Giulia RicciardiA luz do sol entrava pelas grandes janelas do estúdio do curso de moda, iluminando os manequins, tecidos, e croquis que estavam espalhados pelas mesas. Meu novo projeto estava bem na minha frente: um vestido de várias camadas que ainda parecia uma ideia em construção, mas já conseguia visualizar o potencial dele. Meu professor passou por mim e fez um comentário encorajador, o que ajudou a aliviar um pouco a pressão que eu sentia.Estava tão imersa nos detalhes do desenho que quase não percebi meu celular vibrando sobre a mesa. Peguei-o distraída e vi que era uma mensagem de Vittorio.Vittorio: Buongiorno, Giulia. O que acha de almoçar comigo hoje?Um sorriso escapou dos meus lábios, e Liz, que trabalhava na mesa ao lado, notou imediatamente.— Vittorio? — ela perguntou com um sorriso travesso.— Vittorio — confirmei, enquanto digitava minha resposta.Eu: Claro, que horas e onde?Ele respondeu rapidamente, enviando o endereço de um restaurante charmoso no centro da cid
Giulia RicciardiEstava na frente do espelho, ajustando os últimos detalhes do meu vestido preto de seda. A peça era simples, mas elegante, com alças finas e um decote nas costas que me deixava confiante. Os cabelos castanhos escuros estavam presos em um coque baixo, algumas mechas soltas moldavam meu rosto. Optei por uma maquiagem discreta, com tons neutros, mas finalizei com um batom vermelho que dava um toque de ousadia.Calcei meus saltos e dei uma última olhada no espelho. Não sabia por que estava tão nervosa. Talvez fosse o fato de que Vittorio e eu ainda estávamos nos conhecendo, ou talvez fosse outra coisa que eu não queria admitir.Respirei fundo e desci as escadas com passos leves, mas firmes. Quando cheguei ao hall, senti meu corpo congelar por um instante. Lorenzo estava lá, de pé ao lado da porta.Os olhos dele, sempre tão intensos, me percorreram dos pés à cabeça, demorando-se por alguns segundos a mais do que o necessário. Um frio atravessou minha barriga, mas mantive m
Lorenzo SalvatoreDesde que Vittorio Cavalcante apareceu, a cerca de duas semanas, uma sensação de inquietação não me deixava em paz. Algo no sorriso dele, nos gestos calculados, me fazia duvidar de cada palavra que saía da boca daquele homem. Eu podia sentir, no fundo, que ele era uma ameaça. Para mim, para os Ricciardi, para Giulia.Depois de uma noite de sono conturbada, acordei com a decisão clara de que precisava começar a investigar. Não era só uma questão de instinto; era minha obrigação. Domenico Ricciardi confiava em mim, e minha lealdade à família me obrigava a agir. Além disso, o fato de Giulia estar envolvida com Vittorio tornava tudo ainda mais pessoal.Logo pela manhã, passei na sala de segurança para pegar alguns equipamentos. A desculpa era que queria revisar os arquivos de vigilância da propriedade, mas meu verdadeiro objetivo era buscar informações sobre a máfia dos Cavalcante. Consegui um laptop seguro, uma conexão privada e um software que me dava acesso a redes ma
Giulia RicciardiO silêncio do meu quarto era quebrado apenas pelo som do lápis riscando o papel. Minha escrivaninha estava repleta de folhas espalhadas, todas com esboços inacabados de vestidos, tecidos soltos e inspirações que pareciam não se conectar de maneira alguma. Frustrada, soltei o lápis sobre o caderno e passei as mãos pelo rosto. Eu adorava meu curso de moda, mas ultimamente estava com um bloqueio criativo terrível.Suspirei e me recostei na cadeira, observando a luz dourada do fim de tarde filtrando-se pelas cortinas do meu quarto. Talvez eu precisasse de uma pausa, algo para aliviar a mente e a tensão que se acumulava em meus ombros.Levantei-me e fui até o closet, escolhendo um biquíni preto de alças finas e uma saída de banho leve e transparente. O dia estava quente, e a piscina recém-limpa parecia um convite perfeito para relaxar. Prendi o cabelo em um coque alto e desci as escadas da mansão Ricciardi, caminhando pelo jardim até a ampla área da piscina.A superfície d
