Giulia RicciardiMeus olhos estavam cravados na tela, acompanhando cada ponto luminoso no localizador, representando os carros que se aproximavam do prédio abandonado. Cada segundo parecia se arrastar, a tensão pulsando no ar como uma tempestade prestes a desabar.Através das câmeras, eu via nossos soldados se espalhando, como predadores silenciosos cercando sua presa. Eles assumiram suas posições estratégicas, bloqueando todas as saídas e avançando com precisão implacável. Moviam-se como sombras, armas firmes, olhares atentos. A invasão era rápida, cirúrgica, sem espaço para erros.O ambiente ao meu redor estava mergulhado em um silêncio tenso, contrastando com o caos prestes a se desenrolar do outro lado da tela. Minhas unhas cravavam na palma da mão, a ansiedade latejando em meu peito.Então, minutos depois, a voz que eu tanto esperava ecoou pelo rádio:— Pegamos ela, chefe!Um sorriso se formou em meus lábios, lento e cruel. Finalmente. Celeste estava nas nossas mãos.Olhei para m
Lorenzo Salvatore Saí da sala ao lado de Giulia, em silêncio. Ela estava diferente. Algo nela havia mudado, como se uma marca invisível tivesse sido cravada em sua alma. Eu entendia. Celeste foi a primeira vida que Giulia tirou, e isso não era algo que simplesmente se esquecia. Aquela noite ficaria para sempre na memória dela—e, a partir de agora, ela nunca mais seria a mesma.— Vamos para o meu quarto? — Sua voz soou baixa, mas firme.Apenas assenti.Subimos as escadas, e ao entrarmos em seu quarto, fechei a porta atrás de mim. Giulia caminhou até o guarda-roupa, pegando uma roupa e uma toalha.— Vou tomar um banho e já volto.— Tá bom, princesa.Ela desapareceu no banheiro, e eu me sentei na cama, permitindo que minha mente revisse os momentos de pouco antes. Celeste, inerte na cadeira. Giulia, com o rosto impassível e resquícios de sangue manchando sua pele. Ela não hesitou. Não tremeu. Não fugiu. Foi precisa, determinada.Como uma verdadeira Ricciardi.Acho que essa frieza já nas
Giulia Ricciardi Um mês depois...Hoje finalmente chegara o momento de contar à minha família sobre a gravidez. A expectativa fazia meu coração disparar, uma mistura de ansiedade e empolgação que tomava conta de mim. Minha barriga ainda não estava muito evidente, mas ao me olhar no espelho, percebia o sutil volume se formando. Para evitar qualquer suspeita antes da hora, passei a usar roupas leves e mais folgadas, escondendo qualquer indício da transformação que acontecia dentro de mim. Liz, sempre perspicaz, sugeriu que eu aproveitasse a ocasião do seu aniversário para dar a notícia. Ela estava organizando uma festa na mansão dos Moretti, um evento mais íntimo, apenas com a presença de sua família e da minha. Era a oportunidade perfeita para revelar a novidade, e tanto eu quanto Lorenzo concordamos que não havia momento melhor. Além de nós dois e de Liz, apenas mais uma pessoa sabia do meu segredo: Francesca. Era impossível esconder algo tão grandioso da minha irmã. Assim que ela
Lorenzo Salvatore Assim que chegamos à imponente casa dos Moretti, notei a movimentação intensa na entrada. Carros estavam alinhados pela entrada da mansão, e vozes animadas ecoavam do jardim. Estacionei e desci do carro, estendendo a mão para Giulia, que aceitou com um sorriso terno.— Parece que a festa já está a todo vapor — comentei, observando a agitação dentro da propriedade.Seguimos de mãos dadas até a área onde acontecia o jantar, e logo fomos recebidos pelo tom sarcástico de Filipe.— Finalmente os pombinhos chegaram! — ele brincou, chamando a atenção de todos para nós.— Giulia! — a voz animada de Liz soou ao fundo, e minha noiva virou-se para encontrá-la. — Venham!Trocamos um olhar cúmplice antes de seguir para dentro da casa. Assim que entramos, meus olhos foram atraídos por uma grande caixa no chão. Eu já sabia do plano de Giulia e das meninas para a surpresa, mas ver a empolgação de Liz, mesmo sendo seu próprio aniversário, me fez sorrir.— Vamos logo! Estou mais ansi
