O cavaleiro Galahad fitou a todos os integrantes do grupo e intrigou-se por um momento: - Vocês conseguiram escapar do terremoto? - Não vimos terremoto algum - responde Juliana - estávamos do outro lado da Vila. - No outro lado? - questiona o cavaleiro - não existe outro lado em Montserrat! - Foi o que eu disse a eles! - interviu Abraham - Mas eles insistem nessa história e o mais incrível é que eles afirmam ter falado com Felipe! - Felipe? - os outros cavaleiros se entreolharam, espantados - Mas que história é essa? - Ei, tenham calma! - respondeu o cavaleiro líder - Mas que absurdo é isso o que estão dizendo! O sábio Felipe é apenas uma lenda desta vila, passada de geração em geração! É um fruto da mente dos moradores de Montserrat para se ter um apoio emocional e dar certo sentido a uma vida tão complicada e atribulada das pessoas! - Lorde Galahad, essas pessoas que aqui estão me pararam no meio do caminho e disseram que precisam levar todos os moradores da vila para o
O grupo parecia assustado ao saber que toda a situação em Montserrat era de responsabilidade de um só homem e que não se tratava de um homem qualquer. Karmack era o nome do Grande Mal da Vila, o homem da cobiça de quem a Ordem de Galahad estava falando. Charles foi o primeiro a se manifestar: - Então foi por causa desse tal Karmack que a vila ficou de cabeça para baixo e todos nós estamos sofrendo dessa forma? Ótimo, já sabemos a quem temos que perseguir! - Não pensem que é tão fácil assim! - responde Heitor - Karmack não pode ser encontrado facilmente e possui uma mente extremamente perversa. Ele pode acabar com todos vocês sem a menor compaixão e pode usar dos planos mais ardilosos para encurrala-los sem que percebam! - Vocês nunca o encontraram? - pergunta Bianca. - Karmack passou a conhecer todos os segredos de Montserrat! - respondeu Galahad - É preciso uma grande estratégia para poder chegar perto dele. Além do mais, o Exército das Trevas monta guarda dia e noite para que ni
Após muitas horas sentado em frente ao seu computador, Jackson Ventura resolveu sair um pouco de sua casa; estava atordoado por seu grande esforço mental para progredir naquilo que ele considerava como o projeto de sua vida. Uau, que dor de cabeça terrível, dizia ele. Acabara de conversar com Chloe, que o aconselhou a dar uma volta pela cidade. Resolveu ir sozinho até a praça que frequentava com seus pais na infância. Aquele lugar trazia ótimas sensações a ele. Proporcionava-lhe uma paz que ele mesmo não sabia descrever. A imagem de crianças brincando, o cheiro das folhas das árvores e a brisa fresca o faziam sorrir. Jackson sentiu que naquele dia, tinha de esquecer de tudo e se concentrar apenas naquele momento, apenas em seus pensamentos. Deu duas voltas na praça a passos lentos e depois sentou-se em um banco para observar algumas crianças que jogavam bola. Desligou o seu celular e procurou relaxar. Não demorou muito e ele percebeu algo que o deixava incomodado. Um homem branco, apa
Depois do terremoto ter se acalmado, Jackson Ventura se recupera do grande esforço para manter Naiara Dominguez viva. A garota examina o braço do amigo para ver se não sofreu alguma luxação grave ou até mesmo se não quebrou algum osso. Jackson brinca para descontrair: - Quem diria que um dia eu sobreviveria a um desastre natural sem quebrar nenhum braço? - Eu jamais me perdoaria se você tivesse quebrado o braço! - respondeu Naiara. - Como assim? Eu estou muito feliz e agradecido a Deus por estarmos vivos, e ainda estaria mesmo se tivesse quebrado os dois braços! - É verdade... Nós somos testemunhas de um grande milagre!De repente, os dois sentiram um grande alívio quando ouviram a voz de Alexandre, que vinha com o grupo ao encontro deles: - Ei, vocês estão bem? Estão feridos? - Sim, estamos ótimos! - respondeu Naiara, com um sorriso. - Graças a Deus! - exclama Juliana - Quando vimos que vocês não estavam com a gente, tentamos voltar correndo, mas o terremoto estava muito inte
