Acordei com uma leve batida na porta do meu quarto. Antes que eu pudesse responder, a porta se abriu lentamente, revelando a silhueta do meu irmão, Gustavo. Pisquei algumas vezes, tentando afastar o sono dos olhos.— MaFê, o Pedro está te esperando na sala. — Ele sussurrou, um sorriso brincando em seus lábios.— Agora? — Perguntei, surpresa, enquanto me espreguiçava.— Sim, ele disse que você combinou com ele. — Esqueci completamente. Suspirei e me levantei, caminhei até o banheiro, lavei o rosto com água fria, na tentativa de espantar o sono, e me olhei no espelho. Meu cabelo estava uma bagunça, mas não havia muito o que fazer naquele momento. Dei de ombros e saí do quarto, descendo as escadas em direção à sala.Pedro estava lá, sentado no sofá, mexendo no celular. Assim que me viu, ele levantou os olhos e um sorriso caloroso apareceu em seu rosto.— Estava dormindo? — Ele perguntou, se levantando.— Estava sim, mas agora já estou acordada. — Respondi, com um sorriso de canto. — Se
A semana passou em um piscar de olhos, e antes que eu percebesse, já era sexta-feira. Meus dias foram preenchidos por treinos, estudos e, claro, algumas conversas com Pedro entre uma pausa e outra. Mas agora era hora de descansar e me divertir um pouco, afinal, tinha combinado com Valentina e as meninas de passar a noite na casa dela. Uma noite só nossa, para relaxar, conversar e dar boas risadas.Arrumei minhas coisas com calma, separando o pijama mais confortável que eu tinha – meu pijama de Kurama, que sempre me fazia sentir como se estivesse envolta em uma nuvem de carinho. Olhei no espelho, conferindo se estava tudo certo antes de sair de casa. Ainda me sentia cansada, mas a expectativa de passar o tempo com as meninas me animava.Quando cheguei à casa de Valentina, encontrei Laiane, Clara e Fabi já lá, acomodadas na sala, rindo e conversando animadamente. Assim que entrei, Clara olhou para mim com um sorriso divertido.— Até que enfim, hein? — Ela brincou, seus olhos brilhando d
Pedro Henrique SoaresEu sempre gostei da tranquilidade de um bar. Aquele ambiente meio escuro, com o som abafado das conversas e o tilintar dos copos, era o meu refúgio para quando eu precisava relaxar e colocar os pensamentos em ordem. Hoje, no entanto, eu estava com os meus novos amigos, Geovane e Juliano, tentando distrair a cabeça depois de uma semana puxada de trabalho e estudos. Na verdade, eu preferia estar com a MaFê, mas fui trocado pelas amigas dela.Nós três estávamos sentados em uma mesa no canto, com uma visão parcial da televisão que transmitia algum jogo de futebol ao vivo. Geovane parecia especialmente animado com alguma coisa, o que geralmente significava que ele tinha alguma besteira para contar, e Juliano estava como sempre, jogando conversa fora e rindo alto de tudo. Em outra época, eu não pensaria em ser amigo desses caras, mas Geovane é namorado da minha irmã, que é amiga da minha namorada, e Juliano é namorado da melhor amiga da minha namorada, então acabamos n
— E aí, as garotas estão bem? — Juliano perguntou, e eu balancei a cabeça positivamente.— Sim, elas estão bem animadas assistindo doramas do Lee Min-ho.— Que porra é essa? — Juliano perguntou como se eu tivesse acabado de falar em outra língua.— Também gostaria de saber — Geovane perguntou curioso, franzindo a testa.Eu ri da reação dos dois. Sabia que, para quem não era fã de doramas, aquilo soava como algum tipo de código secreto.— Le Minho é um ator coreano — expliquei, já esperando a enxurrada de perguntas. — Ele é uma espécie de galã nos doramas, aquelas séries de TV asiáticas que as meninas adoram. — Ah, tá explicado! — Geovane exclamou, como se tivesse acabado de desvendar um grande mistério. — Então é por isso que elas somem. Devem ficar hipnotizadas assistindo esses caras.Juliano deu uma risada debochada e olhou para mim com um brilho nos olhos.— Cara, já pensou se elas largam a gente por esses atores coreanos? Você tá aí todo bonitão, mas vai que MaFê decide que prefe
