CLARAAcordar na manhã seguinte foi como emergir de um sonho, um daqueles que você não quer que acabe nunca. A luz suave do sol entrava pelas cortinas, e, por um segundo, eu esqueci onde estava. Então, senti o braço de Henrique me envolvendo e tudo voltou, como um flash de todas as coisas maravilhosas que aconteceram na noite passada.Sabe aquela sensação de quando você acorda e percebe que está exatamente onde quer estar? Pois é, foi exatamente isso que senti. Henrique ainda estava dormindo, o rosto tranquilo, o que me deu um tempinho para apenas ficar ali, apreciando o momento. Nunca imaginei que me sentiria tão à vontade com alguém, especialmente depois de tudo o que passei.Mas aí, claro, minha mente começou a disparar. Sabe como é, né? Acordei me sentindo ótima, mas logo em seguida, a realidade começou a dar uns tapinhas na minha cara. Tipo, "Oi, bom dia, e agora? O que vem a seguir?". Porque, vamos combinar, as coisas nunca são tão simples assim.Me virei devagar na cama, tentan
CLARAOs dias seguintes passaram numa mistura de trabalho e pensamentos constantes sobre Henrique. Sabe quando você está tão envolvida em algo novo que até as coisas mais simples do dia a dia parecem diferentes? Pois é, foi exatamente assim. Cada e-mail que ele mandava, cada mensagem de bom dia, era como uma pequena faísca que iluminava o meu dia.Mas, claro, nem tudo era tão simples. A vida continua, e com ela, os pequenos dramas do cotidiano que nunca tiram férias. No trabalho, Ricardo estava mais exigente do que nunca, e o projeto da campanha com a empresa de Henrique estava entrando numa fase crucial. Ou seja, pressão de todos os lados. E, como se não bastasse, eu ainda tinha que lidar com a minha própria cabeça, que não parava de inventar mil e uma teorias sobre como as coisas poderiam dar errado entre a gente.— Clara, você está me ouvindo? — A voz de Joana, uma das minhas colegas, me trouxe de volta à realidade. Estávamos na sala de reuniões, discutindo as últimas ideias para a
CLARAAcordei na manhã seguinte ainda flutuando nas boas vibrações da noite anterior. Sabe quando tudo parece estar se encaixando perfeitamente, e você quase espera que algo vá dar errado porque está bom demais para ser verdade? Pois é, esse era exatamente o meu estado de espírito.Passei o dia inteiro no trabalho com um sorriso no rosto, apesar das pequenas crises que surgiram. Até Ricardo, que geralmente está mais para Grinch do que para Papai Noel, notou minha mudança de humor.— Clara, você está especialmente animada hoje. Alguma coisa boa aconteceu? — ele perguntou, me lançando um olhar curioso enquanto revisávamos os últimos detalhes da campanha.Eu apenas dei de ombros, tentando não parecer muito óbvia.— Só estou feliz que as coisas estão finalmente indo bem com o projeto. Acho que todo o nosso trabalho está começando a dar frutos — respondi, o que não era exatamente uma mentira, mas também não era toda a verdade.A verdade era que, por mais que o trabalho estivesse indo bem,
CLARASe você me dissesse, há alguns meses, que eu estaria atendendo uma ligação de Lucas, depois de tudo o que aconteceu, eu provavelmente teria rido na sua cara. Mas lá estava eu, parada na varanda do apartamento de Henrique, com o celular colado na orelha e um nó gigante no estômago.— O que você quer, Lucas? — minha voz saiu mais firme do que eu esperava, mas por dentro, eu estava uma bagunça total.Houve uma pausa do outro lado da linha, e eu quase podia imaginar Lucas escolhendo as palavras, tentando encontrar a melhor forma de me convencer de seja lá o que ele estava prestes a dizer.— Clara, eu sei que o que fiz foi imperdoável. Mas eu preciso falar com você... cara a cara. Por favor — ele finalmente disse, com aquela voz que sempre soou tão segura, mas que agora parecia meio... desesperada?Eu respirei fundo, tentando manter a calma. Olhei para dentro do apartamento e vi Henrique ainda sentado no sofá, tentando parecer relaxado, mas eu sabia que ele estava prestando atenção e
