O dia do baile chegou, e a aldeia estava animada. Anna, por sua vez, estava ansiosa; seria a primeira vez que conheceria a corte. Sua mãe a ajudou com o vestido, já que Tina não havia aparecido naquele dia.Seu vestido era de duas cores: um creme misturado com vermelho-escuro. Anna o achou lindo assim que o viu. A camponesa que fazia os vestidos delas havia se superado dessa vez, criando algo confortável e sem as camadas volumosas típicas das mulheres da realeza.Bozena terminou de fazer uma trança embutida no cabelo da filha, deixando alguns fios soltos. Anna dispensou o pó de arroz, pois achava que a deixava muito pálida. Apenas passou o suco de morango com maçã nos lábios.— Pronto, já estou pronta.Bozena sorriu ao olhar para a filha.— Você não precisa de quase nada mesmo, é tão linda assim.Anna sorriu, mordendo os lábios. Antes que a mãe saísse, segurou as mãos dela, sentindo-se culpada por esconder tantas coisas.— Mamãe, eu amo o Keenan.— Eu sei — Bozena respondeu, sentando-
Anna o beijou novamente, passando os braços em volta do pescoço dele. O capuz caiu, revelando o cabelo escuro preso em um rabo de cavalo. Suas lágrimas não paravam de descer, agora de alívio e felicidade. Os dois homens por quem ela era apaixonada eram, na verdade, a mesma pessoa. Isso explicava tanta coisa e, ao mesmo tempo, significava que sempre foi Keenan. Por isso, a conexão imediata, a tensão, aquela vontade de estar junto. Sempre foi ele, mesmo quando pensava que era outro. Era o seu Keenan ali.Então, de repente, ela interrompeu o beijo, tomada por um acesso de fúria por ele não ter lhe contado antes. Começou a bater nos braços musculosos dele.— Não acredito que era você o tempo todo! — exclamou, enquanto o acertava.Keenan riu, se defendendo dos tapas dela.— Não tem graça, para de rir enquanto eu tento te bater, seu palhaço. — Ela deu outro tapa nele. — Todo esse tempo era você, mesmo quando é outro, é você!Keenan a puxou pela cintura e fez um carinho na bochecha dela.— M
Ele deu um sorriso e a beijou com vontade, puxando o corpo dela contra o seu. Os beijos desceram por seu pescoço, dando chupadinhas e lambidas. As mãos dele desceram até sua bunda e apertaram com força, enquanto voltava a beijá-la com mais desejo.Anna suspirou e passou a língua nos lábios dele.— Quero ser sua, estou pronta.— Tem certeza? — questionou, fazendo carinho no rosto dela.— Sim, eu quero você, não me importo com o que vai acontecer. — Ela colou a testa na dele.— Eu esperei muito tempo por isso, eu te amo, Anna. — Sussurrou.— Eu também te amo muito.Keenan a beijou com carinho e foi desamarrando o vestido dela sem pressa nenhuma. O coração de Anna estava disparado e a ansiedade a tomou. Finalmente iria fazer amor com o homem que amava, e não havia lugar melhor que aquele para isso.Quando o último laço se desfez, a primeira parte do seu vestido soltou. Ela o ajudou a tirar e ficou usando por baixo só o espartilho. Dessa vez, Keenan foi mais depressa e bem ágil, soltando-
Embora Milo nunca tivesse ido a um baile, naquele ele não teve vontade de ir. Suas visões estavam confusas, e isso o deixava bastante irritado. Ele passeou pela floresta, chegando perto da cachoeira, sentou-se em uma pedra e ficou olhando para a água congelada.Fechou os olhos e concentrou-se. Quando os abriu novamente, seus olhos estavam brancos, mas as visões apareceram borradas outra vez.Inferno!Então ele ouviu risadinhas perto da cachoeira e também uma voz feminina. Quando virou o corpo para trás, viu Jordan com uma garota. Ambos estavam completamente bêbados e animados. O romani agarrou a menina pela cintura, abraçando-a por trás e enchendo-a de beijos no pescoço.— Ah! Desculpe, acho que temos alguém de plateia, Jor — a garota riu.Jor?Jordan o encarou. Por um momento, pareceu levar um susto, mas logo assumiu sua máscara imparcial.— Hm, ele não vai ver nada do que vamos fazer — sussurrou Jordan, mas não baixo o suficiente.Milo revirou os olhos, reprimindo a vontade de balan
