O homem estava eufórico. Tentava se desvencilhar do grupo para fugir dos ataques da organização conhecida como "As Trevas". Insistia para que o ajudassem a fugir: - Vocês não entendem! Aquelas pessoas parecem possuídas por algo maligno. Eu preciso sair daqui ou eles me farão em pedaços, assim como farão com vocês se não se apressarem! Alexandre tenta acalmar o homem: - Ouça-nos! O lado Leste da Vila está seguro! O tal tesouro não está lá e ninguém vai perseguir você se vier conosco. Nos leve até os seus amigos e familiares para que também possam nos acompanhar! - Mas que besteira é essa? Não existe lado Leste da Vila! Todo este lugar está cercado por esses malucos, não existe saída pra ninguém! - Acabamos de vir de lá, senhor - exclama Alexandre - falamos com o Senhor Felipe! Foi ele mesmo quem nos mandou voltar a este lado da vila e levar todos os moradores para o lado Leste. Lá vocês estarão seguros da ameaça das Trevas! - Você disse Felipe? Meu jovem, isso é uma lenda, es
O cavaleiro Galahad fitou a todos os integrantes do grupo e intrigou-se por um momento: - Vocês conseguiram escapar do terremoto? - Não vimos terremoto algum - responde Juliana - estávamos do outro lado da Vila. - No outro lado? - questiona o cavaleiro - não existe outro lado em Montserrat! - Foi o que eu disse a eles! - interviu Abraham - Mas eles insistem nessa história e o mais incrível é que eles afirmam ter falado com Felipe! - Felipe? - os outros cavaleiros se entreolharam, espantados - Mas que história é essa? - Ei, tenham calma! - respondeu o cavaleiro líder - Mas que absurdo é isso o que estão dizendo! O sábio Felipe é apenas uma lenda desta vila, passada de geração em geração! É um fruto da mente dos moradores de Montserrat para se ter um apoio emocional e dar certo sentido a uma vida tão complicada e atribulada das pessoas! - Lorde Galahad, essas pessoas que aqui estão me pararam no meio do caminho e disseram que precisam levar todos os moradores da vila para o
O grupo parecia assustado ao saber que toda a situação em Montserrat era de responsabilidade de um só homem e que não se tratava de um homem qualquer. Karmack era o nome do Grande Mal da Vila, o homem da cobiça de quem a Ordem de Galahad estava falando. Charles foi o primeiro a se manifestar: - Então foi por causa desse tal Karmack que a vila ficou de cabeça para baixo e todos nós estamos sofrendo dessa forma? Ótimo, já sabemos a quem temos que perseguir! - Não pensem que é tão fácil assim! - responde Heitor - Karmack não pode ser encontrado facilmente e possui uma mente extremamente perversa. Ele pode acabar com todos vocês sem a menor compaixão e pode usar dos planos mais ardilosos para encurrala-los sem que percebam! - Vocês nunca o encontraram? - pergunta Bianca. - Karmack passou a conhecer todos os segredos de Montserrat! - respondeu Galahad - É preciso uma grande estratégia para poder chegar perto dele. Além do mais, o Exército das Trevas monta guarda dia e noite para que ni
Após muitas horas sentado em frente ao seu computador, Jackson Ventura resolveu sair um pouco de sua casa; estava atordoado por seu grande esforço mental para progredir naquilo que ele considerava como o projeto de sua vida. Uau, que dor de cabeça terrível, dizia ele. Acabara de conversar com Chloe, que o aconselhou a dar uma volta pela cidade. Resolveu ir sozinho até a praça que frequentava com seus pais na infância. Aquele lugar trazia ótimas sensações a ele. Proporcionava-lhe uma paz que ele mesmo não sabia descrever. A imagem de crianças brincando, o cheiro das folhas das árvores e a brisa fresca o faziam sorrir. Jackson sentiu que naquele dia, tinha de esquecer de tudo e se concentrar apenas naquele momento, apenas em seus pensamentos. Deu duas voltas na praça a passos lentos e depois sentou-se em um banco para observar algumas crianças que jogavam bola. Desligou o seu celular e procurou relaxar. Não demorou muito e ele percebeu algo que o deixava incomodado. Um homem branco, apa
