Em passos duros, Keenan marchou até o meio da floresta e, quando se aproximou, ouviu as vozes dos homens.Merda!Ele retirou uma flecha da aljava e segurou o arco, apressando os passos até o local onde os homens ameaçavam sua garota. Reconheceu imediatamente os criminosos da floresta. Com a saída do rei dos ladrões, aqueles contrabandistas haviam começado a dominar o local.Keenan já tinha ouvido falar sobre eles em outro reino. Eram aliados dos irmãos Eds — traiçoeiros e igualmente perigosos. Mas ele sabia que podia lidar com eles. Além de estarem no seu território, ousavam mexer com Annabeth. Aquela seria a última tentativa deles.Chegando mais perto, ouviu a voz de Anna, e seu coração disparou de medo. Se fizessem algo a ela… a coisa ficaria muito feia ali.— Se vocês se aproximarem, eu vou machucá-los! Não estou brincando! — Anna esbravejou.— Olha ela, raivosa e sabe segurar uma espada! — O líder se divertiu. — Será que segura a outra espada tão bem assim? — O homem segurou seu m
Esteban acordou com batidas insistentes na porta de seu quarto. Olhou para as duas prostitutas dormindo em sua cama, colocou seu manto para cobrir o corpo nu e foi até a porta.— Desculpe interromper seu descanso, meu rei, mas vim lhe informar que a corte chegou — disse seu criado, com a voz um pouco trêmula.Que inferno!— O duque já sabe?— Ele já está na porta do castelo, os recebendo — respondeu o criado.Esteban fechou a porta no rosto do homem, tentando controlar sua fúria. Felizmente, ele já havia se preparado para o dia da chegada daqueles imbecis. Infelizmente, teria que aturar por um tempo a soberania de Leopold e dos outros seis membros da corte.A corte era composta por uma aliança entre os seis reinos. Contudo, Forwood, desde que Esteban assumiu o governo, foi excluída da aliança, pois não havia um rei adequado para ser um membro.— Senhoritas! — exclamou Esteban, sem paciência. As mulheres acordaram assustadas. — Saiam daqui, agora!As duas se entreolharam, rapidamente c
Assim que Keenan soube da chegada da corte, partiu para a aldeia. O alívio que sentiu foi imenso. A corte em Forwood iria protegê-lo, assim como Anna, e Esteban não seria idiota de desafiá-los, a menos que desejasse uma guerra — o que decretaria o fim de seu reino para sempre. Contudo, ninguém ali queria isso; todos já haviam sofrido demais.Na aldeia, a decadência era evidente, mas Keenan notava uma fagulha de esperança nos rostos das pessoas. Encontrou o xerife conversando com Osvald e João. Aproximou-se e balançou a cabeça em cumprimento aos três homens.— General, a corte está em Forwood — informou Osvald. — Sabe o motivo da visita?— Não. — Keenan cruzou os braços, franzindo a testa. — Não faço ideia.— Como estão suas costas? — perguntou Edward, colocando a mão no ombro dele.— Melhorando. Quase não sinto mais dor.— Eu sinto muito por isso, general. — João abaixou a cabeça, envergonhado. — Não faço ideia de como aquilo aconteceu.— Está tudo bem. — Keenan respondeu com um aceno
Keenan olhou para os membros da corte sentados nas cadeiras e fez uma reverência respeitosa.— General Bentley, que prazer vê-lo novamente. — Leopold começou com um sorriso.— Está com uma nova aparência, general. — Thomas comentou, sorrindo. — A barba lhe caiu muito bem, não é mesmo, Griselda?— Sim, ficou maravilhosa. — Ela concordou com um olhar apreciativo.Keenan sorriu e colocou a mão no coração, inclinando-se levemente na direção deles.— Obrigado, majestades.Leopold voltou-se para Esteban, ainda com um sorriso.— Esteban, agora que nosso garoto está aqui, podemos dizer o motivo de estarmos reunidos: nós votamos, e as Justas retornarão.— Justas?! — O rei os encarou, surpreso. — Não foram banidas há anos?— Sim, mas decidimos trazê-las de volta. Precisamos oferecer alguma emoção a este povo.— E o prêmio será o quê? Os participantes serão ordenados cavaleiros? — perguntou Esteban, desconfiado.— Não. — Leopold sorriu, revelando o plano. — O prêmio será a senhorita Annabeth Ril
