Enquanto Pedro me ajudava a entrar no carro, senti uma leve pontada na perna ao me acomodar no banco. Ele percebeu o meu desconforto, fechou a porta cuidadosamente e, em seguida, contornou o carro para assumir o volante. Assim que ele se sentou e ligou o motor, eu me inclinei para trás, tentando encontrar uma posição que aliviasse a dor.— Está sentindo muita dor? — Pedro perguntou, sua voz cheia de preocupação enquanto começava a dirigir em direção ao restaurante.Balancei a cabeça, tentando minimizar a situação.— Está doendo um pouco, mas nada que eu não possa suportar. — Respondi com um sorriso. — É só o corpo reclamando do esforço. Ele me olhou por um breve segundo antes de voltar a atenção para a estrada, mas o olhar que me lançou era cheio de preocupação.— Você é incrível, sabia? — Ele disse, apertando minha mão que estava descansando no banco entre nós. — Não sei como você aguenta essa dor e ainda consegue sorrir.Sorri para ele, apertando sua mão de volta.— Quando a gente
Finalizei a última prova e olhei para Laiane que estava do outro lado de cara fechada acho que ela não foi tão bem. Quando a professora nos liberou Lai se aproximou de mim e me chamou para irmos embora. — Amiga, eu preciso de uma barra de chocolate gigante. — Ela diz me encarando e eu ri da sua cara. — A prova foi tão ruim assim? — Acho que levei bomba em duas, estou na merda. Ela fez uma careta e descemos até a cafeteria, Pedro e Geovane ainda não apareceram, o que achamos estranho, enviei uma mensagem para ele que me avisou que ainda está fazendo prova. — Seu irmão ainda está realizando provas. — Geovane também. Logo hoje que eu estava precisando de um beijinho doce e uma transa gostosa.— Nada pervertida! — Respondi a ela que gargalhou. — Se contente com uma bomba de chocolate. Ela revirou os olhos mais uma vez.— Oi, vacas! — Valentina se aproximou de nós. — Miga, como está a sua perna? — Aí, miga. Desculpa com toda essa correria das provas nem perguntei sobre a sua perna.
Quando chegamos ao consultório, meu pai já estava lá, sentado na sala de espera. Ele se levantou ao nos ver e me deu um beijo na testa antes de abraçar minha mãe.— Vai dar tudo certo, filha — ele sussurrou, e eu só consegui acenar, tentando esconder o nervosismo.Não demorou muito até que fossemos chamados para entrar. O médico nos cumprimentou com um sorriso tranquilo, mas pude ver a seriedade em seu olhar.— Bom dia, Maria Fernanda — ele disse, enquanto revisava meu histórico médico. — Como está se sentindo hoje?— Um pouco nervosa, para ser honesta — respondi, tentando manter a voz firme.Ele assentiu e olhou para meus pais antes de continuar.— Entendo. Vamos fazer alguns exames para termos uma visão mais clara do que está acontecendo com sua perna.Fui encaminhada para uma série de exames, e enquanto esperávamos os resultados, meus pais tentavam me distrair com conversa fiada, mas eu mal ouvia. Estava preocupada demais com o que viria a seguir.Quando os exames ficaram prontos,
Jhonathan Lancaster Assim que chegamos em casa com MaFê, senti o peso do silêncio que parecia preencher cada canto da casa. Anthonella estava ao meu lado, quieta, os olhos perdidos em algum ponto à frente, claramente absorvida por seus próprios pensamentos. Sabia que ela estava tão devastada quanto eu com as notícias do consultório, mas como sempre, ela se mantinha forte por fora, tentando esconder a dor que eu sabia estar consumindo-a por dentro. Eu também lutava para manter a calma, mas a preocupação com a minha filha me consumia de um jeito que eu nunca havia sentido antes.Assim que MaFê subiu para o quarto, nos jogamos no sofá, ambos exaustos emocionalmente. Fiquei observando o vazio à minha frente, sem saber exatamente o que dizer ou fazer. A imagem da minha filha com os olhos cheios de lágrimas enquanto o médico falava sobre a cirurgia não saía da minha cabeça. Eu queria poder tirar aquela dor dela, enfrentar aquilo por ela, mas sabia que isso não era possível. Tudo o que eu p
Maria Fernanda Fagundes Lancaster Uma semana havia se passado, e eu estava trancada em meu quarto, sem vontade de falar com ninguém, nem de ouvir as pessoas me consolando. Tia Joyce e tio Marinho me conhecem muito bem, então não tentaram me consolar, apenas disseram que estariam ao meu lado e me desejaram uma ótima recuperação, algo pelo qual agradeci. Laiane e Valentina também quiseram falar comigo, mas recusei, dizendo que não estava afim de conversar. Pedro Henrique tentou me visitar, mas disfarcei e disse que não estava para conversas, e ele compreendeu.Hoje era dia do churrasco na casa de Ana Paula. Fabi e Clara me perguntaram se eu estaria presente, e respondi que não tinha certeza.— Está acontecendo alguma coisa e você não quer nos contar? — Fabi perguntou.— Sendo sincera, está acontecendo sim, mas não quero falar por telefone.— Então vamos ao churrasco, e lá conversamos melhor — sugeriu Clara, e eu concordei. — Fabi vai levar seu namorado e eu a minha. Leva o seu também.