Depois do terremoto ter se acalmado, Jackson Ventura se recupera do grande esforço para manter Naiara Dominguez viva. A garota examina o braço do amigo para ver se não sofreu alguma luxação grave ou até mesmo se não quebrou algum osso. Jackson brinca para descontrair: - Quem diria que um dia eu sobreviveria a um desastre natural sem quebrar nenhum braço? - Eu jamais me perdoaria se você tivesse quebrado o braço! - respondeu Naiara. - Como assim? Eu estou muito feliz e agradecido a Deus por estarmos vivos, e ainda estaria mesmo se tivesse quebrado os dois braços! - É verdade... Nós somos testemunhas de um grande milagre!De repente, os dois sentiram um grande alívio quando ouviram a voz de Alexandre, que vinha com o grupo ao encontro deles: - Ei, vocês estão bem? Estão feridos? - Sim, estamos ótimos! - respondeu Naiara, com um sorriso. - Graças a Deus! - exclama Juliana - Quando vimos que vocês não estavam com a gente, tentamos voltar correndo, mas o terremoto estava muito inte
Naiara ficou estática ao saber o nome do jovem que cuidava dos feridos. Era o mesmo nome e sobrenome de seu avô. Após encara-lo por um tempo, ela pergunta: - Desculpe... como disse que é o seu nome? - Fernando Dominguez! Nós nos conhecemos? - Não, é só que... você tem o mesmo nome de uma pessoa muito querida para mim! - Sinto muito se isso te traz más lembranças! - responde Fernando. - Não, não! Na verdade, é muito pelo contrário!Neste momento, Alexandre intervém: - Acho melhor nos apressarmos, Naiara! Você e Fernando conseguem cuidar dos feridos? Juliana e eu iremos até o Lado Leste! - Sim, deixe conosco! Faremos o que pudermos! - É verdade! - exclama Fernando - Eu tenho poucos medicamentos, mas se juntar com os de Naiara, podemos ter bons resultados por aqui! - Você quer ficar com o meu rifle? - pergunta Alexandre. - Não será preciso! - responde Naiara, enquanto colocava bandagens em um ferido - Eu não sei usar armas e tudo o que precisamos está ao alcance de nossas mãos
Ninguém podia acreditar no que estava vendo, exceto Juliana e Alexandre, que já haviam estado antes no Lado Leste de Montserrat. Era um ambiente incrivelmente diferente de onde estavam. Uma grande paz parecia reinar naquele lugar; naquele momento, parecia fazer sentido Juliana e os outros não terem visto o primeiro terremoto, visto que não havia nenhum sinal de destruição naquele local. Pelo contrário: As plantas exalavam uma beleza sem igual, a grama parecia tingida com o mais belo tom de verde, e o canto dos passarinhos compunha uma orquestra inigualável. A família resgatada olhava para o ambiente e ficava encantada com o que apreciava. - Isso parece um sonho! - exclamou a mãe do bebê que Juliana carregava em seu colo. - Como pode existir um lugar assim em Montserrat? - indagou Abraham - Por que em todos esses anos nunca o encontramos? - Talvez, por se tratar de uma lenda, ninguém se interessou em atravessar a montanha para contestar a verdade - respondeu Alexandre. - Ninguém se
Naiara e Fernando permaneciam cuidando dos feridos do terremoto que abalou Montserrat. Eram ferimentos terríveis de se ver. Naiara não deixou de se impressionar com o carinho, a atenção e também com a frieza com que Fernando exercia sua tarefa. Conversava com cada pessoa, confortava a todos os que gemiam aflitos. Brincava com as crianças, arrancava sorrisos onde superabundavam lágrimas. A jovem enfermeira sentia-se inspirada a se doar por aquelas pessoas, se sentia na incumbência de diminuir ao máximo a dor dos moradores da vila. Após alguns momentos de extrema atenção, Naiara finalmente consegue novamente respirar um pouco aliviada e pergunta a Fernando:- Faz muito tempo que você mora aqui?- Não, eu não moro nessa vila! - responde o outro enfermeiro, também secando o suor do rosto - Na realidade, não sei como vim parar nesse lugar! Pra ser sincero, não me lembro de nada do que me aconteceu pelo menos nas últimas semanas! E quanto a você?- Também não me lembro de nada a não ser o a