“A base da sociedade é a justiça; o julgamento constitui a ordem da sociedade: ora o julgamento é a aplicação da justiça.”AristótelesO julgamento aconteceria na praça central do vilarejo, o local foi perfeitamente organizado por Pedro. O trono de Ísis se encontrava no centro de um palco que diferente do que ali estava mais cedo, não era nem um pouco improvisado, ele permitia que pessoas do outro lado da praça pudesse acompanhar o julgamento sem quaisquer problemas. De frente ao trono foi disposto dois assentos, um destinado ao acusador, nesse caso o Arquiduque Batista e o outro ao Réu Noah Murphy, na lateral esquerda do palco havias alguns assentos destinado às testemunhas, ali se encontravam a família do Soldado Soares.Enzo ajuda Ísis a subir no palco, ela se põe a frente do trono e com Enzo ao seu lado direito observa atentamento todos ali presentes. A praça estava cheia, as pessoas se amontoavam não apenas para acompanhar o julgamento do “caçador de bruxas”, mas também para ter
O povo ovaciona em êxtase, gritos e assobios rompem o silêncio, alguns ousam gritar “Vida longa a princesa”, mas alguns cochichos se espalham dentre os mais próximos dos assuntos reais, afinal teria apenas o retorno da princesa reestabelecido as relações entre a coroa e os Lordes?— Reparem, - continua o Lorde, chamando a atenção do novamente para se; – que em meio a todos esses acontecimentos, esse homem – aponta para Noah. - Aparece no vilarejo e acusa essas jovens, - se aproxima da família Soares, indicando as mulheres da família – de Bruxaria, sem qualquer prova ou autorização de nossa coroa para investigar. Prova disso, é que assim que ficou sabendo do que acontecia aqui nessa praça. - César faz uma breve pausa e se aproxima de Ísis apontando para mesma – Nossa princesa saiu imediatamente do castelo e veio impedir pessoalmente tal barbaridade, e digo mais, se não fosse pelas crianças esse homem…— Isso é um julgamento ou um palanque politico, para promover a “princesa”! - Noah in
O jovem soldado se levanta, se aproxima do palco, mas não sobe ao mesmo, ele olha atentamente a expressão de dor no rosto de Noah, esse ainda preso pelos ombros por um soldado que o mantinha sentado em seu lugar. Volta seu olhar a Ísis, ele observa atentamente a Princesa que deixou seu castelo o mais rápido possível para salvar a vida de sua mãe e irmã, e somente Deus sabe o que teria acontecido com elas caso a Princesa não chegasse a tempo. Um pouco desajeitado o Soldado se ajoelha na beira do palco, causando espanto e alvoroço nos presentes, Ísis se levantou tão rápido que Enzo quase não teve tempo de impedi-la de se aproximar do soldado.— Minha princesa, Vossa Alteza. - O soldado começa a falar, de cabeça baixa. - Me chamo Antony Soares, sou o primeiro membro da minha família a entrar para o exército, meu Pai e meu avô eram simples camponeses, minha família vive do cultivo de ervas e hortaliças. - Então Antony levanta seu olhar para Ísis. - Meu pai faleceu quando minha irmã era ap
Alguns cochichos começam novamente, a maioria a respeito do conhecimento da princesa sobre bíblia, muitos questionavam se era certo uma mulher conhecer tanto das escrituras, a ponto de citá-las com tanta firmeza. Ísis ouviu muitos desses comentários, alguns em meio aos soldados, mas não se importou, afinal não era comum para eles alguém que não fosse membro da igreja ter domínio sobre as escrituras, ainda mais uma mulher da realeza. Ísis anda calmamente pelo palco e para de frente a Noah, sinaliza ao soldado que até então o segurava, que o solte, o mesmo se levanta de imediato como se cadeira na qual estava sentado estivesse pegando fogo.— “Virei ter convosco para julgar vossas questões e serei uma testemunha pronta contra os mágicos, os adúlteros, os perjuros, contra os que retêm o salário do operário, que oprimem a viúva e o órfão, que maltratam o estrangeiro e não me temem - diz o senhor. Porque eu o Senhor e não mudo, e vós, ó, filhos de Jacó, não sois ainda um povo extinto.” Mal