Lorenzo Salvatore.A noite estava silenciosa, exceto pelo som dos meus dedos batendo no teclado e pelo brilho pálido da tela iluminando meu rosto. A casa dos Ricciardi estava em paz, mas minha mente estava longe disso.Passei o dia inteiro trabalhando, garantindo que a segurança da família estivesse intacta, mas agora, na minha folga, eu tinha outro tipo de missão: descobrir quem realmente era Vittorio.Eu sabia que ele era um farsante, um manipulador. Mas precisava de algo concreto, algo que provasse isso antes que fosse tarde demais.Abri novamente a rede oculta, acessando os registros que consegui rastrear na noite anterior. Fiz questão de apagar meus rastros enquanto avançava pelos arquivos, não podia correr o risco de alguém descobrir que eu estava investigando Vittorio.Os primeiros documentos que encontrei eram disfarçados como transações comerciais, parcerias entre empresas fantasmas e contratos bem elaborados. Mas eu sabia reconhecer um esquema sujo quando via um.Continuei c
Giulia RicciardiO dia no curso foi intenso, mas produtivo. Eu adorava cada segundo que passava entre tecidos, moldes e desenhos. Moda era minha paixão, e a ideia de um dia ter minha própria marca me deixava animada.Mas hoje, além do curso, eu tinha um compromisso diferente.Vittorio havia me convidado para a inauguração de um novo restaurante no centro da cidade. Ele sempre tinha conexões com eventos importantes, e fazia questão de me incluir nesses momentos. Eu gostava da atenção e do prestígio que isso trazia, mas, no fundo, algo ainda me deixava hesitante.Assim que cheguei em casa, fui direto para o meu quarto.Liguei a música em um volume médio e entrei no banheiro, pronta para tomar um banho demorado. A água quente ajudou a aliviar a tensão do dia, e eu aproveitei para lavar o cabelo, massageando o couro cabeludo com calma.Saí do chuveiro envolta em uma toalha macia, o vapor ainda preenchendo o banheiro. Caminhei até o espelho e observei meu reflexo por alguns instantes. Meus
Lorenzo SalvatoreA sala do escritório de Domenico Ricciardi sempre tinha uma atmosfera carregada de respeito e tensão. As paredes escuras, repletas de estantes com livros que provavelmente nunca foram lidos, davam ao ambiente um ar de sofisticação e intimidação ao mesmo tempo. A grande mesa de mogno no centro do cômodo era onde todas as decisões mais importantes da máfia eram tomadas, e hoje não seria diferente.Eu estava sentado ao lado de Marcos e Antônio, enquanto Domenico estava na ponta da mesa, com os dedos entrelaçados sobre o tampo liso e brilhante.— Conquistamos um território nos Estados Unidos — Domenico começou, sua voz firme e imponente. — E isso precisa ser celebrado da maneira correta.Eu já imaginava onde essa conversa ia chegar.— Uma festa? — Marcos sugeriu, cruzando os braços.— Exatamente. Mas não apenas uma comemoração qualquer. Esse evento precisa deixar claro para nossos aliados e inimigos que ainda temos o poder que sempre tivemos. Não basta expandirmos territ
Giulia RicciardiO quarto estava um verdadeiro caos. Vestidos espalhados sobre a cama, maquiagens reviradas sobre a penteadeira, sapatos jogados pelo chão. Francesca e Liz falavam ao mesmo tempo, tentando decidir qual batom combinava melhor com seus vestidos, enquanto eu tentava, sem sucesso, ignorar o nervosismo que começava a tomar conta de mim.O evento seria grandioso, meu pai fazia questão de exibir o poder da nossa família para aliados e inimigos, como sempre. Mas, para mim, a noite não era apenas sobre reafirmar a força dos Ricciardi. Havia algo mais pairando no ar, uma sensação incômoda, como se algo estivesse prestes a acontecer.— Você está pronta? — Liz perguntou, ajustando um brinco no espelho antes de se virar para mim.— Quase — murmurei, pegando o vestido preto sobre a cama.Vesti a peça de cetim ajustada ao corpo e fui até o espelho. O tecido caía perfeitamente, destacando minhas curvas sem ser exagerado. Acrescentei alguns acessórios discretos, mas elegantes, e comece