Pedro Henrique SoaresJá se passou uma semana desde que MaFê viajou, e sinto como se uma parte de mim tivesse ido junto com ela. As manhãs parecem intermináveis, o trabalho se arrasta e, honestamente, até as provocações de Laiane estão fazendo falta. Nunca pensei que diria isso, mas a presença irritante da minha irmã tem algo de reconfortante. Sem ela por perto, a casa parece um pouco vazia, e me pego pensando nas nossas discussões bobas com uma saudade inesperada.No escritório, o dia se arrasta. Os papéis parecem se acumular, e mesmo que eu tente me concentrar, minha mente continua voltando para MaFê. Lembro-me dos nossos momentos juntos, das risadas e da sensação de tê-la ao meu lado.Quando finalmente chega a hora do almoço, encontro os caras no restaurante. A conversa começa animada, e Geovane não perde a oportunidade de falar sobre o que está por vir.— Cara, esse sábado vai ser top! — Geovane diz com entusiasmo. — Meu amigo está organizando uma festa no rooftop. A vista da cida
Já era sábado à noite, e eu me encontrava em uma festa com Geovane e Juliano. Quando os caras sugeriram vir para cá, eu hesitei um pouco. Não que eu não goste de uma boa festa, mas com MaFê longe, parecia estranho me divertir sem ela. No entanto, Juliano foi bem direto ao me chamar de “meio mariquinha” e me convencer de que eu precisava relaxar um pouco, curtir o momento. Acabei cedendo e, no fim, me empolguei com a ideia. A festa estava a todo vapor, com música alta e gente por toda parte. A casa era enorme, cheia de pessoas que eu não conhecia, mas que claramente estavam aproveitando a noite. Estávamos dançando animados quando uma menina se aproximou de Geovane e ele negou. — Desculpe, não sabia que você tinha vindo com seu namorado. — Ela disse simpática e antes que Geovane pudesse dizer alguma coisa ela se afastou. — Ah, pronto! Agora estão achando que somos namorados. — Juliano balançou a cabeça de maneira negativa. — Pois é, aí quebra a “firma”. — Geovane respondeu. — Sem
O domingo amanheceu com aquele típico sol preguiçoso. Eu estava deitado na cama, olhando para o teto e pensando na conversa que tive com MaFê na noite anterior. A ideia de ela ir a uma balada me deixava com uma pontinha de ciúmes, mas eu confiava nela. Mesmo assim, o pensamento não saía da minha cabeça.Resolvi ligar para Laiane, e saber como a doida da minha irmã estava.— Alô? — Laiane atendeu no segundo toque, com uma voz animada.— Bom dia, irmã. Como está a viagem? — Perguntei, tentando parecer casual.— Ah, está maravilhosa! Essa cidade nunca decepciona. — Ela respondeu com entusiasmo e os avós da MaFê são uma figura. — Fico feliz que estejam se divertindo. — Respondi, preparando o terreno para o que realmente queria dizer. — Mas você podia parar de incentivar minha namorada a ir para baladas, né?Do outro lado da linha, ouvi Laiane rir, e sabia que ela estava se divertindo com a situação.— Ah, Pedro! Está com medo que a MaFê arrume coisa melhor por aqui? — Ela provocou.— Par
Cheguei ao apartamento do Juliano um pouco antes do combinado. O lugar já estava com uma bagunça típica dos nossos encontros. Latinha de refrigerante e cerveja aqui, sacos de pipoca ali e, claro, Geovane já estava largado no sofá, controlando a playlist de músicas que tocava na TV.— Olha só quem chegou! — Juliano gritou da cozinha, enquanto mexia em algo no fogão. — Achei que ia furar.— Nada disso, cara. Estava ansioso para ver qual dorama você escolheu desta vez. — Respondi, jogando minha mochila em um canto e me jogando no sofá ao lado do Geovane.Ele me cumprimentou com um aceno, sem tirar os olhos da tela. Estava tão concentrado na música que tocava que quase não percebeu quando Juliano veio da cozinha com uma tigela de pipoca nas mãos.— Hoje a gente vai assistir a um que eu descobri recentemente. É cheio de ação, fantasia, e tem umas cenas que me lembram aquelas séries de super-heróis que a gente assistia quando era moleque. — Juliano disse, empolgado.— Qual o nome? — Pergunt
