Maria Fernanda Fagundes Lancaster Quando entrei em casa torci para não encontrar ninguém. Meus pais logo perceberiam que havia algo errado e não estava a fim de me explicar. Subi as escadas direto para o meu quarto, fechei a porta e me joguei na cama, sentindo o peso do cansaço emocional me dominar. Mas antes que eu pudesse me afundar nos meus pensamentos, meu celular vibrou. Olhei para a tela e vi que era uma chamada de vídeo de Valentina e Laiane.Suspirei, sabendo que não poderia evitar a conversa. Elas, obviamente, estavam preocupadas e curiosas sobre o que tinha acontecido. Atendi a chamada, e logo os rostos delas apareceram na tela.— Miga, o que aconteceu? — perguntou Valentina, sem perder tempo.— A gente viu que o Pedro e o Pietro sumiram da festa, e depois você foi embora com o Pedro. Não entendi nada! — Laiane acrescentou, claramente ansiosa para saber.Suspirei e me sentei na cama, ajeitando o travesseiro atrás de mim.— Bom... — comecei, tentando organizar meus pensam
Acordei com a luz do sol entrando pelas frestas da janela. Abri os olhos devagar, ainda me sentindo exausta, mas ao mesmo tempo estava feliz, pois hoje finalmente deixaria de ser tratada como adolescente. Se bem que ter dezoito anos é complicado: você deixa de ser considerado adolescente, mas também não é visto como adulto.— Quem é a princesa que está de aniversário hoje? — Meu pai e minha mãe entraram no meu quarto cheios de presentes.— Vamos, princesa, levante, temos muitas coisas para a nossa pequena adulta. — Meu pai se aproximou e beijou o topo da minha cabeça.— Vocês são os melhores. — Sorri, abrindo os presentes que eram magníficos.A felicidade transbordava no meu rosto enquanto eu desembrulhava os presentes. Cada embalagem revelava algo que me fazia sorrir ainda mais.— Uau! — exclamei, segurando um frasco elegante de perfume. — Esse é aquele perfume que eu estava querendo há meses! Obrigada, mãe!— Eu sabia que você ia amar — respondeu minha mãe, orgulhosa de ter acertado
Enquanto o carro de Valentina deslizava pelas ruas, o som animado da música que escolhemos enchia o ambiente, criando uma atmosfera de entusiasmo. A batida vibrante e as vozes alegres das minhas amigas me faziam sorrir. Olhei pela janela e vi a cidade passando rapidamente, mas minha mente estava longe, já projetando cada detalhe da festa que aconteceria mais tarde.— Como está a expectativa para hoje à noite, MaFê? — perguntou Laiane, se virando para me encarar com um sorriso animado.— Estou tão empolgada que mal consigo me concentrar em outra coisa — respondi, rindo. — Acho que vai ser uma noite inesquecível!— Com certeza vai! — Valentina afirmou, aumentando um pouco o volume da música. — Ainda mais com a surpresa que estamos planejando!— Vocês duas e essas surpresas... — comentei, fingindo impaciência, mas incapaz de esconder o sorriso.Logo chegamos ao salão, onde as recepcionistas nos cumprimentaram calorosamente. Assim que entramos, fomos recebidas com sorrisos e um ambiente a
— Oi, princesa! — a voz de Pedro era suave e carinhosa.— Pedro! — Me virei rapidamente para encará-lo. — Você chegou!Ele me olhou com um sorriso encantador e me deu um beijo suave nos lábios. O beijo foi breve, mas carregado de emoção, e me fez sentir um calor no peito. Pedro me abraçou bem apertado, e eu retribuí com um sorriso.— Desculpe pela demora — disse ele, olhando para mim com um sorriso que parecia iluminar todo o jardim. — Estava trabalhando em um novo projeto com meu pai e não consegui sair antes.— O importante é que você está aqui agora — respondi, envolvendo meus braços ao redor dele e sorrindo. — Estava ansiosa para te ver.Valentina e Laiane, que estavam próximas, não perderam a oportunidade de zombar um pouco da situação.— Olha só! — Valentina disse, fazendo uma cara de exagero. — O casalzinho parece que não se vê há tempos.— É sim, e é tão fofo — acrescentou Laiane, dando uma piscadela para mim e para Pedro. — Irmãozinho, quem te viu e quem te vê! Você agora está
