— E aí, as garotas estão bem? — Juliano perguntou, e eu balancei a cabeça positivamente.— Sim, elas estão bem animadas assistindo doramas do Lee Min-ho.— Que porra é essa? — Juliano perguntou como se eu tivesse acabado de falar em outra língua.— Também gostaria de saber — Geovane perguntou curioso, franzindo a testa.Eu ri da reação dos dois. Sabia que, para quem não era fã de doramas, aquilo soava como algum tipo de código secreto.— Le Minho é um ator coreano — expliquei, já esperando a enxurrada de perguntas. — Ele é uma espécie de galã nos doramas, aquelas séries de TV asiáticas que as meninas adoram. — Ah, tá explicado! — Geovane exclamou, como se tivesse acabado de desvendar um grande mistério. — Então é por isso que elas somem. Devem ficar hipnotizadas assistindo esses caras.Juliano deu uma risada debochada e olhou para mim com um brilho nos olhos.— Cara, já pensou se elas largam a gente por esses atores coreanos? Você tá aí todo bonitão, mas vai que MaFê decide que prefe
Maria Fernanda Fagundes Lancaster A noite com as meninas foi bem divertida. Acordamos cedo, tomamos café e nos despedimos. Quando cheguei em casa, encontrei meus pais e meus irmãos à mesa.— Olha quem nos brinda com a sua presença. — Meu irmão disse, debochado.— Bom dia, família! Fica quieto, Gustavo.— Se divertiu, filha? — Meu pai perguntou, e eu confirmei com a cabeça.— O que acha de um dia de jogos em família? Faz um tempinho que não fazemos isso.— Acho ótimo! Posso convidar alguém? — Perguntei com um sorriso. Rapidamente, meu pai revirou os olhos, mas minha mãe deu uma cotovelada nele.— Claro que pode chamar o Pedro.Agradeci e liguei para o meu namorado, que atendeu rapidamente.— O que me diz de um dia de jogos com a minha família? — Perguntei, aguardando sua resposta.Do outro lado da linha, percebi um momento de hesitação. — Um dia de jogos? Com a sua família? — Ele repetiu, como se processasse a informação. — Isso significa competir contra vocês? — Claro que sim! — Eu
— Você sabe que não precisava passar por tudo isso só para ganhar a aprovação do meu pai, não é? — perguntei, olhando para ele com um sorriso terno.Pedro acariciou meu rosto delicadamente, seus olhos fixos nos meus, transmitindo um misto de carinho e segurança que sempre me fazia sentir em casa.— Eu sei, mas para mim, é importante que ele veja o quanto eu te valorizo e o quanto quero fazer parte da sua vida — ele respondeu, sua voz baixa e sincera, enquanto seus dedos deslizavam pelo meu cabelo. — Além disso, foi divertido, e ver o orgulho no rosto do seu pai no final fez tudo valer a pena.Sorrindo, me aproximei mais, sentindo o calor do corpo dele contra o meu. As palavras de Pedro sempre tocavam meu coração de um jeito especial, e naquele momento, percebi o quanto ele estava disposto a fazer para estar ao meu lado.— Eu nunca conheci alguém como você, Pedro — confessei, sentindo meu coração bater mais rápido. — Alguém que não só me entende, mas que também se importa com o que é i
Enquanto nos preparávamos, Fabi, Clara e eu nos sentamos juntas, ajustando nossos uniformes e verificando os equipamentos. A tensão no vestiário era palpável, mas era uma tensão positiva, que nos unia em um objetivo comum.— MaFê, lembra da nossa promessa? — Fabi perguntou, me olhando com firmeza.— Lembro. Vamos fazer história hoje. — Respondi com confiança.Clara assentiu, o olhar decidido. — Vamos dar tudo de nós lá fora.O vestiário estava em silêncio, cada uma de nós mergulhada em seus próprios pensamentos, enquanto o treinador passava as últimas instruções. Fechei os olhos por um momento, respirando fundo, tentando acalmar meus nervos. Sabia que estava pronta para isso. Que todas estávamos.E então, veio o chamado do treinador.— Está na hora, meninas. Vamos mostrar do que somos capazes e trazer o troféu de campeãs para casa. Com um último olhar de incentivo para minhas amigas, me levantei junto com o time. Estávamos unidas, determinadas e prontas para dar tudo de nós naquele
