CLARAAquela noite foi a mais longa da minha vida. Eu mal consegui dormir. A cada som, a cada ruído, meu corpo todo ficava tenso, pronta para correr até o berço de Sofia e garantir que ela ainda estivesse ali. Marcela não saiu da minha mente nem por um segundo. O que ela queria dizer com aquelas ameaças veladas? O que ela estava realmente planejando?Henrique também estava preocupado. Eu podia ver isso no jeito que ele me observava, nos olhares rápidos que lançava na direção do berço de Sofia, como se quisesse garantir que ela estivesse sempre segura. Mesmo com todas as portas trancadas e as janelas fechadas, eu não conseguia me livrar da sensação de que Marcela estava nos observando, esperando o momento certo para agir.Na manhã seguinte, quando acordei, Henrique já estava se preparando para sair. Ele estava resoluto em ir à polícia para relatar o comportamento de Marcela. Mas, no fundo, eu sabia que isso não seria o suficiente para deter uma mulher como ela.— Eu vou resolver isso,
Capítulo 110CLARAA noite parecia interminável. Cada segundo que passava sem notícias de Sofia era uma tortura, e o medo de que algo pior pudesse acontecer me paralisava. Eu me sentia completamente impotente, esperando desesperadamente que Henrique conseguisse resolver tudo. Cada minuto era uma eternidade. Eu tentava me convencer de que tudo acabaria bem, mas a sensação de perda e desespero me consumia.Minhas mãos tremiam enquanto eu apertava o celular, esperando qualquer ligação, qualquer notícia. Henrique havia partido com a polícia, mas o silêncio desde que ele saiu de casa estava me sufocando. Era como se a casa inteira estivesse envolta em uma escuridão palpável, e a ausência de Sofia deixava um vazio que nada conseguia preencher.O relógio parecia brincar comigo, o tempo se arrastando enquanto eu repetia em minha mente que, de alguma forma, tudo ficaria bem. Mas a verdade é que nada estava bem. Minha filha estava nas mãos de uma mulher que eu sabia ser capaz de qualquer coisa,
CLARAAs semanas que seguiram ao sequestro de Sofia foram difíceis. Embora Marcela estivesse longe, presa e finalmente incapaz de nos machucar, as marcas que ela deixou em mim eram profundas. A simples ideia de que alguém, especialmente ela, pudesse ter levado minha filha para longe me aterrorizava. Eu ainda acordava no meio da noite, assustada, correndo até o berço de Sofia para ter certeza de que ela estava ali, segura e protegida.Henrique tentava me tranquilizar sempre que podia. Ele sabia que o que Marcela tinha feito havia deixado uma ferida aberta em mim, e fazia questão de estar presente em cada momento. Mesmo assim, a sombra do que vivemos parecia nos acompanhar, como um lembrete constante de que o caos poderia nos alcançar a qualquer momento.Mas aos poucos, começamos a voltar à nossa rotina. A vida com Sofia, o som do riso dela, os momentos de carinho em família... tudo isso ajudava a me lembrar de que o pior já havia passado. Ela estava segura agora. E era isso que importa
CLARAAquela manhã era diferente. Havia uma tranquilidade no ar que não sentia há semanas, e pela primeira vez em muito tempo, acordei sem aquele peso esmagador no peito. O sol entrava pela janela do quarto, aquecendo o espaço suavemente, e ao meu lado, Henrique ainda dormia, sua respiração profunda e relaxada. A sensação de paz ao vê-lo ali, ao meu lado, era quase inacreditável depois de tudo o que passamos.Sofia também dormia no berço ao lado da cama, seu sono tranquilo e sereno me trazendo o alívio que eu tanto buscava. O simples fato de vê-la ali, segura e protegida, fazia com que todos os medos e ansiedades começassem a se dissipar lentamente.Levantei-me com cuidado para não acordar Henrique e caminhei até o berço, observando minha filha. Ela parecia tão frágil, tão perfeita, e era difícil acreditar que alguém havia tentado tirá-la de mim. O trauma do sequestro ainda estava lá, em algum lugar dentro de mim, mas eu sabia que o tempo iria curar essas feridas. Sofia estava de volt
