A madrugada chegou mais rápida do que Isabela gostaria. A calma no quarto era enganadora. Mesmo com Leonardo ao seu lado, com a segurança momentânea que ele proporcionava, algo ainda a incomodava. O som da respiração de Leonardo era regular, e ela sabia que ele estava dormindo profundamente. No entanto, ela estava longe disso. Os pensamentos rondavam sua mente como sombras de um pesadelo que se aproximava cada vez mais rápido. Otávio estava à espreita, e ela sabia que a luta para derrubá-lo não seria fácil.Ela se levantou da cama, tentando não acordar Leonardo. A sensação de estar trancada entre suas próprias emoções e o perigo iminente estava tomando conta de cada célula de seu corpo. Ela queria descansar, precisava disso, mas a insegurança não permitia.O quarto estava escuro, com uma luz fraca entrando pela janela. O silêncio era quase palpável, mas, apesar da tranquilidade, Isabela sentia uma inquietação crescente. Ela caminhou até a janela e olhou para a rua. As luzes da cidade
O ar da manhã estava fresco, mas a tensão ainda era palpável. Leonardo e Isabela se preparavam para o próximo movimento, mas ambos sabiam que o perigo estava cada vez mais próximo. Otávio não era um homem que aceitava perder, e, com as provas em mãos, eles agora estavam em uma corrida contra o tempo para neutralizá-lo de uma vez por todas.Leonardo vestiu-se rapidamente, ajustando a camisa preta que ele usava com uma perfeição quase militar. Seus olhos estavam firmes, mas havia algo neles que Isabela não conseguia ignorar: uma sombra de cansaço, talvez de todas as noites mal dormidas, ou do peso da responsabilidade que ele carregava. Ela o observava discretamente enquanto ele calçava seus sapatos, seu corpo firme e musculoso, a postura de quem enfrentaria qualquer coisa para proteger o que era seu. E ele a considerava sua, isso ela sabia.Isabela se levantou, esticando os braços, sentindo a tensão no corpo. Ela se aproximou de Leonardo, tocando-lhe o ombro com delicadeza. Ele se virou
O corredor era estreito e mal iluminado, mas Isabela não se importava com o ambiente. Sua mente estava concentrada em apenas uma coisa: o que eles encontrariam ao virar aquela última esquina. A cada passo, o peso da situação aumentava, mas ela sabia que não havia mais volta. Leonardo estava ao seu lado, firme e determinado, mas ela sentia a tensão no ar. O futuro deles dependia daquilo, e, de alguma forma, aquilo estava sendo moldado pelo destino.Eles chegaram à porta de Otávio. O som abafado das conversas do lado de dentro era a única coisa que quebrava o silêncio do ambiente. A mão de Leonardo encontrou a maçaneta, e ele parou por um momento, olhando para Isabela. Era uma troca silenciosa, um momento onde palavras não eram necessárias. Ambos sabiam o que estava em jogo.— Vamos, agora ou nunca — disse ele com uma voz firme, a sua mão apertando a dela com mais força. Isabela sentiu um frio na espinha, mas também uma explosão de coragem que a fazia sentir que, finalmente, estava no c
O cofre estava diante deles, imponente e ameaçador. O frio metal refletia a luz que entrava pela janela, e, por um momento, Isabela teve a sensação de que o tempo tinha parado. A sala estava em total silêncio, exceto pelo som abafado da respiração deles, misturado ao pulsar de seus corações acelerados. Ela olhou para Leonardo, cujos olhos estavam fixos no cofre, a tensão evidente em sua postura. Ele estava preparado para tudo, mas ainda assim, o peso do que estava prestes a acontecer era inegável.— Temos que ser rápidos — disse Leonardo, quebrando o silêncio. Sua voz estava mais grave do que o normal, e Isabela sabia que ele também sentia o peso do momento.Ela assentiu, tentando controlar o nervosismo que tomava conta dela. Já haviam passado por tantas coisas, mas agora, a verdade estava ao alcance das mãos. Era o momento decisivo.Leonardo foi até o cofre, seus dedos ágeis e experientes trabalhando na combinação, e, em poucos segundos, a porta se abriu com um som baixo e pesado. De