Quando você não está em sua rotina normal, os dias passam rapidamente. Hoje já era sexta-feira, e Pedro estava na minha sala com Laiane, Geovane, Juliano e Valentina, esperando eu terminar de me arrumar.Desci as escadas, e Pedro me encarava com um sorriso.— Por que está me encarando assim? — perguntei, devolvendo o olhar.— Porque você está lindíssima.— Ah, para! Nem posso usar salto.— E você não precisa disso — Valentina respondeu, também me observando.Chamei meus amigos para irmos, e cada casal foi em um carro. Ao chegarmos, estacionamos juntos.— Vamos nos divertir com moderação — Geovane disse, e todos reviraram os olhos.— Nos conte uma novidade? — Lai zombou do namorado.Enquanto caminhávamos em direção à festa, eu não conseguia deixar de pensar em como era bom ter meus amigos ao meu lado, especialmente depois dos últimos dias. A noite estava agradável, com uma leve brisa que fazia os cabelos de Valentina e Laiane balançarem suavemente.Ao chegarmos à entrada da casa de Enz
Pedro Henrique SoaresEu sabia que o Pietro era um cara folgado, mas hoje ele ultrapassou todos os limites. Desde o momento em que chegamos à festa, notei que ele não tirava os olhos de MaFê. Aquilo me incomodava, mas tentei deixar passar. Pensei que estava exagerando, que talvez fosse apenas paranoia minha. Mas quando vi ele se aproximando dela novamente, decidi que precisava intervir.— Pietro, a gente pode conversar um minuto? — chamei, tentando manter a calma, embora já sentisse a raiva fervendo dentro de mim.Ele levantou uma sobrancelha, surpreso pelo meu tom sério, mas assentiu, ainda com aquele sorrisinho idiota.Caminhamos até um canto mais afastado da festa, onde não havia muita gente, e eu me virei para ele, já sentindo a tensão no ar.— Eu vi como você estava olhando para a MaFê — comecei, cruzando os braços.— E daí? Só estou sendo amigável — ele respondeu, fingindo inocência.Meu sangue ferveu ainda mais, mas me controlei para não partir para cima dele ali mesmo.— Amigá
Maria Fernanda Fagundes Lancaster Quando entrei em casa torci para não encontrar ninguém. Meus pais logo perceberiam que havia algo errado e não estava a fim de me explicar. Subi as escadas direto para o meu quarto, fechei a porta e me joguei na cama, sentindo o peso do cansaço emocional me dominar. Mas antes que eu pudesse me afundar nos meus pensamentos, meu celular vibrou. Olhei para a tela e vi que era uma chamada de vídeo de Valentina e Laiane.Suspirei, sabendo que não poderia evitar a conversa. Elas, obviamente, estavam preocupadas e curiosas sobre o que tinha acontecido. Atendi a chamada, e logo os rostos delas apareceram na tela.— Miga, o que aconteceu? — perguntou Valentina, sem perder tempo.— A gente viu que o Pedro e o Pietro sumiram da festa, e depois você foi embora com o Pedro. Não entendi nada! — Laiane acrescentou, claramente ansiosa para saber.Suspirei e me sentei na cama, ajeitando o travesseiro atrás de mim.— Bom... — comecei, tentando organizar meus pensam