O ar dentro do banco parecia mais pesado do que o normal.Isabela sentia o coração acelerado enquanto seguia o senhor de cabelos grisalhos por um corredor estreito e mal iluminado.Leonardo e Camila vinham logo atrás, atentos a qualquer movimento suspeito.O silêncio era denso, interrompido apenas pelo eco dos passos no chão de azulejo frio.Quando finalmente chegaram a uma pequena sala nos fundos, o homem fechou a porta com pressa. Suas mãos tremiam levemente ao trancar a fechadura.— Vocês não deveriam estar aqui.Leonardo cruzou os braços, impaciente.— Então por que nos chamou?O homem respirou fundo e olhou diretamente para Isabela, seu olhar carregado de algo entre medo e urgência.— Porque… sua mãe esteve aqui.O mundo de Isabela parou.O chão pareceu desaparecer sob seus pés.— O quê?Camila e Leonardo se entreolharam, alarmados.— Ela está viva? — Isabela sussurrou, sentindo a voz falhar.O homem hesitou antes de responder:— Há três anos, sua mãe veio até este banco. Ela ret
O silêncio na pequena sala parecia denso, sufocante. O nome Ricardo Vasconcellos pairava no ar como uma maldição.Isabela sentia um nó se formar em sua garganta. O olhar de Leonardo estava sombrio, perdido em memórias que ela não conhecia.O senhor do banco passou a mão na testa suada e olhou para a porta, como se esperasse que alguém arrombasse a qualquer momento.— Vocês não deviam ter vindo aqui. Esse nome não deve ser dito.Isabela respirou fundo, tentando manter a calma.— Quem é esse homem?Leonardo fechou os punhos.— Alguém que eu pensei ter deixado para trás.Camila cruzou os braços e os olhos analisando a reação de Leonardo.— Mas, pelo visto, ele ainda não te deixou.Ele não respondeu. Apenas desviou o olhar, cerrando o maxilar.O homem do banco se inclinou para a frente, os olhos cheios de medo.— Se vocês querem encontrar sua mãe, precisam sair da cidade. Agora.Isabela trocou um olhar com Leonardo.— Mas para onde?O senhor hesitou.— Ela mencionou um esconderijo… no sít
O estampido do tiro cortou o silêncio da noite.Isabela congelou. Seu coração martelava no peito enquanto o som ecoava entre as árvores.— Abaixem-se! — Leonardo ordenou, sacando a arma.Camila se jogou para trás, puxando Isabela junto. O vidro lateral explodiu com outro disparo, espalhando cacos pelo banco.— Estamos cercados! — Camila gritou.Leonardo olhou ao redor, calculando a situação. A estrada era estreita, ladeada por árvores densas. Com o caminho bloqueado e atiradores escondidos, estavam vulneráveis.— Temos que sair do carro. — Ele disse, sua voz firme, mas urgente.Isabela sentia seu corpo tremer. Isso era real. Muito real.Leonardo abriu a porta e se moveu rápido, mantendo-se abaixado. Camila fez o mesmo, puxando Isabela pelo braço.— Corre! — sussurrou.Os três se esgueiraram para trás do carro enquanto mais tiros eram disparados. A madeira das árvores estalava, atingida pelas balas.— Quantos são? — Isabela sussurrou, sentindo a adrenalina percorrer seu corpo.Camila o
O ar parecia congelar ao redor deles.Ricardo Vasconcellos deu um passo à frente, saindo das sombras da floresta. Seu terno escuro contrastava com o ambiente rústico, como se ele não pertencesse àquele lugar. Mas os olhos… aqueles olhos frios e calculistas pertenciam a qualquer cenário onde o poder pudesse ser exercido.Leonardo instintivamente se colocou na frente de Isabela.— Acabou a brincadeira, Leonardo. — Ricardo sorriu de canto, mas seus olhos não mostravam traço algum de humor. — Eu avisei que você não deveria voltar.Leonardo cerrou os punhos.— E eu avisei que nunca mais me meteria nos seus negócios. Então por que me perseguir?Ricardo inclinou a cabeça, estudando-o como se fosse um inseto sob um microscópio.— Porque você trouxe ela. — Ele apontou o olhar para Isabela.O coração de Isabela disparou.— O que eu tenho a ver com isso? — Sua voz soou mais firme do que ela esperava.Ricardo riu baixo.— Ah, minha querida… tem tudo a ver.O silêncio que se seguiu foi insuportáve
