Annabeth tentou formular uma frase, mas sua voz sumiu. O homem diante dela era alto, lindo demais para ser verdade — uma beleza quase criminosa. Ela se esforçava para não deixar transparecer o nervosismo, embora suas mãos tremessem. O olhar dele continuava feroz e quente, cada vez mais intrigante.— Quem diria, senhorita Annabeth Riley, por aqui — ele disse com um sorriso de lado, charmoso. — Até apertaria sua mão, mas estou todo sujo — levantou as mãos sujas.Ao ouvir a voz grave de Keenan pela primeira vez, um arrepio percorreu seu corpo. A mente dela foi direto para um lado tentadoramente pecaminoso; não se importaria nem um pouco em se sujar com ele.— Você sabe que nunca me importei com isso — retrucou, estendendo a mão, esperando pelo contato dos dedos dele. Na verdade, queria mais que um aperto de mão; queria senti-lo, abraçá-lo, a respiração dele contra a dela.Sem escolha, ele apertou a mão dela, e um calor subiu pelos corpos dos dois, causando uma eletricidade excitante. Mas
Keenan parou na esquina da mansão do xerife e olhou para a garota.— Está entregue — disse, virando-se para sair.— Pensei que você ficaria feliz quando me visse.O som da voz embargada dela o pegou desprevenido. Ele se virou na direção dela, e o olhar dela o desarmou.— Annabeth… — suspirou derrotado, fechando os olhos com força. Quando os abriu, confessou: — Você não respondeu nenhuma das minhas cartas. Eu me esforcei bastante para conseguir escrevê-las.— Espera… Suas cartas?! — questionou, atônita.— Sim… Escrevi cartas para você, mandei para sua mãe. Eu não sabia o endereço do lugar onde estava. Mas, pelo jeito, ela não gosta de mim, assim como seu pai.— O quê? — exclamou, com a boca aberta. — Eu não recebi nenhuma carta, Keenan.— Por que não estou surpreso com isso? — Ele deu uma risada sarcástica. — Suponho que você tem muito o que conversar com seus pais.— Não posso acreditar que eles fizeram isso comigo — a ruiva balançou a cabeça, indignada. — Keenan, eu não recebi carta
Sinan segurou a corda do poço com força e foi puxando o balde com água para cima. Enquanto fazia o trabalho braçal, os pensamentos sobre seu passado o atormentavam.As mãos dele tremeram. Ele balançou a cabeça e se concentrou. Quando trouxe o balde de água à superfície, encheu o outro que estava vazio.Ao terminar, devolveu o balde ao poço e pegou um pouco de água, jogando sobre o rosto.— Então, o que vocês dois estão escondendo? — a voz veio por trás dele.— Tina — ele não se virou, já que reconheceu a voz dela. — De onde você tirou isso?— Olha, vocês homens subestimam a inteligência das mulheres — a loira se aproximou dele e riu. — Vocês dois estão escondendo algo de mim, e como sou do “bando”, preciso saber.Sinan sorriu de lado e olhou para ela. Percebeu a confiança nos olhos castanhos.— Acredito que a mocinha seja bastante desconfiada. Não estamos escondendo nada.— Sinan de Forwood — a garota se aproximou dele e ficou perto o suficiente para suas respirações se misturarem. El
Duas semanas se passaram desde a chegada de Annabeth. Ela ainda tentava se acostumar com sua rotina em casa, mas, diariamente, seu pai chegava furioso por causa do famoso ladrão. Vê-lo tão irritado a fazia se sentir um pouco melhor, afinal, ainda não o havia perdoado por nunca ter entregado as cartas de Keenan. E não o perdoaria, especialmente depois que o xerife confessou que as queimou uma por uma.Por isso, Annabeth até gostava da “surra” que o arqueiro mascarado dava em seu pai.O que Keenan havia escrito, ela nunca saberia, a menos que o perguntasse, mas o problema era que não o via desde o último encontro. Como não podia fazer nada e não sabia onde ele estava, teria que esperar até sua volta.Devido à sua ansiedade, teve um sonho na noite anterior, uma lembrança do passado. Ela e Keenan, mais novos, estavam brincando na cachoeira da floresta. Fora o próprio garoto quem encontrou aquele lugar, e ninguém se atrevia a ir lá por conta dos "espíritos". Então, aquele canto se tornou d
