A cidade parecia diferente naquela manhã.As ruas, antes abafadas pelo silêncio tenso da dúvida, agora vibravam com burburinhos e notificações. Telões em avenidas mostravam a manchete principal: “Isabela Vasconcelos expõe esquema de corrupção – Governo nega, mas provas são contundentes.”No esconderijo, Isabela observava pela janela entreaberta enquanto terminava de amarrar os cadarços do tênis. Seus olhos estavam inchados, mas havia uma faísca neles. Ela havia dormido apenas duas horas, o corpo ainda doía da fuga, mas a alma… a alma ardia com esperança.— Você devia descansar mais, Isa — disse Samuel, enquanto segurava duas xícaras de café.— Não consigo. Não até saber se ele está bem.— Vamos encontrá-lo. Agora que as mídias estão com a gente, eles vão recuar. Não podem mais tratá-lo como inimigo.Isabela respirou fundo. Vestia jeans justos e uma camiseta preta de manga dobrada. O cabelo estava solto, mas preso por uma faixa de pano improvisada. Apesar do cansaço, havia uma beleza c
A manhã seguinte nasceu com um silêncio estranho. O tipo de silêncio que antecede uma reviravolta.Isabela estava sentada na beira da cama, vestindo uma camiseta larga de algodão e short curto, o cabelo preso de forma improvisada e o olhar fixo no nada. Na mesinha ao lado, o relatório completo da investigação que ela ajudara a construir estava aberto, como um lembrete de que a realidade ali fora era dura e exigia decisões rápidas.Leonardo apareceu na porta, com um copo de café quente nas mãos e o cabelo bagunçado de sono. Estava sem camisa, apenas com uma calça de moletom cinza, e os músculos definidos se movimentavam suavemente a cada passo.— Você já acordou há muito tempo, né? — perguntou ele, se aproximando e entregando o café.— O mundo não me deixa dormir direito — ela respondeu com um sorriso cansado, pegando a xícara. — Mas obrigada por esse café. Sério.Ele se sentou ao lado dela e passou um braço por seus ombros.— Sabe... mesmo com tudo que está acontecendo, acordar e te v
O dia seguinte amanheceu com um céu cinza e pesado, como se o mundo estivesse prendendo a respiração. O general Costa estava preso, a mídia fervia com manchetes sobre a “Jornalista corajosa que derrubou um império corrupto”, e a opinião pública começava a se dividir entre aplausos e ameaças.Mas naquele pequeno quarto escondido, entre lençóis amassados e corpos entrelaçados, o mundo parecia distante.Isabela despertou com o toque leve dos dedos de Leonardo percorrendo sua cintura. Ela sorriu, sem abrir os olhos, puxando o lençol até o queixo.— Se continuar com essa mão aí, vamos perder o café da manhã — murmurou ela, a voz ainda rouca de sono.— Quem se importa com o café quando se tem isso? — ele respondeu, com um sorriso travesso, beijando sua nuca.Ela se virou, os cabelos desgrenhados e o rosto ainda inchado de sono. Ele achava aquilo lindo. Real. Intenso. Tudo que nunca teve em relacionamentos anteriores.— Você me faz esquecer o caos lá fora — ela disse, acariciando o rosto del
A manhã seguinte amanheceu com uma chuva fina batendo na janela. O clima estava frio, mas dentro do apartamento improvisado em que estavam hospedados, o calor entre Isabela e Leonardo era quase palpável. Após a prisão de Luana, a tensão ainda pairava no ar, mas a sensação de alívio por tê-la desmascarado era evidente.Isabela, enrolada em um robe de cetim cor vinho, caminhava descalça pelo piso de madeira, segurando uma caneca fumegante de café. Seus cabelos estavam soltos, ainda molhados do banho, e o cheiro do shampoo preenchia o quarto com um aroma doce e suave.Leonardo, sentado à beira da cama, a observava com um sorriso no canto dos lábios.— Você fica ainda mais linda com cara de quem dormiu cinco horas e carregou o mundo nas costas ontem.— E você continua sendo péssimo com elogios — ela disse, rindo, tomando um gole do café. — Mas obrigada, doutor charme.Ele levantou-se, usando apenas uma calça de moletom cinza, e aproximou-se por trás, passando os braços ao redor da cintura