CLARAEra uma manhã ensolarada e tranquila. Eu estava sentada no chão da sala com Sofia, vendo-a brincar com seus novos brinquedos, e por um momento, tudo parecia perfeito. Os sons leves de suas risadas, o sol suave entrando pela janela, e o silêncio confortável que preenchia a casa me faziam sentir em paz. Finalmente, sentia que estávamos onde deveríamos estar — sem dramas, sem medo, apenas uma família.Henrique estava na cozinha, terminando de preparar o café da manhã, e a cada poucos minutos, ele lançava um olhar em nossa direção, sorrindo ao ver Sofia se divertir. O som de sua risada sempre iluminava qualquer ambiente, e saber que estávamos ali, todos juntos, sem mais preocupações, era o maior presente que poderíamos pedir.Enquanto brincava com Sofia, senti meu telefone vibrar na mesa ao lado. Era uma mensagem de minha m&atil
CLARAAs semanas seguiam seu curso, e a rotina começava a se normalizar. Cada dia trazia um pouco mais de paz, um pouco mais de segurança, como se as feridas do que Marcela havia feito finalmente estivessem começando a cicatrizar. Eu me sentia mais forte, e, aos poucos, a sombra do sequestro de Sofia se tornava um peso menos sufocante.Mesmo assim, havia momentos em que o medo ainda me invadia. Em alguns dias, quando eu via Sofia dormindo em seu berço, a memória de ter perdido minha filha, mesmo que por pouco tempo, me fazia tremer. Eu tinha que me lembrar constantemente de que Marcela não poderia mais nos machucar, de que ela estava longe e não tinha mais controle sobre nossa vida.Henrique percebia isso. Mesmo quando eu tentava esconder minhas inseguranças, ele sabia. Sempre tão atento, sempre tão presente. E era isso que me dava forças para continuar — o apoio constante de Henrique e a certeza de que, juntos, éramos mais fortes.Naquel
CLARAOs dias passavam de forma mais leve agora. A rotina familiar, que antes parecia frágil e à mercê dos ventos da insegurança, se estabilizava a cada dia. O som das risadas de Sofia enchendo a casa, o barulho suave das suas pequenas mãos batendo contra seus brinquedos e o jeito como Henrique e eu nos reconectávamos a cada olhar e toque faziam com que tudo finalmente parecesse em ordem.Naquela manhã, o sol entrava pela janela da sala, iluminando o chão onde Sofia tentava engatinhar pela primeira vez. Henrique estava ajoelhado perto dela, a incentivando com aquela mistura de paciência e alegria que eu amava tanto nele.— Vamos lá, pequena, você consegue! — ele disse, com um sorriso grande e cheio de orgulho.Eu assistia de longe, segurando uma xícara de café e sorrindo, enquanto Sofia se esforçava, balançand
CLARAO som suave das folhas se movendo com o vento e o ar fresco da manhã preenchiam o ambiente de uma forma quase mágica. Eu estava sentada na varanda, observando Sofia brincar com os brinquedos que trouxemos para a viagem. Sua curiosidade era contagiante, e cada pequeno movimento dela me fazia sorrir. Henrique estava na cozinha preparando o café da manhã, e o cheiro de pão fresco e café recém-passado flutuava pelo ar, misturando-se com o cenário pacífico à nossa volta.Era um daqueles momentos que pareciam saídos de um sonho. A vida, depois de tantos altos e baixos, finalmente parecia ter se ajustado, e aquela calma quase me fazia esquecer de tudo o que enfrentamos. Eu olhava para Sofia, sua risada suave, e sabia que estávamos exatamente onde deveríamos estar.— O café está pronto! — a voz de Henrique soou atrás de mim, tirando-me de meus pensamentos.Ele apareceu na porta, sorrindo enquanto equilibrava duas xícaras de