Jackson Ventura não acreditava no que estava vendo: Aquela criança, de aproximadamente sete anos ou menos, que aparentava estar muito amedrontada em virtude de todos os acontecimentos recentes, virou-se para ele com uma expressão muito feroz. Ela vinha ao seu encontro, com um olhar vazio, o que era totalmente incomum vindo de uma menina. Galahad também não estava compreendendo, mas a única reação que ele foi capaz de ter foi alertar Jackson:- Para trás! Algo está acontecendo com essa menina!O jovem, seguindo a recomendação do cavaleiro, mantém certa distância da criança. No entanto, ela continua se aproximando, sem medo algum... Parecia completamente obcecada:- Me responda! Onde está o Tesouro de Deus?Galahad intervém:- Garota, pare de brincar com essas coisas! Afaste-se, temos uma tarefa a cumprir!- Vocês não vão lugar algum! Me digam onde está o Tesouro de Deus!- Ela não parece estar brincando, pessoal! - Exclama Jackson, afastando-se ainda mais - É melhor tomarmos cuidado!-
A paz que reinava no interior da casa de Felipe foi substituída por uma grande euforia. Jackson Ventura e os cavaleiros de Galahad chegaram afoitos com uma criança desacordada em seu colo. Rapidamente, o sofá foi desocupado e a menina foi deitada com muito cuidado. Incrivelmente, ela não adotava mais a expressão agressiva de outrora; agora, parecia que ela estava com seu interior tranquilo. Seu rosto estava com a pele calma e uma luz de bondade, que antes não era possível de enxergar, emanava de seu ser. Felipe finalmente levantou-se de sua cadeira e com muita dificuldade, caminhou até onde estava a menina. Todos abriram caminho para que ele pudesse passar. Permanecendo em silêncio, ele observou atentamente a criança. Parecia estar analisando cada traço do seu rosto que pudesse estar contaminado. Juliana, Alexandre e os moradores da vila olhavam com espanto. Então, após alguns minutos, Felipe retorna à sua posição e diz a todos:— Ela está bem! Realmente estava sob domínio das Trevas
A manhã estava chuvosa e fria. O quarto de Juliana Mazato estava com um ar ainda mais gélido. Não necessariamente pelo clima do lado de fora, mas pela sensação de abandono e solidão. Estava prestes a fazer uma longa viagem contra a sua vontade. Não que ela não gostasse da avó. Pelo contrário, ela o amava. Porém, as circunstâncias da viagem é que não agradavam Juliana. Seus pais não queriam que ela suspeitasse o objetivo do projeto no qual eles estavam intensamente concentrados. Juliana considerava aquele projeto uma maldição que destruiu por completo a união de sua família. Queria deixar claro para seus pais que não estava nem um pouco interessada naquele trabalho, mas eles pareciam tão obcecados com o sigilo que compraram secretamente as passagens aéreas para Sydney sem se preocupar com a opinião da filha. Para Juliana, aquele foi o maior ato de covardia que seus pais poderiam ter com ela. Não conseguia conter suas lágrimas. Sua única companhia era a obra de Júlio Verne, Viagem ao Ce
O grito do menino por socorro moveu instantaneamente todas as pessoas do grupo que estavam na casa do lado leste de Montserrat. Mais do que depressa, pegaram o homem com o maior cuidado e o deitaram lentamente no sofá. Vendo o alarde de todos, Felipe intervém:— Não se preocupem mais! Vocês conseguiram trazê-lo até aqui, e isso já é o bastante. Juliana também orientou às pessoas que se afastassem do homem para que ele tivesse mais espaço para respirar. O garoto se aproxima e aflito, tenta enxergar a situação do pai. Alexandre também se aproxima e pergunta:— Você conseguiu ver quem atacou o seu pai?— Não vi muito claramente. Era um homem alto e forte... Apareceu de repente, estava procurando pelo tal tesouro de Deus!— Esse pesadelo parece não ter fim! - exclama Alexandre - E quanto a você, te machucaram?— Não! Quando eles iam me atacar, os enfermeiros apareceram e me ajudaram a fugir!— A situação parece estar mais complicada do que nunca! - exclama Fernando - Ninguém está sendo p