Avisos: Essa é a uma história de Ficção. Conteúdo Adulto. Créditos: Capa criada por Freepik IDADE MÉDIA - INGLATERRA - FORWOOD As nuvens encobriam o céu enquanto os gritos ecoavam pelos becos da Aldeia de Forwood. Um menino pulava sobre as tendas das barracas enquanto fugia, levando três maçãs em suas mãos. Atrás do pestinha estava a guarda real, e ele ouvia os gritos dos aldeões comerciantes – alguns reclamavam de sua ação, enquanto outros praguejavam contra os que o perseguiam. O garoto saltou da última tenda, dando uma cambalhota ao alcançar o chão. As galinhas no caminho se espalharam, cacarejando e batendo as asas para sair da frente. Ele olhou para trás e viu os soldados sendo barrados pelos comerciantes. Um sorriso sapeca tomou conta de seu rosto. — Corre, garoto! — exclamou um feirante. — Toma aqui. — Ele entregou mais uma fruta ao rapaz. — Obrigado, senhor Eduardo — respondeu o menino. Em um ato de ousadia e travessura, ele parou rapidamente, e, olhando para o
Algumas semanas depois— Eu não quero ir — Annabeth disse, abraçada a Keenan, com o rosto enterrado em seu peito. — Não quero que ninguém pegue o meu lugar.E aquilo era pura verdade; o maior medo de Annabeth era ser esquecida ou substituída.— Ei, ei... olhe para mim — ele pediu, tocando delicadamente o rosto dela. — Ninguém pode tomar o seu lugar. Ele é só seu. Você é única!— Sou mesmo? — perguntou com a voz embargada.Ele balançou a cabeça, concordando.— Já podemos ir, Annabeth? — A voz impaciente de seu pai soava irritada.Nem uma despedida decente eles poderiam ter. Annabeth apertou o abraço em Keenan, sem conseguir imaginar como seria sua vida sem ele. Era seu melhor amigo, e, em todas as confusões em que ele se metia, lá estavam eles juntos.— Filha, precisamos ir — disse Bozena, a mãe dela.— Não! — sussurrou Annabeth, enterrando o rosto mais fundo no peito dele.— Aninha — murmurou Keenan, segurando o rosto dela e o erguendo devagar. — Isso vai ser rápido. Você voltará logo
7 anos depoisKeenan Bentley segurava a espada com firmeza, e todo o seu corpo estava em alerta; olhou ao redor e percebeu seis homens ao seu redor. Um sorriso perigoso e ladino surgiu em seus lábios. Ele levantou uma sobrancelha, aguardando calmamente o ataque, já prevendo cada movimento de seus adversários. Inclinou a cabeça para o lado, ouvindo um leve estalo no pescoço, enquanto dois homens se aproximavam ao mesmo tempo, um pela lateral e outro por trás.Com o pesado treinamento que enfrentou, Keenan havia adquirido uma destreza ímpar. No momento certo, abaixou-se, desviando dos golpes, mas, de repente, todos os homens começaram a atacar juntos. Os gritos de guerra ecoaram pela arena, enquanto ele se movia como um deus: veloz, implacável e furioso. Seus golpes, sempre certeiros, carregavam uma originalidade inigualável, tornando impossível para seus oponentes tanto acertá-lo quanto escaparem de seus ataques. Não havia ninguém que lutasse como ele, mas seus adversários não desistir
∆ ×A carruagem passava lentamente pela floresta. Todos os guardas presentes estavam tensos, levando aquele ouro para o rei. Seus olhos treinados percorriam o lugar todo à medida em que avançavam. Sabiam da fama que aquela floresta tinha e esperava que a ideia do rei desse certo desta vez.— Será mesmo que ele é um espírito? — o jovem guarda indagou, tentando disfarçar o nervosismo na voz.— O único espírito que vai ter aqui vai ser o seu se não calar a boca — respondeu o outro soldado, mais à frente disse.Eles continuaram andando, atentos a qualquer movimento suspeito. Estavam em um total de dez homens, os guardas mais fortes e habilidosos do reino; não podiam falhar com o rei. Ouviram o barulho de um piado que parecia de coruja, e pararam assustados. — O que foi isso?Ouviram outro barulho; eram assobios que ecoavam por toda a floresta. Os guardas olharam para todos os lados, ouvindo, desta vez, sons de passos e vultos passando por várias partes.— Eles estão aqui! — exclamou o j