DRAKKARA aperto com força contra meu corpo enquanto meu sêmen a enche, lutando desesperadamente contra esse “ser” que quer sair e dominá-la.O sangue de Lyra acalma e controla isso, me ajuda com a dor.No meio da escuridão, só se ouvem nossos gemidos, o som molhado dos beijos que trocamos, acalmando nossas respirações.Minha cabeça ainda gira, adoro esse negócio de encostar as bocas, é tão íntimo, e agora quero fazer isso sempre com ela.—Drakkar, você é meu, lobinho —sussurra com nossas testas coladas.Viro de lado pra não esmagá-la com meu peso e a puxo pro meu peito, segurando a cabeça dela contra meu coração descompassado.Não sei falar palavras tão lindas quanto ela, sou só um brutamonte atrasado, mas espero que ela consiga ouvir os sentimentos da minha alma.—Sou seu, Lyra, desde o começo… sempre fui seu —respondo baixinho, curtindo o arrepio nas costas dela.—Drakkar —ela se levanta com uma mão apoiada no meu peito.—Não sei se você vai lembrar depois dessas palavras, mas vou
NARRADORANa ausência de Verak, que não tinha aparecido durante toda a noite, as mulheres sairiam com Lyra escoltadas por um grupo de machos, enquanto o restante iria caçar para comer e vender.Drakkar estava relutante em se separar de sua fêmea, mas foi colocado como chefe do grupo de caça, e Lyra o convenceu de que ficaria bem.Saindo da matilha, Omar, o lobo experiente, olhou na direção da zona de combate.Como será que Verak se saiu? Será que morreu?Temia revelar que a ideia tinha sido dele — vai que o Alfa o culpasse pela morte de Verak.Além disso, havia outra missão em sua agenda.Seus olhos gentis de repente se tornaram afiados, olhando para as costas de Drakkar.A curandeira lhe disse que havia uma forma de curar as pernas doentes de seu filhote — mas só se Drakkar não voltasse.Eles se embrenharam na selva selvagem e Omar estava prestes a causar o caos.*****Enquanto isso, Verak tinha dormido feito um anjo a noite toda numa cabana de guerreiros, bem mais confortável do que
NARRADORA—Por aqui tem boas presas! —Omar apontou uma área que lembrava muito bem.—Vou buscar os outros! —ele fez menção de sair daquele lugar infestado por Terras, um tipo de predador que vivia debaixo da terra.—Não, fica com a gente, os outros já vão chegar —Omar rangia os dentes diante da ordem de Drakkar.Quem caralho tinha nomeado ele como chefe?O ego dele subiu pra cabeça rápido demais, mas hoje ele ia perder… o ego e o pescoço.Tomou cuidado pra não ficar pra trás. Drakkar ia na frente e outro guerreiro no meio.Alerta total.Mas o pior dos Terras era que não davam cheiro, porque espreitavam por baixo da terra… e quando você via um, na maioria das vezes já tava morto.Omar quase tinha sido assassinado uma vez quando seu grupo se perdeu nessa região.Drakkar tava com um pressentimento ruim. Aspirou o ar profundamente.Mesmo que seu lobo não estivesse totalmente presente, ele sentia que toda vez que bebia o sangue da Lyra ficava mais forte.—Não gosto desse lugar, vamos volt…
NARRADORA Por outro lado, as mulheres estavam empolgadas, aprendendo um monte de coisas novas com a Alfa. —Lyra, de verdade, que alegria saber que você tá recuperando suas memórias! A mulher do Lorenzo falava toda animada, carregando com sua força bruta e braços grossos um recipiente cheio de cipós pra trançar. —Hehe... é, a memória —Lyra disfarçou. Ela ia mudar de assunto quando, quase chegando na matilha, viram o Verak perto da paliçada. —Até que enfim apareceu o suposto chefe, ficou todo esse tempo fornicando com a Nana —a fêmea fez uma careta e escancarou a boca pra gritar pro Verak. —Não, não, espera —Lyra tapou a boca da “Lorencita”, quase sufocando a coitada. Verak tava muito estranho, falando nervoso com uns guerreiros e, de repente, apareceu um macho com cara de prepotente. —Se esconde atrás daquela árvore, vai... Ela empurrou a outra mulher, que logo ficou toda fofoqueira também. Tavam longe demais, não dava pra ouvir o que diziam, e se chegassem mais perto