Naiara ficou estática ao saber o nome do jovem que cuidava dos feridos. Era o mesmo nome e sobrenome de seu avô. Após encara-lo por um tempo, ela pergunta: - Desculpe... como disse que é o seu nome? - Fernando Dominguez! Nós nos conhecemos? - Não, é só que... você tem o mesmo nome de uma pessoa muito querida para mim! - Sinto muito se isso te traz más lembranças! - responde Fernando. - Não, não! Na verdade, é muito pelo contrário!Neste momento, Alexandre intervém: - Acho melhor nos apressarmos, Naiara! Você e Fernando conseguem cuidar dos feridos? Juliana e eu iremos até o Lado Leste! - Sim, deixe conosco! Faremos o que pudermos! - É verdade! - exclama Fernando - Eu tenho poucos medicamentos, mas se juntar com os de Naiara, podemos ter bons resultados por aqui! - Você quer ficar com o meu rifle? - pergunta Alexandre. - Não será preciso! - responde Naiara, enquanto colocava bandagens em um ferido - Eu não sei usar armas e tudo o que precisamos está ao alcance de nossas mãos
Ninguém podia acreditar no que estava vendo, exceto Juliana e Alexandre, que já haviam estado antes no Lado Leste de Montserrat. Era um ambiente incrivelmente diferente de onde estavam. Uma grande paz parecia reinar naquele lugar; naquele momento, parecia fazer sentido Juliana e os outros não terem visto o primeiro terremoto, visto que não havia nenhum sinal de destruição naquele local. Pelo contrário: As plantas exalavam uma beleza sem igual, a grama parecia tingida com o mais belo tom de verde, e o canto dos passarinhos compunha uma orquestra inigualável. A família resgatada olhava para o ambiente e ficava encantada com o que apreciava. - Isso parece um sonho! - exclamou a mãe do bebê que Juliana carregava em seu colo. - Como pode existir um lugar assim em Montserrat? - indagou Abraham - Por que em todos esses anos nunca o encontramos? - Talvez, por se tratar de uma lenda, ninguém se interessou em atravessar a montanha para contestar a verdade - respondeu Alexandre. - Ninguém se
Naiara e Fernando permaneciam cuidando dos feridos do terremoto que abalou Montserrat. Eram ferimentos terríveis de se ver. Naiara não deixou de se impressionar com o carinho, a atenção e também com a frieza com que Fernando exercia sua tarefa. Conversava com cada pessoa, confortava a todos os que gemiam aflitos. Brincava com as crianças, arrancava sorrisos onde superabundavam lágrimas. A jovem enfermeira sentia-se inspirada a se doar por aquelas pessoas, se sentia na incumbência de diminuir ao máximo a dor dos moradores da vila. Após alguns momentos de extrema atenção, Naiara finalmente consegue novamente respirar um pouco aliviada e pergunta a Fernando:- Faz muito tempo que você mora aqui?- Não, eu não moro nessa vila! - responde o outro enfermeiro, também secando o suor do rosto - Na realidade, não sei como vim parar nesse lugar! Pra ser sincero, não me lembro de nada do que me aconteceu pelo menos nas últimas semanas! E quanto a você?- Também não me lembro de nada a não ser o a
Jackson Ventura não acreditava no que estava vendo: Aquela criança, de aproximadamente sete anos ou menos, que aparentava estar muito amedrontada em virtude de todos os acontecimentos recentes, virou-se para ele com uma expressão muito feroz. Ela vinha ao seu encontro, com um olhar vazio, o que era totalmente incomum vindo de uma menina. Galahad também não estava compreendendo, mas a única reação que ele foi capaz de ter foi alertar Jackson:- Para trás! Algo está acontecendo com essa menina!O jovem, seguindo a recomendação do cavaleiro, mantém certa distância da criança. No entanto, ela continua se aproximando, sem medo algum... Parecia completamente obcecada:- Me responda! Onde está o Tesouro de Deus?Galahad intervém:- Garota, pare de brincar com essas coisas! Afaste-se, temos uma tarefa a cumprir!- Vocês não vão lugar algum! Me digam onde está o Tesouro de Deus!- Ela não parece estar brincando, pessoal! - Exclama Jackson, afastando-se ainda mais - É melhor tomarmos cuidado!-