“A base da sociedade é a justiça; o julgamento constitui a ordem da sociedade: ora o julgamento é a aplicação da justiça.”AristótelesO julgamento aconteceria na praça central do vilarejo, o local foi perfeitamente organizado por Pedro. O trono de Ísis se encontrava no centro de um palco que diferente do que ali estava mais cedo, não era nem um pouco improvisado, ele permitia que pessoas do outro lado da praça pudesse acompanhar o julgamento sem quaisquer problemas. De frente ao trono foi disposto dois assentos, um destinado ao acusador, nesse caso o Arquiduque Batista e o outro ao Réu Noah Murphy, na lateral esquerda do palco havias alguns assentos destinado às testemunhas, ali se encontravam a família do Soldado Soares.Enzo ajuda Ísis a subir no palco, ela se põe a frente do trono e com Enzo ao seu lado direito observa atentamento todos ali presentes. A praça estava cheia, as pessoas se amontoavam não apenas para acompanhar o julgamento do “caçador de bruxas”, mas também para ter
O povo ovaciona em êxtase, gritos e assobios rompem o silêncio, alguns ousam gritar “Vida longa a princesa”, mas alguns cochichos se espalham dentre os mais próximos dos assuntos reais, afinal teria apenas o retorno da princesa reestabelecido as relações entre a coroa e os Lordes?— Reparem, - continua o Lorde, chamando a atenção do novamente para se; – que em meio a todos esses acontecimentos, esse homem – aponta para Noah. - Aparece no vilarejo e acusa essas jovens, - se aproxima da família Soares, indicando as mulheres da família – de Bruxaria, sem qualquer prova ou autorização de nossa coroa para investigar. Prova disso, é que assim que ficou sabendo do que acontecia aqui nessa praça. - César faz uma breve pausa e se aproxima de Ísis apontando para mesma – Nossa princesa saiu imediatamente do castelo e veio impedir pessoalmente tal barbaridade, e digo mais, se não fosse pelas crianças esse homem…— Isso é um julgamento ou um palanque politico, para promover a “princesa”! - Noah in
“Para viajar basta existir”Fernando PessoaEra provavelmente era a noite mais fria do ano, fato incomum para aquele período do ano, era sexta-feira, véspera de ano novo. As ruas da cidade estavam movimentadas, pessoas com diversos destinos passavam por ali; um grupo de adolescentes conversando, um casal namorando, famílias passeando apesar do frio.Em meio a todas essas pessoas, andando apressadamente, uma jovem se destacava, o vento esvoaçava seus cabelos negros como uma noite sem luar, com o andar apressado, seu sobretudo permitia ao longo dos passos uma breve visão das esbeltas pernas e do vestido vermelho escolhido para noite… Seu nome Ísis, seu destino, uma boate no centro da cidade, seria a primeira virada do ano que não passaria no hospital desde sua formatura há alguns anos.Durante o caminho, amaldiçoava sua melhor amiga que a havia “forçado” a ir para aquela boate “É ano novo, você está de folga, vamos nos divertir, e quem sabe conhecer um gatinho?”, esse havia sido o argum
“O encontro de duas personalidades assemelha-se ao contato de duas substâncias químicas: se alguma reação ocorre, ambos sofrem uma transformação.”Carl JungAno 1520Atravessando a campina se encontrava Artur Castro, Uriah Garcia e Heitor Gonçalves, três amigos e membros da realeza de grande influência, eles seguiam com destino ao palacete real, seria a primeira visita de Artur após o incidente de 25 anos atrás.— Pensativo Artur – Uriah quebra o silêncio.— Pensando no motivo de estarmos indo para vila Duarte? - Heitor comenta despreocupado.— De certa forma sim – Artur responde. - já faz 25 anos desde que Ísis fora sequestrada, me pergunto como ela está, se está viva…— Essa semana ela completaria 27 anos, certo?— Sim…— Ísis, falam da Princesa? - Heitor pergunta ao ouvir o nome. - A dama era vossa noiva Artur? - Artur apenas assente, com um leve balançar de sua cabeça. — Fomos prometidos em casamento antes mesmo de nascermos, foi uma promessa feita entre nossos pais.— A promessa