Um sorriso se formou no rosto de Sinan ao abrir a caixinha com o anel que pertencera à sua mãe. Ele estava completamente pronto para dar mais um passo em sua vida. Claro, aquilo não estava em seus planos, mas agora tinha um motivo pelo qual viver, e esse motivo se chamava Martina. Sua Tina.No início, quando conheceu Martina, pensava que era apenas uma atração física, e se divertia a irritando com algumas palavras para conquistá-la. Era engraçado. Mas o jogo foi mudando. Ele foi se apaixonando e se afastando, mas Tina não o deixou livre. E agora, lá estava ele, prestes a pedi-la em casamento. Deveria ter feito isso há muito tempo, mas queria ter certeza de que as coisas ficariam bem.Ele guardou a caixinha no bolso, ajeitou o cabelo loiro e úmido do recente banho. Olhou para a comida preparada especialmente para aquela ocasião e para a garrafa de vinho sobre a mesa.Pela janela, viu Tina subindo a passarela que dava até sua casa. Ela estava indo até a porta para recebê-la, mas cambale
— Aí!Keenan sentiu o impacto do tronco de madeira arremessá-lo diretamente contra os sacos de feno, que amorteceram sua queda. Ele se levantou com a ajuda enquanto Sinan e Apolo colocavam o tronco de volta na posição inicial.— Está tudo bem? — Apolo perguntou.Keenan riu, batendo na armadura amassada.— Não senti quase nada. Essa aqui é mais forte do que as outras. — Respondeu, arrancando risadas dos garotos que assistiam.Ele observou o pai e o primo baterem as mãos, satisfeitos com o teste.— Conseguimos! Só precisamos ajustar a armadura, está amassando com facilidade.— Melhor a armadura do que sua cabeça. — Apolo brincou, fazendo Keenan revirar os olhos enquanto testava os movimentos.O treinamento continuou, e os dias que se passaram foram exaustivos. Keenan sentia o peso do esforço no corpo, dolorido e coberto de hematomas. As justas eram ainda mais difíceis do que ele imaginava, especialmente ao se equilibrar no cavalo enquanto segurava a lança.No início, ele havia caído de
O dia do baile chegou, e a aldeia estava animada. Anna, por sua vez, estava ansiosa; seria a primeira vez que conheceria a corte. Sua mãe a ajudou com o vestido, já que Tina não havia aparecido naquele dia.Seu vestido era de duas cores: um creme misturado com vermelho-escuro. Anna o achou lindo assim que o viu. A camponesa que fazia os vestidos delas havia se superado dessa vez, criando algo confortável e sem as camadas volumosas típicas das mulheres da realeza.Bozena terminou de fazer uma trança embutida no cabelo da filha, deixando alguns fios soltos. Anna dispensou o pó de arroz, pois achava que a deixava muito pálida. Apenas passou o suco de morango com maçã nos lábios.— Pronto, já estou pronta.Bozena sorriu ao olhar para a filha.— Você não precisa de quase nada mesmo, é tão linda assim.Anna sorriu, mordendo os lábios. Antes que a mãe saísse, segurou as mãos dela, sentindo-se culpada por esconder tantas coisas.— Mamãe, eu amo o Keenan.— Eu sei — Bozena respondeu, sentando-
Anna o beijou novamente, passando os braços em volta do pescoço dele. O capuz caiu, revelando o cabelo escuro preso em um rabo de cavalo. Suas lágrimas não paravam de descer, agora de alívio e felicidade. Os dois homens por quem ela era apaixonada eram, na verdade, a mesma pessoa. Isso explicava tanta coisa e, ao mesmo tempo, significava que sempre foi Keenan. Por isso, a conexão imediata, a tensão, aquela vontade de estar junto. Sempre foi ele, mesmo quando pensava que era outro. Era o seu Keenan ali.Então, de repente, ela interrompeu o beijo, tomada por um acesso de fúria por ele não ter lhe contado antes. Começou a bater nos braços musculosos dele.— Não acredito que era você o tempo todo! — exclamou, enquanto o acertava.Keenan riu, se defendendo dos tapas dela.— Não tem graça, para de rir enquanto eu tento te bater, seu palhaço. — Ela deu outro tapa nele. — Todo esse tempo era você, mesmo quando é outro, é você!Keenan a puxou pela cintura e fez um carinho na bochecha dela.— M