laiane comentou, rindo. — Mal posso esperar para ver tudo.— A tia Chloe é uma das pessoas mais inspiradoras que eu conheço. — Sorri, lembrando-me de todas as conversas que já tivemos ao longo dos anos.Ao che
Anthonella Fagundes Lancaster Sentei no sofá ajeitando a almofada nas costas, enquanto Joyce mexia na xícara de chá e relembramos os velhos tempos. A casa estava tranquila, um silêncio acolhedor que raramente acontecia quando todos estavam por aqui.— E a MaFê, quando ela volta? — Joyce perguntou.Sorri ao ouvir o nome da minha filha. Maria Fernanda fazia falta, e eu mal podia esperar para tê-la de volta em casa.— Semana que vem. Ela já está contando os dias. — Respondi com um brilho nos olhos. — E, para ser sincera, eu também. Já sinto falta daquele sorriso e da bagunça que ela traz, até as crianças estão sentindo falta da irmã e Jhon, então nem se fala, ele ainda não percebeu que nossa menininha cresceu. Joyce sorriu de volta, mas com aquele olhar que só uma amiga de longa data sabe reconhecer: o misto de carinho e nostalgia.— Imagino. Eu também mal posso esperar para vê-la. MaFê sempre foi uma luz por onde passava. — Ela disse, suspirando em seguida. — Lembra de quando ela era
Maria Fernanda Fagundes Lancaster Depois de desembarcarmos, nos dirigimos à área de retirada de bagagens. O aeroporto estava mais tranquilo do que esperávamos, e logo avistamos nossas malas rodando na esteira.— Eu nunca entendo como sempre trago mais bagagem do que levo. — Laiane reclamou, tentando puxar uma mala grande demais para o tamanho da viagem.— A mágica das férias. — Respondi, ajudando-a com a mala. — Parece que as coisas se multiplicam.Valentina, que já estava com a própria bagagem em mãos, virou-se para nós com um sorriso cansado.— Sinto que as próximas semanas vão ser intensas. A volta às aulas, os trabalhos e... — Ela hesitou por um segundo, trocando um olhar comigo. — ...a sua cirurgia.Sorri, tentando tranquilizá-la, embora sentisse o peso das suas palavras. Era impossível ignorar o que estava por vir, mas não queria que isso dominasse completamente nossos pensamentos.— Vai ser uma fase diferente, mas uma fase boa. — Respondi, mantendo-me positiva. — Depois que tu
Estávamos finalmente de volta à faculdade. Depois de dias intensos, com viagens e momentos que mudaram completamente minha perspectiva, retornar ao campus trazia uma sensação agridoce. Assim que entramos na cafeteria, Paolla, a atendente, abriu um sorriso radiante ao nos ver.— Olha só quem voltou! Minhas clientes VIPs! — Ela brincou, acenando com entusiasmo.Sorri de volta, sentindo o familiar aconchego daquele lugar. Era bom ter um espaço onde sempre nos sentíamos bem-vindas.— É bom estar de volta, Paolla. — Laiane respondeu, rindo.Depois de fazermos nossos pedidos, nos acomodamos em uma das mesas próximas à janela. Valentina, Laiane e eu estávamos ansiosas para aproveitar o tempo juntas. Enquanto aguardávamos os lanches, nossas conversas fluíam naturalmente. Falávamos sobre as aulas que estavam por vir, os professores novos e os trabalhos que precisaríamos entregar em breve. Mas, no fundo, eu sentia uma ausência. Era estranho estar de volta à faculdade e não ver Pedro Henrique p
Depois de mais um tempo conversando, senti que a atmosfera já estava mais tranquila. Nossos lanches chegaram, e nós comemos enquanto o assunto mudava para temas mais leves e casuais, como a próxima festa da faculdade e as aulas que teríamos.Finalmente, o tempo começou a apertar, e percebi que precisávamos ir para as aulas.— Melhor irmos andando. — Digo me levantando.— Verdade. — Valentina se espreguiçou. — Preciso correr para o outro prédio, mas nos vemos depois.— Claro! — Laiane respondeu, sorrindo. — Boa aula!Nos despedimos de Valentina, que foi em direção ao prédio dela, enquanto eu e Laiane caminhamos juntas para a nossa sala.O resto da tarde passou mais rápido do que eu esperava. As aulas, que muitas vezes pareciam intermináveis, dessa vez voaram. Talvez porque minha cabeça estivesse em outro lugar, ou melhor, em outra pessoa. Pedro estava sempre presente nos meus pensamentos, e a saudade apertava. Queria vê-lo, abraçá-lo. O primeiro dia sem ele na faculdade parecia mais lo
Em poucos minutos, Pedro estava sendo colocado na maca.— Eu vou com ele! — Falei, determinada, ignorando qualquer possível objeção dos homens que estavam comigo. Eles não tentaram me impedir, mas seus olhares eram sérios e vigilantes.Dentro da ambulância, eu me sentia perdida. Pedro estava ali ao meu lado, respirando fundo, enquanto os paramédicos faziam os primeiros socorros.— Me desculpa... — Ele disse baixinho, virando o rosto para me olhar, os olhos carregados de arrependimento.— Não fala nada agora — respondi, apertando sua mão suavemente. — Só descansa.Quando chegamos ao hospital, os médicos o levaram para fazer exames, e eu fui instruída a esperar na sala de espera. Aqueles mesmos homens de terno estavam do lado de fora, como sombras, me observando de longe.Eu me aproximei deles, finalmente decidida a obter respostas. — Agora vocês vão me explicar o que está acontecendo. Quem são vocês, e por que meu pai mandou vocês me vigiar?O homem que parecia ser o líder suspirou l
Assim que chegamos em casa, o clima estava pesado. O caminho do hospital até ali foi silencioso, e eu mal conseguia olhar para meus pais. Eles sabiam que estavam me devendo explicações, e eu não ia descansar até entender o que estava acontecendo.— Vocês têm muito o que me explicar — falei assim que entramos pela porta da sala, quebrando o silêncio.Meus pais trocaram olhares, claramente tentando decidir como começar. Meu pai fez um sinal com a cabeça, e minha mãe suspirou antes de dizer:— Vamos para o escritório, MaFê. Precisamos conversar.Acompanhei-os em silêncio até o escritório do meu pai. Era um lugar que sempre me trouxe certo conforto, mas hoje estava pesado. Sentei-me numa das poltronas, esperando ansiosamente pelas respostas que tanto queria.Meu pai foi o primeiro a falar, sua voz firme, mas com uma carga emocional que raramente vi nele.— O que você viu hoje, os seguranças, toda essa situação... é porque Priscila voltou.Senti um arrepio percorrer minha espinha ao ouvir