Anna acordou sentindo beijos sendo depositados em seu pescoço. Sorriu ao sentir a barba de Keenan arranhando sua pele e inclinou o pescoço, oferecendo mais espaço para ele.Durante a madrugada, Keenan a acordara para levá-la até a cama. Seria mais confortável e aquecido do que a casinha da árvore. Depois de buscar as roupas deles, ele trancou a porta do quarto e fechou a janela. Mais uma vez, fizeram amor, agora em sua cama.— Bom dia, dorminhoca! — a voz rouca sussurrou em seu ouvido, provocando um arrepio gostoso.— Bom dia. E aí, dormiu bem? — ela perguntou, abraçando-o.— Perfeitamente, melhor do que nunca. — Ele sorriu, aproximando-se para beijá-la.— Não! — Anna colocou as mãos no peito quente dele. — Estou com fome.— Bobinha, isso não é problema. — Ele apontou para a mesinha de cabeceira.Anna seguiu o olhar dele e viu uma bandeja com frutas cortadas.— Você assaltou a cozinha? — perguntou, rindo.— Dei uma passadinha rápida. — Keenan levantou-se, pegou a bandeja e a colocou n
O dia do torneio finalmente chegou.Jordan observava Milo, que estava parado olhando para a arquibancada. Aproximou-se devagar, com hesitação. Não deveria estar fazendo aquilo. Havia decidido que era melhor os dois ficarem distantes, mas, por algum motivo, não conseguia mais sustentar essa ideia.Tentar afastar Milo tinha sido sua estratégia. Ele até buscou se envolver com outra pessoa, aquela garota que cruzou seu caminho. Talvez, se seguisse em frente, acabaria de vez com qualquer expectativa que o vidente pudesse ter em relação a ele.Porém, quando chegou ao quarto com ela, não conseguiu ir adiante. Sua mente estava em outro lugar: o cheiro de Milo, o sorriso de Milo, Milo.Para seu alívio, a garota também estava tão bêbada que acabou dormindo. No dia seguinte, acreditou que algo havia acontecido entre eles. Jordan não negou, achando que aquilo o ajudaria a conseguir o que queria: afastar Milo de vez. E funcionou. O rapaz passou a ignorá-lo, mantendo uma distância quase fria.Só qu
O dia do torneio finalmente chegou.Anna chegou à arquibancada e reprimiu a vontade de ir até a tenda de Keenan. No momento em que ela e sua família foram avistados, um criado do rei veio até eles e pediu que se juntassem à corte.Edward seguiu à frente, enquanto Anna e a mãe o acompanhavam. Ao chegarem diante da corte e do rei Esteban, curvaram-se respeitosamente.— Então esta é a linda jovem Annabeth de quem ouvimos tanto falar — disse o rei Leopold, sorrindo calorosamente. — Venha mais perto, minha cara.Sentindo as bochechas esquentarem, Anna obedeceu, aproximando-se da corte.— Agora entendo por que o general Bentley ficou fascinado por ela — comentou Sarah, a rainha de Voxten. — Ela é realmente uma beleza.Anna agradeceu com um sorriso tímido, sentindo-se levemente desconfortável.— É verdadeiramente uma beleza — concordou Griselda, a rainha de Forwood. — Sente-se aqui perto de nós, querida. Seu pai ficará com os homens.Anna se acomodou ao lado de Sarah, enquanto sua mãe ocupav
Na manhã seguinte, Keenan acordou mais cedo do que o restante do pessoal e decidiu fazer uma caminhada pelo local, observando o raiar do sol. Sentia uma estranha sensação, como se algo importante fosse acontecer. Talvez fosse uma bobeira... ou talvez não.Ele respirou fundo, sentindo o ar puro encher seus pulmões. Olhou para as arquibancadas vazias e, ao recordar os gritos e a animação do povo de Forwood, uma sensação de gratidão invadiu seu peito. Pela primeira vez, seu povo realmente parecia estar se divertindo, e ele sabia que aquilo precisava acontecer. Seu povo precisava se livrar daquele crápula.O rei dos ladrões já havia cumprido seu papel. Agora, era a vez de Keenan Bentley fazer o seu. Primeiro, ele precisava resgatar Anna, depois cuidaria de Esteban.Keenan voltou para a tenda para se aquecer para o primeiro combate do dia: enfrentaria o Visconde de Trevila. Pelo que seu pai lhe havia contado, aquele homem era um trapaceiro de primeira. Perdera toda sua fortuna por conta de