Ísis encara o jovem loiros a sua frente pensativa, reino de Ashikaga, ela já havia ouvido falar desse nome, mas onde… ela força um pouco mais a memória olhando para os cavaleiros a sua frente.— Estava em uma calçada, esperando para atravessar a rua, tinha muita gente ao meu lado esperando também, era noite eu estava indo… - para de falar de repente quando lembra que o reino Ashikaga, era o nome que se referiam no seculo XIV. - AI MEU DEUS! - grita assustando os homens que a observavam atentamente, a jovem dama leva as mãos a cabeça retirando o capuz de seu sobretudo revelando seus longos cabelos negros como luar.— Senhorita, qual seu nome? - Artur indaga estranhando toda aquela situação.— Estava indo para o hospital, uma van me atropelou… - Ísis ignora a pergunta de e começa a falar baixinho consigo mesma. Olha mais uma vez ao redor, olha para o próprio corpo, somente então nota a capa a cobrindo, ainda está com o vestido que havia ido à boate. - Não, isso não pode estar acontecendo
— Não sei, não conheci meus pais. - Afirma a jovem sem graça. - Fui abandonada na porta de um convento quando tinha 2 anos, tendo comigo apenas um cobertor com meu nome bordado – Completa como se fosse algo que não a afetasse, mas um leve ar de tristeza em seu olhar não passou despercebido por Artur que a observava atentamente.— A senhorita tem quantos anos? Quando é seu aniversário? - Uriah pergunta curioso.— Tenho 27 anos, farei 28 em dezembro e antes que me pergunte, sou médica.— Médica? - Uriah fala com espanto. - Mulheres não podem ser médicas! – Nesse momento Ísis queria se bater, com as brincadeiras com o general e a descontração da conversa, esqueceu completamente da possibilidade de ter voltado mais de 500 anos no tempo, mulheres não podiam ser médicas nessa época. - Nossa, são bem raras, nunca encontramos com uma, né, Artur. - Ísis não conseguiu disfarçar sua expressão de surpresa, afinal estava pronta para sair correndo caso eles a acusassem de bruxaria.— Nem me fale, ma
A amizade é o conforto indescritível de nos sentirmos seguros com uma pessoa, sem ser preciso pesar o que se pensa nem medir o que se diz.George EliotAo terminar de ler Ísis, olha para os cavalheiros que a encaravam com um certo ar de surpresa, até mesmo espanto, sem hesitar ela oferece o papel em suas mãos a Artur que estava a sua frente. A letra perfeitamente desenhada, a caligrafia da senhora Carol era conhecida em todos os reinos, assim como sua dona, por estar sempre ao lado da Rainha, ninguém sabia ao certo qual a sua função no palácio, mais uma coisa era certa nada ali acontecia sem que a mesma ficasse sabendo.— A senhora Carol não é vista desde o desaparecimento da princesa. - Artur comenta. - A senhorita disse que essa carta foi deixada com a senhorita no convento?— Sim, foi o que a irmã Maria me falou ao me entregar essa carta.Artur olha para os demais cavalheiros, seria verdade, a senhora Carol teria conseguido proteger a princesa? Heitor encarava Artur atentamente, ass
— Pedro - ao ouvir seu nome pronunciado calmamente por aquele que conhecia por toda sua vida, Pedro sente seus olhos encherem de água, ele teria que aceitar a verdade, sua avó se fora e ele não estava ao seu lado.— Entendo. - Fala finalmente dando um leve e triste sorriso.— Não sei ao certo quando ela faleceu ou se realmente faleceu, a única coisa que sei é que em meio a toda essa loucura foi ela me deixou em um convento com essa carta. - Ísis se sentiu na obrigação de compartilhar com aquele jovem a sua frente o que sabia, ela estende a mão para Heitor que devolve a carta para ela. - Acredito que ela deva fica com você. - finaliza entregando a carta para Pedro, que com uma leve reverência agradece.— Bom, é melhor irmos, logo anoitecerá e acredito que a princesa não esteja preparada para uma noite fria no deserto.— E não seria bom para reputação da princesa pernoitar sozinha em meio ao deserto com 5 cavaleiros. - Fala o homem mascarado.— Antes de irmos, não me recordo de ter se ap