Os moradores de Montserrat ficaram pasmos com a cena que presenciaram: O pai, que antes estava desacordado e totalmente dependente dos cuidados do filho, acabara de aplicar-lhe um golpe no rosto. Atordoado com a violência, Javier vai ao chão. Paolo, sem a menor compaixão, continuou:— Eu disse diversas vezes a você! Mandei não se distrair, pois estavam nos atacando de todos os lados!— Fomos pegos de surpresa, Pai! Quando percebi, já haviam te atacado, foi tudo muito rápido!— Cometi um grande erro ao confiar em você! Não consegue prestar atenção em nada que acontece ao seu redor!Naiara não conseguiu se conter e interveio:— Não trate ele assim! Se não fosse por Javier, o senhor sequer estaria vivo para agir com essa grosseria!— E quem você pensa que é, garota?— Sou uma das pessoas responsáveis pela saúde e segurança das pessoas deste lugar! - respondeu Naiara, sem alterar a voz - E fique o senhor sabendo que seu filho foi quem correu para pedir nossa ajuda e não saiu do lado do se
Juliana Mazato, Alexandre Vidal e a Ordem de Galahad permaneciam parados na entrada do lado oeste, observando a hostilidade dos bandidos. Todos tentavam se manter calmos. Galahad os orientou dessa forma, pois qualquer movimento brusco poderia significar algo mais desagradável e até mesmo o assassinato dos moradores. Juliana quase não estava conseguindo se conter: crianças eram maltratadas, jogadas de qualquer maneira dentro dos carros, mulheres eram agredidas, tudo estava no mais absoluto caos. Percebendo a agonia de Juliana, Galahad sussurra:— Fiquem calmos! Temos nosso elemento surpresa!— Elemento surpresa? - indaga Alexandre, que imediatamente compreendeu a mensagem - Onde estão Hermes e Hebert? Tão logo disse isso, um grande alvoroço foi ouvido de dentro do acampamento. A movimentação aparentemente organizada dos bandidos transformou-se em uma grande euforia. De repente, os algozes dos moradores de Montserrat se viram perdidos procurando algo no ar. Corriam de um lado para o ou
O cavaleiro Galahad estava totalmente à mercê de seu inimigo quando ouviu seu nome. Demétrius não tirava o sorriso sarcástico de seu rosto. Parecia ter prazer em ver guerreiros experientes caídos aos seus pés. Em movimentos extremamente rápidos, conseguiu, de forma incrível, arrancar as espadas dos cavaleiros com seu machado colossal. Mais uma vez ele teve a sensação de estar prestes a abater mais uma vítima. Tinha dois cavaleiros a seus pés, e sua espada já estava em posição de arrancar duas novas vidas. Porém, Demétrius não contava com a rapidez de Jeziel que, com um forte chute, conseguiu derruba-lo chão, causando um enorme impacto. Nesse momento, sem a menor hesitação, Galahad avança em direção ao grupo e se prepara para cravar sua espada no coração de Demétrius, mas o gigante foi rápido o suficiente para se defender e ao mesmo tempo arrancar também a espada do cavaleiro. Levantando-se rapidamente, o bárbaro aproveita uma fração de segundo a distração de Galahad e encaixa sua mão
Enquanto Juliana e os outros subiam a montanha acompanhando os sobreviventes pela madrugada, a pequena Libby teve seu profundo sono interrompido por lembranças macabras, que vieram em forma de pesadelo: A menina estava deitada e sentia muitas dores pelo corpo. Ao abrir os olhos, via um teto branco e lâmpadas tão fortes que ofuscavam sua visão. Sua cabeça estava tão pesada que ela não conseguia levanta-la para ver onde estava. Apesar disso, ela pôde perceber uma intensa movimentação ao seu redor. Muitas pessoas falavam ao mesmo tempo e pareciam muito afoitas. Depois de alguns segundos, o rosto de alguém aparece em sua visão. Libby só conseguia ver a silhueta. Parecia uma mulher, de cabelos loiros. Mas sua expressão era impossível de ser vista. Ela encarava a menina como se quisesse identificar alguma coisa específica em seu rosto. De repente, a a mulher misteriosa pega um bastão pequeno e coloca uma luz fortíssima em nos dois olhos de Libby. O clarão era tão intenso que mesmo com os ol