“Capítulo 5Art.1° Todos os crimes que, por sua natureza, causam repulsa a sociedade e/ou possam causar danos ao reino e/ou a coroa devem ser julgados no Tribunal do Povo.Parágrafo Único: São passíveis de punição imediata, sem julgamento prévio pelo Tribunal do Povo devido sua crueldade, os seguintes crimes:- Tortura- Tráfico- Estupro- Genocídio.Art. 2° O Tribunal do povo deverá conter:- Acusado- Acusador- Representante da coroa- 7 jurados, devendo esses serem escolhidos no momento do julgamento aleatoriamente do públicoParágrafo Único: O julgamento deverá ser realizado em local que permita a participação de todo e qualquer membro do povo de Sosayti que deseje participar.Art. 3 Caberá ao Tribunal julgar apenas quanto a culpa ou inocência do acusado, sendo de responsabilidade do representante da coroa ou a Imperatriz, se assim for definido por ela, decidir quanto a punição.”Assim que termina a leitura, Ísis entende a revolta do povo com a extinção do tribunal, entendendo a
— Alteza, se me permite dizer, sei que tem algo de estranho acontecendo no reino desde que sumistes há 25 anos, a Imperatriz não é mais a mesma e quanto ao motivo de minha visita é sobre o surgimento de inquisidores no reino, tenho tido grandes problemas com eles nas províncias que administro. Alguns chegaram a dizer estarem ali a mando da Imperatriz.— Eles lhe entregaram algum decreto?— Não, justamente por isso consigo evitar que realizem julgamentos insanos, mas algumas mulheres desapareceram ultimamente, e os rumores são de que eles teriam pegado elas e realizado o julgamento fora de minhas vistas e executadas.Ao ouvir o relato de César, Ísis se senta nos degraus que dão acesso ao trono, fecha os olhos e leva a mão direita a têmpora, alisando o local. Sua mente estava uma loucura, o reino estava uma completa bagunça, mas uma coisa ela tinha certeza os inquisidores não estavam ali a mando de Senka, afinal ela era uma bruxa. Estariam eles atrás de Senka e Sinis? Ou seria de Angel?
— E você quer saber o motivo dele pensar assim?— Ele não desconfiaria disso sem motivo. Não é apenas isso, ele disse que alguns inquisidores alegavam terem sidos enviados pela Imperatriz.— O que não é possível já Senka é uma bruxa, ela não permitiria caçadores de bruxas tão próximo dela.— Somente uma suicida permitiria isso, logo…— O que eles querem no reino? O que estão a procura? É isso que quer descobrir, por isso colocou César como acusador.— Isso, ele vai me ajudar bastante, mas tem mais uma coisa, eu acho que ele sabe que não era a imperatriz que esteve no poder todo esse tempo.— Ele sabe que ela faleceu?— Talvez não, mas sabe que tinha algo de errado, não somente ele, mas todos os Lordes da corte. - Ísis fala observando o livro em suas mãos, então se levanta e com Enzo ao lado sai da sala do trono com destino seu quarto. Já aos pés da escada volta para seu acompanhante e volta a falar. - Sinis desapareceu desde que me entregara os livros, peça para alguém localizá-la e d
“A base da sociedade é a justiça; o julgamento constitui a ordem da sociedade: ora o julgamento é a aplicação da justiça.”AristótelesO julgamento aconteceria na praça central do vilarejo, o local foi perfeitamente organizado por Pedro. O trono de Ísis se encontrava no centro de um palco que diferente do que ali estava mais cedo, não era nem um pouco improvisado, ele permitia que pessoas do outro lado da praça pudesse acompanhar o julgamento sem quaisquer problemas. De frente ao trono foi disposto dois assentos, um destinado ao acusador, nesse caso o Arquiduque Batista e o outro ao Réu Noah Murphy, na lateral esquerda do palco havias alguns assentos destinado às testemunhas, ali se encontravam a família do Soldado Soares.Enzo ajuda Ísis a subir no palco, ela se põe a frente do trono e com Enzo ao seu lado direito observa atentamento todos ali presentes. A praça estava cheia, as pessoas se amontoavam não apenas para acompanhar o julgamento do “caçador de bruxas”, mas também para ter