Giulia Ricciardi — Amor! — gritei por Lorenzo, enquanto corria atrás de Dom pelo quarto. — Preciso de ajuda!— Já estou indo! — ele respondeu do corredor, apressado.Enquanto isso, Marco, já pronto e sentado em sua cama, assistia à cena com um sorrisinho divertido, balançando as pernas no ar. Ele ria da fuga do irmão, que corria de um lado para o outro, desviando de mim com uma agilidade impressionante para alguém tão pequeno.— Dom! — Lorenzo chamou com firmeza assim que entrou no quarto.No mesmo instante, nosso pequeno maroto congelou no lugar. Ele olhou para o pai com os olhos arregalados, sabendo que não havia mais escapatória.— Não faça isso com sua mãe! — Lorenzo disse, cruzando os braços. — Peça desculpas agora.Dom abaixou a cabeça, remexendo os dedinhos, e murmurou baixinho:— Mi dispiace, mamma…O tom arrependido teria me comovido, se eu não soubesse que ele faria tudo de novo na primeira oportunidade. Marco, que até então segurava o riso, não conseguiu se conter e soltou
Queridos(as) e amados(as) leitores(as),Escrever estas palavras de agradecimento para vocês, que estiveram comigo em cada página, cada capítulo e cada reviravolta desta história, é um momento de grande emoção para mim. Poder compartilhar essa jornada com vocês foi uma das experiências mais enriquecedoras da minha vida.Quando comecei a escrever O Segurança e a Filha do Mafioso, eu queria contar uma história intensa, cheia de paixão, desafios e segredos, onde o amor precisasse enfrentar barreiras quase intransponíveis. Giulia e Lorenzo ganharam vida na minha mente, mas foi graças a vocês que eles se tornaram reais, que seus dilemas e sentimentos encontraram eco no coração de tantas pessoas.Quero agradecer a cada um de vocês por cada minuto dedicado à leitura, por cada emoção sentida, por cada comentário e mensagem que recebi ao longo dessa trajetória. Vocês não são apenas leitores, são parte essencial desse universo. Sem vocês, essa história não teria o mesmo significado. Cada interaç
Giulia RicciardiPassei os dedos pelo tecido macio do vestido vermelho, admirando como ele caía perfeitamente em meu corpo. Longo, elegante, com uma fenda lateral que mostrava parte da minha perna e uma abertura nas costas que revelava minha tatuagem delicada — uma flor de lótus que eu fizera em um impulso, como uma pequena forma de expressão pessoal. Era sensual, mas nada vulgar. Papà nunca aceitaria algo vulgar.O reflexo no espelho me devolvia uma imagem que eu sabia interpretar bem. Filha de Domenico Ricciardi, poderosa, graciosa, uma Ricciardi em todos os sentidos. Mas, no fundo, eu ainda era apenas Giulia, uma mulher de 26 anos que conhecia cada canto desse universo de luxo e perigo, mas que, às vezes, desejava um pouco mais.O som da música e das vozes subia do andar de baixo, onde a festa estava em pleno andamento. Papà fazia questão de comemorar cada vitória, e esta era uma das maiores: um novo território conquistado, um passo a mais para solidificar o poder da nossa família.
Lorenzo SalvatoreO barulho da festa ecoava pelo salão principal, mas para mim era apenas um ruído distante. Meus olhos percorriam cada canto, atento a cada movimento, a cada rosto. Eu sabia exatamente onde estavam as saídas, quem eram os convidados e quem poderia representar uma ameaça. Esse era o meu trabalho.Os Ricciardi eram mais do que minha responsabilidade. Eles eram a razão pela qual eu mantinha minha posição no mundo. Proteger Domenico Ricciardi e sua família não era apenas uma obrigação; era uma honra.— Lorenzo. — A voz grave de Domenico me tirou dos meus pensamentos. Ele se aproximou, acompanhado por alguns de seus aliados mais influentes. — Vamos para a sala de reuniões. Há algo que preciso discutir com eles.Assenti sem hesitar, me posicionando ao lado dele enquanto atravessávamos o salão. As portas da sala de reuniões se fecharam atrás de nós, abafando o som da festa. Lá dentro, os homens se sentaram ao redor da longa mesa de madeira maciça. Eu permaneci em pé, na somb