O tempo pareceu parar quando Isabela viu sua mãe surgir da floresta.O rosto dela estava pálido, os cabelos desgrenhados e os olhos arregalados de medo. A respiração vinha curta, como se tivesse corrido por horas.— Mãe? — A voz de Isabela saiu em um sussurro, como se temesse que tudo aquilo fosse uma ilusão.Leonardo se moveu rapidamente, protegendo Isabela com o corpo, enquanto Camila mantinha a arma firme em direção a Ricardo.A mãe de Isabela parou a poucos metros, olhando para a filha com uma mistura de culpa e alívio.— Eu sabia que você viria… — sua voz quebrou no final.O peito de Isabela subia e descia rapidamente. Seu coração pulsava tão forte que ela podia senti-lo nos ouvidos.— Por que fugiu? Por que me deixou sem respostas? — As perguntas saíram em um turbilhão, a dor de anos transbordando.Os olhos da mulher se encheram de lágrimas.— Para te proteger.Ricardo riu baixo.— Proteção? Você a privou da verdade. E agora olha só… ela veio direto para o perigo.Leonardo cerro
O beijo de Leonardo ainda queimava nos lábios de Isabela, uma mistura perigosa de desejo e desespero. Ele a olhava como se fosse a coisa mais preciosa do mundo, mas o perigo ao redor não permitia que aquele momento durasse mais.Ricardo sorriu de canto, cruzando os braços.— Que cena emocionante. Mas será que você está pronto para protegê-la de verdade, Leonardo? Ou só quer brincar de herói?Leonardo manteve os olhos fixos no rival, o maxilar travado.— Você não vai encostar nela.Ricardo riu baixo e balançou a cabeça.— Você me subestima. Mas tudo bem… ainda temos tempo.Ele então olhou para Isabela, seus olhos frios e calculistas.— A verdade dói, não é? Saber que sua mãe não é tão inocente quanto pensava… Deve ser difícil lidar com isso.Isabela sentiu a raiva crescer dentro dela.— E você se acha melhor? Está jogando um jogo sujo com a vida das pessoas!Ricardo inclinou a cabeça, avaliando-a.— A diferença entre nós, minha querida, é que eu não escondo quem sou.Camila, que perman
A noite se desenrolava como uma melodia intensa, cada nota carregada de desejo e urgência. O quarto estava envolto em uma penumbra quente, iluminado apenas pelas luzes suaves que vinham da janela.Leonardo puxou Isabela para si, os lábios explorando cada centímetro de sua pele. Suas mãos eram firmes, mas ao mesmo tempo delicadas, como se temesse que ela desaparecesse entre seus dedos.Isabela arquejou ao sentir a respiração dele em seu pescoço, um arrepio percorrendo sua espinha.— Tem certeza? — Leonardo murmurou contra sua pele, a voz rouca de desejo, mas também repleta de respeito.Ela segurou o rosto dele entre as mãos, olhando fundo em seus olhos.— Eu nunca tive tanta certeza de nada.As palavras foram a única permissão que ele precisava.Os corpos se fundiram como se estivessem destinados a se encontrar, como se cada toque fosse a peça final de um quebra-cabeça que demorou tempo demais para ser montado.Cada movimento era lento, intenso, como se quisessem absorver cada sensação
O aviso de Camila ainda pairava no ar como uma bomba prestes a explodir.Leonardo levantou-se rapidamente, o corpo nu coberto apenas pelo lençol, e começou a recolher suas roupas.— Precisamos sair daqui agora.Isabela, ainda atordoada pelo misto de emoções, sentou-se na cama, puxando os joelhos para perto do peito.— E para onde vamos? Não podemos simplesmente fugir para sempre!Leonardo se aproximou, segurando o rosto dela com firmeza, seus olhos carregados de uma intensidade avassaladora.— Isso não é fuga. É estratégia. Se Ricardo nos quer como alvo, precisamos agir antes dele. E eu não vou deixar que ele te machuque.A seriedade em sua voz fez Isabela engolir seco. O homem à sua frente não era apenas alguém que a desejava. Ele estava pronto para protegê-la a qualquer custo.Ela assentiu, levantando-se rapidamente para se vestir.Enquanto colocava um jeans e uma blusa branca, Leonardo já estava ao telefone com Camila.— O que mais você descobriu?A voz da amiga veio tensa do outro