Keenan massageou seus ombros tensos e virou a cabeça de um lado para o outro. Desde que soubera que seu pai e os garotos conseguiram capturar o duque e fazê-lo mudar de ideia, ele ficou tenso. Não gostava muito daquele plano, tampouco do duque, mas admitia para si mesmo que, se Kairus estivesse do lado deles, seria mais fácil derrotar Esteban. Porém, aquele homem não os perseguindo já seria bom o suficiente.Ele suspirou enquanto observava os garotos treinando no ringue. Outra coisa que nunca mais fizera era participar de lutas ou treinar. Desde que Luca morreu, ele abandonou as flechas e as outras coisas. Mas a autodefesa ainda sabia, pois conseguiu desviar dos ataques de Sinan.— Que cara de preocupação é essa? — Sinan veio até ele.— Não é nada demais. E Martina, como está? — perguntou, dando uma olhada no primo e logo voltando para a luta.— Ela está um pouco melhor. Está ajudando sua mãe com o jantar da noite.— Ah, que bom. Qualquer problema, você me avisa. Ela levou um susto na
Em passos duros, Keenan marchou até o meio da floresta e, quando se aproximou, ouviu as vozes dos homens.Merda!Ele retirou uma flecha da aljava e segurou o arco, apressando os passos até o local onde os homens ameaçavam sua garota. Reconheceu imediatamente os criminosos da floresta. Com a saída do rei dos ladrões, aqueles contrabandistas haviam começado a dominar o local.Keenan já tinha ouvido falar sobre eles em outro reino. Eram aliados dos irmãos Eds — traiçoeiros e igualmente perigosos. Mas ele sabia que podia lidar com eles. Além de estarem no seu território, ousavam mexer com Annabeth. Aquela seria a última tentativa deles.Chegando mais perto, ouviu a voz de Anna, e seu coração disparou de medo. Se fizessem algo a ela… a coisa ficaria muito feia ali.— Se vocês se aproximarem, eu vou machucá-los! Não estou brincando! — Anna esbravejou.— Olha ela, raivosa e sabe segurar uma espada! — O líder se divertiu. — Será que segura a outra espada tão bem assim? — O homem segurou seu m
Esteban acordou com batidas insistentes na porta de seu quarto. Olhou para as duas prostitutas dormindo em sua cama, colocou seu manto para cobrir o corpo nu e foi até a porta.— Desculpe interromper seu descanso, meu rei, mas vim lhe informar que a corte chegou — disse seu criado, com a voz um pouco trêmula.Que inferno!— O duque já sabe?— Ele já está na porta do castelo, os recebendo — respondeu o criado.Esteban fechou a porta no rosto do homem, tentando controlar sua fúria. Felizmente, ele já havia se preparado para o dia da chegada daqueles imbecis. Infelizmente, teria que aturar por um tempo a soberania de Leopold e dos outros seis membros da corte.A corte era composta por uma aliança entre os seis reinos. Contudo, Forwood, desde que Esteban assumiu o governo, foi excluída da aliança, pois não havia um rei adequado para ser um membro.— Senhoritas! — exclamou Esteban, sem paciência. As mulheres acordaram assustadas. — Saiam daqui, agora!As duas se entreolharam, rapidamente c
Assim que Keenan soube da chegada da corte, partiu para a aldeia. O alívio que sentiu foi imenso. A corte em Forwood iria protegê-lo, assim como Anna, e Esteban não seria idiota de desafiá-los, a menos que desejasse uma guerra — o que decretaria o fim de seu reino para sempre. Contudo, ninguém ali queria isso; todos já haviam sofrido demais.Na aldeia, a decadência era evidente, mas Keenan notava uma fagulha de esperança nos rostos das pessoas. Encontrou o xerife conversando com Osvald e João. Aproximou-se e balançou a cabeça em cumprimento aos três homens.— General, a corte está em Forwood — informou Osvald. — Sabe o motivo da visita?— Não. — Keenan cruzou os braços, franzindo a testa. — Não faço ideia.— Como estão suas costas? — perguntou Edward, colocando a mão no ombro dele.— Melhorando. Quase não sinto mais dor.— Eu sinto muito por isso, general. — João abaixou a cabeça, envergonhado. — Não faço ideia de como aquilo aconteceu.— Está tudo bem. — Keenan respondeu com um aceno