Maria Fernanda Fagundes LancasterA noite estava apenas começando quando nós três chegamos à balada em Nova Iorque. O lugar estava lotado, a música pulsava no ar, e as luzes coloridas dançavam sobre a multidão. O ritmo contagiante fez com que esquecêssemos de tudo, e logo estávamos no meio da pista, dançando sem preocupações.Laiane, sempre a mais animada de nós, já tinha arrastado Valentina para o centro da pista, enquanto eu tentava acompanhar o ritmo delas já que a minha perna não está ajudando muito. A sensação de liberdade era incrível, como se não houvesse nada além daquele momento. Estávamos rindo, dançando e simplesmente aproveitando a noite.De repente alguns caras se aproximaram de nós, todos com sorrisos nos rostos. Não demorou muito para que eles começassem a dançar perto de nós, tentando se enturmar. Inicialmente, não nos importamos muito, mas quando um deles tentou se aproximar mais de Laiane, ela rapidamente levantou a mão.— Tenho namorado, desculpa — disse ela, com um
Estávamos todas animadas pela manhã. Valentina,Laiane e eu nos arrumamos rapidamente, ansiosas para visitar a empresa da minha tia Chloe, a Forcefem. Desde pequena ouvia ela dizer que conseguiria fundar uma empresa completamente feminina, uma ideia ousada em um mercado dominado por homens e ela conseguiu. Enquanto tomávamos café, Valentina não parava de me bombardear com perguntas.— MaFê, Como será a empresa da sua tia? Ela é tipo... uma ativista? — Não sei se ela se consideraria uma ativista, mas sempre teve uma visão clara sobre o que queria. Minha tia é daquelas mulheres que não aceita um "não" como resposta, sabe? Ela trabalhou muito duro para chegar onde está. — Respondi, sentindo orgulho. — Uau, isso é incrível! E eu achando que só CEOs homens mandavam nesse mundo. — Laiane comentou, rindo. — Mal posso esperar para ver tudo.— A tia Chloe é uma das pessoas mais inspiradoras que eu conheço. — Sorri, lembrando-me de todas as conversas que já tivemos ao longo dos anos.Ao che
Anthonella Fagundes Lancaster Sentei no sofá ajeitando a almofada nas costas, enquanto Joyce mexia na xícara de chá e relembramos os velhos tempos. A casa estava tranquila, um silêncio acolhedor que raramente acontecia quando todos estavam por aqui.— E a MaFê, quando ela volta? — Joyce perguntou.Sorri ao ouvir o nome da minha filha. Maria Fernanda fazia falta, e eu mal podia esperar para tê-la de volta em casa.— Semana que vem. Ela já está contando os dias. — Respondi com um brilho nos olhos. — E, para ser sincera, eu também. Já sinto falta daquele sorriso e da bagunça que ela traz, até as crianças estão sentindo falta da irmã e Jhon, então nem se fala, ele ainda não percebeu que nossa menininha cresceu. Joyce sorriu de volta, mas com aquele olhar que só uma amiga de longa data sabe reconhecer: o misto de carinho e nostalgia.— Imagino. Eu também mal posso esperar para vê-la. MaFê sempre foi uma luz por onde passava. — Ela disse, suspirando em seguida. — Lembra de quando ela era
Maria Fernanda Fagundes Lancaster Depois de desembarcarmos, nos dirigimos à área de retirada de bagagens. O aeroporto estava mais tranquilo do que esperávamos, e logo avistamos nossas malas rodando na esteira.— Eu nunca entendo como sempre trago mais bagagem do que levo. — Laiane reclamou, tentando puxar uma mala grande demais para o tamanho da viagem.— A mágica das férias. — Respondi, ajudando-a com a mala. — Parece que as coisas se multiplicam.Valentina, que já estava com a própria bagagem em mãos, virou-se para nós com um sorriso cansado.— Sinto que as próximas semanas vão ser intensas. A volta às aulas, os trabalhos e... — Ela hesitou por um segundo, trocando um olhar comigo. — ...a sua cirurgia.Sorri, tentando tranquilizá-la, embora sentisse o peso das suas palavras. Era impossível ignorar o que estava por vir, mas não queria que isso dominasse completamente nossos pensamentos.— Vai ser uma fase diferente, mas uma fase boa. — Respondi, mantendo-me positiva. — Depois que tu