Ísis observava a cena com certa curiosidade, algo lhe dizia que aquilo era obra de Angel. Então raios e relâmpagos ecoam pelo céu e logo Noah cai, acertando o chão com um som oco, e um gemido de dor é ouvido, ao lado de Ísis surge um jovem, não usava armadura como os soldados, ou roupas simples como povo, muito menos elegantes como dos nobres. Ele usava uma túnica longa e fluida, de tecido vermelho vibrante, as mangas largas e elegantes são adornadas com bordados intrincados em preto. A gola cruzada preta, com um acabamento refinado, contrasta de forma harmoniosa com o vermelho predominante. Uma faixa preta ajusta-se na cintura, decorada com bordados sutis em fios dourados, a bainha da túnica tinha detalhes geométricos em preto. O conjunto é finalizado uma saia reta. Os cabelos longos e negros, presos em um rabo de cavalo no topo de sua cabeça, nas mãos ele carregava uma espada embainhada, ela era em um tom de roxo com prata e com uma serpente talhada nela, ali estava Angel perfeitame
A ambição comete, em relação ao poder, o mesmo erro que a ganância em relação à riquezaCharles Caleb ColtonAinda sobre aplausos do povo, Noah Murphy é retirado da praça pelos soldados e levado para prisão real, Ísis observa a família Soares que se abraçam aliviados pela sentença e justiça feita pela sua família, volta seu olhar ao povo ali presente, levanta levemente sua mão pedindo silêncio, que logo é atendida.— Não irei me alongar muito, afinal tivemos um longo dia e creio todos estão cansados e possuem outros afazeres. - Ísis começa a falar chamando a atenção de todos os presentes. - Acredito que não apenas meu retorno, mas minha aparição um tanto quanto abrupta tenha causado certo espanto e alvoroço a todos. Assim como meu desaparecimento causou grande impacto no reino, creio que meu retorno também causará, nesse curto tempo em que cheguei ao reino confesso que fiquei sabendo de algumas histórias e acontecimentos que não me agradam. - Ao ouvir as palavras de Ísis, uma nova com
Do outro lado da província, Ísis chegava ao castelo, e ao descer do cavalo encontra Elena a esperando afoita próximo à entrada do castelo. — ALTEZA! Finalmente retornaste. — O que houve Elena?— A Duquesa Bragança, lhe aguarda na biblioteca.— E quem ela seria?— Viúva do Duque de Bragança, Filha do Marechal Alves. A Duquesa nunca veio ao castelo, nunca se encontrará com a Imperatriz, e veio hoje especificamente a sua procura Princesa.— A família Bragança é responsável por algum assunto da corte ou mesmo província do reino?— Não Alteza, existem boatos que a família era falida, antes mesmo do casamento da Duquesa com o filho mais velho da família.— A quem diga alteza que o casamento fora apenas um arranjo para a Senhora Bragança obter o título de Duquesa. - Um soldado próximo comenta.— Sem falar nos boatos de que o dote dela teria sido usado para pagar as dívidas do Duque em tabernas de todo o Reino. - Outro soldado completa.— Ou seja, ela é uma nobre falida, cuja única propried
— Creio que a Duquesa esteja equivocada em vários aspectos em sua fala – Ísis interrompe a jovem, com um tom seco e frio, sem qualquer vestígio de calma. - Elena, a jovem que lhe atendeste, é minha Dama de Companhia e tenho convicção, que fora informada não apenas disso, mas como também do motivo de minha ausência no castelo. - Ao ouvir tais palavras, por alguns segundos, os olhos da Senhora Bragança se abrem em espanto, mas logo sua postura superior retorna. Ísis fica de pé a frente da jovem a observando atentamente. - Peço desculpas por minha indelicadeza, mas tive um dia longo e cansativo, se a senhora puder ir direto ao assunto que lhe trouxe de tão longe eu agradeceria.— Entendo, mas não é um assunto simples, que possa ser tratado levianamente…— Sou a Princesa Herdeira de Sosayti, nenhum assunto dirigido a mim é tratado levianamente. - Ísis a interrompe novamente com um tom mais e duro que o anterior, os soldados presentes na porta da biblioteca, apesar de pouco terem convivido