O povo ovaciona em êxtase, gritos e assobios rompem o silêncio, alguns ousam gritar “Vida longa a princesa”, mas alguns cochichos se espalham dentre os mais próximos dos assuntos reais, afinal teria apenas o retorno da princesa reestabelecido as relações entre a coroa e os Lordes?— Reparem, - continua o Lorde, chamando a atenção do novamente para se; – que em meio a todos esses acontecimentos, esse homem – aponta para Noah. - Aparece no vilarejo e acusa essas jovens, - se aproxima da família Soares, indicando as mulheres da família – de Bruxaria, sem qualquer prova ou autorização de nossa coroa para investigar. Prova disso, é que assim que ficou sabendo do que acontecia aqui nessa praça. - César faz uma breve pausa e se aproxima de Ísis apontando para mesma – Nossa princesa saiu imediatamente do castelo e veio impedir pessoalmente tal barbaridade, e digo mais, se não fosse pelas crianças esse homem…— Isso é um julgamento ou um palanque politico, para promover a “princesa”! - Noah in
“Para viajar basta existir”Fernando PessoaEra provavelmente era a noite mais fria do ano, fato incomum para aquele período do ano, era sexta-feira, véspera de ano novo. As ruas da cidade estavam movimentadas, pessoas com diversos destinos passavam por ali; um grupo de adolescentes conversando, um casal namorando, famílias passeando apesar do frio.Em meio a todas essas pessoas, andando apressadamente, uma jovem se destacava, o vento esvoaçava seus cabelos negros como uma noite sem luar, com o andar apressado, seu sobretudo permitia ao longo dos passos uma breve visão das esbeltas pernas e do vestido vermelho escolhido para noite… Seu nome Ísis, seu destino, uma boate no centro da cidade, seria a primeira virada do ano que não passaria no hospital desde sua formatura há alguns anos.Durante o caminho, amaldiçoava sua melhor amiga que a havia “forçado” a ir para aquela boate “É ano novo, você está de folga, vamos nos divertir, e quem sabe conhecer um gatinho?”, esse havia sido o argum
“O encontro de duas personalidades assemelha-se ao contato de duas substâncias químicas: se alguma reação ocorre, ambos sofrem uma transformação.”Carl JungAno 1520Atravessando a campina se encontrava Artur Castro, Uriah Garcia e Heitor Gonçalves, três amigos e membros da realeza de grande influência, eles seguiam com destino ao palacete real, seria a primeira visita de Artur após o incidente de 25 anos atrás.— Pensativo Artur – Uriah quebra o silêncio.— Pensando no motivo de estarmos indo para vila Duarte? - Heitor comenta despreocupado.— De certa forma sim – Artur responde. - já faz 25 anos desde que Ísis fora sequestrada, me pergunto como ela está, se está viva…— Essa semana ela completaria 27 anos, certo?— Sim…— Ísis, falam da Princesa? - Heitor pergunta ao ouvir o nome. - A dama era vossa noiva Artur? - Artur apenas assente, com um leve balançar de sua cabeça. — Fomos prometidos em casamento antes mesmo de nascermos, foi uma promessa feita entre nossos pais.— A promessa
Ísis encara o jovem loiros a sua frente pensativa, reino de Ashikaga, ela já havia ouvido falar desse nome, mas onde… ela força um pouco mais a memória olhando para os cavaleiros a sua frente.— Estava em uma calçada, esperando para atravessar a rua, tinha muita gente ao meu lado esperando também, era noite eu estava indo… - para de falar de repente quando lembra que o reino Ashikaga, era o nome que se referiam no seculo XIV. - AI MEU DEUS! - grita assustando os homens que a observavam atentamente, a jovem dama leva as mãos a cabeça retirando o capuz de seu sobretudo revelando seus longos cabelos negros como luar.— Senhorita, qual seu nome? - Artur indaga estranhando toda aquela situação.— Estava indo para o hospital, uma van me atropelou… - Ísis ignora a pergunta de e começa a falar baixinho consigo mesma. Olha mais uma vez ao redor, olha para o próprio corpo, somente então nota a capa a cobrindo, ainda está com o vestido que havia ido à boate. - Não, isso não pode estar acontecendo