CLARAO dia seguinte passou como um borrão. Sabe quando você tenta se concentrar em alguma coisa, mas sua mente insiste em te puxar para outro lugar? Pois é, foi exatamente assim. A reunião com Lucas estava ocupando todo o espaço na minha cabeça, e, por mais que eu tentasse, era impossível não ficar pensando em todas as possibilidades.No trabalho, eu tentava manter a concentração, mas até Ricardo percebeu que eu não estava no meu melhor. Ele fez algumas perguntas sobre o andamento da campanha, e eu respondi no automático, mas sabia que não estava dando meu máximo. Felizmente, ele estava mais focado nos próprios e-mails do que em mim, então consegui escapar sem muitos problemas.Às 17h30, eu já estava fora do escritório, andando em direção ao parque onde combinamos o encontro. A cada passo que eu dava, sentia meu coração batendo mais forte, como se estivesse me preparando para algo grande, algo que poderia mudar tudo. Na verdade, era exatamente isso que eu estava sentindo.Cheguei ao
CLARAA noite passou arrastada, com minha mente presa em um ciclo infinito de “e se”. E se Lucas estava falando a verdade? E se Henrique realmente manipulou tudo? E se eu estivesse prestes a descobrir algo que mudaria completamente a forma como eu via o homem que estava se tornando tão importante para mim?Mas, por mais que eu quisesse, sabia que não podia ficar apenas remoendo essas dúvidas na minha cabeça. Precisava falar com Henrique, olhar nos olhos dele e descobrir o que realmente aconteceu. Porque, apesar de tudo, uma parte de mim se recusava a acreditar que ele seria capaz de algo tão... cruel.Na manhã seguinte, levantei da cama com a cabeça pesada e o coração acelerado. O nervosismo estava grudado em mim como uma segunda pele, e cada pequeno detalhe do meu dia parecia mais difícil de enfrentar. Passei um tempo a mais no banho, tentando, sem sucesso, acalmar meus pensamentos, mas no fundo, sabia que só uma coisa iria me trazer alguma paz: a verdade.No caminho para o trabalho,
CLARAVoltar para casa depois da conversa com Henrique foi como sair de um filme onde nada fazia sentido. Eu tinha tantas perguntas rodando na minha cabeça que parecia impossível focar em qualquer outra coisa. Mesmo tentando, não conseguia decidir o que pensar sobre tudo o que ele me disse. De um lado, queria acreditar que Henrique estava sendo sincero. De outro, as palavras de Lucas ecoavam na minha mente, plantando sementes de dúvida que eu não conseguia ignorar.Quando entrei em casa, Ana estava na cozinha, mexendo em algo no fogão. Ela levantou os olhos assim que me viu e, claro, percebeu imediatamente que algo estava errado.— Ei, o que aconteceu? Você está com uma cara péssima — ela perguntou, largando a colher e vindo até mim.Eu suspirei, sentindo o peso do dia inteiro finalmente me atingir.— Eu tive uma conversa difícil com o Henrique. E, antes disso, o Lucas apareceu do nada, jogando uma bomba sobre o que aconteceu no nosso relacionamento... E agora, eu estou no meio de uma
CLARAEu estava sentada naquele banco, tentando parecer calma, mas por dentro, meu coração estava acelerado. Tudo o que Lucas disse até agora só serviu para aumentar minha confusão, mas, ao mesmo tempo, eu sabia que ele estava se segurando. Quando ele pediu para eu ouvir até o fim, senti que o que ele estava prestes a revelar poderia finalmente esclarecer tudo... ou bagunçar ainda mais a minha cabeça.— Tudo bem, Lucas. Fala de uma vez. Estou pronta para ouvir o que você tem a dizer — minha voz saiu firme, mesmo que eu estivesse longe de me sentir assim.Ele respirou fundo, passou a mão pelos cabelos e começou.— Tudo começou quando eu me envolvi em alguns negócios que... não eram exatamente legais. Na época, eu estava tentando expandir minha empresa rápido demais, e acabei fazendo alguns acordos que eu não deveria. Henrique descobriu. Ele sempre soube mais do que eu imaginava — Lucas começou, olhando para o chão, como se estivesse envergonhado.Fiquei em silêncio, absorvendo o que el