— Por que me lembrou vovó? Agora fiquei curiosa novamente. O que é?— Seu avô e eu decidimos que, como você tem se esforçado tanto que merecia um presente especial — começou minha avó, trocando um olhar com meu avô.— Então, nós planejamos algo que sabemos que você vai adorar — completou meu avô, com um sorriso misterioso.Estava prestes a perguntar o que era, mas antes que pudesse falar, eles me entregaram um pequeno envelope. Abri o envelope com cuidado e encontrei dentro dele um cartão de embarque de avião.— Um cartão de embarque? — perguntei, confusa, olhando para eles.— Você vai passar um mês em Nova Iorque com a gente — explicou minha avó, sorrindo amplamente. — Vamos aproveitar o tempo juntos, visitar alguns dos nossos lugares preferidos, fazer umas comprinhas, claro. E depois você volta para realizar a sua cirurgia. O que me diz? — Vocês são os melhores! Isso vai ser incrível! Agradeci meus avós, pois eu realmente estava precisando mesmo tirar uma folga da minha vida agita
A semana passou num piscar de olhos desde o meu aniversário. Parece que foi ontem que eu estava cortando aquele bolo incrível, cercada por todos que amo. Agora, o clima na mansão era outro: o Natal estava batendo à porta e, como sempre, isso significava uma movimentação intensa por aqui.Na manhã do dia 24 de dezembro, acordei com o som de risadas e vozes altas vindas do andar de baixo. O aroma doce de biscoitos recém-assados invadiu o meu quarto, despertando meus sentidos. Quando finalmente me levantei e desci as escadas, vi que a casa estava a todo vapor. A equipe de organização não parava um segundo, correndo de um lado para o outro, ajeitando cada detalhe da decoração de Natal.As guirlandas verdes e vermelhas já estavam penduradas nas portas, os enfeites brilhantes reluziam por todos os cantos, e uma árvore de Natal majestosa ocupava o centro da sala principal. Ela estava coberta de luzes cintilantes, bolas coloridas, e enfeites que eu sabia que a minha mãe havia escolhido com to
Ficamos um bom tempo no jardim até qu vimos o carro do meu chegando, Anthony logo se animou e minha mãe mandou ele esperar que meu pai viria até nós. — O que estão fazendo no jardim? Onde está o Gus? — Meu pai perguntou afrouxando a gravata e sentando ao nosso lado. — Seu filho está na cozinha, e praticamente nos expulsou da cozinha para trabalhar sozinho, segundo ele trabalho melhor sem todos o cercando. Minha mãe riu e meu pai a acompanhou. — Gus, sendo Gus! — Concordamos com meu pai.Depois de rirmos um pouco sobre o jeito determinado do Gustavo, Anthony, que mal conseguia conter a empolgação, finalmente não aguentou mais esperar e correu para os braços do meu pai, que o levantou no ar com um sorriso enorme no rosto.— Como foi o dia, campeão? — Meu pai perguntou, enquanto Anthony tentava contar todas as aventuras do dia de uma vez só, as palavras saindo rapidamente, quase atropelando umas às outras.Minha mãe e eu nos entreolhamos, sorrindo. Era sempre assim quando ele chegava
Estávamos na varanda, que havia sido lindamente decorada com luzes piscantes e enfeites tradicionais, conversando alegremente. Laiane, Valentina, Gustavo, Juliano, Geovane, Pedro e eu ríamos de uma história que meu irmão contava com tanta animação que ele quase derrubou o copo que segurava.— Eu juro, parecia que o bolo ia explodir no forno! — Gustavo contava rindo.— Mas no fim você conseguiu salvar a sobremesa, e estava deliciosa! — Laiane o elogiou, e Gustavo deu de ombros, tentando parecer modesto, mas claramente orgulhoso de si mesmo.— Foi mesmo! Você mandou muito bem, Gus. — Pedro acrescentou, sorrindo para meu irmão. — É muito bom ter um cunhado que manda bem na cozinha.— Valeu mesmo! — Gustavo estava orgulhoso. Pedro olhou para mim, piscando, como se quisesse compartilhar um pensamento silencioso sobre o quanto adorava passar tempo com a minha família. Eu retribuí o olhar, sentindo-me incrivelmente feliz por ter encontrado alguém que se encaixava tão bem na minha vida.Enqu