CLARAAquela manhã era diferente. Havia uma tranquilidade no ar que não sentia há semanas, e pela primeira vez em muito tempo, acordei sem aquele peso esmagador no peito. O sol entrava pela janela do quarto, aquecendo o espaço suavemente, e ao meu lado, Henrique ainda dormia, sua respiração profunda e relaxada. A sensação de paz ao vê-lo ali, ao meu lado, era quase inacreditável depois de tudo o que passamos.Sofia também dormia no berço ao lado da cama, seu sono tranquilo e sereno me trazendo o alívio que eu tanto buscava. O simples fato de vê-la ali, segura e protegida, fazia com que todos os medos e ansiedades começassem a se dissipar lentamente.Levantei-me com cuidado para não acordar Henrique e caminhei até o berço, observando minha filha. Ela parecia tão frágil, tão perfeita, e era difícil acreditar que alguém havia tentado tirá-la de mim. O trauma do sequestro ainda estava lá, em algum lugar dentro de mim, mas eu sabia que o tempo iria curar essas feridas. Sofia estava de volt
CLARAEra uma manhã ensolarada e tranquila. Eu estava sentada no chão da sala com Sofia, vendo-a brincar com seus novos brinquedos, e por um momento, tudo parecia perfeito. Os sons leves de suas risadas, o sol suave entrando pela janela, e o silêncio confortável que preenchia a casa me faziam sentir em paz. Finalmente, sentia que estávamos onde deveríamos estar — sem dramas, sem medo, apenas uma família.Henrique estava na cozinha, terminando de preparar o café da manhã, e a cada poucos minutos, ele lançava um olhar em nossa direção, sorrindo ao ver Sofia se divertir. O som de sua risada sempre iluminava qualquer ambiente, e saber que estávamos ali, todos juntos, sem mais preocupações, era o maior presente que poderíamos pedir.Enquanto brincava com Sofia, senti meu telefone vibrar na mesa ao lado. Era uma mensagem de minha m&atil
CLARAAs semanas seguiam seu curso, e a rotina começava a se normalizar. Cada dia trazia um pouco mais de paz, um pouco mais de segurança, como se as feridas do que Marcela havia feito finalmente estivessem começando a cicatrizar. Eu me sentia mais forte, e, aos poucos, a sombra do sequestro de Sofia se tornava um peso menos sufocante.Mesmo assim, havia momentos em que o medo ainda me invadia. Em alguns dias, quando eu via Sofia dormindo em seu berço, a memória de ter perdido minha filha, mesmo que por pouco tempo, me fazia tremer. Eu tinha que me lembrar constantemente de que Marcela não poderia mais nos machucar, de que ela estava longe e não tinha mais controle sobre nossa vida.Henrique percebia isso. Mesmo quando eu tentava esconder minhas inseguranças, ele sabia. Sempre tão atento, sempre tão presente. E era isso que me dava forças para continuar — o apoio constante de Henrique e a certeza de que, juntos, éramos mais fortes.Naquel
CLARAOs dias passavam de forma mais leve agora. A rotina familiar, que antes parecia frágil e à mercê dos ventos da insegurança, se estabilizava a cada dia. O som das risadas de Sofia enchendo a casa, o barulho suave das suas pequenas mãos batendo contra seus brinquedos e o jeito como Henrique e eu nos reconectávamos a cada olhar e toque faziam com que tudo finalmente parecesse em ordem.Naquela manhã, o sol entrava pela janela da sala, iluminando o chão onde Sofia tentava engatinhar pela primeira vez. Henrique estava ajoelhado perto dela, a incentivando com aquela mistura de paciência e alegria que eu amava tanto nele.— Vamos lá, pequena, você consegue! — ele disse, com um sorriso grande e cheio de orgulho.Eu assistia de longe, segurando uma xícara de café e sorrindo, enquanto Sofia se esforçava, balançand
CLARAO som suave das folhas se movendo com o vento e o ar fresco da manhã preenchiam o ambiente de uma forma quase mágica. Eu estava sentada na varanda, observando Sofia brincar com os brinquedos que trouxemos para a viagem. Sua curiosidade era contagiante, e cada pequeno movimento dela me fazia sorrir. Henrique estava na cozinha preparando o café da manhã, e o cheiro de pão fresco e café recém-passado flutuava pelo ar, misturando-se com o cenário pacífico à nossa volta.Era um daqueles momentos que pareciam saídos de um sonho. A vida, depois de tantos altos e baixos, finalmente parecia ter se ajustado, e aquela calma quase me fazia esquecer de tudo o que enfrentamos. Eu olhava para Sofia, sua risada suave, e sabia que estávamos exatamente onde deveríamos estar.— O café está pronto! — a voz de Henrique soou atrás de mim, tirando-me de meus pensamentos.Ele apareceu na porta, sorrindo enquanto equilibrava duas xícaras de
CLARAO retorno para casa foi marcado por uma sensação de alívio e familiaridade. Assim que entramos pela porta, senti o conforto de estar de volta ao nosso espaço, cercada pelos objetos e pelas memórias que construímos juntos. Embora a casa de campo tenha sido uma fuga perfeita, nada se comparava ao aconchego do lar.Sofia, como sempre, estava cheia de energia, mesmo após a viagem de volta. Ela parecia fascinada por estar novamente em casa, engatinhando animadamente por todos os cantos, como se estivesse redescobrindo cada detalhe do lugar.— Alguém está feliz de estar de volta, — Henrique comentou, rindo enquanto observava Sofia se mover pela sala.— Acho que ela sentiu falta de explorar cada canto, — respondi, rindo também. — Ela vai deixar a gente bem ocupados agora que está mais á
CLARAAs palavras de Henrique continuaram ecoando na minha mente nos dias que se seguiram. "Fazer algo por você". Eu nunca tinha parado para pensar muito nisso ultimamente. Desde que Sofia nasceu, minha vida girava ao redor dela e da nossa família, e eu amava isso. Mas Henrique tinha razão, talvez houvesse espaço para algo mais. Algo que fosse só meu.Naquela manhã, enquanto tomava meu café e observava Sofia brincar com seus blocos de montar no tapete da sala, comecei a pensar no que poderia fazer. Fazia tanto tempo que eu não me dedicava a um projeto pessoal que, de repente, me senti um pouco perdida. O que eu amava fazer? O que me fazia vibrar, além de ser mãe e esposa?Henrique entrou na sala, trazendo consigo o calor de seu sorriso e aquele olhar que sempre me incentivava. Ele se aproximou de mim, beijando minha testa levemente antes de se sentar ao meu lado.—
CLARAOs dias começaram a passar de uma forma mais leve desde que decidi me dedicar ao blog. Toda vez que Sofia tirava uma soneca ou quando Henrique estava em casa para me ajudar, eu encontrava momentos para me sentar em frente ao laptop e trabalhar nas minhas ideias. Escrever era como uma válvula de escape, uma maneira de me reconectar com uma parte de mim que eu não sabia que estava com tanta saudade.Cada post que eu publicava, por mais simples que fosse, trazia uma sensação de realização. O blog era pequeno e ainda engatinhava, mas eu estava animada. O foco inicial era a decoração — algo que sempre me fascinou —, mas logo comecei a misturar dicas de design com reflexões pessoais sobre a maternidade e a vida familiar. De alguma forma, escrever sobre tudo isso me fazia sentir mais completa.Naquela tarde, enquanto Sofia brincava no tapete da sala com seus blocos