LYRAFomos levados para uma tenda afastada e amarrados lado a lado em uns postes robustos que sustentavam o teto.Drakkar estava estranhamente calmo, como se estivesse prestes a explodir.... “Que porra o Nerón tá pensando em fazer?”... “Não sei, mas aquele pomposo tá se aproveitando que o Alfa foi numa expedição e deixou ele no comando da feira.”Ouvimos os guardas conversando do lado de fora antes de se afastarem.Parece que o filhinho do Alfa armava essas merdas com o Verak sem o pai saber de nada.—Drakkar, confia em mim? —perguntei de repente, olhando pro lado.A cabeça dele se levantou na hora e fiquei chocada ao ver metade do rosto coberto de veias negras se mexendo sob a pele como cobras venenosas.—Não, não! Olha pra mim, se acalma, se te veem assim vai ser pior. Se perder o controle, eu não consigo alcançar seu lobo!Esse era meu maior medo.—Não consigo ficar parado enquanto te machucam! —ele rugiu, feroz e selvagem.—Drakkar, tem algo que você precisa saber. Eu sou forte,
NARRADORAAztoria se lançou pra frente com as presas escancaradas.Toda a sua aura de Alfa superior explodiu, congelando a vontade de Verak, que só conseguia encarar a morte de frente com os olhos arregalados.Como Lyra podia ser tão forte? Se ele soubesse...Mas todo abusador encontra seu fim, e dessa vez, a vítima virou a algoz.A traqueia do lobo de Verak ficou presa na boca de Aztoria quando ela arrancou sua garganta com uma mordida, cruel e sanguinária.Enquanto o sangue pintava o chão de tons carmesim, o filho do Alfa da matilha Vale Fértil perdia a luz da vida.Seu último pensamento foi para o pai...Drakkar o largou no chão com nojo e cuspiu com desprezo.A dor em seu peito era agoniante, a maldição fervendo na pele, mas enquanto Lyra estivesse a salvo e com ele, suportaria qualquer coisa.Seus olhos negros se voltaram para a bela loba, que também o observava.Os olhinhos claros dela estavam cheios de medo e expectativa."Lyra, será que assustei meu companheiro? Ai não... e se
NARRADORAAlguns momentos antes de soar o alarme do incêndio...Nana mal tinha forças pra se manter consciente na cama.Estava destruída física e mentalmente. Seu único alívio era que Nerón tinha encontrado um brinquedinho novo e estava fascinado, girando ele nas mãos.—incrível... só vi facas assim nas Matilhas Altas, e esse homem sabe forjar mesmo —murmurava, extasiado com a adaga.As palavras de Lyra tinham surtido efeito, e Nerón não machucaria Drakkar, focado em arrancar o segredo da forja dele. Os olhos de Nana encaravam suas costas, marcadas pelas garras.Não importava quanto resistisse, ela não tinha arma pra se defender... a arma. Seus olhos opacos se fixaram no brilho obsidiana da lâmina.Se ao menos ela conseguisse alcançá-la... Como se os céus finalmente tivessem piedade, alguém chamou por Nerón com urgência na porta. Ele largou a adaga de qualquer jeito em cima de uma mesinha e foi falar com o guarda.Às suas costas, Nana se forçou a se mover e descer da cama com cui
NARRADORA—Deusa santa! —ela correu ao ver o corpo nu de Nana jogado sobre o tapete.Lyra se inclinou sobre ela—mal respirava.Os hematomas e chicotadas naquela pele frágil diziam tudo para Lyra.Ela olhou para o Alfa ao seu lado, com a adaga que ela tinha roubado de Drakkar cravada no pescoço.O macho a arrancou dali sem dó e deu um chute seco no cadáver para virá-lo.A expressão de surpresa ainda estava congelada nos olhos fixos no teto.—Ela não respira…—Mas ainda tá viva. A gente tem que levá-la —Lyra decidiu na hora, correndo até a manta de pele sobre a cama pra cobrir a Ômega.Drakkar apenas concordou com um aceno. Jamais aceitaria abuso contra uma mulher, fosse quem fosse.—Drakkar, preciso que aja rápido. Aproveita que não tem guardas. Traz o corpo do Verak. Vai, vai, vai logo…—Mas não posso te deixar sozinha.—Amor, eu sei me defender. Não vamos perder tempo. Lembra que esse é o filho do Alfa; temos que preparar a cena do jeito certo.Drakkar não entendia todo aquele teatro