Maria Fernanda Fagundes Lancaster A noite com as meninas foi bem divertida. Acordamos cedo, tomamos café e nos despedimos. Quando cheguei em casa, encontrei meus pais e meus irmãos à mesa.— Olha quem nos brinda com a sua presença. — Meu irmão disse, debochado.— Bom dia, família! Fica quieto, Gustavo.— Se divertiu, filha? — Meu pai perguntou, e eu confirmei com a cabeça.— O que acha de um dia de jogos em família? Faz um tempinho que não fazemos isso.— Acho ótimo! Posso convidar alguém? — Perguntei com um sorriso. Rapidamente, meu pai revirou os olhos, mas minha mãe deu uma cotovelada nele.— Claro que pode chamar o Pedro.Agradeci e liguei para o meu namorado, que atendeu rapidamente.— O que me diz de um dia de jogos com a minha família? — Perguntei, aguardando sua resposta.Do outro lado da linha, percebi um momento de hesitação. — Um dia de jogos? Com a sua família? — Ele repetiu, como se processasse a informação. — Isso significa competir contra vocês? — Claro que sim! — Eu
— Você sabe que não precisava passar por tudo isso só para ganhar a aprovação do meu pai, não é? — perguntei, olhando para ele com um sorriso terno.Pedro acariciou meu rosto delicadamente, seus olhos fixos nos meus, transmitindo um misto de carinho e segurança que sempre me fazia sentir em casa.— Eu sei, mas para mim, é importante que ele veja o quanto eu te valorizo e o quanto quero fazer parte da sua vida — ele respondeu, sua voz baixa e sincera, enquanto seus dedos deslizavam pelo meu cabelo. — Além disso, foi divertido, e ver o orgulho no rosto do seu pai no final fez tudo valer a pena.Sorrindo, me aproximei mais, sentindo o calor do corpo dele contra o meu. As palavras de Pedro sempre tocavam meu coração de um jeito especial, e naquele momento, percebi o quanto ele estava disposto a fazer para estar ao meu lado.— Eu nunca conheci alguém como você, Pedro — confessei, sentindo meu coração bater mais rápido. — Alguém que não só me entende, mas que também se importa com o que é i
Enquanto nos preparávamos, Fabi, Clara e eu nos sentamos juntas, ajustando nossos uniformes e verificando os equipamentos. A tensão no vestiário era palpável, mas era uma tensão positiva, que nos unia em um objetivo comum.— MaFê, lembra da nossa promessa? — Fabi perguntou, me olhando com firmeza.— Lembro. Vamos fazer história hoje. — Respondi com confiança.Clara assentiu, o olhar decidido. — Vamos dar tudo de nós lá fora.O vestiário estava em silêncio, cada uma de nós mergulhada em seus próprios pensamentos, enquanto o treinador passava as últimas instruções. Fechei os olhos por um momento, respirando fundo, tentando acalmar meus nervos. Sabia que estava pronta para isso. Que todas estávamos.E então, veio o chamado do treinador.— Está na hora, meninas. Vamos mostrar do que somos capazes e trazer o troféu de campeãs para casa. Com um último olhar de incentivo para minhas amigas, me levantei junto com o time. Estávamos unidas, determinadas e prontas para dar tudo de nós naquele
Caí de joelhos no gramado, sentindo um misto de alívio e felicidade. As meninas correram até mim, me levantando, e logo estávamos todas em um abraço coletivo, rindo e chorando ao mesmo tempo. A torcida explodiu em gritos e aplausos, e o treinador veio nos cumprimentar, orgulho estampado no rosto.— Parabéns, meninas. Vocês fizeram história hoje. — Ele disse, enquanto nos abraçava uma por uma.Ainda com as mãos entrelaçadas com as das minhas companheiras, começamos a cantar a plenos pulmões: "A barreira vai virar baile, a barreira vai virar baile!". Nossa voz ecoava pelo estádio, cheia de alegria e satisfação. Era uma celebração merecida.Quando finalmente levantamos o troféu, todas nós gritamos em uníssono: "Aqui é Vasco, porra!". A energia era eletrizante, o momento inesquecível.Eu sabia que nunca esqueceria aquele dia. Havíamos lutado com tudo que tínhamos, e agora, éramos campeãs. O sentimento de orgulho e realização era indescritível, e enquanto as comemorações continuavam, apena