Caí de joelhos no gramado, sentindo um misto de alívio e felicidade. As meninas correram até mim, me levantando, e logo estávamos todas em um abraço coletivo, rindo e chorando ao mesmo tempo. A torcida explodiu em gritos e aplausos, e o treinador veio nos cumprimentar, orgulho estampado no rosto.— Parabéns, meninas. Vocês fizeram história hoje. — Ele disse, enquanto nos abraçava uma por uma.Ainda com as mãos entrelaçadas com as das minhas companheiras, começamos a cantar a plenos pulmões: "A barreira vai virar baile, a barreira vai virar baile!". Nossa voz ecoava pelo estádio, cheia de alegria e satisfação. Era uma celebração merecida.Quando finalmente levantamos o troféu, todas nós gritamos em uníssono: "Aqui é Vasco, porra!". A energia era eletrizante, o momento inesquecível.Eu sabia que nunca esqueceria aquele dia. Havíamos lutado com tudo que tínhamos, e agora, éramos campeãs. O sentimento de orgulho e realização era indescritível, e enquanto as comemorações continuavam, apena
Enquanto Pedro me ajudava a entrar no carro, senti uma leve pontada na perna ao me acomodar no banco. Ele percebeu o meu desconforto, fechou a porta cuidadosamente e, em seguida, contornou o carro para assumir o volante. Assim que ele se sentou e ligou o motor, eu me inclinei para trás, tentando encontrar uma posição que aliviasse a dor.— Está sentindo muita dor? — Pedro perguntou, sua voz cheia de preocupação enquanto começava a dirigir em direção ao restaurante.Balancei a cabeça, tentando minimizar a situação.— Está doendo um pouco, mas nada que eu não possa suportar. — Respondi com um sorriso. — É só o corpo reclamando do esforço. Ele me olhou por um breve segundo antes de voltar a atenção para a estrada, mas o olhar que me lançou era cheio de preocupação.— Você é incrível, sabia? — Ele disse, apertando minha mão que estava descansando no banco entre nós. — Não sei como você aguenta essa dor e ainda consegue sorrir.Sorri para ele, apertando sua mão de volta.— Quando a gente
Finalizei a última prova e olhei para Laiane que estava do outro lado de cara fechada acho que ela não foi tão bem. Quando a professora nos liberou Lai se aproximou de mim e me chamou para irmos embora. — Amiga, eu preciso de uma barra de chocolate gigante. — Ela diz me encarando e eu ri da sua cara. — A prova foi tão ruim assim? — Acho que levei bomba em duas, estou na merda. Ela fez uma careta e descemos até a cafeteria, Pedro e Geovane ainda não apareceram, o que achamos estranho, enviei uma mensagem para ele que me avisou que ainda está fazendo prova. — Seu irmão ainda está realizando provas. — Geovane também. Logo hoje que eu estava precisando de um beijinho doce e uma transa gostosa.— Nada pervertida! — Respondi a ela que gargalhou. — Se contente com uma bomba de chocolate. Ela revirou os olhos mais uma vez.— Oi, vacas! — Valentina se aproximou de nós. — Miga, como está a sua perna? — Aí, miga. Desculpa com toda essa correria das provas nem perguntei sobre a sua perna.
Quando chegamos ao consultório, meu pai já estava lá, sentado na sala de espera. Ele se levantou ao nos ver e me deu um beijo na testa antes de abraçar minha mãe.— Vai dar tudo certo, filha — ele sussurrou, e eu só consegui acenar, tentando esconder o nervosismo.Não demorou muito até que fossemos chamados para entrar. O médico nos cumprimentou com um sorriso tranquilo, mas pude ver a seriedade em seu olhar.— Bom dia, Maria Fernanda — ele disse, enquanto revisava meu histórico médico. — Como está se sentindo hoje?— Um pouco nervosa, para ser honesta — respondi, tentando manter a voz firme.Ele assentiu e olhou para meus pais antes de continuar.— Entendo. Vamos fazer alguns exames para termos uma visão mais clara do que está acontecendo com sua perna.Fui encaminhada para uma série de exames, e enquanto esperávamos os resultados, meus pais tentavam me distrair com conversa fiada, mas eu mal ouvia. Estava preocupada demais com o que viria a seguir.Quando os exames ficaram prontos,