A tensão era palpável no ar. O olhar de Otávio, frio e calculista, atravessava a sala como um fio de navalha, cortando a esperança que, por um momento, havia se acendido dentro de Isabela. Leonardo, por sua vez, estava imperturbável, os músculos tensos, a postura firme como uma rocha. Ele sabia que não poderia vacilar. Aquela era a batalha decisiva. O momento em que tudo seria resolvido ou, possivelmente, perdido.Otávio, com um sorriso astuto, avançou lentamente em direção ao centro da sala, o som de seus passos ecoando de maneira provocativa. Ele parecia tranquilo, seguro de que tinha o controle da situação. O contraste entre a serenidade dele e a agitação de Isabela e Leonardo não passava despercebido.— Eu admiro a coragem de vocês dois — disse Otávio, sua voz suave, mas carregada de uma ameaça implícita. Ele parou no meio da sala, os olhos agora fixos em Leonardo. — Mas, como sempre, vocês estão brincando com fogo. E o fogo, meus caros, nunca é amigo de quem o alimenta.Leonardo
A sala estava tomada por um silêncio tenso, carregado de uma ameaça velada. Isabela e Leonardo, ainda atordoados pela gravação que Otávio havia exibido, estavam paralisados, mas por dentro, tudo parecia desmoronar. A ameaça de Otávio, mais do que apenas palavras, estava se tornando realidade. Eles estavam sendo observados. Controlados. Era como se o jogo não fosse mais apenas deles; Otávio tinha uma rede de manipulação tão intricada que parecia impossível escapar.Isabela sentiu o peso da situação. Cada respiração se tornava mais difícil, e ela não conseguia entender como as coisas haviam chegado a esse ponto. Ela não era mais a mulher frágil que temia as sombras do passado. Ela havia crescido, aprendido, e agora, mais do que nunca, sabia o que precisava fazer. Mas a verdade era que, mesmo com toda a sua determinação, ela sentia o pânico crescendo dentro de si.Ao seu lado, Leonardo estava parado, sua expressão impassível, mas seus olhos transmitiam a frustração que ele sentia. Ele sa
A noite havia caído sobre a cidade, trazendo consigo uma sensação inquietante de que algo grande estava prestes a acontecer. Isabela e Leonardo estavam lado a lado, sentados no sofá da cobertura onde haviam se refugiado. O silêncio entre eles não era desconfortável, mas carregado de tensão e antecipação.A luz azulada do monitor refletia no rosto de Isabela, destacando sua expressão concentrada enquanto analisava, pela décima vez, a gravação que haviam conseguido. Ela mordia o lábio inferior, um hábito que tinha quando estava imersa em pensamentos. Leonardo, por sua vez, a observava em silêncio, admirando sua determinação.— Ele está jogando com a nossa mente. — Ela murmurou, os olhos fixos na tela. — Mas e se, em vez de reagirmos, fizermos ele acreditar que estamos caindo na armadilha?Leonardo arqueou uma sobrancelha.— Você quer fingir que estamos derrotados?— Exatamente. — Isabela virou-se para ele, seus olhos brilhando com uma ideia audaciosa. — Se ele acha que tem controle sobr
O barulho da chuva contra as enormes janelas de vidro da cobertura criava um clima ainda mais intenso. Isabela observava as gotas escorrendo pelo vidro, sentindo a tensão se acumular em seu peito. O plano estava em andamento, mas algo dentro dela gritava que Otávio não era do tipo que simplesmente aceitava uma vitória sem questionar.Leonardo, por outro lado, parecia tranquilo. Ele estava sentado na poltrona de couro, girando um copo de uísque entre os dedos, um sorriso calculista nos lábios. Ele sabia que estavam perto de virar o jogo. Mas também sabia que precisavam ser cautelosos.O celular vibrou de novo.Otávio: Vamos conversar. Amanhã. Às 20h. Restaurante La Riviera.Leonardo leu a mensagem e soltou uma risada baixa.— Ele mordeu a isca mais rápido do que eu esperava.Isabela sentiu um calafrio. Era isso que a incomodava. Tudo estava indo fácil demais.— E se for uma armadilha? — Ela perguntou, cruzando os braços.Leonardo levantou-se, aproximando-se dela. Seus olhos escuros ana