A noite havia chegado silenciosa, como se o mundo lá fora tivesse finalmente decidido descansar. No apartamento, a tensão do dia se dissipava devagar, dissolvida entre taças de vinho tinto e músicas suaves que preenchiam o ambiente como um sussurro acolhedor.Isabela vestia um vestido leve, de tecido macio e cor azul-marinho. Seus cabelos estavam soltos, caindo em ondas sobre os ombros. Leonardo, de camisa branca com os botões de cima abertos e jeans escuro, preparava uma pequena tábua de queijos e frutas na bancada.— Achei que merecíamos uma noite sem guerra — ele disse, pegando duas taças. — Só paz. Você, eu e um céu sem ameaças.Ela sorriu, aproximando-se devagar. Seus passos eram quase uma dança, e seus olhos refletiam uma mistura de alívio e encantamento.— Você percebe que a gente passou por um furacão? — ela disse, apoiando-se na bancada. — E ainda assim estamos aqui. Inteiros. Mais fortes.— Não inteiros, Isa. Eu perdi partes de mim que nunca mais vão voltar... mas ganhei out
O fim de tarde coloria o céu com tons suaves de rosa e dourado, enquanto a brisa marítima acariciava os cabelos de Isabela. Ela caminhava sozinha pela areia fina, deixando pegadas que logo eram apagadas pela maré. Leonardo, que havia dito que precisava resolver algo no vilarejo, prometeu encontrá-la ali antes do pôr do sol.Ela sorriu sozinha, olhando o mar com o coração aquecido. Pela primeira vez em anos, sentia-se em paz. Sem pressões, sem segredos entre eles, sem máscaras. Era apenas ela e o amor que resistira a tantas tempestades.Quando se virou para retornar à casinha de madeira onde estavam hospedados, viu Leonardo à distância. Ele vinha em sua direção, com um sorriso cúmplice nos lábios e algo escondido atrás das costas. Vestia uma camisa social dobrada até os cotovelos, calça leve de linho e andava descalço, como ela.— Achei que não fosse chegar a tempo — ela disse, rindo.— E perder a chance de ver o sol se pôr refletido nos seus olhos? Jamais.Isabela revirou os olhos com
A manhã seguinte foi pontuada pelo canto de galos, o aroma de pão fresco vindo da casa vizinha e o sol preguiçoso invadindo o quarto pela janela entreaberta. Isabela se espreguiçou sob os lençóis amassados, um sorriso nos lábios ao lembrar da noite anterior — do pedido de casamento, do beijo de tirar o fôlego e do amor que agora pulsava livre entre eles.Leonardo, por outro lado, dormia de boca aberta e em posição completamente desajeitada, com um braço pendurado pra fora da cama e o outro cobrindo o próprio rosto.— Que príncipe — Isabela sussurrou, segurando o riso enquanto o observava.Ela pegou o celular e fez uma selfie dos dois. Ele roncava levemente, o cabelo bagunçado feito ninho. Era o tipo de momento que ela queria guardar pra sempre.— Bom dia, dorminhoco — disse, tocando de leve no nariz dele.Leonardo abriu um olho devagar, piscando contra a luz.— Que horas são?— Quase nove.— Em fuso horário de onde?— Daqui mesmo, senhor noivo.Ele sorriu ainda sonolento, puxando-a pa
Isabela mal teve tempo de fechar a porta do quarto quando Leonardo a puxou pela cintura, colando os corpos como ímãs de polaridade oposta. A mochila com os pães velhos ainda pendia de um dos ombros dele, e o cheiro de campo e farinha preenchia o ar.— Está me sequestrando, senhor Vasconcellos? — ela provocou, com um sorriso travesso.— Estou, sim, senhorita quase Vasconcellos. E aviso logo: aqui dentro, só entra quem aceitar beijar antes do almoço.— Ai, que ameaça terrível — respondeu, já se rendendo ao beijo que veio quente, doce e despretensioso.O beijo se alongou até que ambos perderam o fôlego. Isabela encostou a testa na dele, o riso ainda vibrando no peito.— A gente parece adolescente de 17 anos.— Errado — Leonardo disse. — Adolescente de 17 anos não tem dor nas costas depois de dormir em colchão de pousada.Ela caiu na gargalhada.— Verdade. A vida adulta é sexy, mas cheia de boletos e hérnia.— Fala isso com essa cara linda, com cabelo preso nesse coque desarrumado e esses