Keenan olhou para os membros da corte sentados nas cadeiras e fez uma reverência respeitosa.— General Bentley, que prazer vê-lo novamente. — Leopold começou com um sorriso.— Está com uma nova aparência, general. — Thomas comentou, sorrindo. — A barba lhe caiu muito bem, não é mesmo, Griselda?— Sim, ficou maravilhosa. — Ela concordou com um olhar apreciativo.Keenan sorriu e colocou a mão no coração, inclinando-se levemente na direção deles.— Obrigado, majestades.Leopold voltou-se para Esteban, ainda com um sorriso.— Esteban, agora que nosso garoto está aqui, podemos dizer o motivo de estarmos reunidos: nós votamos, e as Justas retornarão.— Justas?! — O rei os encarou, surpreso. — Não foram banidas há anos?— Sim, mas decidimos trazê-las de volta. Precisamos oferecer alguma emoção a este povo.— E o prêmio será o quê? Os participantes serão ordenados cavaleiros? — perguntou Esteban, desconfiado.— Não. — Leopold sorriu, revelando o plano. — O prêmio será a senhorita Annabeth Ril
Um sorriso se formou no rosto de Sinan ao abrir a caixinha com o anel que pertencera à sua mãe. Ele estava completamente pronto para dar mais um passo em sua vida. Claro, aquilo não estava em seus planos, mas agora tinha um motivo pelo qual viver, e esse motivo se chamava Martina. Sua Tina.No início, quando conheceu Martina, pensava que era apenas uma atração física, e se divertia a irritando com algumas palavras para conquistá-la. Era engraçado. Mas o jogo foi mudando. Ele foi se apaixonando e se afastando, mas Tina não o deixou livre. E agora, lá estava ele, prestes a pedi-la em casamento. Deveria ter feito isso há muito tempo, mas queria ter certeza de que as coisas ficariam bem.Ele guardou a caixinha no bolso, ajeitou o cabelo loiro e úmido do recente banho. Olhou para a comida preparada especialmente para aquela ocasião e para a garrafa de vinho sobre a mesa.Pela janela, viu Tina subindo a passarela que dava até sua casa. Ela estava indo até a porta para recebê-la, mas cambale
— Aí!Keenan sentiu o impacto do tronco de madeira arremessá-lo diretamente contra os sacos de feno, que amorteceram sua queda. Ele se levantou com a ajuda enquanto Sinan e Apolo colocavam o tronco de volta na posição inicial.— Está tudo bem? — Apolo perguntou.Keenan riu, batendo na armadura amassada.— Não senti quase nada. Essa aqui é mais forte do que as outras. — Respondeu, arrancando risadas dos garotos que assistiam.Ele observou o pai e o primo baterem as mãos, satisfeitos com o teste.— Conseguimos! Só precisamos ajustar a armadura, está amassando com facilidade.— Melhor a armadura do que sua cabeça. — Apolo brincou, fazendo Keenan revirar os olhos enquanto testava os movimentos.O treinamento continuou, e os dias que se passaram foram exaustivos. Keenan sentia o peso do esforço no corpo, dolorido e coberto de hematomas. As justas eram ainda mais difíceis do que ele imaginava, especialmente ao se equilibrar no cavalo enquanto segurava a lança.No início, ele havia caído de
O dia do baile chegou, e a aldeia estava animada. Anna, por sua vez, estava ansiosa; seria a primeira vez que conheceria a corte. Sua mãe a ajudou com o vestido, já que Tina não havia aparecido naquele dia.Seu vestido era de duas cores: um creme misturado com vermelho-escuro. Anna o achou lindo assim que o viu. A camponesa que fazia os vestidos delas havia se superado dessa vez, criando algo confortável e sem as camadas volumosas típicas das mulheres da realeza.Bozena terminou de fazer uma trança embutida no cabelo da filha, deixando alguns fios soltos. Anna dispensou o pó de arroz, pois achava que a deixava muito pálida. Apenas passou o suco de morango com maçã nos lábios.— Pronto, já estou pronta.Bozena sorriu ao olhar para a filha.— Você não precisa de quase nada mesmo, é tão linda assim.Anna sorriu, mordendo os lábios. Antes que a mãe saísse, segurou as mãos dela, sentindo-se culpada por esconder tantas coisas.— Mamãe, eu amo o Keenan.— Eu sei — Bozena respondeu, sentando-